Fabiano:
A semana seguinte se arrastou. Os dias se passaram lentamente até o sábado, dia do encontro no iate.
Sei que eu deveria ter atuado melhor, me mantido mais neutro em relação a Malu, mas eu não tinha mais estômago para manter aquela farsa. Olhar para ela me causava náuseas. Era raiva misturada com dor.
No meio daquela semana, como combinado, peguei o telefone e liguei para o investigador. Fui atendido no segundo toque:
— E aí? Preparou o que eu pedi? Conseguiu entrar em contato com a pessoa?
— Tá na mão, Fabiano. Estou aqui na agência, te esperando. — Ele respondeu com a voz divertida.
— Chego em dez minutos. — Aproveitei para agradecer. — Já transferi o último pagamento. Obrigado por tudo, amigo.
Fui ao encontro do investigador particular, recebendo satisfeito aquilo pelo qual paguei. Era hora de me encontrar com Geovana.
Nós nos encontramos em um restaurante mais afastado, num bairro periférico à região central. Ela chegou cheia de conversinhas, tentando me seduzir.
Eu não estava com muita paciência para aquele jogo, não mais. Pelo bem dos meus planos, precisei manter a atuação e jogar o jogo.
— Vou cuidar da minha parte, agora que você me entregou o que é necessário. — Ela disse, se insinuando.
Agradeci sua dedicação ao que combinamos e tentei me despedir o mais rápido possível. Ela tentou, novamente, me levar na conversa.
— Já que estamos aqui, por que não esticamos um pouco mais esse encontro? Conheço um motelzinho bastante agradável nesta região.
Eu queria ofender aquela vagabunda, xingá-la, mas me mantive no personagem, recusando de forma doce:
— Seria um prazer, sua gostosa. Mas meu tempo está contado. Depois que terminarmos o que estamos fazendo, teremos bastante tempo para isso.
Chateada, ela deu um tapinha no meu ombro.
— Seu chato … mas você tem razão, eu entendo, e também preciso ir. Não quero levantar suspeitas desnecessárias.
Nós nos despedimos, só precisando aguardar até o próximo final de semana, dia do encontro no iate.
Malu:
O dia amanheceu lindo naquele sábado. O sol brilhava intensamente. Eu me sentia ansiosa, uma expectativa crescente no peito. Entretanto, eu deveria ter dado mais atenção à minha intuição. No fundo do meu coração, eu sentia que deveria cancelar aquele encontro, mas, ao invés de ouvir meus sentimentos, decidi seguir em frente com o que havia sido planejado.
Sempre me considerei uma mulher inteligente, dona das minhas ações, mas a verdade era uma só: eu era ingênua, uma grande idiota. Me deixei seduzir e manipular, e a hora de pagar a conta, de lidar com as consequências dos meus erros e das minhas escolhas, estava chegando.
Fabiano ainda dormia, lindo e pleno ao meu lado. Me levantei da cama, fiz minha higiene matinal e desci para preparar o café.
Enquanto o café expresso escorria para a xícara, coloquei alguns croissants para assar, preparei frutas e queijo Brie, pensando em agradar ao Fabiano.
A cafeína me despertou de vez, me acordando para a realidade, me fazendo viajar por pensamentos contraditórios e indomáveis.
Assim que o alarme do forninho elétrico apitou, me tirando da introspecção, o olhar sedutor de Fabiano, ao descer as escadas me encarando, me fez ignorar a voz interior que me alertava sobre o perigo que se aproximava.
“Como eu pude trair um homem tão incrível e parceiro? O amor da minha vida. O que Reinaldo tem que mexeu, e ainda mexe tanto comigo, que me faz ser tão submissa?”. Pensei, incapaz de encontrar uma resposta.
Fabiano beijou minha nuca com um carinho frio, envolvendo-me com seu abraço rápido, sem acolhimento.
— Bom dia, amor!
Ele passou por mim em direção a porta, recolhendo o jornal e voltando à mesa. Ele parecia distante, desligado. Meu coração gelou, mas mantive o meu sorriso.
