A História de Nós Três - 3x07 - ''Não Esquecerei''

Um conto erótico de My Way
Categoria: Homossexual
Contém 1801 palavras
Data: 28/04/2012 08:01:42

Então galerinha, obrigado pelos comentários. E mais um feriado chegando. Espero que se divirtam com responsabilidade!!! Vamos que vamos!!!

- A gente tem cinco minutos. – falou Pedro.

- Então o que estamos esperando? – perguntou Mauricio atracando o seu marido.

Na vida temos tempo para tudo... estudar... trabalhar... e cumprir com a nossa rotina. São coisas que nós não podemos deixar de fazer, mas que muitas vezes nos tomam o bendito tempo. Filhos também costumam a demandar valiosas horas de nossa vidas. E Mauricio e Pedro estavam finalmente percebendo isso.

- Papai... papai... eu quero ir no banheiro. – falou Paulinho próximo a cama.

- Eu vou. – disse Mauricio colocando a cueca por dentro do cobertor.

- Hummm. – disse Pedro se despreguiçando ao som do choro de seus filhos. – Papai já ta indo disse ele se levantando. - Quando terminar vem aqui me ajudar. – ele disse ao passar pelo banheiro.

Pedro e Mauricio não se tocavam, mas faziam tudo com maestria. Criavam três filhos sem muitos problemas e estresse.

Eles sabiam no fundo que era algo natural para eles. Trocar fraldas, fazer mamadeira no ponto certo, saber os significados dos choros. Sim, eles estavam especialistas e a rotina havia chegado ao casamento deles.

- Sério... eu não aguento mais transar em cima do vaso sanitário. – Pedro falou conversando com Luciana.

- Aí Pedro... só você mesmo. Mas as crianças não dão um tempo? – perguntou ela provando um sorvete.

- De madrugada, mas o Mauricio está tão cansado que nem tchum para mim. – ele disse colocando as mãos na bochecha.

- Nossa amigo... sei lá... então por enquanto que eles não crescem você podem ficar no banheiro... – ela disse sem segurar o riso.

- Engraçadinha... nossa como ela é engraçada... mas me conta vai, como estão as coisas na empresa? – ele perguntou.

- Estão bem... a turma está esforçada. E os novos negócios estão indo de vento em poupa.

- Que bom... você é a melhor.

- Pedro você não pensa em voltar a trabalhar, o Paulinho já está grande e os meninos já estão crescidinho, contrata uma babá ou duas.

- Eu estava pensando nisso, o Mauricio começou a estudar para a apresentação dele eu sinto que ele está no limite sabe. Mas não que ele não ame as crianças.

- Claro... o Mauricio é louco pelos filhos eu sei disso. Mas três crianças, um marido insaciável e um estudo sobre crânios ou algo assim... ele tem que ser o super homem.

- Depois eu que não existo né? O Mauricio é mesmo uma pessoa espetacular. Eu estou com preguiça de fazer minha pós graduação. Ele já está indo para o Doutorado.

- Se bem que o QI dele é maior que os nossos juntos... mas amigo procura uma babá.

- Difícil é encontrar uma babá que fique na casa de um casal homossexual.

- Você acha? – perguntou ela fazendo uma careta engraçada.

- Eu não duvido de nada. Mas vou começar a procurar.

Na casa dos pais de Pedro. Priscila descansava ainda de sua cirurgia. A jovem não podia fazer muita coisa a não ser assistir televisão. Em todo canal que ela colocava algo a lembrava do filho que ela não teve. Caleb decidiu deixar os negócios e a faculdade onde lecionava de lado para se concentrar em sua namorada. Ele foi um verdadeiro cavalheiro, em todos os sentidos. Atencioso, amigo, uma verdadeira rocha. Priscila não conhecia esse lado do seu namorado. A cada dia que passava ela estava ficando mais apaixonada.

- Está confortável amor?

- Estou sim, obrigada, por tudo.

- Está vendo minha filha, você não pode deixar o Caleb escapar de forma alguma. – disse Paula dando para a filha um copo de vitaminada de maça.

- Obrigada mãe, mas ainda é muito cedo. – disse Priscila provando a vitaminada.

- Aproveita que o tiozinho não vai durar para sempre. – disse Phelip entrando na sala.

