Fala CDE tô trazendo a sexta parte do conto segundas intenções para sabermos mais o que aconteceu após a chegada do Gabriel em Salavdor. Espero que curtam e caso seja leitor novo recomendo dar uma olhada nas outras parte. Boa leitura!
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Eu estava paralizado de medo meu coração tinha chegado na boca, vários garotos passavam entrando e saindo de uma sala, alguns tinham sorrisos confiantes como se aquilo fosse uma porta para algo incrível e outros estavam como eu, tímidos e encolhidos nos bancos de espera. A boate estava diferente do dia anterior, estava vazia, as luzes neon gritantes estavam desligadas e dos funcionários nem se via a sombra. Erick tinha chegado comigo e logo tratou de colar em mim, ele me dizia para não fazer perguntas e sempre tentar ser gentil, aquilo ia ser como uma entrevista de emprego comum e que iria depender de mim se tudo daria certo. Eu apenas balançava a cabeça em afirmativa e esperava minha hora.
Os minutos foram passando, o relógio parecia correr mais lentamente para o tempo saborear meu nervosismo. Depois de algumas horas eu fui chamado, quase não tinha mais outros garotos perto de nós e quando uma mulher alta de cabelos escuros apareceu com uma prancheta meu coração parou. Erick me deu um soquinho no ombro e se despediu, eu fui caminhando com a mulher enquanto via Erick ficar cada vez mais e mais distante. Tudo parecia incerto, a mulher me levou até uma escada enquanto eu observava as luzes escuras que ligavam e desligavam sobre mim, chegamos num corredor estreito com uma barra de proteção que mostrava todo o andar debaixo, eu caminhei mais apreensivo do que nunca até finalmente chega no escritório.
A moça abriu a porta e assim que entrei fechou rapidamente. A sala era bem ampla e variava em tons de vermelho e preto, o chão era um carpete escuro e o local era cheio de quadros abstratos, tinha algumas luzes chamativas e poucas gavetas típicas de ambiente profissional. No centro da sala virado de costas para mim tinha um homem alto de cabelos um pouco grisalhos jogados para trás. Eu respirei fundo e esperei qualquer sinal de comunicação. O homem não se virou, ele apenas me mandou com uma voz fria me sentar na cadeira. Fiz o que disse e meio sem jeito me sentei naquela cadeira gelada que levava até uma mesa de vidro com vários portas retratos, eu me aproximei para olhar e vi nas fotos o que parecia ser a família dele, uma mulher sorrindo segurando duas crianças numa foto um tanto gasta, em outro tinha uma foto de Xande com um uniforme do exército e logo algo me confortou já que não se espera que homem como o senhor Montero tenham apresso a nada, aquelas fotos ali me mostraram que ele amava sua família e que isso já era por si muito importante.
Alguns segundos após meu rápido constatamento o homem se virou. Ele era bem mais alto que eu, estava com uma camisa e calça sociais e um relógio bem chamativo no braço, em uma das mãos tinha um anel muito bonito e o mesmo exalava um cheiro de perfume misturado com suor que o deixava mais interessante. Ele tinha um rosto bem simétrico e olhos claros que junto com um bigode e uma barba por fazer o faziam facilmente ser mais atraente, ele tinha um par de mãos grossas e peludas que passou sobre a cabeça abrindo os braços e se sentando enquanto me olhava. Eu já tinha congelado e estava determinado a saber como aquilo ia terminar.
- Seu nome ?
- Gabriel. Gabriel Martin
- Ah sim, um dos meus olheiros mandou uma foto sua, estava meio borrada mas interessante.
- Eu não queria ter vindo aqui, foi um completo acidente e eu nem sei o que eu- Fui cortado
- Relaxe - Ele se levantou e caminhou até uma mesa com uma garrafa de bebida e uma bandeja com alguns copos - Bebe ?
- Não, obrigado
- Você é daqui de Salvador ?
