REGINA, NOVOS TEMPOS
As meninas ficaram banhando até quase meia noite quando Cláudia as enxotou para a cama.
Terça-feira, 17 de dezembro de 2002 21h50m
Ta na hora de caminha garotas Cláudia olhou para o relógio da sala Assim vocês vão terminar adoecendo.
Não queriam sair, era lógico, mas eu também falei que era tarde e que amanhã teria mais.
Pôxa pai!... Regina saiu a contra gosto Tu ta parecendo a mamãe... Só quer fazer o que tu pensa...
Mas não arredei o pé, Samantha nem tentou argumentar por saber que eu não voltaria atrás e recebeu a toalha que a mãe lhe entregou.
Ta na hora mesmo Regininha falou pra prima Assim a gente pode mesmo pegar um resfriado e melar as férias...
Regina se deu por vencida e também recebeu a toalha que Cláudia lhe estendeu.
Mas não to com sono pai... olhou para mim ainda tentando querer que eu as deixasse na piscina E ta gostosinho...
Não filha... Já é hora de sair e... Se não está com sono vamos conversar... olhei para Samantha que tinha tirado a calcinha e se enxugava Vai tirar essa roupa molhada.
Ainda ficou me olhando antes de começar a secar os cabelos e não percebeu que a prima se aproximava, na verdade ninguém esperava que Samantha fizesse aquilo.
Regina deu um gritinho de susto quando sentiu que Samantha tinha puxado os laços do biquíni e que estava nua em minha frente.
Depois daquela brincadeira de Samantha as duas correram para o quarto.
Tu não devia ter feito aquilo Samantha...
Regina ainda sentia o corpo tremer só de pensar na vergonha de se ver nua na frente do pai e da tia.
Regina olhou para mim, a boca aberta de espanto e os olhos arregalados sentindo o corpo arrepiado pelo susto e vergonha, mas não teve pressa em se cobrir com a toalha. Apenas ficou me olhando incrédula enquanto a prima sorria do constrangimento que infligira a ela.
Deixa de besteira menina Samantha vestiu uma camisolinha de seda, mas não a bermudinha O pai não liga pressas coisas não, viu?
Mas Regina estava morta de vergonha, não trocava roupas na frente de adultos desde que se lembrava como gente.
Tu sabes que eu não gosto disso...
Samantha sentou na beirada da cama e começou a se besuntar de creme hidratante no ritual remanescente dos tempos de São Luís e Regina, sentada na poltrona ainda nua, escovava os cabelos.
Isso é frescura Regina... Olha tu agora! parou e olhou para a prima Tu ta nua na minha frente...
Aquilo também era novidade para ela e nem tinha se dado conta desse detalhe.
Mas é diferente... cobriu o colo com a toalha úmida, Samanta balançou a cabeça A gente é quase da mesma idade...
Samantha resolveu parar de tentar forçar a barra, mas sabia que aos poucos a prima ia se acostumando com as coisas da casa.
Eu nunca fiquei nua nem na frente da mamãe... Regina olhou para a prima Não sei como tu tens coragem de ficar assim...
Samantha não respondeu, continuou besuntando o corpo com o creme de amêndoas que exalava um perfume adocicado impregnando o ar do quarto.
Não falei nada e nem reclamei com Sam sobre o que tinha feito, sabia que ela estava doidinha para que Regina aderisse o seu modo de agir e de se vestir, ou não se vestir, em casa. Cláudia ainda tentou argumentar com a filha, mas fiz gestos para que parasse.
Bem cedo saímos, eu e Cláudia, para a vila fazer feira do sábado, as meninas ficaram dormindo.
Sábado, 21 de dezembro de 2002 10h10m.
Acho que temos que voltar a conversar com Sam... Cláudia cruzou as pernas no banco do carro Ela não pode querer que Regina seja de seu jeito...
Olhei para minha irmã e sorri.
Deixa as duas amor, elas se entendem...
Isso não é certo Claudinho... A Regina tem seu modo de viver e não é certo fazer ela passar vexame assim.
Lembrei do rosto espantado que minha filha fez e do corpinho emoldurado em curvas sinuosas, a barriguinha lisa, a vagina cuidadosamente depilada deixando uma pequena risca de pelos pubianos como fosse o prenuncio de uma obra de arte.
Ela não fez por maldade, apenas quis brincar com a prima... Tu sabes que Sam tem essas tiradas de rompante...
