Continuando...
Demorou um pouco ao cair a ficha do que estava acontecendo, só caiu mesmo na semana, no dia que fomos ao cartório assinar tudo, quando terminamos, Gustavo disse:
Gustavo: - Parabéns, agora o escritório é oficialmente de vocês.
Saímos pra comemorar e almoçar.
Chegando em casa.
Eu : - Não acredito nisso ainda lindo. Nosso escritório.
Ricardo: - Você merece lindo, sabe? Um felicidade, de dinheiro, você merece essas coisas por tudo que faz por todo mundo.
Eu: - Não exagera vai. Basicamente, você vai trabalhar, mas vamos enriquecer juntos.
Ricardo: - Se você quiser, pode dar uma ajuda com a parte administrativa. Mas deixa eu dar esse luxo pra você.
Fizemos amor, muito. Quando acordamos, Lucas estava com Carla e Otávio. No dia seguinte, teríamos de ir ao consulado. A ida ao consulado é exaustiva, quem já foi já sabe como é, burocracia, dor de cabeça, cansaço, fome, um pouco de tudo, mas tudo valeria a pena. O visto foi aprovado e iríamos mesmo a Nova Iorque. Como não tínhamos muito tempo até nossa viagem, aproveitamos o resto daquele dia pra comprar malas e algumas coisas.
O ano novo se aproximava, a semana foi corrida de mais, Lucas ficou com Silvia e Carla praticamente. No ano novo, combinamos de ir pro sitio dos pais do Ricky, todos nós que passamos o natal juntos. Ricardo e eu deixamos as malas prontas, já que iríamos dia 30 pra lá pra tentar evitar o transito, voltaríamos dia 3 e dia 5 estaríamos embarcando. Fomos em vários carros, chegando lá, fizemos nossa faxina geral. Agora sem os pais da Aline, era bem melhor pra curtir o lugar.
Eu e Ricardo ficamos em um quarto com o Lucas. Minha mãe e Luís em outro. Silvia e Gustavo em outro. Carla e a Família ficaram no quarto das beliches. Bruno, Gabriel e Otávio, ficaram na sala. Bruno e Gabriel no sofá cama de casal e Otávio em um colchão no chão.
Curtimos muito lá no ano novo, o caseiro e a família foram ficar conosco na ceia e tudo mais. Foi bem animado, na virada do ano, eu chorei como sempre, mas não foi um choro de dor, foi um choro de gratidão, por tudo de bom que estava acontecendo, e aprendizado, com tudo de ruim.
O resto dos dias lá foi tranquilo também, passeamos bastante, nadamos, jogamos baralho, andamos a cavalo, conhecemos a cidade e as cidades vizinhas, foi de mais.
No dia 3, eu já estava ansioso, mal dormia, eu curtia meu filhote ao máximo, eu sabia que morreria de saudades. Chegando em casa, arrumamos tudo que faltava e descansamos. No dia seguinte, eu não me continha, ficava com frio na barriga, ansioso, sabia que seria difícil dormir naquele dia. Gustavo que nos levaria ao aeroporto no dia seguinte. Ainda naquele dia, tive dor de barriga, tive tudo que a ansiedade da, comi o dia todo. A noite, como eu vi que o sonho não via, fizemos amor até de madrugada. Quando acordei, no grande dia, me sentia um lixo como se nunca tivesse dormido na vida, mas o que importava era pra onde eu ia naquele dia. Até o aeroporto, fui suando, passando mal, eu estava branco Ricardo disse.
O tempo lá não passava, eu me sentia anestesiado lá, só seguia Ricardo e fazia tudo que ele mandava. Na hora de se despedir de todos, como sempre, eu chorei muito, abracei, na hora do Lucas, eu desabei de chorar, não queria soltá-lo. Quando fomos embarcar, eu chorei mais ainda. No avião, depois de muito temo no aeroporto, eu lembrei que nunca tinha andado de avião. Lá dentro, Ricardo beijava minha mão, me abraçava, fazia de tudo pra me deixar mais confortável, era visível que eu estava passando mal ali.
Quando chegamos lá, depois de muitas horas de viagem, fiquei maravilhado, que lugar lindo, que cidade linda, todas na verdade que fizemos conexão. Olha, aquelas semanas que passamos em Nova Iorque, foram revigorantes, nem lembrava mais dos problemas, eu só morria de saudades do Lucas, mas sempre fazíamos chamada de vídeo com Silvia e Gustavo e víamos nosso filhote, compramos muita roupa lá, conhecemos muito a cidade e os arredores.
