/>
"O Amor Magoa".
Primeiro Capítulo - //zaberemenet-devochkoi.ru/camillaclarkgallery/texto/
Capítulo II
Olho para Detalhes
Olhou à volta, observando as paredes brancas, a mobília preta, o local neutro. Os olhos azuis do psiquiatra repousaram sobre o relógio. “Está atrasado”, pensou.
Miguel Serrano tinha sido o escolhido. Ele era o psiquiatra a quem cabia a tarefa de avaliar um homossexual de linhagem italiana, milionário e excêntrico, acusado de despachar o namorado com uma tesoura de poda.
Miguel tinha apenas 30 anos e um percurso profissional invejável. As suas teses publicadas abarcavam os assuntos mais variados e tinham sido fortemente elogiadas. Concorria agora à possibilidade de leccionar Psicologia do Comportamento Desviante numa universidade prestigiada. Mas, para dar o salto, a sua carreira precisava de um caso mediático, algo que fizesse todas as atenções centrarem-se nele.
Finalmente, a oportunidade surgira. O crime tinha sido sangrento, violento, desumano. E cabia a Miguel avaliar o suposto culpado por esse acto hediondo.
A madeira da porta foi martelada. O psiquiatra levantou-se da sua cadeira e deixou entrar o homem baixo. Miguel percebeu logo que ele era homossexual. O seu jeito feminino, a sua gravata cor-de-rosa, uma ligeira cor nos lábios.
Miguel sorriu-lhe.
– Boa tarde, senhor Bruno Giudicelli. O meu nome é Miguel Serrano. Foi a mim que encarregaram de lhe fazer uma avaliação psiquiátrica.
Miguel estendeu-lhe a mão, mas não foi retribuído. O homem soltou uma gargalhada feminina.
– Não, está enganado. Eu sou o advogado do senhor Bruno. Trate-me por Dr. Guimarães. O meu cliente está mesmo aí a chegar. Ele prefere ser avaliado sem a minha presença.
O psiquiatra quase riu.
– Sem o advogado?
– Exactamente… Aí está ele!
Miguel virou os olhos azuis e viu entrar pelo seu consultório um rapaz, com idade em torno dos 20, de aspecto atlético e atraente. Os seus profundos e mágicos olhos negros analisaram atentamente cada canto daquelas quatro paredes. Numa delas, a luz do crepúsculo entrava pela enorme janela.
Sorrindo levemente, Bruno fez surgir a sua voz.
– Então é aqui que vamos fazê-lo, doutor?
O Dr. Guimarães despediu-se a saiu, fechando a porta atrás e deixando no consultório um silêncio inquietante.
Bruno passeou-se pelo consultório, analisando cada detalhe. Miguel sentou-se na sua cadeira, observando o seu paciente.
– Sente-se, Bruno.
O jovem olhou-o e acabou por se sentar à sua frente.
– Bruno, como sabe, está aqui para que seja avaliada a sua capacidade psiquiátrica de ser submetido a julgamento. Diga-me… consegue explicar-me, no seu ponto de vista, o que se está a passar? Compreende que acusações lhes são feitas e porque é que os seus actos são considerados criminosos pela sociedade?
Inicialmente, Bruno abriu os olhos negros, espantados. Aos poucos, foi nascendo um sorriso nos seus lábios, até que ele desatou numa gargalhada sonora.
– Ora, doutor… porque não avançamos logo para o que interessa?
Miguel fingiu não ouvir a pergunta, mantendo um ar sério e profissional.
– Compreende o porquê de ser considerado criminoso pelo sistema jurídico?
– Você diverte-me, Miguel. Gosta de homens?
O psiquiatra lançou-lhe um sorriso arrogante e disse-lhe num tom áspero:
– Aqui, quem faz as perguntas sou eu. É você que está a ser avaliado.
Bruno cruzou as pernas e passou a mão pelo cabelo. Depois, olhou fixamente para o psiquiatra.