- Olha só todo feliz, porque, voltou às boas com o Duarte. – disse Caleb.

- Estou sim falando nisso hoje ele sai do hospital. Vamos lá mais tarde. – ele disse enquanto guardava um material em sua mochila.

- Se puder trazer ele aqui para a gente conversar. – disse Priscila.

- Claro, vou falar com a mãe dele. – falou Paula. – Temos que fazer uma celebração hoje.

- Verdade mãe. Duas pessoas que amamos tanto estão bem novamente. E o resto será superado. – ele disse dando um beijo em Priscila e depois em sua mãe.

- Valeu maninho. – disse Priscila.

- Tchau gente. – disse ele saindo.

Duarte não contava as horas para sair do hospital. Ele ainda teria que mais algumas vezes para tirar o gesso do braço ou fazer exames de rotina, mas tirando isso tudo estava bem. Sua mãe pediu folga para arrumar sua casa e também para ajudar Paula durante os preparativos da pequena festa na casa dos Soares. Os responsáveis de pegar o jovem era Pedro e de tira colo Phelip.

- Oi amor... tudo certo? – disse Pedro abraçando Mauricio.

- Sim. – disse Mauricio. – E o nosso paciente mais ansioso dá história está esperando ali na sombra. – ele falou rindo.

- Eu vou lá pegar ele. – disse Phelip correndo em direção a Duarte.

- Nossa amor, você parece tão cansado. – disse Pedro pegando no rosto de Mauricio.

- Estou sim... é a conclusão do meu trabalho... está realmente me dando trabalho. – ele disse.

- Estou vendo. Fico preocupado com você. – ele disse beijando a testa do marido.

- Isso é tudo o que eu preciso para repor as minhas energias. Isso e aqueles três sorrisos maravilhosos que nós temos em casa. – disse Mauricio retribuindo o carinho.

- Vamos? – disse Phelip.

- Claro... vamos sim. – disse Pedro. – E ai amigão? Tudo em cima? – perguntou olhando para o Duarte.

- Sim Pedro... gente... antes eu... eu... posso falar com o Mauricio a sós? – disse Duarte nervoso.

- Pode sim... é... Phelip vamos colocar as malas dele no carro? – disse Pedro.

- Vamos.. – disse Phelip.

- Então rapazinho. – disse Mauricio se agachando para ficar próximo ao Duarte.

- Bem... eu nem sei por onde começar... mas... eu quero te agradecer por cuidar de mim e por não desistir. Ouvi dizer pelos corredores que algumas pessoas tentaram desistir de mim, mas você não deixou. Depois do que aconteceu com o meu pai... a minha mãe tem cortado um dobrado para nos manter. E ela está conseguindo. Você, o Pedro, o seu Rodolfo são as minhas únicas referencias masculinas, de como ser um bom pai, irmão, amigo. Obrigado por não desistir de mim. – ele disse chorando.

- Eita garotão... vai me fazer chorar a essa altura do campeonato. Duarte, eu aprendi algo muito importante na minha vida. – ele falou enquanto olhava para o Pedro. – Aprendi muito nessa vida, e todos os momentos da minha vida eu percebi que só começaram a valer a pena quando eu estava ao lado da pessoa mais importante para mim. E todos os dias é um novo começo. Uma nova luta. Um novo leão para matar. Então você tem que lutar pelas coisas que você acredita... eu lutei por você, porque, além de mim, lá fora haviam pessoas também que não desistiriam. Somos uma família... na alegria e na agonia. – ele disse abraçando o jovem.

- Obrigado.... agora eu preciso ir... adeus hospital. – ele disse chamando o namorado.

- Nossa ele te emocionou mesmo né? – disse Pedro limpando as lágrimas dos olhos do seu marido.

- Esse garoto é muito especial. Apesar das divergências ele não abaixa a cabeça.

- Ele lembra alguém que eu conheço? – perguntou Pedro sorrindo.

- Sim... ele lembra... olha lá a garotada está te esperando. – disse Mauricio apontando para o carro.

- Ok... e na volta toma cuidado pelo amor de Deus. – disse Pedro dando um beijo no marido.

- Claro. Tomo se... amor... se eu ficar... cansado demais, eu... posso te ligar? – ele perguntou coçando a cabeça.

