No passado…
Gritos de desespero de Michele misturados à voz assustadora de Josué atraíram todos os empregados da mansão para a espaçosa sala de estar. Havia mais de uma dezena de homens e mulheres assistindo ao padrão puxar a filha pelos cabelos. A festa com os amigos da escola teria sido denunciada ao pai, que ficou furioso com o comportamento da filha. Um daqueles empregados contou tudo.
— Eu não tenho filha vagabunda! — gritava Josué.
A festa em si, escondida dos pais, renderia uma bronca daquelas que fariam Michele chorar só de ouvir. A história que chegou ao pai era pior. Disseram que ela entrou no banheiro do próprio quarto, com uma garota e um garoto. O rapaz em questão, cheio de tatuagens, não poderia ser o namorado.
Além do pai, os irmãos gritavam com ela. Acusavam-na de envergonhar a família, se comportando como uma vagabunda. Aos prantos, Michele não conseguia se defender, apenas pedia desculpas. Josué lhe prometeu uma lição que nunca esqueceria, e assim o fez. Tirou o cinto da calça e jogou a filha sobre o sofá. Michele esperneou, lutou, mas o velho fazendeiro ainda era um homem forte, que dominou a filha e lhe abaixou o short. Debruçada sobre o sofá, Michele gritou mais alto pedindo ajuda, enquanto tentava cobrir a parte nua do seu corpo com as mãos. Foi em vão. Josué conseguiu segurar ambos os pulsos nas costas com uma mão e brandir o cinto com a outra. A tira grossa de couro estalou no corpo sensível de Michele várias vezes. Nelas todas, os irmãos zombavam dela. Os empregados assistiam horrorizados e alguns deles se arrependeram de a terem entregado. A mãe tremia de horror a cada golpe. Todos assistiram Michele se contorcer e gritar a cada estalo. Despida, humilhada e torturada, Michele continuou ali, jogada no sofá após o castigo. Assim que o pai saiu, a mãe e algumas empregadas foram ao seu socorro. Além do terror imposto à filha, a mãe e os empregados tiveram sua própria dose de medo. Nada deveria ser dito sobre aquele acontecido para ninguém.
Quinze anos depois…
Michele conheceu Rodolfo antes de namorar Renato, pois ambos já eram parceiros. O rapaz e seu amigo eram os reis da escola. Se divertiam tripudiando dos garotos mais fracos e ficavam com quaisquer garotas que eles quisessem. As tatuagens e os músculos já bem desenvolvidos promoviam em Rodolfo um fator de ainda mais atração pelas garotas. A companhia do garoto mais rico da cidade o fazia ter presença certa nas principais festas, onde beijava várias garotas por noite. Michele, como qualquer outra, sentia atração por ele, mas mantinha distância, pois a família preconceituosa não admitiria a relação com o filho de um mecânico.
Quando ela começou a namorar Renato, tudo parecia perfeito. Michele apresentou Rafaela a Rodolfo e os casais se formaram entre amigos. Era comum as duplas saírem juntas para festas, onde os amassos eram constantes. Michele era agarrada por Renato, percebendo olhares desejosos de Rodolfo em seu corpo sendo apalpado. Aquilo a excitava. Quando houve a festa na sua casa, flagrada por Rodolfo com Rafaela, ela de início pediu para ele sair. Rafaela, também excitada com tudo aquilo, provocou Michele, que se soltou. A loira rebolou com o dedo de Rafaela no cu, beijando a ruiva na boca apenas para provocar aquele homem. Aquela foi a primeira vez, de muitas trocas de carícias com sua melhor amiga.
Aquilo, entretanto, teve consequências catastróficas. O castigo humilhante aplicado pelo pai a mudou de vez. Sentia-se injustiçada pela forma desproporcional como era cobrada, bem diferente dos irmãos. Enquanto eles apenas carregariam o legado dos negócios da família, ela tinha que sustentar o peso da reputação. Resignada, ela aceitou as imposições do pai e da sociedade, porém, teria um preço.
