ElisabethMagda, amiga de Elisabeth
Sábado, 7 de junho de 2003
Cláudio não deu os conselhos que imaginava que deveria dar, não tinha como fazer, era por demais estranho e cruel aquela experiência de vida de uma garota que já carregava uma cruz muito pesada. Celina não tinha en-trado em detalhes, mas deixou bem claro que houve algo envolvendo a famí-lia e que, por isso mesmo, o casamento tinha naufragado.
Depois daquela última frase ficaram calados, ela estava gostando da proximidade com ele e continuou chorando baixinho até ele sair da letargia incomoda.
Olha garota... fez caricias nos cabelos loiros e sedosos Não sei o que falar...
Ela assoou o nariz na blusa da farda, também não sabia o que falar, mas sentia que tinha feito certo procurá-lo e desabafado depois de quase um ano sem se aproximar de outra pessoa senão os amigos inseparáveis Joelbert e Magda, aluna da turma 208 onde ele não ensinava.
Não fala nada... Só quero ficar aqui contigo olhou dentro dos olhos dele e viu uma espécie de paz, não tinha nada naqueles olhos que a condenasse Precisava falar com alguém, não tava mais a-güentando...
Ele queria falar mais, dizer que sentia muito que tudo aquilo tivesse acontecido maculando a vida a-inda sem experiência, mas não tinha certeza de nada, apenas que nascia ali uma cumplicidade verda-deira que poderia, e deveria, florescer para uma amizade sem arreios e nem receios.
Sabe Beth... segurou o queixo dela e a fez virar-se para ele Você é uma garota corajosa... Um tanto maluquinha, mas muito corajosa...
Ela riu por entre a cortina de lágrimas que teimavam sair dos olhos.
A gente forma um grupo de maluquinhos... enxugou os olhos - Mamãe, você e eu...
Cláudio soube naquele momento que Celina tinha falado dos dois, quis dizer alguma coisa, mas ela colocou a mão em sua boca.
Mamãe falou que vocês ficaram na sexta-feira... um novo semblante tomou conta do rosto que não devia jamais ser triste Também quero conhecer tua casinha...
Ele riu e puxou o corpo da garota para um abraço carregado de carinho, Beth ainda sentiu o corpo estremecer pelo soluço involuntário.
Claro que você vai conhecer minha casinha beijou aos cabelos perfumados E... Não é só uma casinha, é a nossa casinha, viu?
Elisabeth se espremeu a ele e ficaram colados e calados por muito tempo antes dela se afastar.
To com fome... Vamos lanchar? não era mais a garota que falara da vida e que chorara em seu ombro, era outra, aquela que ele tinha conhecido e que tivera medo.
Se levantaram e andaram, de mãos dadas, até a carrocinha de lanches na ponta da praça. Pediram refrigerante e cachorro-quente.
Tem outra coisa que queria te dizer... se afastaram e voltaram a sentar em outro banco Tu és um panaca cara...
Cláudio franziu o cenho.
Tem gente de montão dando em cima de ti lá no colégio... olhou para ele e deu vontade de rir da cara que ele fez Vê se te esperta cara...
Continuaram conversando bobeiras até ele perguntar como é que ela ia pra casa.
Vou encontrar mamãe no Tropical... Vamos?
Foram, dessa vez de ônibus, conversando animados como se fossem dois colegas da mesma idade e não com vinte e três anos de diferença.
A semana transcorreu com a mesma aperreação de sempre, Cláudio corria pulando de ônibus em ônibus para dar conta das aulas na Santa Mônica e no Dom Carlo além de mais dois outros colégios que lhe permitia levar uma vida sem muitos atropelos financeiros, mas que lhe preenchi-am todo o tempo.
O namoro com Celina ia de vento em popa, sempre que sobrava um tempinho estavam juntos. Elisabeth, depois daquela segunda-feira, pareceu ter tirado um peso que lhe achatava e voltou ser a garota brincalhona de antes da separação dos pais para deleite de todos.
A Beth está mudada... Celina segurou a mão de Cláudio, estavam almoçando no Ó Xente quinta-feira Tu viu?
Ele vira, claro que vira.
E em casa, como está? perguntou.
