Taís ficou em casa por causa do recém nascido e eu viajei para Londres, para minha primeira luta no maior evento de MMA do mundo.
Meu oponente era Africano, era uma promessa do MMA, fazia lutas fantásticas, se chamava Desmond “O destruidor”, fizemos a pesagem sem provocações, mal nos conhecíamos, chegou o dia da luta, eu estava nervoso, a Taís me mandava fotos do nosso filho e eu só pensava que não podia dar errado, eu ia me superar.
O narrador então começa:
- Ladies and Gentlemen, it’s time for my left side, weighing 90 kilos of pure Freitas muscle, the gentle Giant.
- On my right side, weighing 91 kilos, MMA promise Desmond “The Destroyer”
- Senhoras e Senhores é a hora do meu lado esquerdo pesando 90 kilos de puro musculo Freitas o Gigante gentil.
- Do meu lado direito, pesando 91 kilos, a jo navem promessa do MMA Desmond “O destruidor”
O juiz explicou as regras, batemos as luvas e começamos a luta, eu nunca tinha visto aquilo, Desmond era muito rápido, me aplicava jabs, e chutes baixos, eu mal conseguia alcança-lo, acabou o primeiro round com a vitória dele.
Me aproximei da equipe e José me mandou leva-lo para o chão, eu tentava, mas ele me jogava para baixo, era impossível, um segundo round morno deu empate, agora só me restava a finalização.
- Tem que finalizar – Disse o óbvio José
Aqueles segundos me fez lembrar do meu moleque, Taís e minha mãe, eu tive que partir pra cima, mas isso podia me custar a luta, eu fui pro tudo ou nada, armei a arapuca e esperei a decisão dele.
Abaixei a guarda, ele na ânsia de me finalizar tentou um cruzado de direita, eu dei um passo pra trás, ele continuou com a esquerda, eu dei mais um passo para trás, ele tentou novamente com a direita, eu me inclinei e voltei com soco no queixo que o levou a lona, o estádio ficou em silêncio enquanto observavam ele no chão e o juiz fazendo com as mãos que acabou.
De repente todos gritavam, eu não ouvia nada, estava em transe, havia conseguido, minha primeira luta, um nocaute.
Mandei um abraço e um beijo para a minha família, e em especial pro meu moleque Alceu. Daquele dia em diante eu só entrava no octógono com anunciação.
A luta me rendeu uns bons milhões de reais, o que me ajudou a comprar uma casa, carro e dar uma vida melhor para a minha família.
Eu e Taís deixamos Alceu com minha mãe e ajeita vamos a casa, chegando lá ela brincou se passando de corretora gostosa, e eu entrei na brincadeira. Ela estava vestida com roupa social, saia aberta atrás com zíper que era só puxar e salto alto.
- Então Sr. Freitas, a casa é do seu gosto? - Disse Taís interpretando a corretora
- Olha senhora Taís, eu gostaria eu não estou satisfeito com o serviço, gostaria de ver mais casas, se não se importa
- Calma Sr Freitas, você ainda não viu a vista dessa casa - disse ela já desabotoando a camisa
- Acho que posso esperar um pouco
Eu parti pra cima dela e fui impedido com as mãos.
- Não sei se devemos Sr Freitas, isso vai atrapalhar nosso relacionamento como cliente e corretora – disse ela fazendo doce
Eu já não me aguentava e a peguei pela cintura e puxei para mim em um beijo longo e apaixonado, quando nossos lábios se afastaram eu murmurei.
- Acho que posso te convencer do contrário
Fui abaixando lentamente e subindo sua saia, e ela estava sem calcinha, sinal de que já tinha planejado aquilo, olhei pra ela e fiz cara de tesão, coloquei só uma de suas pernas sobre meus ombro e fui lambendo sua buceta, fazendo círculos no seu clitóris, ela pegava meus cabelos e puxava pra continuar lambendo, ela foi gritando
- Aiii, vou gozar, vou gozar amor, não para aaaaaaaa
Ela começou a tremer, eu levantei e coloquei ela sentada na pia da cozinha e fui empurrando a pica, ela travou as pernas na minha cintura e me abraçou gemendo no meu ouvido.