- Não, sou de uma cidad- Fui cortado novamente
- Só precisava dizer não - Ele despejou um pouco de bebida num copo e me olhou - Por que veio pra cá ? Quer ser gente grande ? - Ele sorriu
Eu não poderia contar o motivo real de ter vindo para cá, então apenas concordei com a cabeça e segui olhando para frente.
- Você não parece muito disposto, se não queria estar aqui por que veio ?
- Eu quero ajudar algumas pessoas e preciso de um emprego, basicamente.
- Emprego ? Emprego se consegue entregando jornal, vendendo fruta na feira, lavando carro - Ele bateu a garrafa com força na mesa me olhando e se aproximando enquanto sentia meu cheiro - Por que aqui ?
- Por que você me chamou ?!
- Isso foi uma pergunta ou uma resposta ? - Ele me olhou intrigado
- Os dois - Encarei senhor Montero, finalmente sentia que tinha algum poder
- Você é esperto - Ele se sentou novamente para mim - Gosto de garotos espertos, são os melhores
Ele sorriu me olhando, me analisando. Eu me sentia como um pedaço de carne sendo apreciado, era estranho, aquele homem nem me conhecia mas me fazia me sentir cobiçado, desejado, eu nunca tinha sentido esse conforto ao me ver naquela posição. Confesso que aquilo era diferente do que imaginava, mas ainda sim sentia uma certa apreensão.
- Você não parece o tipo de garoto que vem pra um lugar assim
- Como assim ? - Fui tirado do meu transe
- Nada, só que você não parece alguém que chuparia um pau por dinheiro - Ele riu - Mas as vezes, as aparências enganam, você não acha ?
- Concordo, eu não pareço alguém que faria isso.
- Mas faz ?
Eu senti uma energia percorrer meu corpo, minha espinha gelava, minha nuca queimava, minha mente estava empreguinada com a adrenalina, eu me senti tão forte e tão corajoso que respondi com um simples "Talvez, depende"
- Depende ? Depende do que ? - Ele riu, ele estava gostando daquele jogo, jogar com um garoto de quase 16 anos, aquilo era bom pra ele.
- Do quanto estiver disposto a pagar.
- Então por que não faz isso agora ? - Ele levou a mão pro bolso e jogou na mesa uma carteira recheada de dinheiro - Quero ver se sua boca é tão boa me chupando quanto dando respostas assim
Eu queria recusar, dizer que não ia fazer, mas do que ia adiantar ? Eu já estava ali, já tinha cruzado a linha que poderia me manter confortável. Precisava daquele emprego, precisava daquele luxo, precisava continuar me sentindo tão bem quanto estava naquele joguinho com senhor Montero. Meu rosto poderia até mostrar meu medo, mas medo era um luxo que não podia exigir naquele momento, eu me levantei da cadeira e caminhei até o outro lado vendo Sr Montero afastar a cadeira e lentamente apertar o pau sobre o tecido da calça. Meu corpo estava quente, minha mente inebriada por tudo que acontecia em tão pouco tempo, eu poderia recusar, mas sedi. Eu tinha que seder uma hora ou outra.
A cadeira já virada para mim, Sr Montero já abria as pernas e sem precisar falar nada eu já estava me ajoelhando em sua frente. A única vez que tinha feito isso foi com Henrique e agora já não tinha ideia de como lidar, com Henrique tinha sido amor, eu estava apaixonado por ele, com Sr Montero é um clima de tensão, um sentimento de poder e luxuria. Não sabia o que fazer então fiz o que sei melhor, seguir em frente. Levei minhas mãos até o seu cinto e lentamente fui soltando a fivela, após isso abaixei a calça e fiquei cara a cara com a sua cueca exalando um cheiro de mijo, o pau que se escondia dentro dela já estava parcialmente duro. Eu me preparava pra tirar a cueca quando instintivamente recusei, no lugar de algo direto decidi experimentar tudo. Queria encantar Sr. Montero, então levei meu rosto até sua cueca e fui esfregando minha face contra seu pau, sentido ele de humedecer com a baba que pau soltava, senti o cheiro daquela mala sobre o fino tecido branco. Sr Montero suspirava e visivelmente mostrava estar gostando daquilo. Eu já sentia meu corpo se entregando ao tesão e logo não demoraria até tomar coragem e colocar aquela rola pesada pra fora, devia ter um 18cm, bem grossa e pentelhuda junto a um saco cheio.
