Acho que nunca tive uma noite tão boa, sério a cama do Ciço é perfeita e essa nem é a melhor parte, ele me abraçou no meio da noite e agora estamos aqui de conchinha e meu coração vai sair pela boca porque ele está com sua ereção matinal contra minha bunda, estou completamente imovel para não acordá-lo, mais como toda alegria de pobre dura pouco o celular dele toca o despertador, me faço de que estou dormindo, ele acorda sai da nossa conchinha para pegar o celular no criado mudo e desligar o despertador, mas antes que eu possa fingir que estou acordando ele volta a me abraçar e me acorda com beijos no bochecha.
— Acorda dorminhoco temos aula — ele está se divertindo com meus resmungos para continuar dormindo, afinal quero mais beijos.
— Vou banhar, mas depois você vai ter que ir banhar ou vamos atrasar — ele fala se levantando da cama, olho de relança e me deparo com sua cueca estourando de tão duro que ele está, ou como falam por aí Ciço está com sua barraca tamanho família armada.
Ele vai para o banho enquanto aproveito para controlar minha ereção que diferente da dele não é uma reação matinal e sim advento de sua gostosura e da sua forma carinhosa de me acordar, sou virgem a tempo de mais, meu corpo grita por uma interação sexual seja ela qual for, isso deve ser a única explicação para o tesão que estou sentindo agora, ele sai do banheiro usando uma cueca box branca, o branco realçado em sua pele morena me faz derreter, corro para o banheiro enquanto ele se arruma no quarto.
No chuveiro a água morna não ajuda a relaxar o corpo pelo contrário estou ainda mais atiçado, os pingos de água vão caindo na minha pele me fazendo tremer por inteiro, segurou meu membro e início os movimentos de vai e vem, a última vez que fiz isso fantasiando com alguém conhecido foi com o Rick em minha mente, porém dessa vez ao fechar meus olhos e me tocar posso sentir a pressão de seu volume na minha bunda de novo, a combinação dos pindos mornos e da lembrança de seu pau duro na minha bunda me fazem explodir de tanto tesão, minha porra voa na direção do vidro do box sujando, foram varios jatos pois fazia tempo que não me tocava e com esse nivel de orgasmo numa punheta nem lembro a última vez que aconteceu.
Visto minha roupa que está limpa e passada, Claudia deve ter lavado ontem quando estava vendo o jogo, preciso agradecê-la assim que possível, Ciço me deu uma escova nova também, a escova dele é verde e a minha é azul, quando estico minha mão para pegá-la na caneca onde a dele está junta meu pensamento viaja para uma realidade onde essas escovas estão sempre juntas, mas me afasto desse pensamento perigoso assim que recobrou a razão, não posso me apaixonar pelo Cíço, ele é hetero e mesmo que não fosse ele não ficaria com um cara como eu, pobre e fora do peso, não sou gordo, mas também não chego nem perto do corpo malhado dele, se ele pegasse caras seria mais provável ele pegar o César por exemplo, eles são amigos há vinte anos e tem quase o mesmo corpo.
Depois de perder muito tempo no banheiro finalmente sai pronto para irmos.
— Vamos — falei.
— Vamos comer antes.
— Pensei que você não gostasse de comer pela manhã — lembrei do que ele me disse ontem.
— Não gosto de comer sozinho, você está aqui hoje.
— Não come com seus pais? — Acho estranho.
— Não, o pai está dormindo ele chega muito tarde da Churrascaria e só acorda cedo quando precisa e minha mãe não está dormindo em casa.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não, só que meu tio viajou e minha mãe está dormindo na casa da minha tia para ajudar com o neném e para ela não dormir só, mas mesmo quando ela está em casa sempre toma café no salão com as suas funcionárias — pode ser apenas impressão minha, mas acho que Ciço se sente solitário em casa.
— Ótimo então vamos comer — respondi.
Diferente da minha casa aqui eles tem a Claudia e ela passa um café melhor que o meu, entretanto minha mãe ainda é minha barista favorita, porém aquele eles tem outra coisa que eu não tenho em casa, uma mesa de café da manhã de novela, a única vez que vi uma mesa tão completa assim foi quando viajei em família e ficamos em uma pousada, foi antes do divorcio dos meus pais, uma última tentativa de salvar o casamento — não deu certo.
— Claudia você é a melhor — Cícero agradece.
— Que isso Cicinho, só faço meu trabalho agora comam — ela gosta demais dele, seus olhos brilham só em ver que ele está se alimentando bem, coisa que na faculdade não acontece.
— Claudia obrigado por lavar minha roupa também — aproveito para agradecer também.
