Drama’s Book – Episode 6
Alexandre estava esperando minha resposta e eu sabia que precisava dá-la logo. Ele continuou me olhando e eu aceitei o convite. Não tinha como não aceitar, mesmo achando um grande erro.
- Você está bem, D. ?
- Eu não sei.
- Vamos. Vou te mostrar o quarto.
- Obrigado...eu acho.
Ele me guiou até um quarto de hóspede.Estava completamente arrumado, simples e confortável. Havia uma cama de casal, um banheiro e uma TV. Eu, novamente, o agradeci e pedi para usar o banheiro. Ele pediu para que eu ficasse à vontade e se retirou.
Fui em direção ao banheiro.Havia quatro roupas para dormir, lá.Peguei o par mais claro, que era mais próximo ao meu tamanho. Tomei um banho rápido e me vesti. Quando estava lavando o rosto, ouço batidas na porta. Eu a abro e a servente me entrega uma escova de dentes e desodorante.Eu a agradeço e ela se retira sem nada falar.Termino de me vestir e vou assistir a TV.
Mais ou menos 45 minutos depois, ouço mais uma batida na porta. Era Alexandre. Ele estava usando um short bem curto e um ‘camisa’ aberta no meio, mostrando seu tanquinho. Me perguntou se eu queria mais alguma coisa.
[ - Claro que eu quero. Quero você.
- Pensei que nunca fosse me pedir isso.
Ele pulou na minha cama e me abraçou. Me deu um beijo e nos viramos para dormir.]
- D. ? Você quer alguma coisa ? – ele estava na porta, ainda, esperando a resposta.
- Ah...eu...acho que não, obrigado.
- Então, boa noite.
- ...Boa...
A porta se fecha e eu me deito com força na cama.Pego o travesseiro e bato no meu rosto, suspirando.
Acordei com mais batidas na porta.Eu a abro e Alexandre adentra o quarto, trazendo consigo uma bandeja de café da manhã.
- Que horas são ?
-9h.
- Para quem é essa bandeja ?
- Para você, é claro, Drama.
- Eu não estou com muita fome. – nesse momento meu estômago ‘ronca’.
- É claro que não está. – Alexandre disse sorrindo.
Eu comi quase tudo e fiquei satisfeito. Fui escovar os dentes e vesti minha roupa.Peguei a chave do carro.
- Você não quer ficar nem mais um pouco ?
- Não, Alexandre, não quero dar mais trabalho ainda.
Ele me encostou na parede, colocou um braço por cima do meu ombro e, olhando em meus olhos, falou que nunca seria trabalho suficiente. Eu fiquei completamente vermelho e, notando isso, ele alisou minha bochecha.Passou o seu outro braço por minha cintura e ia me beijar, quando ouviu sua mãe descendo as escadas. Piscando para mim, disse :
- Eu te acompanho até o carro.
- Obri...gado.
Ele abriu a porta para mim e deu um beijo em minha bochecha.Eu soltei um suspiro e entrei logo no carro.Eu comecei a pensar no seu corpo próximo ao meu, seu braço laçando minha cintura e seu hálito refrescante no meu pescoço.Eu ouvi uma buzina alta e voltei a minha consciência.Eu vi dois carros vindo em minha direção, virei o volante rapidamente e o carro deu um giro completo, enquanto eu pisava o freio.
Nessa hora, eu baixei minha cabeça e comecei a chorar.Talvez não fosse pelo acidente, mas, sim, por estar com aqueles pensamentos em minha cabeça.Algumas pessoas correram até minha direção, mas eu recusei a ajuda.Esperei uns 30 segundos e fui para casa.Agradeci a Deus, por não deixar nada demais acontecer.Entrei em casa.
-Filho, está tudo bem ?Você dormiu aonde? Ai, meu Deus! Sua testa está sangrando!
-Está tudo bem, mãe.Só estou um pouco tonto, acho que vou dormir.
-Não! Você não pode dormir assim que leva uma pancada na cabeça.Anda, vamos limpar esse ferimento.Quer me contar o que aconteceu ?
-Não.Mãe, me desculpa. – eu comecei a chorar e ela me abraçou.
Eu estava com uma profunda dor no peito.O abraço da minha mãe realmente me ajudou e eu sentia como se não pudesse esconder nada dela.Eu pensei por um bom tempo e percebi que não adiantava esconder por muito tempo. Era minha mãe, tinha que entender.Eu espero que ela entenda. Não, ela não vai entender. Vai me expulsar de casa, depois de me bater muito. Ela precisa saber e eu não posso esconder nada dela.
- Mãe...eu tenho uma coisa pra te contar.
- O que foi, filho ? Não se preocupe, você dorme mais tarde.
- Não, mãe.Escuta bem o que eu vou dizer, pois eu não quero repetir isso...
[continua]