- Vou te foder em todos os cantos dessa casa – Falei enquanto metia rápido e forte
Ela cravou as unhas nas minhas costas e gozava novamente, eu parei de meter enquanto ela respirava ofegante.
Virei ela de costas, puxei seu sutiã para baixo, inclinei seu corpo e enfiei meu pau de uma vez só, ela deu um grito e tentou jogar o corpo pra frente, eu a puxei pela cintura s deixar o pau sair e falei.
- Hoje você vai ser minha puta e puta aguenta tudo sem reclamar.
- Hoje e sempre, mete com vontade cachorro. Disse ela gaguejando.
Enrolei a mão no seu cabelo, puxei pra trás, e estoquei forte, dei um tapa na bunda dela que ficou a marca da mão, ela apertou meu pau com a buceta, eu tomei confiança e passei a bater mais, e gozei dentro dela com força.
- Nossa amor, o que deu em você hoje – disse ela se despindo para o banho
- Era saudades minha gostosa.
Seguimos pro banho, no meio de alisar um ao outro meu pau deu sinal de vida, ela então começou a me chupar, engolia tudo, engasgava, e eu delirava.
Levantei ela e coloquei as mãos na parede e fui tentando comer o cu dela. Era muito apertado, eu desisti e virei ela de frente, peguei ela no colo pelas pernas e meti com vontade até nós dois gozarmos novamente. Acabamos o banho e começamos arrumar as coisas da mudança.
- Tem muito cômodo ainda – brinquei com ela
- hoje não amor, estou toda dolorida
- Poxa – reclamei fazendo biquinho
- Juro que te recompenso – disse ela me beijando
Nos mudamos, eu, ela, nosso filho e minha mãe, que ajudava a cuidar do Alceu.
Já estávamos naquela casa a alguns meses, passou quase dois anos, eu tinha ganho mais 4 lutas e entrei pro radar do cinturão.
Estava na academia quando recebi uma ligação que anunciará minha primeira morte, a mais dolorosa de todas.
- Sr Freitas, aqui é do hospital Geral, sua mãe deu entrada a uma hora e precisamos que venha de despedir dela.
Acho que não entendi direito a situação, peguei o carro e corri para o hospital, minha mãe respirava por aparelhos, sofreu um AVC e não tinha mais como reverter.
Entrei naquele quarto atordoado, beijei a testa da mulher que me criou sozinha, meu irmão chorava amparado pela Taís do lado de fora.
- Adeus minha mãe, já pode ir, vai ficar tudo bem, eu prometo – disse eu no seu ouvido com um nó na garganta.
O velório e o enterro foi no mesmo dia, Pe. João meu velho amigo fez a cerimônia e as exéquias, eu não consegui chorar, todos me davam os pêsames e eu permanecia imóvel, como se tivesse anestesiado.
Eu vi aquele caixão descer lentamente e puxei a canção que ela cantava pra mim e meu irmão quando nos colocava para dormir e disfarçar a fome.
“Lenta e calma sobre a Terra
Desce a noite foge a luz,
Quero agora despedir-me
Boa noite, Mãe Querida
Boa noite meu Jesus
O Senhor dá-nos a benção
E do mal que nos seduz
Aos meus pais e a mim guardai-me
Boa noite, Mãe Querida
Boa noite, meu Jesus.”
O caixão fechou e eu fiquei ali até todos irem bora, eu não queria deixar a mulher que me criou ali sozinha, naquele cemitério, meu irmão passou mal e já tinha ido, a pressão baixou, Taís me esperava do lado de fora com meu filho.
Pe. João então apareceu e me disse para irmos que ela não estava mais ali
.
- Onde ela está? – perguntei com olhos fixos no buraco onde ela tinha sido enterrada.
- Está com Deus, voltou para os braços do Pai e certamente da Mãe, agora deixa eles matarem a saudade dela.
Eu olhei pro portão e vi meu filho e a mulher que eu amo e fui até eles, até hoje não sei explicar como cheguei em casa, era um silêncio ensurdecedor. Eu só apaguei e acordei de madrugada.