– Tem razão. Sou eu quem está a ser avaliado. Por enquanto.
– Então responda à minha pergunta. Compreende a sua situação perante a justiça?
– Completamente. A justiça é que não compreende o quão divertido é arrancar o pénis a um homem depois de fazer sexo com ele. Queria tê-lo guardado para recordação.
– Portanto, foi para si agradável matar o seu namorado?
O paciente riu.
– Eu não namorava com o Ivo, doutor. Eu fodia com ele. Estava e ainda estou livre. Ao contrário de si, infelizmente. Já vi que tem noiva. Portanto, tem foda regular.
Miguel franziu a testa numa expressão confusa e espantada. Além de ter aquela informação, o seu paciente usava uma linguagem que não lhe agradava.
– Como sabe que estou noivo?
– A bonita mulher que está ao seu lado nessa fotografia aí pousada à sua frente tem um anel de noivado. Se você ainda não tem aliança, quer dizer que ainda não casaram. Logo, como é óbvio, está noivo.
O psiquiatra sorriu, olhando para a imagem na sua secretária, abraçado a Joana.
– Já vi que tem olho para os detalhes.
– Detalhes são importantes quando se é homossexual.
Miguel recostou-se na cadeira, prestando atenção ao seu paciente.
– Fale-me da sua homossexualidade.
Bruno sorriu-lhe e levantou-se da cadeira, voltando a circular pela sala e a observar todos os detalhes.
– Ser homossexual é fantástico. É tão bom sentir o calor de um pénis na nossa boca. Já encheu a boca com um, doutor?
Miguel parou ao ouvi-lo. A conversa começava a despertar-lhe um certo mal-estar.
– Eu estou noivo de uma mulher. Não sou homossexual.
– Nada disso o impede de já ter experimentado o sabor de um pénis – disse Bruno, com um sorriso malicioso nos lábios.
– Por muito bom que seja esse sabor, como você diz, qual é o interesse de o sentir para depois matar o tal homem?
– Quando se sabe que aquele homem vai morrer, o pénis dele sabe melhor. Porque somos o último a prová-lo. É um privilégio.
Miguel estava a achar-se numa situação surreal. Conhecera vários malucos. Mas aquele era o pior de todos. Porém, ele pensou: “Este viado de merda pode muito bem ser a minha oportunidade”. Miguel estava certo ao acreditar que esta seria a sua forma de ganhar visibilidade, fama, prestígio, polémica. Porque ninguém resiste ao que é polémico.
– Você aparenta um comportamento um pouco psicótico em relação aos homens. Já estive a ler sobre a sua história de vida, como é óbvio. Gostaria que me falasse agora da morte dos seus pais.
– Graças a isso eu já conheço bem os psiquiatras – confessou Bruno, com os lábios a mostrar um sorriso. – O meu pai era um alcoólatra. Ele tinha muito dinheiro e a mania de controlar tudo. Até a minha mãe. Num belo dia, ele já tinha bebido demais ao jantar, na nossa casa em Veneza. A minha mãe queria proibi-lo de beber mais. Mas ele não gostava de ser controlado, preferia ter o controlo. Pegou numa enorme faca de cozinha e matou-a, a sangue frio. Eu tinha 13 anos.
– E você testemunhou esse incidente? – Perguntou o psiquiatra, chocado com a história e até com alguma compaixão por Bruno.
– Sim. Tudo isto à minha frente. – Contava Bruno. Depois, foi começando a sorrir e a relatar a história como se lhe achasse piada. – O meu pai ria-se. E eu ri-me ainda mais quando peguei na mesma faca e a fiz atravessar várias vezes o coração dele.
Miguel observava atentamente Bruno, que sorria com o olhar perdido para lá da janela.
– Como foi para si ver tudo isto e matar o seu próprio pai? O que sentiu?
Bruno virou o olhar negro para o psiquiatra.