— Preparei o café. Posso servir?
Fabiano mesmo, mal olhando para mim, serviu-se de uma xícara de café expresso.
— Está perfeito. Obrigado! Você é a melhor esposa do mundo, não é? — Senti o sarcasmo em suas palavras.
Depois de alguns minutos de silêncio, ele disse, com um sorriso cínico:
— Você se importa de descer para o litoral sozinha, enquanto eu vou buscar minha acompanhante? Não quero que ela se sinta desconfortável.
Sua indiferença foi como um soco no estômago. Algo dentro de mim gritava para não o deixar ir, mas eu apenas concordei, me sentindo cada vez mais impotente.
Observando Fabiano mergulhado em seu jornal, senti um vazio crescente. Minha voz mal se ouvia:
— Não se preocupe, amor. Eu posso ir com meu carro, buscar Cecília no caminho e …
Ele mal olhou para mim, mastigando rapidamente e me interrompendo.
— Ótimo. Assim é mais prático.
Seu desinteresse era como uma faca afiada em meu coração. Eu queria gritar, perguntar se ele ainda me amava, mas apenas assisti enquanto ele terminava o café, se levantava e voltava ao nosso quarto, se arrumando rapidamente.
De volta à cozinha, Fabiano beijou minha testa com um beijo seco.
— Até logo, amor. Te vejo mais tarde.
A porta se fechou atrás dele com um som definitivo. Fiquei parada, sozinha, com lágrimas silenciosas escorrendo pelo meu rosto. O silêncio era ensurdecedor. Meu coração estava pesado.
Ainda era cedo demais e mesmo com a viagem curta até o litoral, não existia justificativa para Fabiano sair tão cedo daquele jeito.
Liguei para Cecília, minha voz tremendo após relatar o ocorrido.
— Cecília, estou surtando ... Fabiano me deixou sozinha, dizendo que iria buscar sua acompanhante. Acho que as coisas entre eles não são apenas casuais, sem compromisso … sinto que …
Cecília me acalmou, com sua voz suave.
— Malu, respira fundo. Não deixe sua mente criar cenários negativos. Fabiano é louco por você. Provavelmente, ele apenas está tentando ser prestativo, já que essa mulher não nos conhece. Relaxe, não sofra de véspera.
Insisti:
— Não sei, Cecília … Fabiano está longe, distante de mim.
— Podemos ir juntas, então. Vou falar com o Rafa e passamos aí para te pegar. O que acha?
Concordei:
— Foi esse o motivo de eu ligar para você. Obrigada, amiga. Vou ao salão agora. Venham me pegar no começo da tarde. Às quatorze horas, tudo bem?
{…}
Fabiano:
Cheguei sem demora à casa da Luana. Ainda sonolenta, com os cabelos molhados, ela me recebeu vestida em uma camisola minúscula, semitransparente, pecaminosa.
A agarrei ali mesmo, no corredor social do andar de seu edifício. Beijei sua boca com paixão, já apertando aquela bunda firme e perfeita. Entramos aos beijos apartamento adentro.
— Sei que combinamos de nos encontrar mais cedo, mas não tão cedo … — Ela disse, sem se desgrudar de mim.
Beijei sua boca novamente, a segurando pela nuca e a apertando contra mim.
— Qualquer minuto longe de você, ultimamente, é uma agonia. Para mim, é tarde, na verdade.
Puxei as alças da camisola e o tecido escorregou pelo corpo, parando no chão. Tudo em Luana era perfeito. Aquele corpinho mignon era um convite ao amor.
Os seios médios, de aréolas escuras e pequenas. A cintura fina, dando destaque ao quadril mais acentuado, o famoso “corpo violão”. A bunda em formato de coração invertido. Nada em Luana é desproporcional ou chamativo, sua beleza vem da simetria perfeita entre suas formas.
Luana veio subindo o rosto e respirando próximo ao meu pescoço, se esfregando em mim. O tempo parecia ter parado. De olhos fechados, senti seus lábios tocando os meus e sua língua me invadindo a boca.