Meu pai me liga para perguntar de mim, esqueci de avisá-lo, mando uma mensagem dizendo que dormi na casa de um amigo e ele não gostou muito, vou ouvir quando chegar na oficina dele já tô até vendo, ele nunca me deixava dormir fora e até hoje briga comigo e com Isabel, bem mais com ela já que eu posso contar nos dedos da mão as vezes em que dormir nas casas alheias.
Depois de comer e quase arrumar briga com Cláudia para ela me deixar lavar a louça do café da manhã partimos para a faculdade, estamos lembrando do jogo de ontem e rindo quando entramos na sala, Raylan me encara com uma cara feira e chama o Ciço para se juntar a ele e seus outros amigos, vou para o meu lugar e ele vai dar um pouco de atenção para seus amigos, mas quando a professora chega ele vem e senta ao meu lado de novo.
— Agora você virou um nerd que senta na frente é? — Brinquei com ele.
— Meu monitor é muito bravo, se não prestar atenção ele vai tirar meu couro — dize ele com um de seus sorrisos lindos, estou catalogando os sorrisos dele, ele tem um de zuera, de malícia, a gargalhada genuína que é minha favorita e um sorriso indecifrável e todos são lindos e gostosos.
A aulas pela manhã passam normalmente como sempre, Ciço já está acompanhando bem as matérias e nem fechamos tudo ainda que ele tem para estudar, acredito que ele seja mais inteligente do que eu pensava, fora que tem uma memória quase perfeita, muitas vezes basta escutar uma vez e ele memoriza, bem diferente de mim que preciso estudar feito um louco para manter meu padrão de notas, na hora do almoço os amigos dele o chamam para comer fora do campus em uma padaria.
— Vamos — ele me chama.
— Para onde?
— Comer com o pessoal — lá se vem ele com convites que sabe que não vou aceitar.
— Não mesmo, vou comer no RU — falei decidido a não ceder dessa vez — mas a gente se encontra depois na biblioteca.
— Deixa disso vem com a gente, a galera chamou nós dois — ele me lança o sorriso de malícia, estou ficando bom em reconhecer suas expressões faciais.
— Eles chamaram você e não eu, ainda mais depois da discussão com Raylan.
— Ele nem lembra mais disso, vamos cara vai ser bom.
— Ciço não sei se você lembra, mas o herdeiro aqui é você — agora ele está gargalhando.
— Você é uma figura, vem — Ciço simplesmente pega minha mochila junto com a dele e vai saindo com os amigos, estou puto, mas não posso comer no RU sem minha mochila já que minha carteira está dentro dela.
Os caras vão no carro de um deles enquanto sou obrigado a montar na moto do meu amigo de novo, chegamos antes dos caras e ele aproveita para falar comigo que posso pedir o que eu quiser que ele paga, não me sinto nem um pouco confortável com isso, ainda mais vendo que a padaria que eles escolheram não é nem um pouco parada, para começar além de famosa tem pelo menos duas além dessa pela cidade.
— Esse lugar não é barato — falei.
— Não se preocupe com isso, desde que te conheci tenho gastado menos — Ciço fala com tranquilidade.
— Como assim? — Não entendi.
— Ontem, por exemplo, eu teria ido para o boteco e gasto muito dinheiro com cachaça, mas ao invés disso ficamos em casa vendo filme.
— Primeiro você pediu açaí então gastou e segundo eu vi o filme você dormiu — falei me divertindo com sua falsa reação ofendida.
— Olha ai que serpente você é, dormir porque estava bêbado e o açaí foi bem mais barato do que costumo gastar quando saio para beber.
Nossa conversa é interrompida com a chegada dos outros, cada um pega uma comanda, menos eu já que Ciço pegou a minha antes que eu tivesse a chance, fomos direto para a parte do self service, tem tanta comida que nem sei o que escolher, não estou acostumado com tanta variedade, não sou tão pobre já comi em restaurantes self service claro, mas aqui tem uns pratos que são normalmente caros, tipo camarão, dois tipos de lasanha, entre outras coisas, de qualquer forma monto meu prato só com o básico e na quantidade que sei que é suficiente para matar minha fome, quando meu amigo percebe o que estou fazendo me lança um olhar de repreensão.
— Pega o que você quiser Dan — agora ele fala em um tom mais sério.
— Olha aí não sabia que o Ciço ia pagar o almoço — Raylan lança sua provocação ao perceber que ele vai pagar o meu — aqui minha comanda também — ele continua rindo e provocando a risada dos outros.