– O meu pai foi o primeiro homem que eu matei. Foi belo. Ele era tão atraente. Já o tinha visto várias vezes nu na nossa piscina. Já o tinha visto várias vezes a foder a minha mãe, a empregada, o jardineiro. Eu gostava de o observar. Tinha um pénis belo e grande.
Miguel começava a não ficar surpreendido com Bruno. Contudo, era-lhe sempre difícil compreender o subconsciente humano.
– E… saboroso?
– Nunca o provei, doutor – disse, sorrindo – mas desde aí que prometi que não mataria nenhum homem sem antes encher a boca com o pénis dele. Sem experimentar o paladar dele.
Perante a cara de espanto e constrangimento do seu psiquiatra, Bruno olhou bem naqueles belos olhos azuis e riu, tanto quanto podia.
***
A avaliação levou várias horas. A noite já tinha caído quando terminaram. Miguel continuava no consultório. Sentado à sua frente tinha Filipe, o seu colega e amigo. O único capaz de aturar o seu humor instável.
– Então, homossexual e homicida por impulso?
Miguel acenou com a cabeça.
– Exacto. E ambos estão relacionados. Acho que para ele a homossexualidade é como uma missão. Como se a função dele fosse matar homens, desde o dia em que as circunstâncias fizeram com que matasse o próprio pai. Mas depois disso, mudou de método. Seduz os homens, tem sexo com eles e depois… – Passou dois dedos pelo pescoço, simulando uma faca a degolá-lo.
Filipe pareceu interessar-se pelo que lhe contara. Fez uma cara pensativa, avaliando tudo aquilo, enquanto girava uma caneta na sua mão, como se isso o ajudasse a meditar. Entretanto, alguém bateu à porta.
Miguel autorizou que entrassem. Quando a porta se abriu, viu Bruno regressar com aquele olhar negro e tresloucado.
– Senhor Bruno?
– Perdi uma caneta aqui. Vim procurá-la.
Filipe levantou-se e olhou-o.
– Não será esta, porventura?
Bruno sorriu-lhe confirmando que aquela era a sua caneta. Filipe aproximou-se dele para lhe entregar a caneta.
Miguel apresentou-os:
– Filipe, psiquiatra e meu amigo, este é o meu paciente de que te falei, Bruno Giudicelli.
O rosto de Filipe mudou nesse preciso momento, revelando algum tipo de interesse. Ele entregou-lhe a caneta em mãos, lançando um breve sorriso. Bruno agradeceu-lhe.
– Peço desculpa por ter interrompido. Mas é uma caneta importante. – Ele guardou a caneta do tipo clássico, com marcas douradas sobre azul, no bolso da camisa e sorriu-lhes. – Bem, eu até iria embora, mas… queria pedir-vos se me falassem de alguém que me leve a casa. Não trouxe dinheiro para táxi. E apesar de rico, não tenho motorista. Pode levar-me, Miguel?
Miguel e Filipe olharam-se, como se partilhassem um pensamento comum. Se a teoria de Miguel fosse correcta, ele estava a tentar lançar a teia de sedução típica. Seduzir e matar.
Para surpresa do psiquiatra e de Bruno, foi Filipe quem falou.
– Eu posso levá-lo.
***
Bruno olhou para o condutor do carro. Filipe era atraente, magro, com uma voz bonita. Os seus olhos castanhos olhavam a estrada por detrás da cortina dos seus cabelos dourados.
– É aqui.
O carro avançou por uma descida que os levou mesmo ao enorme jardim, nas traseiras da casa, de onde se via a piscina, com a água azul a cintilar ao luar.
Bruno saiu, agradecendo a Filipe com um beijo na face. Ele ficou vermelho, constrangido e apanhado de surpresa.
Filipe arrancou o carro e voltou a subir a passagem inclinada, lentamente. Estava pouco atento. Este momento deixara-o confuso. Ninguém sabia que era gay. Será que Bruno o tinha percebido?