Tomada por uma fúria que eu conhecia muito bem, Luana foi me empurrando até o sofá, montando em mim. Ela me apertava, beijando minha boca e se esfregando em meu colo. O tecido fino da calcinha e minha calça, impediam o contato total de nossos sexos. Meu pau reagiu em segundos e ao senti-lo, Luana se esfregava ainda mais forte:
— Eu já estava com saudade. Passamos a semana sem conseguir dar uma escapada. Esse final de projeto está sugando todo o nosso tempo.
Eu sentia um misto de euforia e realização. Parecia adolescente, apaixonado novamente. Sensações que, no passado, já sentira por Malu, mas que, naquele momento, após a sua traição, não passavam de mentiras.
Comecei a agir também, abraçando Luana e passei a retribuir seus beijos com mais intensidade. Ela não parava de falar:
— Por que fui me apaixonar logo por um homem casado? Sinto que estou entrando numa cilada.
Tentei acalmá-la, brincando com a situação.
— Se você tiver um pouquinho de paciência, muito em breve, serei um homem divorciado.
Ainda se esfregando em mim, beijando meu pescoço, tirando minha camisa, ela se lamentou:
— Sei lá … sinto que estou roubando o homem de alguém … que eu deveria ir com mais calma.
Segurei Luana com mais firmeza, olhando em seus olhos:
— Malu deixou de ser minha esposa no momento em que me traiu. Você apareceu na minha vida após as atitudes dela. Jamais diga isso novamente.
Luana retribuiu meu olhar:
— Estou com medo, Fabiano … ninguém deixa de amar do dia para a noite. Tenho receio de que você esteja confundindo tesão, paixão, com outra coisa. Que tudo isso seja apenas rancor seu contra ela, que no fundo …
Eu a interrompi, decidido:
— Eu amei a Malu, isso é inegável. Amei com toda a força e intensidade do meu coração. Mas, no momento em que ela descumpriu nossas promessas, em que ela me traiu, o respeito e a confiança acabaram. Eu não posso continuar amando alguém que não respeito e não confio. Para mim, o respeito e a confiança são a base do amor. Amor sem base, sem fundação, desmorona.
Luana me olhou, surpresa com minha intensidade. Seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas.
— Luana, você é a luz que iluminou minha vida após a escuridão. — Eu disse, segurando suas mãos. — Você me fez crer no amor outra vez. Não é tesão, não é paixão passageira. É algo mais profundo. Algo que eu voltei a sentir: esperança no futuro.
Luana sorriu timidamente, e eu continuei:
— Quando estou com você, sinto-me completo. Sinto que posso ser eu mesmo, sem máscaras. Malu pode ter destruído a relação que tínhamos, mas você reconstruiu minha crença no amor. Estou aqui, agora, com você, e quero construir algo real, algo verdadeiro.
Luana aproximou seu rosto do meu, nossos lábios se encontrando em um beijo apaixonado. Naquele momento, eu soube que minha escolha estava certa. Luana era meu futuro.
Voltando à sua fúria sexual, sua disposição sem igual para amar e ser amada, Luana me atacou de vez, fazendo com que eu me deitasse no sofá, arrancando meu sapato, calça e cueca ao mesmo tempo, abocanhando a pica e chupando com maestria.
Com a cabeça da pica dentro da boca, ela fazia movimentos incríveis internamente com a língua, me levando ao paraíso.
— Caralho, mulher! Ahhhh … assim você acaba comigo … vou gozar num instante.
Após uma sucção estalada na cabeça da rola, ela provocou:
— Goza pra mim … enche essa boca com seu leitinho.
Luana punhetava pela base, chupando de forma alucinante a cabeça da pica, e não foram precisos mais do que três minutos para que eu realizasse seu desejo. Ejaculando em jatos fortes, enchendo aquela boquinha linda com minha porra. O que ela não engolia, vazava pela lateral da boca, escorrendo pelo queixo.