Ficou meses sem falar com Josué, até conseguir fazê-lo se sentir culpado. A partir daí, conseguiu ser ainda mais mimada. Ganhava viagens internacionais nas férias, roupas novas, além de convencer o pai a lhe bancar a carreira de veterinária, pagando não só uma faculdade como sua própria clínica.
Aprendeu a manipular o pai pela culpa e o fez tolerar a companhia de Rafaela. A garota, que antes era entendida como a fonte da má influência, sempre a acompanhava em suas viagens, bancadas com o dinheiro de Josué. Assim, a amizade das duas se manteve.
Em contrapartida, passou a se comportar como uma dama. A vida de adolescente desregrada acabou e, com isso, levou Renato junto. A mudança de comportamento afastou ambos os amigos. Rodolfo continuava participando de festas, mas não as mesmas, pois não tinha mais o amigo ao seu lado. Sem Renato, ficou ainda mais libertino, criando constantes atritos com Rafaela.
Os golpes de cinto dados no seu corpo desnudo na frente de várias pessoas traumatizaram Michele. Ela não iria mais permitir ser subjugada por ninguém, nem mesmo por Renato. Com um discurso de se tornar uma moça direita, fez o namorado e futuro marido, frustrar seus desejos e abandonar sua abordagem mais bruta. A partir dali, Michele se tornou uma mulher mais controladora e muitas vezes agressiva, não permitindo a ninguém se sobrepor a ela.
Assim, Michele construiu a imagem de mulher exemplar. Porém, isso exigiu sacrifícios. Sua beleza, mantida ao longo dos anos, atraiu cortejos de todos os lados. Pela imagem da esposa perfeita, jamais cedeu, nem mesmo aos olhares desejosos de Rodolfo. Sua influência sobre Renato o fez se afastar do mecânico até um ponto onde eles pouco se encontram. A exceção era Rafaela. Apesar de manter um distanciamento relativo, os encontros íntimos das duas eram os momentos em que podia fugir das amarras que sua imagem lhe impunha. A ruiva conhecia seus segredos mais íntimos, sendo a pessoa perfeita para isso. Mesmo assim, sempre que ia trocar beijos lascivos e tirar fotos sexuais com a amiga, era tomada por um sentimento de culpa. Sabia que aquilo era errado e contra a imagem que criava de si. Nesses momentos, a pressão por ser a mulher perfeita quase a enlouquecia e tudo isso era descarregado em crises de ciúme com Renato, ou às vezes nas brigas com os funcionários. Se ela precisava ser perfeita, todos os outros também deveriam ser.
Isso mudaria quando ela encontrasse Daniel e Quitéria.
Foram dois momentos completamente inesperados, onde Michele perdera o controle, se entregando aos dois. Sua imagem de esposa correta quase se manchara, se não fosse a intervenção midiática de Rafaela. Além disso, os tapas dados por Quitéria mexeram com ela profundamente. O jeito da preta de alternar brutalidade e toques libidinosos fez Michele esquecer da surra do pai. Ao ser subjugada pelo prazer, a pressão pela perfeição parou de fazer sentido. Quando Rafaela promoveu o encontro a três, Michele se sentiu receosa para levar aquilo até o final, mas não sentia mais a culpa de sempre. Estava se importando cada vez menos com a imagem criada para si. Não demoraria muito para ela procurá-lo de novo.
Os dias de Rodolfo vinham sendo maravilhosos, e todos na oficina sabiam pelo sorriso do chefe que o bom humor dele tinha a ver com alguma mulher. Não faziam ideia de serem três. Rafaela, Quitéria e Michele.