Levei minha mão até a base da piroca de Sr Montero e comecei uma punheta lenta, ele jogou a cabeça pra trás me mostrando que estava no caminho certo. Eu entendi o recado e abocanhei o seu pau sem timidez, ele tinha um gosto salgado e sem pressa fui me divertindo com ele, babando, sugando e dando umas lambidinhas. Sentia o gosto salgado me dando mais e mais tesão até que me vi tentando engolir aquela rola por inteiro, olhei rapidamente Sr Montero contorcendo a cabeça, ele levou a mão até meu cabelo afagando meu cabelo como um carinho mas ao mesmo tempo um incentivo pra continuar. Comecei então um vai e vem indo e voltando, esfregando meu rosto nos pentelhos e rapidamente olhando pra ele o que me dava mais tesão ainda.
A chupada ficava mais e mais intensa, minha boca já era preenchida pela piroca a cada estocada, eu estava amando a sensação de ter aquele pedaço de carne me fodendo pela boca. Era assustador como naquele momento eu não me sentia eu, me sentia um oposto, alguém mais forte e mais intenso, aberto a tudo, exalando poder mesmo naquela posição. Tudo isso em conflito enquanto sentia aquela rola ir mais e mais fundo até minha garganta onde a mão de Montero foi ficando mais firme sobre a minha cabeça, eu só sentir a sua pressão contra minha cabeça em seu pau e logo um urro de tesão. Ele gemeu tão alto que acho que até quem estava no andar debaixo deve ter escutado.
Seus jatos de gozo nem me esperaram tirar a cabeça, eu já sentia a sua porra preencher minha boca e escorrer pela minha garganta, a cada momento vinha uma pulsação diferente e em seguida um rio de gozo descia sobre minha boca, eu engolia o máximo que conseguia tentando não perder uma gota sequer, parecia que aquilo só exitava mais o Sr Montero que não tirou o pau da minha boca mesmo gozado.
- Que boquinha viu, agora faz um favor e limpa essa bagunça - Ele sorriu e levou a mão até a mesa pra pegar um cigarro
Eu olhei pra ele e continuei o boquete, engolia a porra e já tratava de de limpar aquela tora. Não me sentia numa posição de submissão, muito pelo contrario, me sentia poderoso, chupar ele foi uma sensação diferente de tudo, experimentei algo novo, um novo eu e gostei muito. Terminei de chupar seu pau e deixa-lo em ponto de bala novamente. Sr Montero continuou sentado, eu me levantei e limpei a boca com a barra da camisa. O gosto da sua porra era forte na minha boca, eu saboreava não só aquele novo sabor mas como aquela nova sensação.
Sr Montero me encarou ainda saboreando o cigarro. Ele me olhou da cabeça aos pés, parecia que viraria comida de um tubarão, me sentia pequeno mas olhando para o que tinha feito a menos de 15 minutos passei a me sentir tão grande quanto.
- É você faz um boquete, não é feio, tem um corpo bonito pra idade e cara de inocente, mesmo nos dois sabendo que você não é nenhum pouco inocente haha você é fatal! Visceral...especial ? Isso você vai precisar me provar
- Você vai me contratar ?
- Quando sair passa suas medidas pra minha secretaria, ela cuida da roupa de vocês - Ele deu uma tragada - Isso responde sua pergunta ?
- Muito obrigado! Não vou desapontar
- Se fizer tudo como fez esse boquete, tenho certeza que não vai - Ele estendeu a mão
- Pode deixar!
- Aparece aqui amanhã as 18:00 se apresenta pros outros e escolhe um nome
- Claro, muito obrigado!