- Sim... você deve me ligar, dirigir sozinho e cansado dá sono. – ele falou.

- E guarda comida da festa para mim, por favor.

- Pode deixar... te amo... bom trabalho. – disse Pedro indo para o carro.

Sim. Todos deixaram o hospital, menos Mauricio. Ele estava finalizando seu estudo de mestrado. Para ele era uma vitória significativa e cada minuto do seu tempo era para construir uma carreira solida na medicina. Como todo ser humano, em alguns momentos ele se questionava se casar cedo foi uma coisa boa... mas no momento em que ele chegava em casa todas as dúvidas simplesmente desapareciam. A profissão que ele escolheu seguir era para salvar vidas e o estudo era algo inevitável na vida dele. Mas que dentre uns meses todo o esforço valeria a pena e uma nova etapa chegaria.

Na casa dos Soares havia certo movimento. Paulinho corria por todos os cantos com a cadela da família e os gêmeos eram paparicados pelos avôs corujas. A mãe de Duarte, Paula e a mãe de Mauricio trabalhavam exaustivamente na cozinha para fazer um bom jantar para todos. Luciana chegou depois de algumas horas e avisou que infelizmente os seus pais estavam viajando e todos jantaram juntos. Um momento de união que nós vemos apenas no natal ou ano novo.

- Eu quero fazer um brinde. – disse Rodolfo. – Um brinde a recuperação destas duas pessoas tão importantes para a nossa família.

- Sim... – todos disseram em coral.

- Que tudo o que tenha acontecido venha a servir de lição para todos nós... que não importa a situação... somos uma família. Uma grande e desajustada família. – ele disse rindo.

- Obrigado gente... sei que tem sido mesmo um momento de união... e sei que vai demorar um tempo para a gente se curar... tanto física quanto emocionalmente, mas estamos lutando com os nosso demônios e a participação de vocês é essencial. – disse Priscila emocionada.

O resto da festa foi normal. Todos ficaram conversando em seus grupos respectivos dos coroas, amigos e casais. No jardim, Phelip estava sentado na cadeira de rodas com Duarte sentando em seu colo.

- E a Fernanda? – perguntou Duarte.

- Ela não pode vir. A prima dela está na cidade e ela teve que ficar em casa. – ele disse beijando seu namorado.

- Sabe, eu tinha inveja dela.

- Posso saber o motivo?

- Pensa comigo... na escola ela era popular, rica e namorava o menino mais gato de todos. – ele disse rindo.

- Sim que agora namora o garoto mais foto e meigo do planeta. – disse Phelip rindo.

- Quanta mudança...

- Eu sei, tenho que te pedir desculpa, mas juro que vou aprender a conciliar faculdade com vida pessoal. E se alguém me perguntar... como umas amigas lá do curso já sabem que você é meu namorado, eu vou responder sem medo.

- Parabéns. E eu que estou quase com um mês de atraso no colégio. – ele disse preocupado.

- Calma a diretora sabe a sua situação e agora que você está melhor, pode estudar em casa por enquanto. – ele disse fazendo carinho em seu namorado.

- Mas eu já queria te alcançar para estudarmos juntos.

- Você vai amor... eu ainda to no primeiro período. Vamos ter três anos para estudarmos juntos. – disse Phelip tentando acalmar seu namorado.

Festas, celebração e uma vida de planos. Ninguém imaginava o que estava para acontecer.


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Comentários

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Cara esses teus contos são uma filosofia de vida. Eh emocionante e reconfortante, sabe... Foi parte culpa sua eu aceitar a minha bissexualidade hehehe . Parabéns. ^^

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se o maurício morrer eu não leio mais, pronto falei, rum . ficou

ótimo

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Essa última afirmação deu certo medo! Tô ansioso já pra saber o que vai acontecer, continua logo.

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Essa última afirmação deu certo medo! Tô ansioso já pra saber o que vai acontecer, continua logo.

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maravilhoso, vc realmente mostra q o Amor d familia pd superar qualquer coisa. =)

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não gosto quando as suas histórias terminam com `ninguem imaginava o que estava para acontecer` é muito tenso!!! Pedro e Mauricio meu casal favorito de todo o site! Parabéns pelo conto!

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