Ele olhou pelo espelho retrovisor, procurando por Bruno. Encontrou-o a despir-se ao pé da piscina. Filipe continuou a subir, lentamente, para ter tempo de ver cada detalhe do corpo de Bruno. Já despido, ele mergulhou nas águas, desaparecendo da sua vista.
A meio do caminho de regresso, Filipe, não aguentando a erecção, parou o carro na berma da estrada, soltou o seu pénis erecto e quente, e masturbou-se, pensando naquela personalidade irreverente, dentro daquele corpo tão atraente.
Capítulo III
Perigo em liberdade
A sala do tribunal caiu em silêncio quando se anunciou que iria falar o Dr. Miguel Serrano. O juiz olhou para ele e dirigiu-lhe a palavra.
– Dr. Miguel Serrano, psiquiatra, encarregado da avaliação psiquiátrica do arguido Bruno Giudicelli, diga-me: considera o arguido imputável pelos seus actos?
Miguel aclareou a voz, ao mesmo tempo que, com os seus olhos azuis, encarou o olhar negro de Bruno, mais ao longe na sala do tribunal.
– Sim. Pelo que me foi dado a perceber, o arguido tem plena consciência da gravidade dos seus actos. Não há dúvida que ele sofre de uma doença psíquica responsável pelos seus impulsos homicidas. Mas essa doença não o impede de ser julgado, uma vez que não o impede de ter a perfeita noção de estar a cometer um acto ilegal e imoral.
– Considera o arguido um risco para a sociedade, enquanto estiver em liberdade?
– Sim, meritíssimo. O arguido apresenta um comportamento sociopata perante os homens, como se todos tivessem de sofrer. Ele transfere o seu sofrimento para todos os outros homens. Além disso, o arguido em causa matou o próprio pai à facada. E não mostra arrependimento. Por tudo isto, considero-o, em liberdade, um perigo para a sociedade. E um perigo para ele mesmo.
Miguel olhava fixamente Bruno, como se falasse directamente para ele. O juiz conferenciava com o júri, enquanto Bruno lançava um leve sorriso ao psiquiatra.
– Dr. Serrano, acho que nem o sofrimento e morte de outras pessoas pode fazer com que o arguido ponha um fim a este comportamento?
Ao ouvir isto, Miguel desviou o olhar de Bruno, preparando a resposta, que deu encarando o juiz.
– Não. Para parar este tipo de comportamento homicida obsessivo, apenas… Eu penso que o único limite para ele seria a sua própria morte.
Todo o tribunal desabou de espanto, quando Bruno, depois de ouvir esta declaração, desatou a rir descontroladamente.
***
Quando chegaram a casa, Miguel e Joana envolveram-se num beijo romântico. Eles eram invejados no seu seio de amigos por serem o casal perfeito. Ambos atraentes, Miguel com os seus olhos azuis e o seu carisma, Joana com o seu corpo perfeito. Ambos bem-sucedidos, Miguel a concorrer para leccionar na faculdade, Joana com enormes lucros com a venda dos seus romances.
– Gostei muito de te ver a depor hoje. Vais arrumar com aquele chanfrado. Com o teu depoimento, ele vai dentro – disse Joana com um sorriso orgulhoso.
– Eu estava a pensar por algo mais dentro hoje – confessou Miguel, sorrindo com uma malícia perversa.
Começaram um novo beijo que foi ficando cada vez mais selvagem. Miguel agarrou-a pela cintura e sentou-a na mesa da cozinha, ao lado de uma garrafa de champanhe gelada e ainda por abrir. Apertavam-se com mais e mais intensidade, até que ouviram o toque dum telemóvel.
Sendo obrigado a interromper aquele momento, Miguel atendeu a chamada.
Era Álvaro. Engraçada era coincidência de o inspector que investigava aquele crime violento ser precisamente o ex-namorado de Joana. Miguel achava cómicos estes caprichos do destino.
