Com a mão na massa

Um conto erótico de Catarina
Categoria: Homossexual
Contém 2171 palavras
Data: 19/04/2011 17:49:38

Confesso que, não com orgulho, compartilho esta história que guardei em segredo. É uma forma de me libertar de meus fantasmas e ao mesmo tempo, uma maneira de reviver esta experiência tão especial. Tudo começou há dois anos, quando eu tinha dezesseis. Eu tinha uma vida tranquila, de estudante abastado.

Sexualmente omisso, eu não me sentia bem em agir como os outros garotos, mas também não os desejava. Até cheguei a me questionar se não seria gay, mas procurava pensar muito nisso e ocupava meu tempo, basicamente, com dois expedientes. O primeiro, era o dos estudos; cursava o ensino médio, ao mesmo tempo em que tinha aulas de inglês, japonês, participava do grupo de jovens da igreja e de seu coral e ainda fazia aulas de teatro.

O segundo, eu mantinha em segredo. Desde mais cedo, eu flertava com um universo que não era o meu, que inclusive foi um dos meus principais motivos para iniciar o teatro. Comecei passando batom, quando ainda criança, mas repreendido, não voltei a pensar nisso até o início da adolescência. Só então, quando descobri demaquilantes, voltei a me maquiar.

Mais do que isso, nesta época, notei que algumas roupas da minha mãe poderiam servir em mim. Assim, quando estava sozinho, comecei a experimentar seu guarda-roupas. Tudo com muito cuidado, guardando em perfeito estado ao menor indício de qualquer movimento suspeito na casa, ou em seus arredores.

Logo se transformou num ritual no qual eu cuidadosamente passava do universo masculino para o feminino e incorporava os papéis das personagens que estudávamos em meu grupo. Naquele momento, mesmo que em segredo e sozinho, eu era elas. Sozinho, é verdade, mas para mim, apesar da transgressão, eu saia de mim e estava apenas estava atuando. Não via como um real problema de identidade sexual.

O problema começou, como eu disse, por volta dos dezesseis anos. Minha mãe não chegava a ter mais de 155cm de altura e eu me tornei maior. Não muito, mas me tornei e percebi isso quando, forçando um de seus vestidos em meu corpo, abri sua costura ao me sentar. Pude pagar o concerto e dizer que foi a pedido dela, sem maiores constrangimentos, mas eu agora teria que abandonar minhas personagens, ou comprar minhas próprias roupas.

Evidentemente as duas idéias me pareceram inconcebíveis. Eu tinha um nome a zelar, não só meu, como o da minha família. Sair comprando lingeries, sapatos, vestidos, blusinhas, saias... Tudo parecia inconcebível, até mesmo pela internet, pois aí envolveria não só o ato da entrega, como eventuais faturas de cartão de crédito. Já a primeira hipótese, de não mais ser uma diva nas horas vagas, estava totalmente fora de cogitação, por menos horas vagas que eu tivesse.

Não é honroso falar, mas também não seria omitir, a solução que encontrei para o problema. Certo dia fui num grande mercado, perto de casa e observando sua movimentação, achei que poderia levar um conjunto de calcinha e soutien em minha mochila. Estava certo, não enfrentei dificuldades e, embora inseguro nas primeiras vezes, aos poucos comecei a adiquirir o hábito de pegar não só lingeries, mas todas as roupas e sapatos que eu quisesse esconder em meu armário.

Usava até ficarem sujas e quando ficavam, levava em uma lavanderia num bairro vizinho. Não havia erro e era fácil e seguro, ou ao menos foi durante alguns meses. Numa quarta-feira à tarde, ao passar pelo caixa e só pagar por uma barra de chocolates, um homem de terno preto e mãos do tamanho de um presunto me parou na saída e convidou-me a acompanhá-lo até sua sala. A princípio eu recusei em um blefe, mas ele sugeriu chamar a polícia e eu entendi que tinha sido pego.

Sem que eu soubesse, foi colocado um ponto do circuito interno de câmeras naquele local do mercado, em decorrência dos constantes prejuízos recentes. Aquele homem, que se identificou apenas como um segurança do estabelecimento, sem dizer seu nome, me chamou de veadinho e riu quando eu neguei.

Ele sabia que eu já tinha surrupiado várias roupas e exigiu que eu abrisse minha mochila. Nela estavam um mini vestido tubinho branco, de lycra e uma meia arrastão da mesma cor; não mais do que isso. Exigiu que eu vestisse, mas eu neguei e chorava, implorando misericórdia, ao passo em que ele perdeu a paciência. Me mandou sair de sua sala e voltar lá às 21h, no final do expediente, pronto para ser uma menina, do contrário, eu teria problemas com a polícia, ou pior, com meus pais.