Fui até o banheiro, abri o chuveiro e me sentei no chão do box e deixei a água cair sobre mim, uma parte de mim foi enterrado com aquele caixão.
Taís entrou no banheiro, sem dizer nada e vestida ainda colocou suas pernas entre a minha cintura e me abraçou...
Eu comecei a chorar, chorava tudo que não tinha chorado nesse dia, enquanto aconchegava minha cabeça no peito dela, não sei quanto tempo passei ali, quando me acalmei, ela me deu banho e me colocou para dormir, no outro dia eu viajei sem dizer uma palavra, havia uma luta marcada que me faria disputar o cinturão.
A luta era contra o ex-campeão, Cris. A luta começou e eu fazia questão de receber os golpes dele, mas eu ia ao encontro para diminuir o impacto, eu queria sentir dor, para tentar esquecer aquele dor que atravessava a alma, ele passou dois rounds me batendo com vontade, meu rosto estava desfigurado, e eu não reagia.
José pensou em jogar a toalha, eu disse que não precisava, e iria acabar com aquilo. Uma raiva enorme atravessava meu corpo, meu adversário parecia cansado de tanto me bater, assim que o árbitro liberou o round eu corri, pulei e soquei, ele cambaleou pra trás, eu dei mais dois socos que o levaram a cair, eu ia bater nele no chão, coisa que nunca fiz, por sorte o árbitro me segurou. Eu não dei entrevistas e sai às pressas do octógono.
Viajei pra casa e quando Taís viu meu rosto começou a chorar. Foi até José contar que eu parei de falar. José então me mandou para a nova piscóloga da academia. Dra Laís. Morena de cabelos encaracolados e vermelhos.
- Bom dia Freitas – Ela me disse
Eu não respondi, então ela continuou.
- Se não quiser dizer nada, ficarei aqui até que esteja disposto a falar.
Meu diagnóstico estava dado, TEPT – Transtorno por estresse pós traumático, em casa eu mal brincava com meu filho, mal falava com Taís e se aproximava a luta pelo cinturão.
Já se passaram mais duas sessões em silêncio, Dra Laís então resolveu inovar, trouxe músicas para tocar e colocou “Anunciação”
- Sei que é a música do seu filho, o pequeno Alceu
Eu pela primeira vez respondi – Sim
- Porque você escolheu essa música? – sabe me dizer ?
- Bom eu, eu estava feliz esperando meu filho, uma felicidade que não cabia no peito, e fiquei tão assustado quanto Maria na anunciação, mas eu queria anunciar a todos nos sinos das catedrais que o meu filho estava vindo.
- Então Freitas, você sabe o que te impede de viver essa felicidade? Disse ela olhando pra mim
- Eu – disse depois de pensar por muito tempo.
Sai dali correndo direto pra casa, abracei a Taís e pedi perdão pelos últimos dias, dancei com ela sem música tocando, botei meu filho para dormir e pedi perdão a minha mãe, ela me odiaria por não estar me dedicando ao que construí.
Fui para disputa de cinturão com Taís e meu filho, meu adversário era o “Sniper”, Gregore.
A luta começou e eu estava sorrindo, os apresentadores não entendiam o que estava rolando.
- Ele está rindo, se divertindo
- Eu nunca vi ninguém lutar dessa forma
Meu adversário trocava socos comigo, trocação franca e passou a sorrir também, foram cinco rounds assim. Os juízes deram 3 a 2 para meu adversário que ficou com o cinturão, na entrevista ele disparou que a decisão não foi justa e pediu ao dono do evento que fizesse o mais breve possível a revanche e desse aquela luta como empate.
Aquela luta ficou marcada como “A batalha que não acabou”.
Minha vida mudou de vez, por um lado muitas entrevistas, viagens, comerciais e etc. Por outro menos tempo com a família.
Escolhas e consequências... Eu fui escutando os sinais.
Continua...
Os nomes e locais presentes neste conto são fictícios, mas os detalhes descritos são reais.
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