Foi com um sorriso bem-humorado que ele recebeu uma mensagem no celular e dispensou todos os outros mecânicos. O galpão, então vazio, estava cheio de carros, com a maioria suspensa em elevadores em um lado. Do outro lado, havia alguns carros com capôs levantados. O cheiro de óleo e graxa era presente, assim como a sujeira no chão e as ferramentas espalhadas. No fundo, um pequeno escritório onde o próprio Rodolfo emitia as notas pelos serviços. O mecânico aguardava ansioso. Vestia um macacão azul, aonde boa parte dos botões da frente permanecia aberta, como parte de uma tática para fisgar clientes interessadas em diversas formas de trocar o óleo.
Um carro buzina do outro lado e Rodolfo abre o portão para a entrada. Era Michele.
A loira guiou o carro até um espaço vago onde estacionou. Vestia um short branco com uma blusinha cinza. A barriga de fora evidenciava a cintura fina em contraste com as pernas grossas e o quadril largo.
— Bom dia. Está com algum problema no carro? — perguntou Rodolfo.
A loira olhou para o mecânico. Reparou no quanto aquele macacão um tanto folgado escondia o corpo musculoso que ela já conhecia. Reparou nas tatuagens no peito, exposto pelos botões abertos e, por fim, o olhou nos olhos.
— Meu problema não é o meu carro.
Confuso, Rodolfo ensaiou perguntar sobre seu problema, mas Michele o abraçou antes, lhe dando um beijo carregado de volúpia. Surpreendido e com aquela língua macia lhe invadindo a boca, segurou-a pela bunda, a puxando contra si. A loira pulou, abraçando o corpo com as coxas, as envolvendo na cintura dele. Foi carregada pelo pátio, segurada pela bunda, sem desgrudarem os lábios. Quando ela desceu, empurrou o mecânico contra um carro e o despiu do macacão, se ajoelhando em sua frente. Tinha aquele pau duro próximo ao seu rosto mais uma vez. O único que não fora do marido. Ela engoliu aquela rola faminta e fez um vai e vem intenso. Rodolfo se segurava no carro para se sustentar, pois suas pernas bambeavam com o carinho daqueles lábios macios. Michele tirou a blusinha, exibindo os seios. Abaixou o short e a calcinha, se despindo de vez da imagem de mulher direita. Abriu a porta de trás do carro e empurrou Rodolfo para dentro dele. Estava prestes a montar sobre ele quando ouviu uma buzina tocar do lado de fora da oficina.
— Quem é? — perguntou Michele, irritada.
— É uma cliente que agendou uma visita — respondeu Rodolfo.
— Na oficina vazia? Estava pensando em comer alguém?
Na falta de argumentos, Rodolfo sorriu sem graça.
— Você não vale nada! Agora ela terá que esperar.
Michele beijou Rodolfo mais uma vez, mas a buzina parou de tocar, dando lugar ao som metálico do portão sendo arrastado.
— Ela está entrando, porra! — Disse Rodolfo, nervoso. Michele também se assustou ao perceber que seria pega nua no colo do mecânico. Rodolfo saiu do carro e jogou as roupas da loira lá dentro para ela se vestir. Vestiu a cueca e o macacão às pressas antes que o carro entrasse pelo portão.
Abaixada no banco de trás do carro, Michele permanecia nua enquanto olhava o carro estacionar ao lado do seu. Dele saiu Quitéria, vestindo um vestido transpassado num tom magenta vivo. Sorridente, a preta conversava com o mecânico, demonstrando estar muito à vontade. Rodolfo, ao contrário, coçava a cabeça, nervoso. A mão dela deslizava no seu peito, explorando a parte nua dos botões abertos e gradualmente ele ficou mais calmo. O sorriso de Quitéria ganhava tons maliciosos quando ela segurou a mão daquele homem e a levou a um de seus seios. Michele podia ver a mão grande engolindo o farto seio de Quitéria, que puxou o decote para o lado, expondo-o totalmente.
A loira não se vestiu, assistiu atenta Rodolfo se curvar para chupar o seio de Quitéria. A preta mordia os lábios numa expressão de prazer, com os olhos fechados. O mecânico logo descobriu o outro seio por conta própria e suas mãos tomaram as coxas dela. Quitéria então desfez o laço que fechava o vestido, exibindo seu corpo e a calcinha de mesma cor.