Eu me despedi apertando sua mão, Montero me encarou com um certo respeito, eu sai da sala e uma alegria tomou conta de mim, eu encontrei a secretária no caminho e passei algumas informações importantes, ela se aproximou e caminhou comigo até a saída onde ninguém mais esperava a não ser Erick. Eu o abracei e pulamos mesmo sem falar do que aquilo poderia ser, ele foi pulando comigo até o lado de fora onde festejamos um pouco. Tinhamos chegado pela manhã cedo mas agora parecia que a tarde já se despedia. Caminhamos um pouco, pegamos o ónibus ainda bem animados e sorridentes voltando para a pensão. Dona Ondina parecia preocupada mas logo seu semblante de preocupação deu espaço para um sentimento de alívio. Aquilo era algo inconscientemente aguardado por todas os moradores que sabiam dos eventos recentes, naquela noite todos nos reunimos na sala, num clima de paz, harmonia, algo que nunca tinha experimentado. Aquele dia tinha sido feito para que eu experimenta-se todo o tipo de sentimento, aquilo parecia o paraíso.
- Uma salva de palmas para o nosso Gabriel que fez o Sr Montero gemer numa altura que até quem tava na orla pode ter escutado - Erick diz batendo palmas e rindo
- Bicha! Mas tu fez o que pra aquela cacura te contratar ? - Disse um deles
- Meu charme natural mulher! - Disse rindo enquanto pegava um prato de comida
- Uhum sei - Uma das garotas fez sinal de boquete com o punho e a bochecha fazendo todos nos cairmos na risada
- E esse negócio de mudar de nome ? - Dona Ondina perguntou
- Que nada gente, o Biel só vai ter que escolher um outro nome por segurança tendeu ? Tipo eu, quando eu entrei na Lux tive que mudar de nome pra ficar melhor pra mim - Disse Erick
- Então o nome dessa gay não é Erick - Alguém disse num tom alto de descoberta, todos rimos e Erick falou algo baixo no seu ouvido
- Então Biel, pensou num nome ? - Perguntaram - Tu tem nome de anjo, melhor pensar bem hahaha
- Eu ainda não sei, acho que quando chegar na hora eu vou saber né ?
Alguns fizeram piada com a resposta mas nada interferiu naquela noite. Todos da pensão riram e festejaram naquele dia, tinhamos nos tranquilizado, sabiamos que isso não ia ser uma salvação e que não ia ser como tirar a barriga da miséria, mas sabe como é a esperança é a última que morre. Eu estava mais do que animado pro dia seguinte, era excitante por ser algo tão inesperado, na noite anterior me lembro que conversar com as meninas e meninos que estavam nas ruas e moravam na pensão, eles não me pouparam de detalhe nenhum, me falaram que não devia glamourizar nada, me disseram que não devia perder nenhuma oportunidade e desfrutar de tudo que pudesse. Eu escutei tudo sem desviar a atenção, acreditava que aquilo iria ser apenas um momento passageiro da minha vida mas sempre era bom previnir do que remediar.
Na manhã seguinte eu acordei cedo, Erick tinha me dito que pediu umas horas pra me fazer acostumar com algumas coisas. Ele me explicou coisas simples sobre a Lux, como o fato dela ser um clube totalmente privativo que para entrar precisava fazer uma espécie de ficha para usufruir de tudo. Me explicou que diariamente vários homens de poder passavam por lá e que era bem normal coisas fora da lei serem feitas lá e que não devia me meter ou contestar nada. Ele disse que todos que trabalham lá participam de ensaios e que tem uma rotina bem rígida pra manter peso e visual. Erick me explicou que trabalhando lá eu não deveria ter medo de sexo e que deveria assumir uma certa conduta dada pelo Montero, Erick me explicou que a Lux era conhecida por exibir típicos estereótipos e que dependendo do que o Montero enxergasse em mim eu poderia ter uma atitude maldosa ou até ser o mais inocente e infantilizado o possível e que nunca deveria sair do personagem.