— Sai daí, nem te comendo para pagar comida para ti — Ciço responde fazendo os caras riram mais ainda, o desconforto se forma na cara do Raylan e ele faz o que todo covarde pode fazer, se direciona para mim.
— Pois é, eu não to te dando, mas parece que a Daniela está — meu sangue ferve, era exatamente por isso que eu não queria vir.
— E tu por acaso está com ciúmes? — Ciço o provoca jogando o foco para ele de novo, que dessa vez fica calado com cara de bunda escutando as provocações dos outros.
Ciço não parece se incomodar com as insinuações do Raylan, mas eu detesto esse cara e sua homofobia descabida, mesmo que tivesse rolando algo entre Ciço e eu não seria da conta dele e nem de ninguém ali, os caras começaram a falar sobre futebol para quebrar o clima ruim que se formou por causa do Raylan, como é um assunto que eu gosto acabo dando minha opinião sobre o que eles estavam levantando, até o babaca do Raylan ficou surpreso com meu conhecimento sobre o jogo, acho que ele nem tinha noção que sou amante do esporte e que conheço as regras e os jogadores.
Depois do almoço Ciço quer me levar para casa dele para estudarmos lá, mas conheço a peça ele vai me prender lá o dia inteiro, então falei para estudarmos na universidade mesmo, mas ele insiste que em casa é mais confortável, para fazer ele desistir da ideia de estudar fora da faculdade dou a ideia da gente estudar na minha casa.
— Tá certo, vamos — ele me entrega o capacete.
— Espera, você vai mesmo lá para casa? — Não esperava que ele fosse aceitar assim tão fácil.
— Oxe, você não acabou de me convidar.
— Certo, vamos então.
É bom ir para casa já que tem umas vinte quatro horas que não piso em casa, estou louco para trocar de roupa, minha casa não é chic como a dele, só que ele não parece se importar nem um pouco, não tem ninguém em casa a tarde, tanto minha mãe quando minha irmã estão trabalhando então ofereço a ele uma toalha para tomar um banho, já que sei que ele gosta de banhar depois do almoço e me sinto na obrigação de tratar ele bem aqui em casa, já que ele me deu um tratamento diferenciado em sua casa.
— Ah valeu, quero mesmo.
Ele vai pro banho, depois aproveito para tomar um banho também e vestir uma roupa fresquinha, coloco um calção folgado e uma camisa branca, está fazendo calor e claro não tenho ar, mas não quero ficar sem camisa perto dele, pena que Ciço não tem o mesmo pudor que eu e tira sua camisa, meu fôlego quase me escapa, seu peito peludo e definido tem um efeito hipnótico em mim, não consigo me acostumar com sua beleza.
— Calor, você devia colocar um ar no seu quarto — ele fala.
— Claro, vou comprar hoje ainda — respondi com ironia.
Pelo menos ligo o ventilador para ele, já estou acostumado com o calor daqui de casa, mas para ele deve ser muito pior, ainda mais com esses pelos gostosos dele, me concentrar nos estudos é um pouco mais difícil com ele sem camisa do meu lado, porém depois que engato nos estudos meu foco vai se prendendo nos livros e posso até dizer que foi produtivo, estudamos até as três quando a fome nos atinge.
— Vou comprar pão para gente — falei.
— Vamos — sei que se eu levá-lo ele vai querer comprar muita coisa então recusei sua companhia e peço para que ele me espere em casa mesmo.
— Você ainda não entendeu que não adianta discutir comigo — Ciço fala vestindo sua camisa, filho da mãe cabeça dura.
No caminho da padaria passamos pela oficina do meu pai, na ida ele não me viu, mas na volta não tenho a mesma sorte e ele me chama, respiro fundo pois sei o que me aguarda, sigo para lá e Ciço me acompanha, queria mesmo que ele tivesse ficado em casa.
— Bença pai.
— Deus te abençoe, onde você dormiu? — Seu tom era o exato tom que esperava.
— Ele dormiu na minha casa, senhor, fomos ver o clássico rei e ficou tarde para vir deixá-lo — Ciço toma a frente.
— E você estuda com o Daniel — pronto meu pai e ele engatam uma conversa como se eu não estivesse ali.
— Sim, meu pai chamou a gente para assistir ao jogo na churrascaria da nossa família — meu pai faz uma cara feia, mas disfarça bem.
— Pai o Cícero é Vozão assim como o senhor — falei e pronto o homem de desarmou e desatou a praguejar sobre o jogo com Ciço, por um momento até parecia dois velhos reclamando do time, mas lá no fundo da minha cabeça a fantasia do meu pai discutindo sobre o jogo com seu genro me faz sorrir.