Voltei para casa arquitetando planos, mais para protelar o desolamento que estava por vir do que para efetivamente encontrar uma solução. Ela, de fato, não existia. Eu sabia que era pouco improvável que ele quisesse que eu me vestisse de menina em particular para tomar chá comigo e receber dicas de moda. O máximo que eu poderia fazer era me preparar para que isso fosse o menos traumático possível.

Comecei por uma lavagem interna. Eu fazia regularmente, ainda que não tivesse até então me interessado por nenhum homem, porque achava que ficava melhor quando eu usava fio-dental. Da mesma forma, coloquei a depilação em dia e, após um bom banho, passei um óleo de amêndoas que deixou minha pele, que já era delicada, ainda mais convidativa. O cabelo, que eu mantinha comprido, estava devidamente escovado e a calcinha de renda branca já estava acomodada entre minhas âncas, em conjunto com o sutiã de seda vermelha com bojo, que eu trazia sob uma grossa camiseta de algodão preta e uma calça jeans surrada, pois o restante teria de ficar para depois.

Nos encontramos na saída de seu trabalho, como o combinado e ele elogiou meu cabelo, de maneira surpreendentemente gentil. Não sei porque, mas sempre me esmerei no cabelo. Não era sempre que eu poderia me depilar, nem poderia ter traços de feminilidade em público, mas o cabelo comprido era bem aceito, então eu cuidava muito e tinha, por conseguinte, muito orgulho do meu, que é castanho claro, muito liso, quase na cintura.

Acabei cedendo um sorriso refreado e entrei no seu carro, que ele guiou para um motel enquanto acariciava minha coxa por cima da calça. Eu estava com o RG de sua esposa. O que era uma identidade falsa, para uma ladra? Subimos para o quarto e eu tremia de medo e ódio. Ele, impassível deu um tapa em minha bunda e, sorrindo, me mandou ficar pronta. Fui para o banheiro e abri a mochila, para terminar o serviço.

Despida da calça e camiseta, o vestidinho deslizou sobre meu corpo e deixou meu bumbum tão volumoso quanto eu previa. Nada de extraordinário, é verdade, mas era bastante feminino, especialmente depois que empinei subindo no scarpin vermelho de salto agulha 10cm. Completei com uma maquiagem pesada, repleta de tons dourados e vermelhos, para a noite. As unhas, pintei de vermelho e me preparei para aquilo que seria a minha primeira vez

Contraditório com o fato de que eu queria ferozmente aniquilar o homem que me esperava, estava o fato de que eu queria tudo ocorrendo da melhor maneira. Queria (e me surpreendi quando constatei este fato) sentir a dar prazer.

Pé ante pé, saí rebolando do banheiro. Estava incorporada novamente uma personagem; uma prostituta que viu seu macho sem camisa e não hesitou em repousar sobre o colo dele ao sentar-se e, com uma mão, alisar seu tórax enquanto olhava em seus olhos como quem pede carinho.

Vi suas pupilas dilatando em contato com o olhas das minhas e, embasbacado, demorou a ter coragem para me tocar como eu o tocava. Seu corpo era massivamente grande e ao seu lado, mesmo em pé sobre o salto, eu não passaria de uma pequena menina. Sua pele em tom cobre contrastava com a minha, bem como meu sorriso tímido contrastava com o seu.

Senti sua mão ocupando quase toda a região de minha coxa nua e seus lábios deslizando sobre meu pescoço até que senti sua respiração quente atrás de minha orelha, onde ele sussurrou que eu estava liberada. Se eu quisesse, poderia ir embora que ele não faria nada contra mim, mas que se eu quisesse ficar, bastava lhe dizer meu nome.

Minha calcinha mostrou toda a sua resistência, nesse momento, e embora eu não tenha pagado por ela, valeria o investimento. Apenas tive tempo de gemer, entre dentes, “Catarina” – me sentindo a própria personagem de Shakespeare – antes de ter minha boca preenchida pela volúpia da sua.

Era incrível como suas mãos fortes conseguiam estar em tantos lugares no meu corpo simultaneamente. Eu mal pude notar quando já estava despida do vestido, com minha mão por dentro de sua cueca preparando meu homem para mim. Foi tudo tão rápido e intenso que me assustei e fui rebolando ainda de lingerie, sobre a ponta agulha do scarpin até a sacada da janela e lá do alto, olhei para a noite escura da cidade.