Tu passas muito a mão na cabeça dela Cláudio se ajeitou e vi o fundilho da calcinha minúscula entrando na beirada da xoxota O que tua filha vai pensar?
Quando voltamos as duas ainda dormiam
Vai chamar elas amor Cláudia entrou direto para a cozinha arrumar as compras na geladeira e preparar o café das duas Já são quase dez horas.
Ainda pensei em dizer que estavam de férias, mas Cláudia já estava às voltas com as arrumações.
A porta do quarto fechada só no trinco por causa do calor normalmente em dias frescos não costumamos fechar a porta e o aparelho de ar condicionado ligado enchendo o ambiente com um friozinho gostoso. As cortinas cerradas não deixava a claridade do dia entrar e espiei para dentro, as duas deitadas de bruços e Regina encoberta pelo lençol de setim róseo, Samantha descoberta e vi a bundinha roliça, sorri e entrei voltando a fechar a porta.
Sam... Sam... sacudi seu corpo, ela tem um sono pesado Vamos lá moleca, já é quase dez horas...
Abri as cortinas, raios de sol invadiram o quarto fazendo clarear a penumbra preguiçosa.
Vamos lá garotas! desliguei o ar condicionado e abri a janela Ta na hora das gatinhas acordarem...
Quem primeiro abriu os olhos foi Regina.
Bom dia gatinha, dormiu bem? sentei na beirada da cama e beijei seus cabvelos perfumados Ta na hora de sair do ninho...
Oi paizinho... sorriu Que horas é essa?
Falei ser quase dez horas.
Ei gatão? olhei para a cama ao lado, Samantha também sorria espreguiçando Cadê a mamãe?
Ta arrumando as coisas na cozinha levantei Vamos lá molecas que o dia ta uma belezura lá fora.
Depois de tomarem café fomos para a varanda, Sebastiana a diarista das quinta e sábado chegou também atrasada pedindo desculpas.
Era quase onze e meia quando Cláudia falou que ia dar um pulinho na cidade pra pegar umas coisas que tinha encomendado, Samantha também foi com ela.
Não vai cair nas piscina Regina?
Entrei no quarto, ela estava deitada lendo uma revista de fofocas.
Piscina agora não... deixou a revista de lado e se virou para mim Mas topava uns mergulhos na praia.
Acertamos ir ao mar e já ia saindo para que ela se trocasse quando me chamou.
Fica aqui pai... sentou e cruzou as pernas, vestia apenas uma calcinha minúscula Tava mesmo conversar um pouco contigo.
Parei e fiquei olhando para ela, imaginei que queria falar sobre o episódio da noite anterior.
Se é sobre aquilo de ontem...
Não é isso não pai...
Esperei que falasse, mas ela continuou calada olhando pros pés. Fechei a porta no trinco e sentei na cama ainda desalinhada de Samantha
Fala filha... sabia que ela queria dizer ou pedir alguma coisa.
Mas ela continuou calada por quase cinco minutos.
Porque tua e a mamãe se separaram?
Olhei para ela, não ia dizer de tudo o que nos tinha acontecido, das brigas constantes e das exigências de Sandra.
Não deu filha... Foi bom enquanto durou...
A mamãe parece que te odeia pai... olhou direto para meu rosto como se querendo captar alguma coisa que eu não tinha falado Ela... Ela fala coisas de ti e do tempo que eram casados... Ela não queria que eu viesse... Mas eu tinha de ficar contigo, queria te conhecer...
Sei bem das coisas de Sandra... respirei imaginando das cobras e lagartos que devia falar de mim- Mas ela é uma boa pessoa... Só que somos muito diferentes, gostamos de coisas diferentes e... E não soubemos dosar muito direito os nossos momentos e as nossas vontades...
Ficamos alguns minutos calados, era um assunto por demais complicado para querer dizer ou explicar em pouco tempo.
Ela sabe da tia contigo... voltou a me encarar.
Claro que sabe... Nunca escondi dela e de ninguém que amo Cláudia muito mais que se ama uma irmã...
Conversamos quase uma hora, Regina me encheu de perguntas e tentei ser o mais fiel com as verdades, mas procurei não criar polemicas sobre sua mãe. Para mim Sandra era uma coisa não boa do passado, mas não tinha raiva ou o ódio falado por Regina, nem desprezo, apenas era a mãe de minha filha e pronto.