— Puta que pariu, sua safada … isso foi covardia.
Luana se livrou da calcinha, vindo se sentar no meu rosto.
— Minha vez, também preciso de um mimo.
Ela esfregava a xoxota no meu rosto e eu enfiava a língua o mais fundo que conseguia naquela bucetinha cheirosa, ainda exalando o cheiro do sabonete íntimo, do banho recém-tomado.
Chupei o grelo, suguei os lábios externos, sorvi o mel agridoce e delicioso que minava com a excitação. Voltei a lamber o grelinho, me demorando mais a cada passada de língua, ouvindo os gemidos manhosos e estimulantes que ela emitia.
— Bem aí … puto safado … Ahhhh … homem gostoso … assim mesmo …
Dei o melhor de mim, chupando e lambendo cada centímetro daquela xoxotinha aveludada, macia, levando Luana a picos intensos de prazer.
— Vou gozar … Ahhhh … não para … assim mesmo … bem aí … Ahhhhhh …
Parei abruptamente, vendo a decepção em seus olhos, mas não deixei que ela esfriasse. Pegando Luana pelos cabelos, forcei seu corpo, fazendo com que ficasse de quatro. Ela adorava uma pegada mais forte, uma atitude dominante.
— Humm … agora sim … do jeito que eu adoro ...
Dei um tapa forte na bunda, com a mão aberta, enquanto apontava a pica na entrada do canal vaginal.
— Delícia … — Ela gemeu alto.
Estoquei de uma vez, mas sem brutalidade, deixando a pica deslizar, se enterrando completamente dentro dela. A lubrificação era grande, e o pau não encontrou resistência.
— Humm … safado gostoso … entrou inteira … Ahhhh … estou toda atolada.
Passei a bombar carinhosamente, enterrando a pica toda. Tirando até o limite da cabeça e voltando a socar inteira. Empurrando e tirando, socando mais forte, aumentando o ritmo. Luana rebolava, lançando o corpo para trás, tentando aumentar ainda mais as sensações que sentia.
— Mete, seu puto … Ahhhhh … fode sua putinha … mete forte …
Soquei cada vez mais forte, com movimentos cadenciados, ora aumentando o ritmo, ora diminuindo a velocidade.
Tirei o pau de dentro e a fiz se deitar de costas, voltando a penetrá-la. Fodemos abraçados, trocando beijos intensos, cheio de paixão. Meti por quase dez minutos, até sentir sua buceta apertando meu pau e as contrações em seu interior. Foi impossível resistir. Gozamos juntos, eu dentro dela e ela me cravando as unhas, aos berros.
— Ahhhhh … incrível … estou gozando … Ahhhh …
Eu, anestesiado pela sensação maravilhosa de prazer, apenas beijava cada pedaço de pele que minha boca encontrava. Sai de cima dela e Luana se deitou sobre o meu peito, acariciando os meus cabelos.
Assim que ela se recuperou, ainda com a adrenalina baixando, ela me olhou nos olhos:
— Eu sei que prometi te ajudar, mas não sei se tenho coragem de transar na frente de outras pessoas. Eu não sou uma liberal, não consigo expor minha nudez para pessoas estranhas. Estou preocupada com esse encontro, afinal …
Eu a acalmei, antes que ela terminasse de falar.
— Eu também não sou um liberal. Após conhecer você, tenho ainda mais certeza disso. Eu jamais faria isso com você. Na verdade, não nasci para dividir o que é meu.
Luana me abraçou forte, beijando minha boca com entrega e paixão. Namoramos mais um pouco embaixo do chuveiro e após nos arrumarmos, enquanto Luana preparava o almoço, terminei de fazer o que precisava.
Ciente de que o investigador e Geovana tinham feito suas partes. — o investigador recebeu um bom adicional por sua ajuda além do seu serviço padrão, inclusive. — Eu só precisava enviar algumas mensagens e dar um último telefonema.
Aquela tarde e noite seriam especiais, principalmente para Reinaldo e Malu. Cecília e Rafael, seriam espectadores na primeira fila.