Conheci o museu de cera, passei perto da Broadway, Central Park, Vi onde ficava o Empire State, tirei tantas fotos, mas tantas. No museu de cera então, fiquei impressionado, muito real. Andei de metrô lá e vi que é outro mundo, metrô pra todo lugar, a única coisa é que a comida é horrível, pelo menos eu achei, o Mc Donalds era o mais comível lá, mas nada comparado ao daqui, os preços que impressionava, tudo muito mais barato que aqui. Mas pelo limite pra eletrônicos, compramos poucos, compramos muita roupa, roupa pra todos.
As pessoas lá são bem bonitas, a cidade a noite é mágica, fiquei apaixonado. Ricardo me seguia pra todo lugar, porque meu inglês era melhor que o dele, eu me comunicava fácil lá e adorava aquilo.
No dia de voltar, eu não queria vir embora em partes, mas queria pelo Lucas, então era aquele dilema, mas também não via a hora de chegar na minha casa e dormir na minha cama. Alias, conhecemos os pais do Otávio, eu na verdade, Ricardo já os conhecia.
No Brasil, Gustavo foi nos buscar, mas a viagem de volta foi exaustiva, nosso avião teve um pequeno problema, ficamos muito tempo em Miami parados no aeroporto sem poder sair. Mas só de chegar em casa, eu já me sentia descansado.
Chegando em casa, eu vi a pessoa que eu mais amo no mundo me esperando, ele já estava com três meses, estava lindo. Nem liguei pro cansaço, dei um beijo na minha sogra e depois fiquei com meu filhão um bom tempo, mas ai o cansaço veio, devolvi pra Silvia e caí no sono.
Quando acordei, ainda me sentia cansado, mas queria ver a todos. Liguei pra minha mãe, ela e Luís iriam até lá. Gabriel e Bruno também. Carla já estava. Quando minha mãe chegou, dei os presentes de todos, contei cada detalhe da viagem, rimos muito.
Muitas das histórias, eram sobre o Ricardo falando inglês sozinho, ele fazendo mímica no mercadinho pra pedir o que ele queria, eu dando risada e não conseguia ajudar ele, de tanto que tava engraçado. Além do dia que ele xingou a garçonete do restaurante e ela era brasileira, mais tarde ela ficou nossa amiga lá, mas na hora ela xingou ele de volta.
Ricardo trabalharia no NOSSO escritório no dia seguinte, então ele tinha muito a fazer. Ele trabalharia mais, porque antes ele não ficava muito lá, agora ele tinha que ter certo horário pra trabalhar, mas lógico que seria muito rentável financeiramente, então valeria a pena.
Como já estávamos no dia 20 de janeiro, minhas férias do doutorado também tinham passado já, tinha muito o que fazer. O bom dos Estados Unidos é que lá eu pratiquei muito o inglês, então eu não estaria enferrujado nas aulas. O próximo modulo era basicamente todo em inglês porque entrava em uma parte de computação e tal, era bem complicado, mas eu pensava no futuro.
Otávio estava interessado em fazer faculdade,como ele queria uma faculdade muito boa, ajudei ele a se inscrever no vestibular da PUC e da Mackenzie. São faculdades excelentes, excelentes mesmo, mas difíceis e caras, então o resto seria por conta dele. Eu vi que ele estava estudando, se esforçando pra conseguir, eu torcia por ele, eu tinha aprendido a gostar dele, não é que eu não gostasse antes, mas eu tinha medo da concorrência.
Agora Ricardo tinha muito o que se dedicar no trabalho, porque a viagem não tinha sido barata, mas a gente daria um jeito. No sábado daquela semana, eu penei pra acordar as 3:30 da manhã, a pior parte era ir dirigindo pra São Carlos, então decidi que seria o ultimo que eu iria dirigindo, nos próximos eu ia na sexta a noite de ônibus e ficaria em algum hotel/motel até o horário. Já que o custo da viagem de ônibus + hotel ficaria o mesmo que o de gasolina e alimentação.
