A Cura - Parte 11

Da série A Cura
Um conto erótico de Fabio N.M
Categoria: Heterossexual
Contém 3446 palavras
Data: 19/09/2024 15:36:51

O quarto de Ju Jingyi na universidade era pequeno e aconchegante, com paredes decoradas por pôsteres de bandas de K-pop e personagens de animes. Livros de medicina estavam empilhados desordenadamente em uma estante ao lado da cama, e o cheiro suave de um incenso de lavanda pairava no ar, dando ao espaço uma atmosfera tranquilizante e pessoal. Elias entrou atrás dela, admirando o ambiente que refletia tanto sua personalidade quanto sua rotina intensa de estudante. Ju Jingyi caminhou direto para a cama, sentando-se com as pernas cruzadas, e tirou seu laptop da mochila, colocando-o sobre uma almofada decorativa com estampas de gatinhos. Elias fez o mesmo, colocando o laptop sobre a escrivaninha ao lado, ajustando a cadeira para ter uma visão clara da tela.

— Vamos começar logo, não quero perder tempo — disse ela, abrindo o jogo com uma agilidade que mostrava seu domínio.

Seus dedos voavam sobre o teclado, os olhos fixos na tela, com uma mistura de determinação e impaciência.

Elias ligou seu laptop e logo estava conectado, pronto para a missão em dupla que haviam planejado para aquela noite. Os avatares se materializaram no mundo virtual, e a missão começou. Eles estavam em uma masmorra repleta de inimigos e armadilhas, exigindo uma coordenação quase perfeita.

Desde o início, Ju Jingyi já mostrava sua agressividade característica, esbravejando a cada erro.

— Como você não viu aquele inimigo vindo?! Presta atenção, Elijah! — vociferou, lançando um olhar de frustração para ele.

Seus olhos faiscavam com uma raiva exagerada, mas Elias sabia que era apenas o jeito dela. Elias respirou fundo, tentando não se deixar afetar.

— Desculpa, vou ficar mais atento — respondeu, concentrando-se mais na tela para evitar novas falhas.

No entanto, o ritmo acelerado do jogo não permitia distrações, e logo outra situação crítica surgiu.

— Rápido, me cura! Preciso da sua ajuda! — Ju Jingyi suplicou com uma voz inesperadamente suave e doce, o tom mudando drasticamente de raiva para algo quase meigo. Seus olhos imploravam enquanto ela mantinha o controle do teclado, os dedos se movendo rapidamente para tentar salvar seu avatar. Elias, se apressou para ajudar, lançando um feitiço de cura para ela.

— Boa, assim mesmo — ela disse, agora com um sorriso pequeno, quase imperceptível, enquanto seus personagens se recuperavam e voltavam ao combate.

Elias riu internamente, achando fascinante como Ju Jingyi podia mudar de comportamento em questão de segundos. Ela oscilava constantemente entre a dureza e a fofura, um contraste que ele começava a perceber como uma defesa natural dela, talvez para mascarar as próprias inseguranças. Continuaram jogando, a sinergia entre os dois melhorando a cada batalha, mesmo com as críticas e elogios alternados de Ju Jingyi. E, por mais imprevisível que fosse, ele não podia negar que estava gostando da companhia dela, seja nas suas explosões de raiva ou nos momentos de doçura inesperada.

A missão do jogo começou como qualquer outra, com Elias e Ju Jingyi entrando no mundo virtual que, para ela, já era um território conhecido e dominado. Os gráficos brilhantes e as músicas épicas de fundo criavam uma atmosfera intensa, amplificando a tensão entre os dois.

Quando a missão terminou em fracasso, Ju Jingyi estava vermelha de raiva, os olhos faiscando como chamas.

— Eu sabia que você ia estragar tudo! Como alguém pode ser tão ruim assim?

Elias, sentindo o calor da frustração, mas também vendo uma oportunidade, inclinou-se para frente com um sorriso desafiador.

— Que tal uma aposta, então? — sugeriu, as palavras fluindo com uma confiança calculada — Se perdermos a próxima missão, eu serei seu escravo pelo resto do dia. Mas se vencermos, você será a minha.

Ju Jingyi arqueou uma sobrancelha, surpresa pela ousadia. Ela analisou a proposta com olhos estreitos, ponderando sobre o que poderia ganhar. Com tantos deveres atrasados da faculdade, a ideia de ter alguém para fazer todo o trabalho pesado soava mais que tentadora. Além disso, sua experiência no jogo era superior.

“Uma aposta fácil de vencer”, pensou.

