Capítulo 17:
É engraçado como, depois de algo tão intenso como o que Alice e eu acabamos de viver, tudo ao redor parece desvanecer. O som da chuva lá fora, o murmúrio distante da noite, tudo fica em segundo plano. É só ela e eu, nossos corpos ainda suados, nossos corações batendo em um ritmo lento, como se estivessem tentando se ajustar ao que acabou de acontecer.
Eu podia sentir o corpo de Alice repousando sobre o meu, sua respiração pesada e quente contra meu peito. Se você já esteve nessa posição — e se não esteve, prepare-se — sabe como é ter uma mulher como ela aninhada ali, tão próxima, tão... satisfeita. Suas costas, macias e ainda quentes, estavam sob minhas mãos, que eu acariciava devagar, quase sem perceber. A verdade é que eu não queria que aquele momento acabasse.
— Então, Miguel, você gostou da sua primeira vez? — ela perguntou, levantando a cabeça e me encarando com aqueles olhos brilhantes.
Sério, você já viu alguém te olhar com pura satisfação? Aquele tipo de sorriso que diz “Eu sei exatamente o que estou fazendo”. Pois é, esse era o sorriso de Alice. E, sinceramente, quem sou eu para negar?
— Adorei, Alice. Foi... incrível. — respondi, ainda tentando encontrar as palavras enquanto o sorriso crescia no meu rosto. A euforia ainda corria pelas minhas veias, como se meu corpo estivesse tentando entender como uma simples palavra podia ser tão insuficiente para descrever o que eu estava sentindo.
Ela sorriu, e mordeu o lábio inferior. Agora, se você acha que isso é clichê, deixe-me te dizer uma coisa: ver Alice fazer isso depois de tudo que aconteceu? Não era clichê, era uma provocação direta ao meu controle.
— Que bom que você gostou. — O tom dela tinha um misto de provocação e malícia, como se soubesse que eu estava completamente sob seu feitiço. Mas o que veio depois me pegou de surpresa. — Mas saiba que isso foi só a primeira parte.
Ah, claro, porque nada com Alice é simples, certo? Primeira parte? O que mais ela poderia estar planejando? Honestamente, depois do que acabamos de fazer, eu não sabia se meu corpo aguentaria outra rodada, mas o sorriso dela deixava claro que ela tinha algo na manga.
— Primeira parte? — Eu arqueei uma sobrancelha, realmente curioso. O que ela queria dizer com isso?
Ela riu, baixinho, um som suave e sensual que fez meu corpo inteiro se arrepiar. Era o tipo de riso que carrega promessas, segredos. E de repente, eu estava perdido de novo.
— Você vai ter que esperar para descobrir. — Alice disse, pegando minha mão com delicadeza e começando a me puxar. — Vem, tenho algo para te mostrar no quarto.
Bom, você já deve imaginar o que passou pela minha cabeça nesse momento, certo? O que mais ela poderia me mostrar? O que mais poderia acontecer? E por que a minha mente, naquele exato instante, me fez lembrar do jeito que Alessandra olhava para mim mais cedo? Tinha algo no ar, algo indefinido, mas palpável. E o que quer que fosse, estava mexendo comigo.
Subimos as escadas, e a cada passo minha curiosidade só aumentava. E é claro que a excitação vinha junto. Quer dizer, como não? Você já esteve com alguém que te deixa sempre com aquela sensação de que algo mais incrível está por vir? Pois é, bem-vindo ao meu mundo.
Chegamos ao quarto, e Alice parou na porta, virando-se para mim. Ela me encarou com uma intensidade que quase me fez perder o fôlego. Não estou exagerando, foi como se o ar no quarto tivesse mudado de densidade, e de repente, eu só conseguia me focar nela, em cada detalhe daquele momento.
— Miguel, eu quero que você saiba que ainda temos muitas surpresas pela frente. — A voz dela era suave, mas havia algo a mais ali, uma promessa, um mistério. E, caramba, como isso mexia comigo.
Eu engoli em seco. Meu coração batia tão rápido que eu mal conseguia pensar. O que ela tinha planejado? O que essas “surpresas” significavam? E por que, de repente, os olhares que Alessandra me lançava durante o dia voltavam com tanta força à minha mente? Eu estava prestes a descobrir algo? Alice sabia de algo que eu não sabia?
— E algumas delas vão te deixar de queixo caído. — Ela continuou, um sorriso provocante nos lábios.
Bem, eu não precisava de mais estímulos para estar à beira da loucura. A antecipação, o desejo, tudo isso estava me consumindo de um jeito que eu nunca havia experimentado antes. E foi assim que Alice me puxou para dentro do quarto, fechando a porta atrás de nós.
— Agora, vamos ver o que mais podemos descobrir juntos. — Ela sussurrou, com os lábios tão próximos dos meus que eu podia sentir o calor da respiração dela. E, bom, você sabe o que isso faz com alguém.
Eu sorri de volta, porque, naquele momento, a única coisa que passava pela minha cabeça era que isso era apenas o começo. Se o que tínhamos acabado de experimentar foi a “primeira parte”, então eu estava prestes a viver algo que, provavelmente, mudaria tudo.
Nós nos envolvemos em mais um beijo, os corpos ainda aquecidos, prontos para mais. E no fundo, eu sabia. As próximas horas, os próximos dias... seriam uma mistura de prazer, descoberta, e, claro, surpresas que, de algum modo, eu sabia que iam muito além do que eu estava imaginando.
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