Tudo estava iluminado e eu, à meia luz, voltei a sentir o desolamento de meus atos. Estava quase borrando a maquiagem, quando senti o calor de um corpo ainda suado encostar no meu, por trás, enquanto seu abraço me envolvia. Ficamos em silêncio, contemplando o mundo que nos ignorava. Eu recebia carinhos pelo corpo e cedia em colocar meus braços sobre os seus.

Logo suas mãos voltaram a deslizar sobre meu corpo e se detiveram em minha calcinha. Pela primeira vez a percorriam e, puxada para o lado, seu dedo passou a circular ao redor de meu reguinho exposto. Minha respiração ofegava e sua voz rouca me dizia para ficar calma. Perguntou se era minha primeira vez. Consenti, virando a cabeça para trás e beijando seu ombro após dirigir olhar oblíquo a ele.

Me prometera, então, beijando meu pescoço, ser gentil, ao mesmo tempo em que colocava seu indicador em meus lábios vermelhos e eu prontamente começava a umedecê-lo com a saliva de minha boca e língua. Esse dedo, que me parecera enorme, começou a vencer minha resistência. Ainda de costas, eu dei minha boca para receber um beijo e empinei a bundinha para facilitar a entrada do dedo. Era doloroso, estranho, desagradável... Mas eu queria ir até o fim.

Era, contudo, gostoso e minhas pernas perdiam sua força. Quase caí no chão e fui carregada no colo para a cama, onde aos beijos, retirei sua cueca e resolvi envolver aquele pau rijo entre meus lábios. Nunca tinha feito isso e, a bem da verdade, nunca tinha beijado um homem, mas para uma primeira vez, até que eu me saía muito bem. Sinto que ele era muito grande, mas justamente por isso, era bom que eu fizesse muito bem-feito, assim ele gozava logo e eu não sentiria tanta dor...

O que eu não contava era que ele se posicionou sobre mim de maneira que enquanto minha garganta era cutucada por um caralho, meu cuzinho era cutucada pela ponta de sua língua. Não só a ponta, após alguns minutos. Era difícil dizer quem de nós dois gemia mais, mas provavelmente os dele eram mais audíveis, porque eu continuava com a boca cheia.

Em dado momento, eu não aguentava mais. Pedi para que saísse de cima de mim e me prostrei como uma cadela, deixando o rabo exposto e piscando em sua direção. Pedi para que colocasse a camisinha e fosse carinhoso comigo. Recebi um cafuné, ao passo que senti algo verdadeiramente grande me encostar por trás. Fiquei assustada e contraí, mas ele esperou eu relaxar e começou a empurrar para frente, ao passo que eu lentamente suportava e tentava ajudar empurrando para trás.

Cada milímetro parecia uma infinidade e já pensava que não suportaria, quando minhas coxas receberam o toque das dele por trás. Novamente contei com sua paciência, que tranquilamente enrolou meu cabelo em sua mão e deu um belo tapa satisfeito em minha bunda, antes de começar a alisá-la.

Foi só quando eu, mais preparada, comecei a rebolar, que ele colocou a mão em minha cintura e começou a me comer violentamente. Eu gemia como uma vadia enlouquecida. Recebia seu dedo em meus lábios e chupava. Pedia para que ele gozasse, para me dar prazer e logo senti seu corpo tremendo, mas eu queria continuar. Sua porra quente preenchia a camisinha, mas seu pau ainda estava duro e eu continuava rebolando nele.

Pedi para que se deitasse na cama e subi em seu colo, com a calcinha novmente empurrada para o lado, para alojar em mim o meu macho. Eu pulava e me masturbava ensandecida, enquanto recebia a ajuda de suas mãos neste movimento de sobe e desce, até que, me sentindo plena, emporcalhei meu macho com meu esperma.

Nos abraçamos sujos e tomamos banho juntos, antes de cada um ir para sua casa. Quase fui de vestido e, sinceramente, não gostei de ter que abandonar a personagem. Com o carro na porta de casa, ainda fiz outro boquete, antes de entrar como se nada tivesse acontecido. Ganhei, desde então, um fornecedor oficial e um amante. Ao menos esta transgressão não vai me levar para a cadeia...


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Comentários

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Fantástico! Há muito tempo tenho a fantasia de ter esta experiência! Ótimo conto, parabéns!

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