Uma maravilha... Tu sabes se aconteceu alguma coisa para essa mudança repentina? Celina não sabia da conversa que tiveram Parece até outra... Foi... olhou pensativa pra ele Foi depois... Segunda-feira... É isso mesmo... Foi depois que encontrei vocês dois no Tropical... Aconteceu alguma coisa que eu não sei?
Mas Cláudio não queria que ela soubesse por ele, não iria dizer que a garota tinha lhe contado tudo o que tinha se passado entre elas e o ex-marido.
Pergunta pra ela... olhou nos olhos dela.
Celina já desconfiava que havia um algo a mais que ligava o namorado com a filha, Beth falava do professor com uma admiração imensa, os olhos brilhavam quando o assunto era Cláudio.
Tua filha é uma garota maravilhosa, amor... pegou a mão dela e deu um beijo Tava precisando só de um empurrãozinho para que descobrisse isso...
Cada dia que passava Celina ficava mais maravilhada ainda com o jeito de Cláudio viver a vida, pa-recia que Deus lhe tinha dado o dom de desvencilhar nós com uma simplicidade de dar gosto de ver e a maneira como ele tratava os alunos, colegas, pais e ela própria era um lenitivo que fazia esquecer qualquer atropelo que houvesse na vida de quem tivesse a felicidade de se achegar a ele.
Tu não existe amor... suspirou fundo Porque não te conheci há vinte e cinco anos? riram.
Porque Ele queria que fosse agora... Tinhas que vir com Beth...
Riram juntos e saíram andando pelo shopping para fazer hora antes de correrem para seus respecti-vos trabalhos. Ele no Ângelo Paes e ela no Maristas.
Como é? ele desceu do carro de Celina que tinha lhe levado para a escola Vamos para a casi-nha no final de semana?
Combinaram que passariam o final de semana na casa dele.
Sexta-feira depois das aulas ia saindo do Dom Carlo quando Beth correu e se jogou em suas costas, ele abraçou a aluna rindo.
A mãe falou que a gente vai pra tua casa passou o braço no braço dele Posso levar uma ami-ga?
Claro loira... A casa é tua!
Falou que ia levar uma garota que era doidinha por ele.
Olha lá o que você vai me aprontar Beth! pararam no posto de táxi Não quero confusão viu?
Preocupa não Cláudio... Não quero perder meu novo pai...
Cláudio olhou para ela estranhando ser chamado de pai, mas até que gostou de ser considerado membro da família.
E quem é essa doida? já tinha entrado no táxi Tu vais pra onde? lembrou de perguntar.
Ela falou que ia encontrar a mãe no Denis.
Vamos... Te deixo lá!
No sábado bem cedo Cláudio pegou emprestado o carro de um amigo vizinho para fazer compras em um mercadinho na pista, queria abastecer a geladeira e dispensa para que nada faltasse no final de semana, o primeiro que passariam juntos.
Celina chegou pouco depois de ele ter retornado com as compras, ela também tinha feito mercearia para a casinha do namorado.
Elisabeth adorou a casa, corria pela área livre como se fosse uma criancinha e não a mulher de quase quinze anos.
Puta merda Cláudio!... entrou de supetão na cozinha onde ele e a mãe tentavam acomodar as compras E isso é lá casinha siô? É uma mansão... Tem até sauna mãe?
Celina sabia da sauna, mas ainda não tinha visto toda a casa. Naquela noite e no dia seguinte tinham ficado apenas na piscina e, depois, no quarto de casal.
Cláudio não perguntou sobre a colega que Beth falou que iria com eles já que não tinha ido.
Queres tomar uma sauna? perguntou passando o braço pelo ombro da garota Se quiseres vou preparar...
Mas ela disse que não, deixaria para depois pois queria também ajudar na arrumação da casa.
Onde tem vassoura? perguntou Vou dar uma varrida pra tirar essa poeira...
Realmente a casa não estava como ele queria. Normalmente vinha no sábado uma faxineira que dava ordens à bagunça da semana inteira, mas com a ida delas havia dispensado Maria naquele dia.
Cláudio abriu uma garrafa de vinho e ficaram limpando a casa e brincando até que o celular de cha-mou.Atendeu e chamou a filha dizendo que era para ela.