— Você está brincando, certo? Não tem a mínima chance de ganhar de mim — Ju Jingyi sorriu com arrogância, sua confiança irradiando — Apostado.

Elias assentiu, o brilho de determinação acendendo em seus olhos. Nas últimas noites, ele havia treinado incessantemente, subindo de nível e refinando suas habilidades, tudo em preparação para um momento como esse.

— Ótimo. Vamos ver quem manda.

A partida começou e, logo nos primeiros minutos, Ju Jingyi manteve a vantagem. Ela navegava pelos desafios com maestria, eliminando inimigos e completando objetivos com uma precisão que só alguém com seu nível de habilidade poderia alcançar. Elias, por outro lado, começou de maneira regular, cuidadoso para não cometer os mesmos erros do passado. Ju Jingyi se permitiu um sorriso satisfeito ao perceber que ele ainda não conseguia acompanhar o ritmo dela.

Mas conforme a missão avançava, algo mudou. Elias começou a mostrar um desempenho surpreendente, sua confiança crescendo a cada passo. Ele planejava seus movimentos com estratégia, antecipava os ataques dos inimigos e reagia com uma eficiência inesperada. Os papéis começaram a se inverter, e a liderança que Ju Jingyi tinha começou a escorregar por entre seus dedos.

Ela olhava para a tela espantada enquanto Elias tomava controle, guiando ambos à vitória de forma quase impecável. O placar final piscou na tela, mostrando não apenas o sucesso da missão, mas também uma pontuação que colocava Elias no topo, acima dela.

Ju Jingyi ficou imóvel, os olhos arregalados de incredulidade.

— C-Como…?

Elias se recostou na cadeira, um sorriso satisfeito se espalhando pelo rosto.

— Parece que eu acabei de ganhar a aposta — ele disse calmamente, mas seus olhos brilhavam com uma chama vitoriosa.

Ju Jingyi sentiu o rubor subir às bochechas, um misto de raiva e embaraço inundando seu peito. Perder nunca havia sido uma opção para ela, e agora, pela primeira vez em muito tempo, ela estava sem palavras. Ele a havia superado, e pela expressão no rosto dele, ele estava mais do que preparado para cobrar sua parte da aposta.

Elias percebeu a tensão no ar enquanto observava Ju Jingyi, que ainda estava processando a derrota inesperada. O embaraço e a irritação no rosto dela eram visíveis. Ele viu a oportunidade perfeita para levar a missão a um novo nível, o momento em que poderia finalmente inocular a cura.

— Então, parece que agora você é minha, Ju Jingyi — Elias disse, com um tom que misturava provocação e autoridade, enquanto se levantava da cadeira e se aproximava lentamente dela. Ju Jingyi estreitou os olhos, tentando manter sua postura usualmente desafiadora, mas Elias podia ver o conflito interno em seu rosto. Ele deu um passo mais perto, invadindo o espaço pessoal dela, sua presença agora uma mistura de controle e provocação.

— Você está louco se acha que vou deixar você fazer o que quiser — ela protestou, a voz trêmula mas tentando manter firmeza. Ju Jingyi estava acostumada a ser a dominante, a estar no controle, tanto nos jogos quanto na vida real. No entanto, algo em Elias, a forma como ele não recuava diante de sua agressividade, começava a desconcertá-la.

— Isso é parte da aposta, lembra? — ele a lembrou, com um sorriso que beirava o predatório — Agora, você vai fazer exatamente o que eu mandar.

Ju Jingyi sentiu uma mistura de raiva e excitação, sua mente gritando para se opor, mas seu corpo respondendo de maneira diferente. A dominância dele era nova para ela, uma afronta direta ao seu orgulho, mas, ao mesmo tempo, inegavelmente intrigante.

— Seu, pervertido! Eu não sou seu brinquedo — ela murmurou, desviando o olhar, mas Elias tocou suavemente seu queixo, forçando-a a encará-lo.

— Agora eu percebo como fica fofa quando está com raiva, Jingyi. Seja uma boa garota e cumpra sua parte do acordo.

Ju Jingyi sentia o corpo tremer, e não era de medo. Era algo mais profundo, algo que Elias estava desenterrando. A sensação de se render, de ser controlada, era uma batalha entre seu orgulho e uma nova e inesperada submissão que começava a surgir. Ela podia sentir seu coração acelerado, cada batida ressoando como um tambor dentro do peito. Elias percebeu o momento de hesitação, um vislumbre de vulnerabilidade que ela nunca mostraria de outra forma. Ele abriu o zíper da calça e oscilou o pau próximo ao rosto dela.