Ele passou o resto do dia me explicando sobre isso e de como deveria me portar para com os outros que trabalhavam lá. Me falou que por ser novato aquela era minha noite de estreia e que não importasse como agisse no palco eu ia ser cobiçado como nunca. Nesse momento eu percebi que aquilo poderia ser mais frenético do que imaginava, durante a tarde e até o início da noite foquei no meu visual, Erick sugeriu cortar meu cabelo e fazer uma depilação completa, mas algo que disse para manter o cabelo porém decidi aderir a depilação completa. Ele me ensinou também a fazer a famosa chuca com ajuda de uma das garotas o que sinceramente foi algo super vergonhoso. Finalmente tinha entendido o significado de sem dor sem ganho.
Quando o horário se aproximava meu coração gelava mais e mais. Erick e eu saimos da casa correndo e pegamos um taxi até a Lux. No caminho ele conversou comigo o mais discretamente para o motorista não escutasse. Ele foi me acalmando e lentamente a apreensão já tinha se abaixado em mim, meu coração passou a bater por outra coisa, um sentimento de coragem, uma coragem que surgia em mim como uma fagulha pronta para causar um incêndio.
Chegamos na Lux e corremos até os fundos onde a maior parte dos outros já estava se aprontando. Erick foi conversando com todos enquanto os mesmo lentamente vinham me comprimentar, o vestiário era misto então bem rapidamente eu vi um verdadeiro show de nudez. Todos ali não tinham medo de exibir seus corpos os mais diferentes possível, corei na hora e rapidamente alguns garotos riram e brincaram comigo para me tranquilizar eles me perguntavam se era minha primeira vez naquela posição e eu acentia com a cabeça. Eles foram até bondosos e alguns poucos se mantiveram distantes, claro que percebi poucos olhares de desdém, eu até tentaria me aproximar destes mas tinha coisas mais importantes pra me preocupar.
Uma moça dizendo ser uma preparadora chegou correndo com uma caixa de presente preta e um laço azul, ela mandou os outros meninos terminarem de se arrumar num outro local enquanto ia dar as informações para mim. Eles abaixaram a cabeça e caminharam até uma saída, eu me senti bem exclusivo naquele momento, era como se eu fosse a estrela e confesso que em outros tempos eu ficaria intimidado com toda aquela atenção, mas faltava tão pouco para os meus 16 anos, não era mais hora de me esconder.
Eu abri a caixa com um pouco de receio e lá dentro tinha uma espécie de tanga azul com bordados em dourado, ao lado dela haviam acessórios como um par de braceletes de pano em tons de branco e dourado, tinham também um par de tornozeleiras azuis onde duas asas pequenas saiam nas bordas. Eu fui retirando cada uma delas com muito cuidado e colocando ao meu lado enquanto retirava minhas roupas na frente da preparadora, ela se virou um pouco envergonhada para que colocasse tudo as pressas. Cada parte da fantasia ficou bem demais em mim, os apetrechos deslizaram sobre a minha pele e mesmo com um pouco de vergonha me sentia bem daquela forma.
A mulher me explicava algumas coisas simples quando Xande chegou mais do que animado ao me ver, eu nem tinha pensado nele enquanto chupava seu pai ontem, aquilo me gerou um pouco de culpa mas percebi que culpa era o último sentimento que deveria ter, a secretária terminou de me arrumar ainda na frente de Xande, ela jogou um pouco de glitter sobre mim enquanto Xande pareceu ficar um pouco sem jeito e se afastou. Ela foi até um dos armários pegou um óleo, eu estranhei mas a mulher me pediu pra passar e assim o fiz. Passei o liquido sobre minha pele que a deixava luminosa, cintilante, me trazia um aspecto de algo saudável e chamativo. Deu pra perceber enquanto Xande tentava disfarçar o olhar pro meu corpo exposto naquela fantasia, aquilo me incitou um pouco, Xande tinha sido um cara tão legal comigo mas será que ser legal era a única coisa que ele queria fazer comigo ? Bom, não tinha muito tempo pra pensar nisso.