— Pai a gente vai indo, temos que estudar ainda — falei, porque se não meu pai não solta mais dele.
Ciço amou meu pai, agradeci mentalmente por ter escapado da bronca, em casa passo um café para gente e fritei dois ovos para comer com pão, meu amigo me observa preparar nosso café com os olhos brilhando, e o sorriso bobo, esse é novo e sem dúvidas é o mais lindo que ele tem em seu acervo de sorrisos, sirvo o café e preparar seu pão.
— A Cláudia não está aqui, mas espero que você goste.
— Está brincando, nenhum amigo meu nunca cozinhou nada para mim, obrigado — fico vermelho com seu comentário.
Eu sabia que ele ia exagerar e foi dito e feito, além do pão ele comprou também bolo, queijo e requeijão para comermos, só não comprou mais coisa porque não deixei, o cara é uma máquina de passar cartão com coisas sem precisão, ele precisa controlar seus gastos, até porque dinheiro um dia pode acabar.
Comemos ele lavou a louça e nem precisei pedir, pensei até que ele não sabia lavar, mas ele lavou direitinho, voltamos para o quarto para estudar, mas o foco estava meio que perdido, então resolvemos terminar o filme do outro dia, ele colocou em seu notebook e ficamos apertadinhos na minha cama de solteiro vendo o resto do filme, o perfume dele é uma delícia, tudo nele me ativa e me atiça.
Percebendo que nossa proximidade está me deixando maluco arrumo uma desculpa para me livrar dele e esfriar minha cabeça, preciso ir a praia, aproveito que já está no fim da tarde e que já está perto do pôr do sol.
— Foi uma tarde bem legal, agora vou ver o pôr do sol — falei dando a deixa para ele ir embora.
— Ah massa vamos — ele veste sua camisa novamente.
— Vamos para onde?
— Ver o pôr do sol, Dany boy, você precisa de vitaminas para memória macho.
Não vou conseguir mesmo me livrar fácil dele, mas tá no inferno abraça o capeta, descemos a rua até a praia, levo ele até o ponto em que gosto de me sentar, para ver o sol indo embora, ele está numa felicidade só, parece criança, ficamos sentados falando sobre coisas aleatórias até o espetaculo no ceu começar, as cores no céu e o som das ondas me dão a paz que estou precisando, até a presença do meu amigo alí se revela um prazer a mais para mim nesse momento.
— Que lindo.
— Sim, eu amo vir até aqui, desde muito novo esse tem sido meu refúgio — confessei.
— Queria te um — Ciço está em um dos seus raros momentos de tristeza, é a segunda vez que vejo mágoa em seus olhos.
— Sabe eu sou adotado — não sei explicar, senti que precisava falar sobre isso com ele — meus pais biológicos me jogaram no lixo e meus pais adotivos me resgataram.
— Nossa cara sinto muito — Ciço me abraça passando meu braço me puxando para pôr minha cabeça em seu ombro.
— Meus pais querem que eu largue a matemática e vá estudar nos Estados Unidos, mas não me vejo morando lá.
— Você não é próximo deles? — Estou com essa dúvida há algum tempo.
— Meu pai já é velho e não participou de quase nada na minha vida e minha mãe vive em função do salão, não me falta nada então não reclama — sua fala parece mais para ele do que para mim.
— Mas o principal eles não estão lhe dando, eu tive a maior sorte na vida de ter sido encontrado pelos meus pais — tenho muito orgulho deles.
— Pelo menos um de nós tem alguém — o pesar da solidão dele fica mais nítido agora.
— E quem foi que disse que você não tem — falei encarando o nos olhos.
— Obrigado — Ciço encosta a cabeça na minha.
— Não sou muito próximo da minha irmã, mas sinto que tenho que fazer o melhor sempre para compensar meus pais terem me resgatado — me abri com ele como nunca me abri com ninguém.
— Você sabe que não precisa provar nada para eles, né — ele fala.
— Sei, mas não sei se consigo, esse sentimento de gratidão e dever está muito enraizado dentro de mim.
— Acho que entendo o que quer dizer, mas no meu caso eu fiz umas merdas pra tentar chamar atenção dos meus pais quando ainda estava no colégio — ele tem cara te peste quando era mais novo mesmo.
— E não funcionou? — Quis saber.
— Só na hora, depois eles só voltavam para suas bolhas, mas sabe que com o tempo aprendi a não me importar tanto assim.
— Por isso você não come sozinho? — Começo a entender seus pontos com mais clareza.
— Por aí, olha essa sua praia parece um confessionário — ele brinca se referindo ao nosso nível de intimidade de agora a pouco.