— Vamos começar com algo fácil — ele sussurrou, sua voz firme que fez o corpo de Ju Jingyi estremecer.

Ela mordeu o lábio, tentando reprimir a resposta física que a presença dele estava evocando. O conflito entre o desejo de resistir e a tentação de ceder a essa nova dinâmica dominava sua mente.

— S-seu idiota de pau grande — disse, a voz finalmente revelando uma rachadura na fachada de indiferença.

— Não vou mandar duas vezes — Elias respondeu, agora com um toque áspero em seu tom, enquanto suas mãos firmes seguravam os ombros dela, puxando-a para mais perto.

Ju Jingyi sentiu os joelhos enfraquecerem, o desejo e a resistência se misturando em um turbilhão dentro dela. Ela ainda queria lutar, mas seu corpo traía seu desejo de se render à autoridade que Elias exibia.

— Você é tão cruel! — ela disse finalmente resignada, sua voz mais baixa, quase um sussurro, uma vulnerabilidade que raramente deixava escapar.

— E você, uma putinha arrogante — Elias disse ainda carregado de uma firmeza inabalável.

Ele puxou o rosto da garota, introduzindo seu membro entre os lábios entreabertos, sentindo a língua molhada batalhando com o topo do seu pau. Elias manteve sua postura firme, os olhos fixos em Ju Jingyi que agora olhava-o de baixo. Ela o chupava com inexperiência, raspando os dentes na dureza que invadia sua boca. Com um gesto suave, Elias deslizou seus dedos para dentro da blusa de Ju Jingyi, afagando seus pequenos seios, e dedilhando seus pequenos botões rígidos, enquanto as mãos dela esfregavam o meio de suas pernas.

O corpo dela estremeceu, e a mancha de umidade se espalhou pelo seu short.

— Já? — ele disse em um tom que era ao mesmo tempo autoritário e irônico.

Ele podia ver o conflito nos olhos dela, a batalha interna entre ceder e manter o controle. Mas havia algo na firmeza dele que começava a quebrar suas barreiras. Ju Jingyi, ainda dividida entre o orgulho ferido e a curiosidade, hesitava.

— S-seu merda… — disse com a voz trêmula, sem convicção alguma — e-eu vou acabar com v-você.

— Acha que alguém na sua posição está em condições de proferir ameaças?

Elias a deitou, mantendo com uma mão os pulsos dela presos acima da cabeça, enquanto com a outra, após arrancar seu short deixando-a totalmente exposta, massegeou seu sexo molhado, dedilhando o clitóris rígido como uma pérola. Ju Jingyi sentia a eletricidade percorrer seu corpo enquanto arfava buscando desesperadamente o ar que lhe escapava. Ela sentiu os dedos grossos entrando

— Não! — gritou arqueando o corpo, tentando evitar a penetração dos dedos — Eu… nunca…

O rosto dela voltado para a parede tinha um tom avermelhado.

Elias parou e recuou os dedos.

— Nesse caso… — disse, se colocando entre as pernas da garota e se inclinando entre elas, incendiando sua vagina com chupadas intensas.

Não demorou para que o grito agudo ressoasse pelo quarto e as pernas de Ju Jingyi se fechassem ao redor da cabeça de Elias.

— Acho que agora está pronta.

Ela respondeu apenas com um aceno de cabeça, enquanto seu peito subia e descia em respirações descompassadas. Ele se inclinou sobre Ju Jingyi com uma suavidade que contradizia a firmeza de sua voz.

— Vou te ensinar a respeitar os mais velhos — ele sussurrou, e mesmo que ela ainda tentasse manter a postura dura, havia uma rendição silenciosa nos olhos dela, uma aceitação mútua do jogo que estavam jogando.

A conexão foi feita com dor e resistência, mas o corpo esguio da garota se esfregava sob Elias ansiando por um contato mais intenso. Os movimentos ritmados se intensificaram, enquanto seus corpos febris compartilhavam a mesma energia, o mesmo tesão mútuo. A cura fluiu no interior dela, inundando-a de novas sensações. Tudo ao redor estava girando e ela já não tinha mais controle de si.

Elias a abraçou forte enquanto lançava os últimos jatos dentro dela. Seus olhares se cruzaram em cumplicidade e um beijo ardente selou o pacto íntimo entre eles.

Ju Jingyi, ainda ofegante e claramente afetada pelo intenso jogo de poder, desviou o olhar brevemente antes de encarar Elias de novo, o coração batia acelerado como se fosse saltar para fora do peito. Elias, por sua vez, se afastou levemente, oferecendo um espaço para que ela se recompusesse.