Eu achei que não, mas eu estava meio enferrujado mesmo, não do inglês, mas das contas complexas mesmo, era meio complicado, mas nada impossível, não via a hora de chegar na minha casa e curtir meu filho e meu marido. Eu sempre gostei de falar que o Ricardo era meu marido, porque acho que namorado não passava a seriedade e a intensidade do compromisso.
O problema na volta pra casa, é que o cansaço veio do nada, eu não tinha muito onde parar, fui dirigindo o que deu, eu tava muito zuado, eu tinha medo de dormir ali e morrer. Na hora que eu avistei um motel, nunca tinha me sentido tão feliz. Entrei o mais rápido que deu, peguei um quarto e caí no sono.
Acordei bem a noite, eram exatamente 9 horas, me sentia bem melhor, olhei pro meu celular, tinha mais de vinte ligações e torpedos do Ricardo. Ele devia estar se descabelando, morrendo de preocupação. Peguei meu celular e liguei.
Ricardo: - Até que enfim, onde você ta? Tá tudo bem?
Eu: - Desculpa meu amor, eu comecei a me sentir com sono no carro, me sentia mal, tive que parar pra dormir, antes de bater o carro e sabe-se lá o que ia acontecer.
Ricardo: - Nem me fala isso lindo, nem brinca com uma coisa dessas. Ta certo então, mas to com saudades, volta logo que você se sentir bem, ta?
Eu: - Tudo bem já to indo, compra uma pizza ai pra você que vou comer por aqui.
Pedi um jantar e logo que me senti seguro fui embora.
Chegando em casa, dei um beijo no Ricardo, meio que demorado já que ele me beijava com urgência. Depois me toquei que tinha mais gente na sala, Otávio, Bruno e Gabriel e fiquei meio sem graça.
Gabriel: - Vão ficar fazendo sacanagem aqui na frente da criança? – Disse apontando pro Lucas.
Eu: - Menos Gabriel, bem menos, quase nada.
No domingo, fomos almoçar na minha mãe, como sempre assistimos o jogo lá e tudo mais. Como na segunda Otávio tinha um vestibular e eu fiquei de levá-lo fui dormir cedo. Minha relação com Ricardo estava bem melhor, a viagem fortaleceu nossos vínculos. Ficamos mais ligados.
No dia seguinte, acordei cedo, levei Lucas até a Carla, Tavinho (apelido do Otávio) foi junto comigo de lá já ia com ele até a faculdade. Depois que ele fez o vestibular, fomos tomar um lanche. Fomos em uma lanchonete legal.
Eu: - Como foi lá lindo?
Otávio: - Ah, acho que fui bem, o gabarito sai amanha.
Eu: - Tomara que você tenha passado.
Otávio: - Sabe, você é muito legal mesmo, eu gosto muito de você, você tem feito tanto por mim que preciso muito te agradecer.
Eu: - Fica tranquilo, eu gosto de você também, meu problema com você no inicio foi pelo seu passado com o Ricardo sabe? Eu tinha uma invejinha de você, tinha medo de competir com você porque sabia que eu perderia feio.
Otávio: - Para vai, você não da o valor que você tem, o Ricardo e todos, inclusive eu, amamos você, achamos você maravilhoso de mais, ninguém chega perto.
Gostei do que ouvi, quem não gosta de elogios né?
Depois fomos pra casa, lá eu fiquei com o Lucas como sempre assistindo nossa novela. Quando eu abri meu e-mail, coisa que não fazia há meses, vi que estava cheio de mensagens, de amigos de trabalho, de alunos, fiquei respondendo o máximo que podia. Ricardo chegou da academia, comemos e dormimos. No dia seguinte, Tavinho estava todo feliz que tinha conseguido ir bem, pela quantidade de questões que ele tinha acertado, tinha passado com certeza. No aniversário do Ricardo, que seria dali a dois dias, faria 30 anos. Os pais dariam uma festa pra toda família em um salão, seria coisa grande chique, então n dia seguinte, iria comprar roupa pra ir no aniversario dele e compraria a roupa dele também, já que ele era totalmente dependente de mim.
No dia em questão, na véspera do aniversário e da festa, fui até o shopping escolher a roupa, Tavinho foi junto já que ele disse que também precisava de algo próprio para a ocasião, comprei uma calça e uma camisa lindas, que ficariam ótimas no Ricardo, escolhi um sapatenis a altura, ele já tinha o relógio pra usar com aquilo, ele ficaria mais lindo do que de costume.