Elisabeth atendeu e deu um gritinho de satisfação; era a amiga avisando que estava chegando e pedia que ela lhe dissesse como chegar na casa. Deu ar coordenadas e desligou.
Era a Madá... devolveu o celular para a mãe Aquela minha amiga que falei falou baixinho no ouvido de Cláudio Convidei ela pra ficar com a gente mãe...
Celina olhou para Cláudio.
Você pediu para o Cláudio?
Falou... Beth disse que ia convidar uma amiga... olhou para Celina Não vi nada de mau nisso, fiz bem?
Celina gostava muito daquela amiga da filha que sempre passava dias em sua casa, fou que tudo estava bem e que até ia ser bom ter uma companheira da mesma idade da filha no fim de semana.
Mas ela é meio atiradinha... olhou para a filha que tinha retomado a limpeza da sala É uma boa menina, mas... riu de pensar de como ele na certa ia se espantar um pouco Ela tem uma manias... Deixa pra lá, tu vais mesmo ver!
Cláudio ficou preocupado, Elisabeth não tinha lhe falado nada sobre o que poderia acontecer. Já as tinha visto várias vezes juntas, Beth tinha lhe apresentado. Era uma garota bonita como a maioria das alunas do Dom Carlo, morena, cabelos negros e sedosos, um corpo escultural e seios pequenos como os da própria Beth. Pouco depois ouviram a sineta tocar Cláudio tinha substituído a campainha, que devido a maresia, vivia enferrujando por um pequeno sino de bronze acionado por uma linha de pesca grossa e uma argola de bronze dependurada no portal de entrada.
Foi Elisabeth quem correu para atender, sabia que seria a amiga. Celina se serviu de outro copo de vinho enquanto Cláudio aguardava apreensivo a amiga de Beth.
Tia! Magda entrou na casa, vestia uma bermuda mínima colada ao corpo, uma camiseta de meia preta e uma mochila colada à costa Perdi o horário, dormi demais...
Elisabeth abraçou Cláudio.
Lembra do professor maluquinho? riu e a garota segurou a mão estendida Tu já conheces ela, te apresentei no colégio...
As duas não esperaram muito, Beth levou a amiga para o quarto onde ficariam. Celina olha as duas andando conversando animadas e Cláudio saiu para a varanda e acendeu um cigarro.
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É bonita, não é? Celina se aproximou dele Mas... Olha... Não vai ficar grilado com as coisas da Magda, ela é uma boa menina...
Ele estava grilado com aquela preocupação da namorada e mais preocupado ainda com aquele suspense.
O que de tão diferente assim que ela faz Celina? sentou no chão e segurou a mão dela Diz logo, diz que diabos essa menina tem que você fica tão apreensiva...
Ela não precisou falar.
Tia tem sauna aqui? Magda saiu.
Cláudio olhou para ela e para Celina. Magda estava só de calcinha e segurava a parte de cima do bi-quíni. Celina riu da cara que ele fez.
Ele não está acostumado a isso Magda soltou a mão de Cláudio e passou o braço pelo ombro da morena Essa daqui é Magda...
Oi professor... um sorriso maroto emoldurava o rosto bonito, não tinha nada de apelação na-quela nudez, para ela era a coisa mais normal ficar a vontade na casa de Celina Sua casa é um espetáculo...
Pouco depois foi a vez de Beth aparecer nos mesmos trajes. Ainda bem que o muro alto em torno de todo o terreno não deixava olhos curiosos também se deliciarem da visão.
Leva ela pra conhecer a sauna... pediu para Beth.
As duas saíram correndo e pularam na piscina, Celina ficou olhando as duas aspergindo água por todos os lados. Cláudio ainda não tinha se recomposto da surpresa.
Te falei que minha família era mais maluca que o professor maluquinho... Celina sentou no colo dele Tem alguma coisa a gente ficar à vontade?
Não esperou por resposta. Tirou a camisa deixando à mostra os seios bem feitos. Cláudio não disse nada, não tinha o que dizer.
Mas não arriscou tirar a bermuda ou o calção de banho colado que não escondia a excitação em ter na casa três mulheres esculturais quase totalmente nuas.
Acendeu o fogo da churrasqueira e passaram a manhã toda brincando, bebendo e comendo.
Este relato é contado em 11 episódios e você leu o 3º
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