#1: Solstício de Verão

Um conto erótico de Sweet Kruella
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 911 palavras
Data: 26/03/2011 09:37:56

Maria era uma típica garota de interior arrogante. Não tinha nenhum talento em especial, nenhum a não ser, talvez, sexo. Como já dito, Maria era uma típica garota de interior, correspondente ao maior dos clichês que você possa imaginar: pele bronzeada pelos sóis dos dias de colheita e semeadura, cabelos bem escuros sempre trançados em marias-chiquinha, alta, bonita... tudo isso, mas, não tinha nenhuma simpatia pelas demais pessoas que não ela própria. Fazia o que lhe pediam, mas não sem um escândalo absurdo por uma situação mínima; não era mimada, mas a família aprendera a lidar com ela e optar por menos escândalos evitando pedir sua ajuda. Assim sendo, Maria tinha muito tempo livre quando não era solstício nem equinócio, tempo esse que ela gastava andando pela cidade a observar os rapazes, tentando ser notada - o que não acontecia, por conta da sua falta de tato.

Não era que ela fosse rude. É algo estranho de se explicar se você nunca conheceu uma 'Maria' na sua vida: ela sabia o que falar, era bonita, tentava ser simpática, mas a sua postura de abordagem intimidava a todos. Nas festas de junho, quando a cidade em geral se animava, era a hora de Maria sair à caça de algum rapaz da cidade grande. Abordava-os entre as barraquinhas de comida, mas nunca conseguia o seu intento. Até junho passado, quando num dos últimos dias de festa, ELA foi abordada por um rapaz que preenchia todos os atributos com perfeição. Seu nome era Matheus e era visto por todos que ele se esforçava deveras para manter-se sempre falando com ela, tendo assuntos suficiente para prender sua atenção. Não conseguiu com perfeição, já que a vida de ambos era bastante diferente, mas, afinal, Maria não deixaria sua grande chance ir embora por falta de assunto.

Em certo momento, como era de se esperar, o assunto acabou, mas - oh sim, Deus interveio para os dois! - logo um forró começou a tocar e o acanhado Matheus convidou-a para dançar. Não dançava muito bem, mas não foi difícil acompanhar o ritmo da multidão festeira. Assim que se sentia mais liberto para dançar, se aproximou ainda mais do corpo bronzeado de Maria, fazendo com que ela sentisse seu membro ereto por dentro da calça e sorrisse. – Eu a observo há dias e é sempre assim que me sinto ao te ver. – Sussurrou ao seu ouvido, com a voz rouca. Maria, que apesar de egocêntrica não era boba, e logo tratou de levá-lo para um canto mais afastado, onde era comum os casais irem para 'apagar o fogo'.

A festança seguiu adiante como que ignorando a noite que se tornava mais escura e fria. Trouxeram mais lenha para as fogueiras, fizeram mais quentão e logo a música recomeçou a animar a todos, inclusive aos dois amantes, escondidos pela vegetação e alguns carros. Maria estava por cima, é claro, tinha aberto sua camisa xadrez e exposto os seios médios e durinhos - obtidos sem o uso do sutien, apetrecho que ela considerava como maquiagem para corpos defeituosos. Tinha a cabeça erguida enquanto controlava a empolgação do Matheus com as suas mãos espalmadas no seu peito. O rapaz, por sua vez, tinha os olhos fechados em descrença do que se passava, mordia seu lábio inferior oprimindo um gemido de prazer. Oh, como ela era apertada! E como sabia fazer aquelas coisas todas num espaço tão reduzido e precário. Quisera suas namoradas pudessem ter aprendido metade do que a pequena Mariazinha lhe fazia. Não, pensou, senão eu não estaria aqui hoje, sentindo essa mulher sobre mim; era verdade, então ele se concentrou logo em tomar os seios de bicos negros em suas mãos e afastar aqueles pensamentos tolos.

Algum tempo depois os dois estavam prontos para ter o maior orgasmo de suas vidas, mas Matheus interrompeu, dizendo que deveriam ir para um lugar mais propício para aquilo - na verdade ele começava a sentir uma irritação na pele pelo local, mas Maria não notou isso, tão concentrada que estava em seu próprio prazer -. Os dois se ergueram e se recompuseram e, ainda sentindo o cheiro de sexo que haviam deixado para trás, os dois entraram na pick-up de Matheus e rumaram para um motel na beira da estrada. Lá os dois recomeçaram a dança mágica do Solstício, tal qual era celebrado no hemisfério norte, nos tempos dos gregos. A noite terminou com um grito de ambos, mas o dele foi seguido de um estalado tapa em sua face. – Vadio – Maria disse, sua voz impregnada de desprezo –, você gozou dentro de mim, infeliz, e a gente não usou camisinha!

Não era histeria o que ela tinha, pelo contrário, sua raiva estava camuflada por um olhar de desprezo que machucaria ao pior dos sociopatas. Maria se aproximou do pescoço do outro; de repente, a hipótese de um assassinato passou por sua mente, mas logo ela viu que aquela possível gravidez poderia ser a solução de todos os seus problemas e lhe sorriu amarelo, mas de forma sedutora. Em suma, um riso de escárnio camuflado pela sedução que a ideia lhe fazia. Matheus baixou seus olhos, sem um ponto fixo, envergonhado com o que se passara. Droga, ele pensou, joguei tudo no lixo!, mas, ao sentir a maciez daqueles lábios contra os seus, a única coisa que restou em sua mente foi um nome: Dama.

[n/A: É apenas a primeira parte do conto, a próxima virá daqui há alguns dias e se chamará #2: Solstício de Inverno.]


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Comentários

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Obrigada, querido ;) Tive uns probleminhas então não pude postar a continuação, mas esta não tarda.

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Bem interessante e uma bela escrita! Nota 10. Deixa, de fato, curioso para saber o que nos espera no Solstício de Inverno ...

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