Tavinho escolheu a roupa dele na mesma loja. Já eu fui em outra, eu tinha que ficar apresentável, não queria fazer feio e parecer o Sloth perto dele.
Então a primeira coisa que fiz, foi ir no salão que tem dentro do shopping, daqueles que a gente não entende o porque do preço, e quis deixar o rapaz dar um novo corte de cabelo pra mim. Confesso que gostei do resultado, nem reclamei do preço, tinha ficado com outra cara, era um corte mais serio, mais formal, ele me ensinou a arrumar depois, tinha ficado muito legal, só teria que fazer uma “manutenção” de dois em dois meses.
Saí de lá me sentindo bem, mais confiante, tipo propaganda de absorvente, daí então fui comprar a roupa, o Tavinho adorou o cabelo, me elogiou muito, logo de cara, encontrei uma roupa que ficaria ótima em mim, depois comprei um sapatenis na mesma loja que do Ricky, o relógio eu também já tinha. Comprei uma corrente legal pra mim. Eu não tinha ficado nenhum Deus Grego, mas tava até que pegavel, bem bonito.
Comprei uma roupinha pro Lucas bem linda também e um tênis, ele seria o mais gato da festa. Meu presente pra ele, era um tênis pra academia, não era grande coisa, mas era alguma coisa.
Fui pra Carla, depois pra casa. Lá ela elogiou muito meu cabelo, tinha ficado realmente bem legal. Quando vi Ricardo, também me surpreendi, ele tinha deixado a barba crescer e tinha ajeitado tudo, estava bem desenhada. Ele estava mais lindo do que já era. Quando me viu, não parou de me elogiar e de me beijar. Aquela noite fizemos amor até o Lucas começar a chorar. Dei o presente e ele aparentemente, adorou. Eu sabia o gosto dele, o estilo de tênis e a cor.
No dia da festa, eu estava meio inseguro, sabia que era uma família chique, mas a minha preocupação mesmo era o preconceito, era como seria a reação de todos ao verem Ricardo com o namorado, e o nosso filho ainda por cima, criado por dois homens, tinha medo da reação, mas eu não tinha pra onde fugir, não tinha nem como eu não comparecer. Torcia pra que não notassem, mas minha aliança de ouro era tão grossa que isso seria meio difícil.
Nos arrumamos, estávamos um belo casal, Ricardo percebeu que eu estava meio inseguro.
Ricardo: - Não fica assim, eles vão te amar, mas se não gostarem, foda-se a gente vai embora, quem importa mesmo pra mim ta aqui.
Eu: - Não fala assim, é sua família, é que eu não quero mais briga e problemas, eu quero paz e alegria.
Ricardo: - Fica tranquilo, você tá lindo. Muito obrigado pelo meu presente.
Eu: - Que isso lindo, para. Fica tranquilo! Daqui a dois meses é o meu e eu quero outro carro. – E dei um beijo no pescoço dele.
Ricardo: - Vixi, melhor eu trabalhar muito mesmo.
Depois dei banho no Lucas e deixei ele todo lindo e saímos.
Ricardo: - Esse sim ta um príncipe.
Eu: - Tá mesmo, ele é lindo, deve ter puxado a mãe.
Ricardo: - Engraçadinho.
Quando chegamos no salão, já estava bem movimentado, eu estava me sentindo mais seguro por estar mais bonito. Quando íamos cumprimentando a todos, Ricardo me apresentava como namorado e aparentemente, ninguém se incomodou, todos babavam no Lucas e todos que me conheciam diziam que o cabelo tinha ficado lindo.
A festa, foi ótima, eu nem tinha porque ter ficado nervoso, conversei muito com a prima dele e outros amigos, teve retrospectiva da vida dele, teve muitas fotos nossas, do Lucas, de infância, foi muito bom.
Chegando em casa, eu quis dormir, mas quem disse que ele quis? Passamos a noite comemorando juntos a nossa maneira, isso é, até nosso filho chorar, mas aquela noite foi excelente. Já estávamos juntos a 1 ano e 7 meses. E Lucas tinha 3 meses.
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Gente ta aí, como estava com tempo, postei mais uma parte, espero que gostem.
Muito obrigado meus caros leitores fiéis, pelo votos e comentários, vocês são foda. Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.
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