Incêndio do destino

Um conto erótico de Gabriel
Categoria: Gay
Contém 807 palavras
Data: 21/02/2025 01:20:01
Assuntos: Gay, Drama, Romance, Amor

A noite de março de 1990 trazia consigo um calor abafado que se misturava à eletricidade da cidade grande. São Paulo nunca dormia, e, naquela noite, parecia ainda mais viva. O Brasil ainda se adaptava à redemocratização, enquanto a inflação crescia descontrolada. No centro, camelôs gritavam ofertas, carros velhos ronronavam entre buzinas insistentes, e bares lotados entoavam canções de Legião Urbana e Titãs. Jovens universitários, entorpecidos pelo álcool e pela esperança de um futuro melhor, lotavam as festas clandestinas espalhadas pelos bairros boêmios da cidade.

Uma dessas festas acontecia no Bixiga, em um casarão antigo de janelas amplas e paredes descascadas. O lugar fervilhava com a presença de estudantes de todas as faculdades da USP, conversando, bebendo e dançando. O cheiro de cigarro e cerveja misturava-se ao ar quente. A trilha sonora oscilava entre rock nacional e os primeiros acordes da dance music que ecoava nas caixas de som improvisadas. A pista de dança, que na verdade era a sala de estar da casa, estava abarrotada de corpos suados e vibrantes.

Foi nesse cenário caótico que Roberto Menezes e Daniel Vasconcellos se encontraram.

### **Destino em chamas**

Roberto estava no terraço, distante da multidão, encostado na mureta de concreto. Observava a cidade iluminada e fumava um cigarro de maneira contemplativa. Estudante de arquitetura na FAU-USP, era um rapaz de expressão séria, olhar perspicaz e um charme natural que atraía olhares sem que ele precisasse se esforçar. Mas sua mente estava longe dali. Pensava nos projetos que precisava concluir, na pressão de se tornar um dos melhores, na sensação incômoda de que algo lhe escapava.

— Você não parece daqui.

A voz veio da sua esquerda, tirando-o do transe. Ele virou o rosto e encontrou um jovem de olhos castanhos vivos e um sorriso provocativo.

Daniel era calouro de medicina, cheio de energia e ambição. Sua paixão era salvar vidas, e seu espírito livre contrastava com a rigidez da academia. Ele segurava uma garrafa de cerveja na mão, a camisa de algodão um pouco amarrotada pela calorenta euforia da noite.

— E por que não pareceria? — questionou Roberto, erguendo uma sobrancelha.

— Porque tem um ar de quem já conhece todas as respostas — Daniel respondeu, encostando-se na mureta ao lado dele.

Roberto soltou um riso curto, levando o cigarro aos lábios.

— E se eu estiver apenas fingindo?

Daniel inclinou a cabeça levemente, os olhos cravados nos dele.

— Então talvez seja a mentira mais bonita que já vi.

O ar pareceu pesar entre eles, carregado de algo que não precisava ser nomeado. A música, a festa, as vozes ao redor se dissiparam.

A conversa deslizou com naturalidade, como se fossem velhos amigos. Falaram sobre os desafios do Brasil, sobre a instabilidade econômica, sobre sonhos. Daniel falou sobre seu desejo de ser médico, de mudar o mundo um paciente por vez.

— Meu pai teve um infarto e só sobreviveu porque um médico do Hospital das Clínicas o salvou. Quero ser como ele. Quero fazer a diferença.

— Admirável — Roberto murmurou, apagando o cigarro contra a mureta.

— E você? O que te move? — Daniel perguntou, inclinando-se para mais perto.

Roberto hesitou um segundo antes de responder.

— Criar algo que fique. Prédios, espaços, lugares que contem histórias. A arquitetura transforma o mundo. Um tijolo de cada vez.

Daniel sorriu, fascinado. Roberto tinha uma intensidade silenciosa que o intrigava. Havia algo nele que Daniel queria decifrar.

Um grupo interrompeu o momento, chamando Daniel para dançar. Ele hesitou, depois pegou a mão de Roberto.

— Vamos.

— Eu não danço — Roberto protestou.

— Claro que dança. Ou ao menos pode fingir. — O sorriso de Daniel era um desafio.

A pista de dança estava lotada. O som alto reverberava contra as paredes, os corpos movendo-se em um ritmo sensual e desordenado. Daniel não soltou a mão de Roberto, puxando-o para o meio da multidão. Quando pararam, estavam tão próximos que conseguiam sentir a respiração um do outro.

— Viu? Nem doeu — Daniel brincou, o sorriso ainda nos lábios.

Roberto não respondeu. Apenas observou Daniel, sua intensidade crescendo.

Foi Daniel quem encurtou a distância entre eles. Primeiro, um toque sutil no ombro, depois as mãos que se encontraram com firmeza. Havia algo ali que não podia mais ser ignorado.

— Posso te beijar? — Daniel perguntou, a voz quase inaudível no meio da música.

Roberto poderia ter dito não. Poderia ter inventado uma desculpa, virado as costas e fingido que aquilo não o atravessava por dentro. Mas ele não queria fugir. Ele queria sentir.

— Pode.

O beijo veio intenso, como um incêndio que consome tudo ao redor. Era urgente, denso, como se ambos soubessem que algo grandioso estava para começar. O calor da noite não vinha apenas do clima. Quando se separaram, ofegantes, os olhos de Daniel brilhavam de um jeito que Roberto jamais esqueceria.

Naquela noite, entre olhares, conversas e toques, eles se perderam um no outro. E, mesmo sem saber, nunca mais seriam os mesmos.


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Comentários

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Excelente texto, excitante conteúdo, com naturalidade espontânea. Parabéns! Vale muito a pena continuar relatando!

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