Confesso que estava ansioso durante a viagem até o litoral. Ao chegarmos à marina, quase meia hora atrasados, Malu já nos esperava na frente do luxuoso iate, um majestoso navio de três andares com superestrutura de aço polido e janelas panorâmicas que refletiam o brilho do sol poente. Seu vestido curto de veludo vermelho realçava sua silhueta, enquanto seus cabelos escuros estavam presos em coque, no alto da cabeça. Brincos de pérolas completavam sua elegância.
Seu olhar confiante e seu sorriso enigmático me atingiram, despertando memórias que eu tentava esquecer. Mesmo com rancor, não podia negar: Malu era uma mulher deslumbrante. Sua beleza sempre me cativou, mas agora era apenas uma lembrança do que já tinha sido.
Seu olhar crítico encontrou o meu e então se direcionou à Luana, que brilhava ao meu lado, radiante, belíssima em seu vestido longo de seda azul-turquesa. Seus cabelos castanhos eram levemente despenteados pelo vento, enquadrando seu rosto luminoso. Brincos de diamantes complementavam seu look sofisticado.
A expressão de Malu se tornou mais fria, enquanto escaneava Luana de cima a baixo.
— Poxa, Binho... eu já estava preocupada. — Ela disse com a voz gelada.
Luana sorriu, serena, e se aproximou dela.
— Eu sou a Luana. É um prazer te conhecer, Malu. Binho tem sorte por ter uma esposa tão linda, altruísta e generosa.
O olhar da Malu se intensificou, confusa:
— Obrigada … eu acho?
Luana parecia se divertir.
— Só uma pessoa muito generosa é capaz de compartilhar. Fique tranquila, estou cuidando muito bem do seu homem, dando o meu melhor.
Eu queria gargalhar, mas me segurei, apenas oferecendo um sorriso breve antes de seguir para o iate com Luana e Malu, uma de cada lado. É claro que Reinaldo nos esperava no topo da escada, sorrindo de forma arrogante.
Malu nos apresentou:
— Binho, esse é o Reinaldo. Reinaldo, esse o Fabiano, meu marido.
Apertei sua mão, mas, minha verdadeira vontade, era socar sua cara. Joguei seu jogo, mas nos meus termos.
— É um prazer revê-lo, Reinaldo. Mundo pequeno, não?
Malu se assustou:
— Vocês já se conhecem? Por que eu não sabia disso?
Menti:
— No nosso ramo de trabalho, um universo de pessoas repetidas, é normal que grandes investidores como o Reinaldo, conheçam engenheiros especialistas, como eu.
Reinaldo cumprimentou Luana também.
— Vejo que está muito bem acompanhado, Fabiano. Luana, é um prazer.
Ela apenas sorriu, timidamente, aceitando o cumprimento.
— Fiquem à vontade. Como já nos conhecemos, cerimônias não são necessárias.
Chegamos ao convés, onde todos os outros nos aguardavam. Geovana, com seu estilo impecável, nos recebeu com um beijo frio na bochecha, enquanto seus olhos brilhavam com malícia. Cecília me lançou um sorriso e Rafael parecia apreensivo.
Cumprimentei a todos com educação e cortesia, apresentei Luana e comecei a me enturmar. Malu me procurava o tempo todo com o olhar, mas eu a mantive a distância. Geovana, com seu sorriso sarcástico, não lhe deu trégua:
— Malu, você parece uma estrela! É o brilho nos seus olhos ou seria a joia que Reinaldo lhe deu? — Geovana perguntou, com uma ponta de ironia.
— É apenas um presente. — Malu sorriu, tensa.
— Que gesto romântico! — Geovana exclamou. — Reinaldo sempre teve gosto refinado ... em joias e mulheres.
Cecília interveio, solidária:
— Malu, você está linda! Não deixe ninguém tirar seu brilho.
Geovana sorriu, maliciosa:
— Claro, Cecília. Afinal, uma mulher deve brilhar, não é mesmo? Mesmo que seja apenas por reflexo.
