Capítulo 2
Dani observava a casa maravilhado.
Ao passar pelos grandes portões automáticos de madeiras pode observar a bela casa de cor salmão e contornos brancos. A residência tinha dois andares e as paredes da sala eram de vidro fumê.
O quintal tinha uma bela grama de um verde vivo, com pedras brancas para a decoração. Havia algumas árvores de pequenos portes repletas de flores coloridas.
A piscina era de um azul encantador e a área gourmet ficava próxima a ela.
Neide, a empregada da casa, o conduziu até a sala de estar, dizendo que Bruno ainda estava no quarto. Pediu para que aguardasse.
A sala era ampla e bem iluminada. As paredes eram de vidros fumê, a mobília do estilo retrô, com plantas dando vida ao ambiente.
Enquanto aguardava a chegada do chefe, Dani observava as fotos nos porta-retratos. Via Bruno sorrir ao lado do marido em Veneza, uma selfie que tirou em um dos parques da Disney ao lado do marido e da cunhada e Rafael.
Dani se deslumbrou ao perceber que Bruno havia viajado para muitos lugares.
Percebeu que os móveis a sua voltam eram de boa qualidade e deduziu que custaram um alto preço.
Em meio a tantas fotos, uma chamou em especial chamou a sua atenção. Era uma em que Jonas estava sentado no costão de Itacoatiara, vestindo um short preto esportivo, sorrindo, sem camisa exibindo o seu peito atrativo. O sorriso do homem o encantou e, como usava óculos escuros expressava um pouco de mistério, o deixando ainda mais sexy.
Dani tomou o porta-retratos nas mãos e observava a foto sério.
_ Uma bela casa, um belo carro, viaja pelo mundo e um belo homem! Bruno é mesmo muito sortudo.
Sentiu uma raiva súbita sentindo-se injustiçado por desejar a vida do chefe, já que se sentia mais merecedor dela do que Bruno.
Os passos descendo a escada, o fez pôr o porta-retratos de volta na estante e correu para o sofá, fingindo que esteve o tempo todo sentado.
Bruno descia vestindo uma blusa branca e uma calça de moletom cinza. Os seus cabelos ainda estavam desalinhados e a sua expressão demonstrava que acordou há pouco tempo.
_ Bom dia, chefinho! Ah, sinto muito ter te acordado._ disse dando um beijo no rosto de Bruno.
Dani fingia um lamento e um sorriso de felicidade por vê-lo.
_ Foi necessário. Aliás, eu fico muito agradecido por você ter tirado um tempinho para me ajudar, mesmo não sendo a sua função.
_ Imagina. Eu faço com o maior prazer. Amo fazer a bicha prestativa. É só solicitar, que eu estarei pronta para te atender.
_ Você é um anjo mesmo. Aceita tomar café da manhã comigo?
_ Olha, eu poderia fazer a fina e negar, mas não vou perder essa oportunidade não.
_ Você fez uma boa escolha._ Bruno disse sorrindo.
Dani fazia muitos elogios a casa, dizendo que Bruno tinha bom gosto para a decoração. Puxava assunto perguntando onde comprou a mobília e os objetos decorativos.
Bruno contava a história de alguns que comprou em algumas viagens e Dani ouvia usando um sorriso como máscara para ocultar a sua inveja.
Neide o observava desconfiada. E mesmo percebendo a desconfiança da empregada, ele a ignorou.
Após o café da manhã, eles subiram para o escritório de Bruno para trabalharem.
Dani fingiu querer ir ao banheiro.
_ Fica no fim do corredor.
Dani aproveitou para entrar na suíte do casal. Observou Jonas adormecido na cama e sorriu, excitado com o belo corpo do rapaz.
Neide caminhava para lavar o banheiro quando se deparou com a porta do quarto aberta.
Entrou sorrateira e ficou observando Dani com uma mão na cintura e a outra segurando o esfregão.
Ele a olhou com ar de superioridade e um sorriso sarcástico.
_ Posso saber o que você está fazendo aqui?_ ela disse quase sussurrando para não acordar o patrão.
_ Eu me perdi. Achei que fosse a porta do banheiro.
_ Agora você está vendo que não é. Então, pode sair.
_ Calma, mona! Eu já estou saindo! Não precisa se estressar. Estresses provocam rugas e com a sua idade e essa pele que não é muito boa o estrago pode ser grande.
Ele saiu com o andar rebolativo e debochado, deixando a mulher com raiva.