A preparadora terminou de me arrumar e pediu pra olhar no espelho. De cara eu levei um susto, minha pele brilhava e meu cabelo parecia algo mais fantasioso, ele era bem cheio e cacheado então o glitter se espalhou bem nos meus fios. A parte que mais notei foi minha bunda em destaque na tanga, ela estava perfeitamente agasalhada pelo tecido, bem arrebitada e parecia até maior do que de costume. Outra coisa que não consegui deixar de notar foi como a tanga deixou meu pau visível, era uma verdadeira mala de viagens, nada assustadoramente grande mas ainda sim dava pra se notar. Meu corpo parecia esculpido em ouro e naquele momento eu tive certeza do que devia fazer, eu não era mais o Gabriel, eu não sábia quem ia me tornar mas sábia que foi ali que tudo mudou.
- Nossa, e pensar que se não tivesse te atropelado eu ia ficar sem ver isso tudo
- Ver ? Só ver ? Hahaha
- Ele tem garras, ui!
Xande fez um sinal para a preparadora sair e me entregou uma caixa, eu o olhei e ele apenas me disse que aquilo foi mandado diretamente pelo seu pai. Eu não questionei e abri a caixa com um certo receio mas me tive uma ótima surpresa. Sr Montero tinha mandado um par de asas de anjo pra mim com uma carta dizendo "Não pareça um santo, seja um santo!" eu ri enquanto Xande me olhava com um sorriso confuso. Eu não queria contar da situação que tive com seu pai então deixei a caixa de lado e retirei as asas colocando as com ajuda de Xande.
- Agora tá lindo
- Obrigado pela ajuda
- Que nada as asas são pesadas eu só ajudei um pouco
- Não sobre isso, sobre ter me salvado na rua
- Que nad-
Corri pra um abraço sem deixar o filho do meu patrão terminar, ele sorriu me segurando e se rendeu ao abraço, ele tinha um cheiro diferente do seu pai, era algo desafiador mas ainda sim amoroso e amigável, eu nunca me senti tão bem encaixado num abraço. Demoramos um pouco, eu queria desfrutar daquela sensação enquanto Xande me surpreendeu ao descer lentamente a mão na minha cintura e ir chegando no meu bumbum, ele não apertou nem nada, só sentiu a minha carne sobre o tecido. Ele se afastou um pouco e colocou a mão sobre a virilha o que na hora eu soube o que significava.
- Acho melhor você ir hahaha
- Também, tê vejo depois ?
- Provável
Eu me despedi e corri para as portas dos bastidores com ajuda da indicação dele. Os garotos já estavam saindo quando vi Erick, ele apenas sorriu e fez sinal de "boa sorte" eu sorri retornando o sinal e esperei o show começar. A preparada chegou até mim e me explicou os últimos detalhes. Eu entendi tudo mesmo com a explicação rápida e bem de leve.
Os minutos foram passando até um rap começar a tocar, era uma letra muito forte ligada a religião e militância, algo muito suave e sexy. Do nada uma voz bem grossa que logo liguei a um mestre de cerimónias começou a anunciar os nomes dos meninos e num pico de emoção ele solta:
- A mais nova aquisição da Lux! Conheçam nosso novo anjo que vai levar vocês até o paraíso!
Na hora eu congelei, a mulher ao meu lado apenas disse boa sorte no momento que engoli a seco. Eu olhei pra frente e segui andando entre as cortinas até chegar no palco principal, na plateia eu observei vários homens de todos os tipos, muitos de ternos outros de roupa mais casual, vários em mesas cheias de dinheiro e tanto garotos quanto garotas em cima das mesas parados em poses bem sugestivas me encarando como se dissessem "Você consegue garoto! Eu respirei e observei os meus novos colegas abrindo espaço para mim, eu suspendi o queixo e caminhei com uma leveza angelical na passarela, eu tinha vestido aquele personagem a minha vida toda, tinha chegado a hora de ganhar alguma coisa com ele.
Cheguei ao lado do apresentador que me olhava com um sorriso incomum. Ele me pediu para dar uma voltinha enquanto os homens que me viam assobiavam ao me ver, batiam nas mesas, jogavam dinheiro no palco e batiam palmas me olhando. Foi uma ovação que nunca tinha recebido, me cantavam e pareciam estar loucos por mim. O apresentador teve que pedir um pouco de ordem para eles e anunciou uma espécie de entrevista.