Michele assistiu a tudo, massageando os seios. Quando as mãos de Rodolfo passaram a acariciar as curvas de Quitéria, ela deslizava as mãos pelo seu. Apertava as coxas e a bunda, sentindo-se no lugar de Quitéria, ou mesmo no de Rodolfo. Se escorava no banco traseiro, apoiada com um pé no assoalho e com o joelho em cima do banco. Ao assistir à preta se abaixar na frente do mecânico, levou dois dedos à boca. Ainda sentia o gosto do pau de Rodolfo ao fechar os olhos. Moveu a língua em volta dos dedos, assim como fizera com a rola de Rodolfo minutos antes. Fez os movimentos lentos de vai e vem, e, ouvindo os gemidos dele, podia se sentir no lugar de Quitéria, mamando aquela piroca grossa.
O macacão de Rodolfo foi arrancado e Quitéria o fez se deitar no chão. De dentro do carro, a loira levou os dedos à boceta e os enfiou na mesma velocidade com que Quitéria se sentava. O rebolar da preta foi imitado por Michele, que fazia a boceta engolir os próprios dedos. A outra mão massageava os seios, assim como Rodolfo fazia com os daquela mulher. Ela fechava os olhos.
Quando os gemidos pararam, os olhos da loira se abriram e viram Quitéria sair de cima de Rodolfo e engatinhar no chão áspero da oficina. Assistiu à preta abrir o volumoso bumbum e olhar para o mecânico com expressão de súplica. A cena para Michele era inacreditável, pois a rola grossa de Rodolfo invadiu o cu de Quitéria com relativa facilidade.
Não houve expressão de dor. No máximo, a preta apertou os olhos antes de abrir um sorriso. Hipnotizada com a cena, a loira tentou imitá-la, levando um dedo ao próprio cu. Levando outro, a boceta permaneceu escorada no banco traseiro, se masturbando e assistindo Quitéria ser enrabada. A preta falava algo baixinho, com uma expressão de indignação no rosto, e Rodolfo respondia acelerando os movimentos. Michele os seguiu, empurrando o dedo em si. A outra mão brincava com o grelo no mesmo ritmo em que Quitéria se masturbava. A preta deixou de se segurar e passou a ser ouvida pela loira escondida no carro.
— Isso, porra. Fode o meu cu como homem!
Rodolfo balançou seu quadril ainda mais forte e o corpo de Quitéria resistiu, impressionando Michele que empurrava o dedo no cu mais rápido. A loira se assustou com o berro da preta, que gritou de prazer enquanto o mecânico não parava de meter no seu cu. Quitéria gemia descontrolada, encostando o rosto no chão enquanto fechava as pernas. A bunda mais empinada era bombardeada por Rodolfo, que pouco tempo depois gozou no cu da preta. Urrando de prazer, desabou sobre ela e os dois tombaram de lado.
Não houve muitas carícias depois. Quitéria se levantou, sacudiu a sujeira do corpo e se vestiu rapidamente. Deu um selinho em Rodolfo e saiu em seu carro, deixando o mecânico ainda nu. Só após a saída dela que Rodolfo voltou ao carro onde Michele se escondia e ainda conseguiu ver a loira se contorcer em um orgasmo poderoso. Ela tremia com uma mão na boceta e outra no cu, completamente retorcida pelo pouco espaço que tinha. O banco estava todo molhado.
Michele saiu do banco com um sorriso lascivo no rosto e deu um selinho em Rodolfo — seu safado — disse ela. A loira vestiu as roupas e se foi, e ele ainda não tinha se vestido. Quando colocou de volta as roupas, foi visitado por Rafaela e teve dificuldades para explicar a ela o que Michele fazia na sua oficina quando não tinha ninguém trabalhando.
A sorte do mecânico começava a mudar para pior.