— Boa escrava. Continue assim e eu serei um excelente amo para você.

— S…s… seu pervertido… — murmurou trêmula.

Elias saía da cama quando sentiu a pequena mão segurar seu pulso e o puxar de volta. Os olhos negros esgueirando-se entres as pálpebras semicerradas o fitavam suplicantes. Ele arrastou as pernas dela para fora da cama e abriu sua bunda. Ju Jingyi sentiu seu rosto queimar pela forma em que estava sendo exposta. Seu corpo tremia, sentindo o dedo grosso deslizar entre seus lábios vagina

— Sou seu amo agora. Você vai me tratar como tal a partir de agora — disse, desferindo um tapa forte no pequeno traseiro da garota.

— Nunca…

Um tapa mais forte estalou.

— Aaaah…

— Peça desculpas!

— Não…

Um novo tapa, deixando o traseiro dela avermelhado.

— Peça desculpas!

— … Des-desculpa — murmurou.

— Não estou convencido.

Ela agitou a bunda, resvalando no membro de Elias, que permanecia duro e latejante.

— Boa, garota!

A penetração foi brutal. Ju Jingyi sentiu suas paredes vaginais se alargando de uma vez, sem a paciência de antes. As estocadas violentas a empurravam em solavancos. As lágrimas corriam de seus olhos e o grito agudo e estridente escapava de sua garganta.

— É… muito grande… — disse entre os trancos.

Elias passou o braço pelo pescoço dela e empregou uma velocidade maior nas estocadas. Seu pau queimava dentro da vagina apertada. O quarto cheirava a sexo e gozo, seus corpos suados e os gemidos, enchiam o ambiente de luxúria, carregando-os mais fundo à loucura.

Ju Jingyi gritou, liberando todo seu líquido e entregando seu corpo para a total satisfação de seu mestre. Elias gozou novamente, abraçado forte sua escrava e convulsionando em jatos profusos dentro dela.

— M-me b… — suplicava como um miado entre a respiração ofegante — me beija?

Até o coração mais petrificado se derreteria.

Elias atendeu o pedido, esfregando suavemente seus lábios nos dela e entrelaçando suas línguas em uma dança abrasadora.

*****

O céu negro se tornava azul índigo, perdendo suas estrelas com a proximidade de uma nova manhã quando Elias chegou ao hotel. Ele se aproximou lentamente da porta do quarto de Natalia, seus passos ecoando suavemente pelo corredor silencioso. Ergueu a mão para bater na porta, mas hesitou, deixando os dedos pairarem no ar por um momento. Natalia provavelmente estava dormindo, recuperando-se para enfrentar mais um dia de trabalho em seu novo emprego.

Elias soltou um suspiro, o peso dos últimos eventos ainda o acompanhando. A noite com Ju Jingyi havia sido uma explosão de luxúria e dominação. A imagem da garota chinesa ainda estava gravada em sua mente, um misto de agressividade e vulnerabilidade que ele havia aprendido a decifrar. No entanto, a euforia do momento já começava a se dissipar, deixando em seu lugar um cansaço profundo e uma inquietação latente.

A porta de Natalia permanecia imóvel, uma barreira entre ele e o conforto de sua presença. Natalia era a âncora em sua nova realidade, a única pessoa que compreendia o fardo de carregar memórias de um futuro que ainda não existia. Elias sabia que, no fim, era Natalia quem sempre estivera ao seu lado, compartilhando cada desafio, cada risco e cada sucesso. Ele sentiu um aperto no peito ao pensar na conexão que eles compartilhavam, um laço que transcendia o tempo e as circunstâncias.

Ele recuou lentamente. Não era a hora certa. Ela precisava descansar, e ele não queria invadir o espaço que ela tanto merecia. Além disso, ele próprio não estava preparado para enfrentar as perguntas que inevitavelmente surgiriam. Sobre Ju Jingyi. Sobre a missão. Sobre eles dois. Tal conversa seria inevitável, mas preferiu adiá-la por enquanto.

Elias apertou os olhos incomodado com a dor de cabeça que voltava a incomodar. As vistas se escureceram e seria melhor voltar imediatamente para seu quarto.