— É por isso que esse é meu lugar favorito no mundo — confessei mais uma coisa sobre mim.
Voltamos para casa e ele não parece está na vibe de que vai para casa, então mandei logo ele guardar a moto dentro de casa, preparei uma macarronada com atum para gente jantar e escolhemos outro filme para ver, sua companhia é a melhor, conversamos sobre tudo, temos muitas opiniões e gostos semelhantes, é fácil ser eu mesmo quando estou perto do Ciço e depois da praia sinto que algo mudou dentro de mim em relação a ele.
Primeiro jantamos, deixei um pouco de comida para minha mãe que deve está chegando, Ciço me ajudou mais uma vez com a louça, depois de tomar mais um banho finalmente voltamos para o meu quarto, só que agora ele me puxou para deitar no seu peito assim ficamos numa posição melhor para ver o filme.
Quando minha mãe chega ela me chama para perguntar de quem é a moto que está na nossa sala, fui prestar uma satisfação para ela e Ciço aproveitou para me seguir e comprimenta-la, bem na hora que Isabel chega, quando os olhos de Ciço encontram os dela sinto um clima estranho e então ela o chama pelo nome.
— Cícero, o que está fazendo aqui? — Meu coração acelera.
— Isabel, você é a irmã do Daniel? — É óbvio que eles se conhecem.
— Espera, você conhece minha irmã? — Pergunto.
— Ele é sobrinho da minha patroa — Isabel é a primeira a falar, minha mãe se retira alheia ao que está acontecendo aqui.
A ex do Cícero é a Isabel minha irmã, ele disse que estava começando a gostar dela, mas ela o dispensou quer dizer que me apaixonei por um cara que além de hetero é afim da minha irmã, que carma horrível, percebo um desconforto, mas dela do que dele, será que ela acha que ele está aqui por causa dela? Tipo não tem nem como ser possível, já que ele não tinha como saber que ela é minha irmã né?
Depois de falar com a gente Isabel vai para o quarto dela e agente vai para o meu, quero disfarçar melhor, mas nao consigo, estou com mil coisas na cabeça, eu sei que Cícero não tinha como saber, mas a coincidencia não deixa de ser algo foda, se achava que não tinha chances antes agora tenho certeza me apaixonei pelo ex ficante da minha irmã, seria comico se não fosse tragico.
— Cara que mundo pequeno — Ciço fala quando entramos no quarto.
— Muito, se quiser ir falar com ela — falei sem pensar.
— Não tenho nada para tratar com Isabel — sou pego de surpresa com sua fala.
— Pensei que você estivesse emocionado por ela — me esforço o máximo possível para controlar meu ciúme.
— Ficar com a Isabel foi foda e é verdade que eu queria ter pedido ela em namoro, mas isso foi antes.
— Antes de que? — Perguntei.
— Antes de conhecê-la melhor, depois que ela me dispensou comecei a prestar atenção nas coisas que ela fazia, eu sei que ela é sua irmã e não quero falar mal, mas percebi que ela é um pouco interesseira.
— Um pouco é gentileza sua, Isabel não faz nada sem ganhar algo em troca — sei que é errado falar mal da minha própria irmã, mas não menti.
— Então você não gosta mais dela? — pergunto mais uma vez para ter certeza.
— Não, hoje eu quero ela só como minha cunhada mesmo — ele fala rindo com malícia.
— Você é um palhaço — falei dando um soquinho no seu peito peludo e delicioso.
— Sou seu palhaço aqui — Ciço me puxa pela cintura e me dá um selinho que me tira da orbita terrestre.
— Você fica com essas brincadeiras depois eu acredito — falei e ele riu.
— E quem disse que estou brincando — quero que seja verdade, mas o conhecendo como conheço sei que é zueira dele, então só deixo pra lá, ele deita na cama e me deito em seu peito de novo para voltarmos a ver o filme.
Dormir na cama dele foi perfeito, mas dormir com ele na minha cama foi muito melhor, não foi confortável, mas só em poder dormir de conchinha com ele valeu a pena, dessa vez vimos o filme todo, já estava tarde e ele não fez o mínimo esforço para ir embora deixando subentendido que dormiria comigo, e como está quente ele tira a bermuda e fica só de box preta — puta que pariu que homem — e deita na cama, para não ter nenhum mal entendido passei a chave na porta, tirei minha camisa e deitei com ele, como falei Ciço me abraçou e assim ficamos até pegar no sono e assim amanhecemos e por mais uma vez acordei com o pau duro do meu amigo hetero pressionado na minha bunda.