Assim que Dani foi embora, Neide expressou a sua insatisfação com o menino.
_ Eu não gostei dele, Bruno. Os nossos santos não bateram. Esse menino tem uma energia ruim. O mau olhado dele dar pra sentir de longe.
_ Você e as suas cismas, Neide!
_ Quem avisa amigo é. Esse menino tem inveja de você. Abre o seu olho.
Bruno a ignorou. Neide não era uma pessoa amável com todos e viviam falando mal das pessoas. Ele já estava acostumado com o jeito dela e por isso não a levou a sério.
Apesar de conhecê-lo há pouco tempo, Bruno tinha um carinho enorme por Dani, devido à sua dedicação ao trabalho e demonstração de afeto com ele.
Renata estava sentada no sofá da sala pintando as unhas dos pés de vermelho, quando Marília entrou trazendo um carrinho de feira. A idosa estava com a cara amarrada e respirava fundo.
_ O que houve, Marília?
_ Você acredita que aquela fofoqueira da dona Carmelita me cercou no supermercado para fazer fofocas de Matheus?
_ Ah, meu deus! Será que o meu filho xingou a mulher? Genioso do jeito que Matheus é, eu não duvido nada.
_ Não se sei se xingou, mas deveria ter xingado. A linguaruda veio reclamar que Matheus fica fazendo barulho transando no apartamento dele. Pra você vê, Renatinha, a mulher é tão desocupada que se preocupa com a transa dos outros!
Renata ficou envergonhada ouvindo Marília.
_ Ela ainda teve a pachorra de dizer que "Aí isso é pecado! Homem com homem é coisa do satanás. Vocês deveriam levar esse menino na igreja."
"Ah, a minha mão coçou. Quase dei na cara dela! Eu, hein! Eu disse que quem tem que ir á igreja é ela para exorcizar aquele espírito fofoqueiro agarrada no cu dela. Fica falando de Matheus, mas fecha o olho pra aquele marido tarado dela, porque seu Sérgio não pode ver uma garotinha e garotinho que se assanha. Todo mundo sabe que ele é gilete, só ela que não vê."
_ Ai, gente! Vire e mexe as pessoas do condomínio vivem falando de Matheus e Patrick. _ Renata disse sorrindo.
_ As pessoas deveriam caçar o que fazer. Eles estão no auge da juventude. Tem mais é que aproveitarem mesmo. É melhor estar transando do que tomando conta da vida alheia.
_ É...até que você está certa.
Marília sentou no sofá, abriu o carrinho e entregou alguns legumes a Renata.
_ Eu comprei esses legumes pra você. Desde que Matheus foi viver com Patrick que você fica dando molhe na alimentação. Toma cuidado para não ficar doente.
_ Oh Marília, não precisava gastar o seu dinheiro comigo.
_ Precisava sim. Você vive de lanches e comidas congeladas. Precisa se alimentar bem. Eu vou aproveitar e fazer uma sopinha pra você. Aquela que você adora...com legumes e costela bovina.
_ Você é um anjo mesmo.
Marília foi até a cozinha, lavou as mãos, pôs o avental e começou a cozinhar.
Renata permaneceu sentada, esperando o esmalte secar.
_ Marília, eu já encomendei as carnes para o meu aniversário. _ Renata gritava da sala._ Falei para o seu Afrânio do açougue reservar 10 quilos de picanha, 15 de alcatra, 20 de linguiça de pernil defumada e de asinhas de frango. Você acha que está bom?
Marília foi até a sala segurando a faca. Parou com as mãos na cintura na soleira da porta que ligava a sala a cozinha.
_ Pra que esse exagero todo?!
_ Que exagero, Marília?! Eu convidei muitas pessoas.
_ Mas, vai gastar tanto dinheiro assim para esse povo comer de graça?
_ Eu não ligo que as pessoas comam de graça. Quero mais é que comam e bebam à vontade. E além do mais, eu não vou gastar dinheiro sozinha meus amigos vão rachar.
_ Se é assim. E o seu patrão? Vai mesmo ceder o sítio dele para a festa?
_ Vai sim. E ele tá muito empolgado com a festa. Disse que vai até contratar um grupo de pagode.
_ Ah, temos que encomendar o bolo!
_ Não se preocupe. O Bruno vai levar. Eu ia encomendar, mas ele fez questão de levar.
Marília fez uma expressão séria.
