Ninfomania
Jacira nada mais sabia fazer além de transar. Tinha vinte e dois anos, mas desde os treze que seu passatempo favorito era fazer sexo. Como muitas meninas do interior, teve sua iniciação com um primo e, dali para diante ela, mesmo que quisesse, não conseguiria contar o número de homens que haviam penetrado e ejaculado em seu corpo. Jacira era tida como a primeira opção quando não se tinha ninguém na vista dos rapazes e homens mais velhos da cidadezinha. Cabaços, ela perdera a conta de quanto havia tirado. Em muitos momentos, os homens mais velhos do lugar levavam pessoalmente seus filhos para que Jacira lhes desse as primeiras lições. Depois da primeira tarefa, os pais, para não perderem tempo, também tiravam o atraso. Jacira não aceitava dinheiro, dizia que dinheiro quem recebe é puta eu não sou puta, deixava bem claro. Jacira se posicionava como alguém que gostava muito de sexo e que dele precisava. Mesmo assim, muitos homens que usufruíam de seu corpo, lhe faziam agrados. Jacira ganhava muitos presentes, mas de todos, o que mais gostava era estar sob ou sobre um homem. Chegou a ter experiências com garotas, mas não gostou. Seu corpo ardia e latejava mesmo era pelo sexo oposto.
Jacira deixou a vila onde morava e foi para a cidade grande a fim de estudar. Deixou tristeza nos homens da vila e alegria no semblante de cada mulher que se sentiam aliviadas. Mas, por outro lado, muitas dessas mulheres nem conseguiam se posicionar como grandes mulheres, uma vez que os homens do lugar diziam que quem transou com Jacira, não se contenta com qualquer mulher. Jaciara prometeu a todos que votaria pelo menos uma vez por mês e que teria que fazer uma nova carteira de homens dispostos a apagar-lhe o fogo na cidade. E isto aconteceu no mesmo dia em que chegou.
Viciada em internet, no mesmo dia encontrou um homem de nome Gilberto que também disse que adorava sexo. Marcaram encontro na mesma noite e Jacira foi até o apartamento do homem que dizia ser separado. Ao chegar ao apartamento de Gilberto, Jaciara se surpreendeu. Mais três garotões a aguardavam. Gilberto explicou à Jacira que tudo o que curtia era olhar e transar com homens. E a suruba começou. Mesmo Gilberto que segundo tinha confessado não era chegado em mulher, também tirou uma casquinha e trepou com ela. Jacira, pela primeira vez em todo esse tempo, sentiu seu corpo tremer de tanto sexo. Tomou água e comeu uma barra de chocolate enquanto Gilberto exigia mais esforços dos rapazes numa verdadeira orgia.
Jacira, depois de terminada sua missão naquela noite, saiu do apartamento e recusou toda e qualquer tentativa de Gilberto ou de um dos rapazes a levar para casa. Saiu para a rua e chamou um táxi. O taxista, um negro de mais de dois metros de altura, não demorou para saber dos hábitos de sua passageira e o sexo, mais uma vez aconteceu ali mesmo, dentro do carro. Jacira chegou em casa e sentia que o esperma brotava de seu corpo como uma vertente. Nunca havia transado como naquela noite. Relutou em entrar no banheiro, ela queria curtir mais um pouco o presente que haviam lhe inserido no corpo, por todos os orifícios. Jacira deitou no sofá e adormeceu. Acordou com dia já clareando e uma vontade louca de transar queimava seu corpo. Nem, os dentes escovou e foi para a internet. Encontrou um homem com o apelido de Garanhão e marcou encontro, ali mesmo em seu apartamento. Pouco tempo depois, um mascarado estava na porta de Jacira. Ela o puxou para o sofá e fez com que ele a penetrasse intensamente. Ela gozava e gritava, acordando a vizinhança do pequeno prédio. Em poucos minutos, os moradores rodeavam a porta do apartamento de Jacira. Como não havia trancado a porta, uma das moradoras mexeu na maçaneta e deixou a cena à mostra. Sobre Jacira, o famoso padre Jacson se deleitava. Nesse instante ele havia tirado o capuz que lhe cobria o rosto e gozava pela oitava vez dentro de Jacira.
Os espectadores nada disseram e os dois não paravam. Depois de duas horas, os corpos pararam de se mexer para espanto da platéia que já havia se acostumado com o vai-e-vem dos dois. Os segundos se arrastavam e viravam minutos e o povo ficou preocupado. Uma ambulância foi chamada e, para desespero de todos, um dos médicos que atendeu o caso disse que ambos estavam mortos.
Toda a vizinhança da vila de Jacira se fez presente no velório. Os homens sofriam com a perda e as mulheres só estavam lá para se certificar de que a moça não entraria novamente em suas vidas. Em se tratando do padre Jacson, era o contrário; as mulheres choravam e se descabelavam porque sabiam que seria impossível encontrar outro amante que chegasse aos pés dele. Os homens, por sua vez, davam graças a Deus porque não tinham mais aquele monstro com o qual eram sempre comparados e para quem sempre perdiam em matéria de desempenho sexual.
Com óculos escuros, Gilberto estava presente no momento do enterro. Assim que o caixão de Jacira desceu na cova, ao lado do túmulo do padre Jacson, Gilberto murmurou para um dos seus rapazes. Hoje perdi duas jóias na minha vida. Padre Jacson que me iniciou no mundo homossexual e Jacira, que em um dia, me fez perceber que transar com mulher também pode ser maravilhoso. Eles se foram, mas deixaram a lição de que viver os dois lados da vida, vale muito a pena. A multidão se retirou e, ao lado de Gilberto e de seu rapaz, uma noviça que não se sabe de onde surgiu, com não mais que vinte anos perguntou se podia lhes acompanhar. Os três atrasaram o passo e animadamente começaram a falar da vida.
Jossan Karsten
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