– Álvaro, diz.
Miguel fez um sinal com a cara a Joana, indicando-lhe quem era.
– Tenho novidades… do tribunal – a voz do outro lado soou-lhe preocupada, aflita.
– Diz. Já o julgaram?
– Sim, o juiz já tomou a decisão.
O olhar que Miguel lançou a Joana foi grave. Depois, sorriu. Se Bruno fosse condenado seria uma vitória para a sua carreira como psiquiatra. E mais um ponto a seu favor perante a universidade.
– Conta, Álvaro.
– O juiz libertou-o.
Quando o sorriso no seu rosto desapareceu, Joana olhou para ele com cara de preocupada.
– Como?
– Eles fizeram análises à vítima e ao tipo. Eles tinham bebido demais. A quantidade de álcool no corpo do tal Bruno foi considerada muito elevada. Determinaram que estava em estado de embriaguez completa.
– E daí? – Perguntou Miguel, sem querer acreditar no que ouvia.
– Em estado de embriaguez completa, sofre-se de uma grande confusão mental. E considera-se que perdemos a consciência moral e a vontade livre. Não se pode condenar alguém que age nesse estado.
– Então e a morte dos pais? Ele é doente!
– Sim, tens razão. O tribunal determinou que ele terá de ser submetido a um período de terapia psiquiátrica. Para evitar que isto se repita.
– E é assim? Libertam-no e mandam-no para o psiquiatra? Ele matou uma pessoa. Sabes que mais? – Miguel fez uma pausa, tomando consciência que tinha razão. – Ele vai voltar a fazê-lo.
***
A rolha saltou, voando pelo ar e deixando um estrondo a pairar. Ouviu-se o gás borbulhar dos copos de cristal onde Bruno servia o champanhe.
Depois de encher os dois copos, entregou um deles ao Dr. Guimarães. O seu advogado merecia-o pelo seu desempenho.
– E agora, Bruno? O que vai fazer?
O cristal tiniu quando eles brindaram.
– Obviamente, vou fazer a psicanálise. Foi assim que o tribunal decidiu, não foi?
O estranho brilho nos olhos de Bruno encarou o champanhe antes de ele o beber. Sentiu o gás acariciar-lhe a língua, o sabor do álcool a aquecer-lhe a garganta.
O advogado levou também o copo à boca, observando o seu cliente com preocupação.
– Eu conheço-o. Você não se vai deixar submeter à vontade do tribunal. Não vai deixar que as coisas fiquem assim.
Bruno sorriu-lhe.
– Achei o meu psiquiatra um homem tão atraente. Aqueles olhos azuis… aqueles ombros largos…
– Ora, Bruno, estamos a falar de psicanálise. Como é óbvio, não vão deixar que a faça com o mesmo psiquiatra que o avaliou e que disse aquelas coisas em tribunal, à sua frente e à frente de muitas outras pessoas. Não é permitido. É contra a lei.
O rapaz foi à janela, olhando o céu enublado daquela noite, onde não se conseguia enxergar nenhuma estrela, nenhum ponto de luz na escuridão.
– Vem aí mau tempo…
O advogado suspirou, exasperado.
– Diga logo, Bruno. O que quer desta vez?
Bruno virou-se para ele e sorriu com malícia.
– O meu dinheiro é suficiente para comprar a lei?Deixem comentários, sugestões, etc...
:]
Nos próximos capítulos:
"No máximo do seu delírio, Filipe gritou. Estava certo que nunca gritara assim em toda a sua vida. Também estava certo que dificilmente voltaria a gritar daquela maneira.
De repente, o prazer virou dor. Bruno apertara os dentes sobre o seu pénis. Filipe abriu os seus olhos, com a cabeça caída para trás, berrando de dor."
VOTEM NO FINAL DO CONTO EM:
/>
GossipBoy