_ Você vai mesmo convidar o talarico?
_ Eu já convidei o meu sobrinho e o esposo dele. E serão muito bem-vindos.
Rose se aproximava da porta de Renata, quando parou e ouviu Marília gritar:
_ Depois de tudo que ele fez? Trair e roubar o namorado do primo. Matheus vai ficar puto com isso. E com toda razão.
_ Marilia, esquece esse história. Meu filho nem fala mais no Bruno e no Jonas. Agora ele está muito feliz com o Patrick.
_Boa tarde._ Rose disse séria, entrando na sala.
Renata levantou para cumprimentá-la. Ambas se beijaram no rosto e Marília permaneceu séria.
_ Eu acho uma falta de respeito com o Matheus você convidar o talarico.
Renata ficou envergonhada por causa de Rose e arregalou os olhos para que Marlia não prosseguisse com o assunto.
_ Por acaso o talarico que você se refere é o meu filho, Marilia?
_ E há outro na família?
_ O meu filho não é nenhum talarico. Ele e o Jonas já se gostavam muito antes do Matheus entrar na história.
_ Mas, ficou com o Jonas enquanto ele namorava o primo. Isso é uma cretinice! O seu filho é um sonso.
_ Ah, e o Matheus é um santo? Bruno não tinha nada com o Jonas até o seu queridinho infernizar q vida dele.
_ Olha aqui sua...
_ Sua o quê?
_ Gente, já chega! Vamos parar com essa briga boba?! Os meninos mesmo já pararam com essa guerra! Cada um seguiu a sua vida e vocês aí brigando.
_ Eu só falo a verdade. Bruno não presta! É um sonso e mau caráter!
_ Quem não presta é você, que é uma velha ridícula e mal amada. O meu filho nunca te fez nada e você tá aí falando mal dele.
_ Gente, pelo amor de deus!
_ Falo mesmo!
_ Você tem é inveja. O meu filho não é da sua laia . Ele teve uma boa educação, é inteligente e está muito bem casado.
Marília gargalhou.
_ Inveja?_ risos_ Que boa educação? O seu finado marido era um monstro e você uma sonsa. Inteligente ele até é. E bem casado claro que está, com o marido que roubou do primo!
As mulheres inciaram um bate boca. E Renata revirou os olhos para cima, irritada com a briga delas.
O aniversário de Renata foi programado para ser comemorado no sítio do seu patrão. Ela comemoraria reunindo os amigos num churrasco com pagode.
Como era muito popular, na sua festa compareceram muitas pessoas.
Mesmo trabalhando como administradora numa concessionária, Renata resolveu aumentar a sua renda abrindo uma loja de roupas femininas tendo Rose como sócia.
Muitos estranhavam a amizade de Renata com a ex-cunhada, devido ela ter sido acusada de matar Gustavo.
No entanto, Renata ignorava os outros e manteve a amizade com Rose. Além de sócias, elas saiam juntas para a balada, barzinhos e praias. Uma frequentava a casa da outra. E Bruno comprou uma casa para a mãe. O lugar escolhido foi a mesma rua que Renata mora.
A festa ficou marcada para acontecer no sábado. Renata, Marília, Rose e Patrick foram na sexta-feira a noite para cuidarem dos preparativos com antecedência.
Marquinhos, o filho de Marília, também foi na sexta-feira junto com a esposa Leninha e a filha Emily, uma adolescente de 13 anos.
Leninha não gostava da amizade de Rose e Marquinhos. Ela a olhava com ódio, o que incomodava Rose, mas engolia a seco para não criar um clima de brigas.
Leninha entrou na cozinha do sítio séria. Marília tomava um copo de cerveja enquanto descasva as batatas para a salada de maionese. E Patrick estava sentado à mesa picando as cenouras.
_ Ninguém merece a Renatinha ter convidado aquela piranha.
_ Quem?
_ Ora, Patrick! Essa tal de Rose! Essa mulher é uma vadia. Vive de gracinhas com o Marquinhos. Ela ainda é aquele tipo de puta sonsa. O pior tipo.
_ O filho teve a quem puxar._ resmungou Marília.
Patrick preferiu permanecer em silêncio para não se envolver em confusões.