- Opa! Olha o que caiu do céu, qual seu nome meu anjo ?
- Santo! - Pensei em como sempre me falavam que parecia um anjo um santo e vi que se era pra ser algo sagrado e profano, por que não levar ao extremo.
- Santo ?! Que nome interessante, se bem que você é bem interessante, não acham rapazes ? - A plateia foi a loucura - Agora fala, você faz muito milagre ?
- Depende... - Olhei franzindo os lábios
- Depende do que meu anjinho ? Meus amigos querem saber, não querem rapazes ?!
- Depende do quanto vocês vão ser bonzinhos comigo - Fiz beicinho
- Viram rapazes ? Eles quer vocês sejam bonzinhos, vão ser bonzinhos com ele ?!
Ouve um misto de sims e nãos, mas aquilo não me importava. Eu me sentia poderoso, forte, corajoso, não mais o Gabriel fraco e indefeso que jogaram a própria sorte em Santalina, eu me sentia alguém completo, eu que ditava as regras, eles até podem achar que estavam me controlando mas depois de tanta porrada da vida eu já era forte o bastante pra não me deixar cair com só 15 anos. Eu não era Gabriel, eu era Santo.
- Mas agora vamos para o que todos querem não é ? - Um burburinho começou na plateia - Vamos descobrir quem vai ser o sortudo a estrear o nosso anjo na Lux! Vamos ao leilão
De repente os homens começaram a levantar placas com números quando o apresentador solicitou. Eles gritavam valores sem ordem nenhuma e até o apresentador se perdeu um pouco, quando notei as apostas chegavam a 20 mil. Os homens foram começando a diminuir as apostas até restarem apenas dois brigando por mim. Um homem bem velho que deveria ter um 70 anos de terno e gravata que estava rodeado por seguranças, no outro lado tinha um homem bem pálido com uma roupa perfeitamente alinhada e usando óculos que o davam um aspecto de intelectual. Todos observavam eles aumentarem os preços até parar em 59 mil dada pelo homem de óculos.
- Eu dou 70 mil! - Um homem surgiu no meio da multidão fazendo o público se calar.
Eu olhei pro apresentador que estava de boca aberta sem esperar pelo valor, eu imaginei ser uma brincadeira ou um exagero mas não, era real. Os outros dois homens nem sequer ousaram contestar, acho que viram que não podiam bater aquilo. O apresentador pegou um martelo decorativo e levou até o púlpito onde estava.
- Dole uma...dole duas...dole três! Vendido para o cavalheiro misterioso
Toda a multidão fez barulho, pareciam respeitar aquele homem que ainda não sabia quem era. Eu dei uma última voltinha e fui retirado do palco com o apresentador dizendo que nos encontraríamos no quarto com tudo já preparado.
Nem tive muito tempo pra ponderar a situação, os seguranças vieram nos bastidores e me levaram as pressas para o quarto de número 04 no topo do prédio. Eles me pediram pra esperar lá dentro e me aprontar para aquela noite, eu entendi o recado e adentrei o quarto observando cada detalhe luxuoso com esculturas gregas nas paredes e anjos nas paredes, a situação não poderia combinar mais com o local. Eu me perfumei com alguns produtos deixados lá e me deitei na cama passando a mão sobre meu corpo reluzente, me senti livre e cobiçado. Não era alegria, era excitação. Eu não tinha noção dos rumos que aquilo iria tomar, mas naquele momento estava nas nuvens.
Vi os minutos lentamente passando e barulhos de pessoas pelos corredores, um balde com gelo e bebida estava numa mesa ao lado da cama onde estava esperando, me levantei e fui experimentar. Era hora de descobrir tudo que tinha vontade então peguei uma taça e quando estava prestes a colocar o líquido na taça a parta se abre e um homem adentra meu quarto. Tinha chegado a hora.
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Fala CDE! Então galera, o que será que vai acontecer com Gabriel/Santo ? Será que ele vai ter sucesso nessa nova vida ?