Luana, ao meu lado, percebeu a tensão e apertou minha mão, discretamente. Malu, porém, manteve a cabeça erguida, tentando mostrar força, não entendendo as provocações de Geovana.
Percebendo a tensão, resolvi intervir, não deixar que nada atrapalhasse meus planos.
— Geovana ... você sempre tão elegante! E você, Malu, está deslumbrante, meu amor.
Brinquei com Luana, a colocando no centro das atenções, para mexer com Malu.
— Luana também. Eu não disse antes, quando estávamos a sós, mas você está linda. Esse vestido lhe cai muito bem.
Reinaldo, com seu sorriso falso, fez sua voz ecoar:
— Bem-vinda, Luana. Nossa reunião fica ainda melhor com você aqui.
Malu parecia querer explodir, vendo que eu, e principalmente Reinaldo, tínhamos Luana como o centro de nossa atenção.
Rafael trocou olhares preocupados com Cecília, mas se manteve calado.
Voltei a circular, conversando com todos, conferindo meu celular de vez em quando, esperando o momento certo para o meu ataque.
{…}
Malu:
Eu observei, atordoada, enquanto Fabiano circulava pelo iate, distribuindo sorrisos e piadas, mas me ignorando. Seu sorriso era lindo, genuíno, o mesmo que ele me dava antigamente. Ele não desgrudava da Luana, que ria de suas graças com entusiasmo.
— Luana, você gosta de velejar? — Fabiano perguntou, oferecendo-lhe uma taça de champanhe.
— Adoro! — Luana respondeu, seus olhos brilhando de excitação. — É tão libertador!
Fabiano sorriu, sem me olhar, percebendo minha presença ao seu lado.
— Malu, você quer mais champanhe? — Ele encheu minha taça, ainda sem me olhar nos olhos.
Sua indiferença era como um punhal no meu coração. Geovana observava com interesse, seu sorriso malicioso crescendo. Reinaldo parecia desconfortável, trocando olhares com ela.
Rafael me ofereceu um canapé.
— Malu, você está bem?
— Sim, estou. — Menti, forçando um sorriso.
Quando Fabiano pegou a mão de Luana para dançar, algo dentro de mim estourou. Não aguentava mais.
— Preciso de ar. — Murmurei para Cecília e me afastei.
O vento no rosto não aliviou a dor. “Por que Fabiano estava fazendo aquilo? Para me punir? Para me fazer ciúmes?”. Pensei, as lágrimas queimando meus olhos. Eu precisava escapar dali antes que explodisse.
Voltei à festa, determinada a esclarecer as coisas com Fabiano. Encontrei-o ao lado de Luana, lógico, que sorria radiante.
— Amor, podemos conversar? — Pedi, tentando manter a calma.
— Claro, o que há? — Ele respondeu, indiferente.
— Não entendo por que você está tão distante. O que eu fiz de errado?
Fabiano deu de ombros.
— É impressão sua, Malu. Você está exagerando.
Luana se aproximou, curiosa. E intrometida.
— Tudo bem aqui?
— Não é nada. — Respondi com a voz firme, sem dar espaço para discussões.
Fabiano sorriu e se afastou, fugindo de mim, acompanhado por Luana. Reinaldo aproveitou o momento:
— Malu, você está incrível hoje! Fabiano não sabe reconhecer o que tem.
Sua voz alta era uma provocação direcionada ao Fabiano, que não reagiu. Eu senti um nó na garganta, confusa e magoada.
Fabiano concordou com Reinaldo, com um sorriso ambíguo:
— Sim, Malu está deslumbrante! Mas Luana também está impecável. Geovana é sempre elegante e Cecília, encantadora.
Seu olhar passeou pelas mulheres, distribuindo elogios. Eu senti um arrepio de desconfiança.
— Fabiano, o que está acontecendo? — Sussurrei, começando a perder a calma.
Ele me ignorou, conferindo alguma coisa no celular e depois continuando a conversa com Reinaldo. Eu me senti invisível, substituída. Tristeza e desânimo se misturavam dentro de mim.