Antes de introduzir a chave na fechadura de seu quartp, Elias reparou que a trava havia sido arrombada, a porta se abriu com um simples empurrão. Elias entrou cambaleando em seu quarto, sentindo o coração acelerar ao ver a cena que o aguardava. A porta escancarada e a fechadura arrombada já eram indícios suficientes de que algo terrível havia acontecido. O quarto estava uma bagunça completa, roupas espalhadas, gavetas arrancadas dos móveis e documentos das missões jogados pelo chão, como se alguém tivesse procurado desesperadamente por algo específico. Ele passou os olhos rapidamente pelos papéis, tentando ver o que poderia estar faltando, mas o caos era tão grande que seria impossível ter certeza naquele momento. Apenas algo parecia estar no lugar, um bilhete sob o abajur ao lado da cama, uma mensagem em russo: “Venha sozinho, se quiser vê-la viva”. Abaixo, o endereço de um quarto no hotel onde Natalia havia começado a trabalhar recentemente.

Elias tropeçou no meio do quarto do hotel, as dores de cabeça pulsando violentamente como um tambor descompassado dentro de sua mente. Flashes de memórias passaram em sua frente como um borrão, um ataque aos sentidos que o deixava tonto e desorientado. Ele se agarrou à escrivaninha, respirando pesadamente enquanto tentava organizar os pensamentos. As lembranças eram confusas e conflitantes, como se sua mente estivesse tentando acomodar duas realidades distintas ao mesmo tempo.

Ignorando o cansaço e a dor lancinante em sua cabeça, Elias saiu do quarto, o bilhete amassado na mão. Ele correu pelas ruas ainda escuras de Boston, o céu começando a clarear ao longe. O hotel onde Natalia estava era luxuoso, e a recepção impecável contrastava com o tumulto dentro dele. Elias ignorou os olhares dos recepcionistas e foi direto para o elevador, seu coração martelando contra o peito enquanto o elevador subia. O pânico tentava se infiltrar em suas ações, mas ele o mantinha sob controle. Precisava pensar claramente.

Elias respirou fundo e correu até o quarto indicado no bilhete. Com uma pausa breve diante da porta, ele tentou ouvir algo do lado de dentro, mas só havia o absoluto silêncio. Suas mãos tremiam levemente enquanto ele girava a maçaneta, empurrando a porta devagar para dentro.

Um homem estava sentado calmamente, com uma expressão de superioridade. Ele se levantou lentamente, um sorriso frio se espalhando por seu rosto enquanto observava Elias entrar. Atrás dele, Natalia estava encolhida em uma poltrona. Seus olhos encontraram os de Elias, uma mistura de medo e urgência, e algo mais, a mesma dor de cabeça que ambos estavam experimentando, refletida no brilho de seus olhos.

— Elias — saudou com sua voz pesada com um sotaque russo denso — Finalmente nos encontramos. Viktor Smirnov, a propósito.

— Ele é o agente que foi enviado comigo para te vigiar — disse Natalia deixando transparecer seu receio do que poderia vir a seguir.

— De alguma forma eu reapareci há quilômetros de distância de vocês, mas isso não me desviou do meu foco. Eu precisava encontrar você e garantir que você seguisse com o plano.

Elias manteve o olhar fixo em Viktor, mas seus olhos estavam constantemente buscando uma forma de tirar Natalia dali.

— Você não entende o que está acontecendo — Elias disse, sua voz tensa, cada palavra uma luta contra a dor que latejava em sua cabeça — Você não sabe o que realmente estamos enfrentando.

— Ah, mas eu sei — Viktor respondeu, sua voz suave mas carregada de ameaça. Ele deu alguns passos lentos em direção a Elias, como um predador se aproximando de sua presa — As dores de cabeça, as memórias que não fazem sentido. Você está alterando a linha do tempo. Você está brincando com fogo, Elias, e todos nós estamos queimando por causa disso.

Elias viu a pistola que Viktor segurava firmemente ao lado do corpo, um lembrete constante do perigo real e imediato.

— O mundo como o conhecemos ainda não existe — Elias disse, tentando ganhar tempo, tentando pensar em um plano — Se você entende o que está acontecendo, então sabe que qualquer coisa que fizermos, por mínima que seja, afetará o futuro.

— Já passamos desse ponto, Elias. Você já alterou demais. As coisas que você fez, as mulheres com quem você se relacionou, você fez a cabeça delas e as tiraram do seu verdadeiro propósito. A missão agora é garantir que você não possa fazer mais estragos.

Viktor balançou a cabeça, um sorriso amargo surgindo em seus lábios.

Ele levantou a pistola, apontando diretamente para Elias, e o quarto pareceu encolher, o tempo desacelerando enquanto o dedo de Viktor se movia em direção ao gatilho. Elias se preparou para o pior, os músculos tensos, o coração batendo com força enquanto a adrenalina tomava conta.


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O que já era bom agora vai ser melhor ainda ! Fortes emoções!

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