Rose sempre incomodou a Leninha por causa da sua beleza. Apesar de ser uma mulher com mais de cinquenta anos, tinha um belo corpo, com curvas atraentes, seios rígidos e fartos, coxas grossas, quadris amplos e uma bunda avolumada. Os seu belo corpo, rosto e cabelos pretos longos e lisos despertavam os olhares masculinos, que antes eram destinados a Leninha, que também é uma bela mulher Gordinha de belas curvas, cabelos cacheados e uma linda pele negra, ela esbanjava sensualidade nas rodas de samba. A disputa com uma mulher branquela e mais velha que ela, a deixava recaucada.
_ Para piorar, Renatinha convidou o sonso Bruno.
_ O talarico?
Leninha gargalhava batendo palmas.
_ Gente, vai dar merda. Ele e Matheus se odeiam. Não se falam tem o quê? Uns três quatros anos... falando nisso...Patrick, cadê Matheus?
_ Ele teve que uma prova na pós e só vai vir mais tarde.
_ Ele sabe que o Bruninho vem?
_ Eu não sei. Mas, peço que ninguém comente, porque eu não estou nem um pouco a fim de aturar o mau humor dele Vocês conhecem o Matheus quando fica puto.
_ Vira o satanás._ disse Leninha roubando uma cenoura e comendo.
Bruno fitava as árvores da estrada sem prestar atenção nelas. Ele estava sentado no banco de trás do carro de Cinthia.
Ela e Isabel cantavam e dançavam com as mãos um funk que tocava no celular.
Ele estava triste demais para compartilhar alegria com o casal de amigas. Seus pensamentos estavam na discussão que teve com Jonas na mesa do café da manhã, quando Jonas anunciou que não poderia o acompanhar no churrasco de Renata. O motivo seria a falta do gerente de um dos seus bares, pois homem sofreu uma lesão no pé e Jonas teria que assumir o posto.
_ Sério mesmo, Jonas? Isso é uma sacanagem da sua parte! Poxa, faz tempos que não saímos juntos e você prometeu a minha tia que iria ao churrasco.
_ Prometi, mas não vou poder ir. Eu não posso deixar o bar sem uma gerência. Hoje é sábado, dia de movimento.
_ Eu não acredito! Porra, eu já estou de saco cheio dessa sua ausência! Você dar mais valor para a suas empresas do que pra mim!
_ Vai bancar o imaturo agora, Bruno? Você já foi mais compreensivo.
_ E você já foi mais homem!
_ Bruuuuno! Me respeite!
_ Me respeite você! Eu sou o seu marido! Me casei com você para te ter ao meu lado. Mas, você prefere o trabalho a mim.
_ Bicha dramática! Esse papel não combina contigo. Eu tenho que ir trabalhar. Mais tarde a gente conversa.
Bruno soca a mesa.
_ Você sempre foge quando é confrontado.
_ Eu fujo porque detesto brigas. Já aturei muitos chiliquinhos do Matheus e você está indo pelo mesmo caminho.
_ Não me compare com aquele imbecil!_ Bruno gritava apontando o dedo indicador para Jonas, que se levantou e saiu.
_ Não fica bolado não, amigo. Esqueça o Jonas e aproveite o dia, que está lindo e ensolarado._ disse Isabel olhando para trás.
_ Mas, o Jonas tá vacilando mesmo. Porra, o cara só pensa em ganhar dinheiro.
_ Não põe mais lenha na fogueira, Cinthia!
_ É verdade, Bel. O Buba quer curtir o marido.
_ Gente, será que o Jonas não me ama mais?
_ Olha, ele está vacilando, mas ele te ama sim. Jonas é louco por ti. Só precisa de um pouco de limite.
_ Não sei não, Cinthia. Estamos dois meses sem transar. Será que ele tem outro?
As duas mulheres se olharam. Elas conheciam a fama de safado de Jonas.
_ Amigo, não procure chifre em cabeça de cavalos. Essas coisas precisam ser confirmadas antes de serem afirmadas._ disse Isabel.
_ Sei não. Jonas nunca foi de negar fogo. Mas, eu não vou ficar com essa dúvida não. Vou investigar a fundo. Se o Jonas tiver me traindo eu mato ele e o veado que ele tiver comendo!
As mulheres preferiram ficar em silêncio.
A festa estava cheia. Todos vestiam roupas de banho. Alguns ficaram na piscina ou em volta dela, enquanto outros sambavam em torno do grupo de pagode que tocava sentados numa mesa com cervejas e pratos descartáveis com pedaços de carnes.
A fumaça exalava um cheiro delicioso de carnes na brasa.
Matheus sorriam conversando com Betinho
portando um copo de cerveja na mão. Ao ver Patrick passando, o puxou e o beijou.
_ Hum! Que grude as senhoras. Nem parece que viviam as turras por causa de macho.
_ Oh, Betinho! Você e a sua língua. _ disse Patrick.
_ Mas é verdade. Esqueceu que o Matheusinho até te chamava de depósito de porra? E agora você deixou de ser?
_ Claro que não. Ele continua sendo. Só que agora é o meu depósito de porra.
Patrick ficou vermelho envergonhado. Pos a mãos no rosto e o encostou no ombro de Matheus.
_ Oh, Matheus!
_ Oh, que bonitinho envergonhado. Me dar um beijinho, amorzinho.
Matheus o beijou, acariciando o seu rosto.
Renata se aproximou.
_ Oi, gente. Infelizmente, Eu vou ter que interromper o love dos pombinhos. Filho, você pode ir lá no estoque e pôr mais garrafas de cervejas para gelar? Faz esse favorzinho para a mamãe?
_ Claro, amor da minha vida! A aniversariante mais linda do mundo.
Matheus a beijou no rosto e os dois se afastaram, deixando Patrick e Betinho juntos.
_ Tá com a pele boa, hein veado. Tá dando pra caralho.
_Digamos que eu estou feliz.
_ Safada! Eu tô sabendo das brincadeiras de vocês gerando alvoroço no condomínio onde moram. _ Betinho gargalhou._ Bicha, a senhora tá muito puta. Desse jeito não vai entrar no céu.
Patrick sorriu.
_ Olha só quem está chegando.
Betinho disse apontando para Bruno que entrava no portão acompanhado de Isabel e Cinthia.
_ E veio sem o boy que roubou do seu marido.
_ Ah, como você é inconveniente!
_ Mana, se liga nesse bafo! Eu estou sabendo por boca pequena que Jonas tá negando fogo!
Patrick o olhou de um jeito interrogativo.
_ É, bicha! O Jonas, que tinha fama de comedor, está dando bola a fora. Ele só pensa em trabalho. Aí o Bruninho tá subindo pelas paredes.
_ Isso não pode ser verdade. Eu conheço o lado sexual do Jonas. Ele é insaciável.
_ E não sei, menina? Já bebi daquela fonte!
_ Tá de sacanagem?!
_ Uh, é! Rolou uma vez. Numa festa de fim de ano da pizzaria. O chefinho bebeu e me traçou.
_ Quando foi isso?
_ Antes dele namorar o Matheus.
_ Quando ele estava comigo?! Eu não acredito que você cravou essa faca no meu olho, Betinho!
_ Ah, não vai bancar a rancorosa agora. Isso é passado.
_ Mesmo assim. Você sabia que eu gostava dele e você é meu amigo.
_ O Jonas não era o seu namorado! Não foi traição. É diferente se fosse com o Matheus.
_ Você que nem chegue perto do Matheus! Eu te meto a porrada!
_ Hum! Ficou brava? Não se preocupe o Matheus não me atrai. Eu gosto de homens cem por cento ativos. Comedores de verdade. Esse negócio de bater bunda com bunda deixo pra você. Agora, dá licença que eu vou falar com a primeira dama.
Betinho se afastou de Patrick e foi até Bruno e as meninas. Depois de cumprimentá-los perguntou por Jonas.
_ Teve um imprevisto em um dos bares._ respondeu Bruno aparentando insatisfação, o que deixou Betinho feliz.
_ Ah, que peninha! O dia está tão incrível. Seria ótimo se o chefinho estivesse aqui para comemorar conosco.
_ Você viu a minha tia? Quero dar um abraço nela e entregar este presente. E também quero saber onde ponho o bolo, que está no carro.
Betinho sorriu com a ideia maldosa que passou pela sua cabeça.
_ Ela está no estoque. Parece que está mexendo com cervejas. Vai até lá, veado.
_ Acho que vou esperar.
_ Não! Com esse tumulto você não vai conseguir falar com ela. Lá é mais reservado. Será melhor para parabenizá-la.
_ Você tem razão. Vou lá.
Isabel e Cinthia não entenderam o porquê de Betinho ter saído correndo assim que Bruno se afastou.
Matheus arrumava as garrafas quando sentiu que alguém entrava no local. Ele olhou para trás e o sorriso de Bruno se desfez.
Seus olhares se cruzaram sérios.
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