Cecília se aproximou:
— Malu, você está bem? Fique comigo, não …
— Estou. — Respondi nervosa, forçando novamente o sorriso. — Só um pouco cansada.
Mas minha mente gritava: “O que está acontecendo com meu casamento?”.
{…}
Fabiano:
Reinaldo me puxou para um canto. A preocupação falsa estampada em seu rosto.
— Fabiano, o que está acontecendo? Sua atitude está me preocupando. — Disse ele, baixando a voz.
Sorri, cinicamente.
— Pensei que esta fosse uma festa liberal, sem amarras. Ninguém é de ninguém. — Respondi, encarando-o desafiadoramente.
Reinaldo franziu a testa, incomodado.
— Isso não explica por que você está humilhando Malu. Ela parece devastada.
Baixei a voz, finalmente sendo eu mesmo, o provocando:
— E você? Já contou à Malu que é meu patrão? Que ela é apenas mais uma de suas ... diversões? Você manipula pessoas como peças em um jogo. Malu merece saber.
O olhar de Reinaldo transmitia fúria, surpreso com minha ousadia. Indignado, com seu rosto vermelho de raiva, ele elevou a voz.
— Você sabe o que está fazendo ou está falando é por ciúme?
Primeiro, debochei:
— Não precisa se exaltar, relaxe. Se berrar desse jeito, todos irão nos ouvir.
Depois, sorri friamente, retirando um envelope pequeno do bolso.
— Veja por você mesmo. — O desafiei, entregando-lhe as fotos.
Os olhos de Reinaldo se arregalaram ao ver as imagens comprometedoras: ele com várias mulheres. Não eram fotos em situações inegavelmente íntimas, mas ele teria trabalho para explicar aquilo aos maridos. Eram situações estranhas, que levantariam dúvidas e suspeitas.
Além de esposas de amigos, entre as fotos, existiam também esposas de sócios, pessoas mais poderosas do que ele.
Seu rosto pálido revelava surpresa e medo.
— Você é manipulador, Reinaldo. Um sociopata, um doente. — Acusei, minha voz firme, mas baixa. — Malu merece saber a verdade, mesmo que vocês se mereçam. Dois nojentos.
O olhar de Reinaldo encontrou o meu, cheio de raiva e desespero. Eu não baixei a cabeça, o encarando com coragem e determinação. Ele sabia que eu tinha provas suficientes para destruir sua fachada.
As mãos de Reinaldo tremiam, enquanto ele, derrotado, devolvia as fotos.
— Onde você conseguiu isso? — Ele sussurrou, olhando nervosamente ao redor.
— Isso não importa. — Respondi, guardando as provas. — O importante é que Malu saiba a verdade. Você a usou, manipulou e enganou. E ela, uma mulher casada, se deixou seduzir. Vocês não valem nada.
Eu já tinha conseguido um dos meus objetivos, que era destruir sua satisfação, não deixando que ele me humilhasse. Era hora do “Grand Finale”.
O rosto dele se contorceu em raiva.
— Você está arriscando tudo, Fabiano. Seu emprego, sua reputação ...
— Sua ameaça vazia não me assusta. — Interrompi. — Poder, dinheiro, influência … você também não tem nada disso, seu babaca …
Fiz um sinal disfarçado para Luana e ela se aproximou.
— O que está acontecendo?
Reinaldo rapidamente se recompôs.
— Nada, apenas uma discussão sobre negócios.
Luana olhou para mim, segurando a vontade de rir. Eu apenas sorri, piscando para ela, o sinal definitivo. A verdade seria revelada logo.
— Pode ir buscá-los? Faria isso por mim? — Pedi, sorrindo para ela.
Luana nem pestanejou:
— Só se for agora.
Luana deixou o iate, sumindo entre as embarcações ancoradas, e todos, confusos e curiosos, encaravam Reinaldo e eu, sem se dar conta do que estava prestes a acontecer.
Continua.
Revisão e consultoria: