Eram dezoito horas quando a sirene soou anunciando fim de mais um turno de trabalho na fábrica de motores a explosão nos arredores de Detroit; o ano era 1943 e Louise se preparava para um turno extra de mais seis horas; abriu a pequena valise de metal e tirou de seu interior o sanduíche de carne e a maçã que seriam seu jantar naquela noite; devorou ambos com imensa voracidade, tomou água e depois de lavar-se no banheiro, secou a testa e seguiu para a linha de montagem. As horas avançavam e o ritmo do trabalho persistia em levar as trabalhadoras ao seu limite.
Finalmente, quando a sirene soou, Louise secou o rosto com a velha toalha que pertencera ao seu pai e rumou para o vestiário; pegou sua valise e foi para casa; no caminho pensava nos tempos difíceis que atravessava; seu marido, Joe, estava em algum lugar da Europa com o 75º Batalhão de Infantaria e seu pai em Pearl Harbour encarregado de ajudar a reconstruir a base naval que fora dizimada no ano anterior; já no pátio externo da fábrica, uma lufada de vento lembrou-a de que o outono se despedia com a chegada do inverno.
Vestiu o casaco e rumou para casa; estava tão cansada que tomou um banho, ingeriu um copo de leite quente, fumou dois cigarros e foi para a cama …, sim, a cama enorme e vazia, onde sua memória viajava para as noites em que desfrutara da companhia de seu marido, um homem maravilhoso em todos os sentidos, que sempre lhe fazia sentir-se mulher em seus braços. Deitou-se, mas não conseguiu dormir …, seu corpo ardia de desejo e mesmo com o vento frio açoitando a noite, no interior daquele quarto uma chama ardia nas entranhas da fêmea solitária.
Desatinada, Louise livrou-se da camisola e passou a acariciar seus mamilos que estavam muito intumescidos chegando mesmo a beliscá-los com alguma força, gesto que repercutia mais abaixo entre suas pernas com a vulva chorando copiosamente. Seguindo os instintos de mulher carente, desceu a outra mão, tocando-se suavemente; depois de sentir a umidade dedicou-se a massagear o clítoris que pulsava, mas em pouco tempo o esfregava enlouquecida; vez por outra, metia dois dedos dentro da vagina, fuçando com vigor …, e todo aquele assédio acabou por explodir em um orgasmo tonitruante que a fez gemer e se contorcer vencida pelo prazer.
Adotando uma posição fetal, Louise escondeu o rosto entre as mãos e choramingou, pois mesmo após o prazer, a solidão ainda assolava sua alma; entre lágrimas e soluços ela adormeceu …, afinal, amanhã era um novo dia.
Ao bater seu cartão no relógio de ponto, Louise foi abordada por Evangeline, sua amiga de longa data que adorava uma fofoca; ela lhe disse que e fábrica contratara um novo capataz que seria apresentado ainda naquela manhã. Louise, como de costume, deu de ombros e rumou para o vestiário. Antes que elas pudessem tomar suas posições na linha de produção a sirene tocou duas vezes enquanto o jovem Jimmy corria pelas alas conclamando que todas se dirigissem ao pátio.
Reunidas no pátio interno elas viram quando o gerente-geral subiu no pequeno palanque acompanhado de um sujeito alto e sorridente. “Senhoras, bom dia! Quero lhes apresentar Thomas Wolf, nosso novo capataz! Espero que tenham um bom relacionamento …, agora, ao trabalho!”, disse ele com seu tom sempre enfadonho.
Thomas, ou Tom como gostava de ser chamado, era um homem alto um tanto musculoso, com olhos azuis e cabeleira loira, sempre sorrindo e com gestos afáveis; parece que viera da Califórnia onde também trabalhava em uma fábrica; ao longo do dia, mostrou-se colaborativo e sempre atento às dificuldades que as mulheres enfrentavam em sua labuta.
-Ao que eu saiba, capatazes não pegam no pesado! – comentou Evangeline, com ironia, quando Tom a ajudou com algumas peças.
-Dona, de onde eu venho capataz é apenas um título! – respondeu ele com tom brincalhão.
Na hora do almoço, Evangeline não se conteve em comentar com Louise os olhares que Tom dirigia a ela sempre que passava por sua estação de trabalho. “Para com isso, Ivy! Não tem nada a ver!”, reclamou Louise em tom irritado. Evangeline achou graça e continuou comendo. Quando Tom se aproximou da mesa onde elas estavam pedindo permissão para sentar-se, a amiga de Louise se conteve para não soltar uma gargalhada. Em poucos minutos Louise e Tom engataram uma conversa animada sobre trabalho e também sobre a guerra.
Ao término do expediente, Louise estava tão cansava que recusou o trabalho extraordinário, preferindo ir para casa; no caminho, parou em uma mercearia e comprou cerveja e cigarros; estava tão entretida em acender um que ficou surpresa quando duas mãos grandes aproximaram o isqueiro de seu rosto; ela acendeu o cigarro e olhou para o dono das mãos …, era Tom …
Ele a acompanhou até sua casa, e Louise não podia negar a si mesma que aquele homem alto e musculoso era muito atraente, principalmente por seu cavalheirismo e charme; convidou-o para entrar e juntos tomaram café conversando sobre tudo; ela lhe contou sobre o pai e o marido e quis saber porque ele não se alistara.
-Sou graduado pela escola naval de Anápolis – ele respondeu com tom encabulado – Mas, por um problema disciplinar, aguardo deliberações …, mas assim que puder vou para o front.
Daquele dia em diante, Louise e Tom tornaram-se muito próximos, despertando a curiosidade de todos ao seu redor; todavia, quando alguém questionava sobre um possível envolvimento, ambos desconversavam, já que não sabiam ao certo o que sentiam um pelo outro. Certa tarde, uma nevasca assolou a cidade e deixou tudo branco e gélido. No horário de saída, Louise não parava de tremer, mesmo usando sua jaqueta e duas blusas; tinha receio de caminhar pelas ruas cobertas de neve com tanto frio assolando seu corpo.
Repentinamente, viu-se sendo encoberta por um grosso casado de lã; olhou para o lado e viu que se tratava do sempre presente Tom; ele a abraçou e juntos caminharam pelas ruas tomando cuidado para não escorregarem; já próximos da casa de Louise, Tom estancou o passo e olhou para ela com um sorriso terno em seu rosto. “Quer entrar e tomar algo quente?”, perguntou ela com a voz sumida.
-Creio que não devo …, ou melhor não posso! – respondeu Tom com voz rouca – Talvez, você não queira …
-Tom, eu sei o que quero! – respondeu Louise o interrompendo – E nesse momento, eu quero que você fique comigo!
Entraram e Louise tirou o casaco e ela foi para a cozinha preparar um café; encostada no fogão, ela aguardava a água ferver quando sentiu as mãos de Tom em torno de sua cintura; ele a puxou para si e um arrepio percorreu o corpo de Louise; tremeu ao sentir os lábios dele beijarem seu pescoço e uma tépida umidade escorreu entre suas pernas. “Me perdoe, Joe!”, ela pensou enquanto se voltava para Tom e buscava sua boca para um beijo.
Ali mesmo, na cozinha, eles se engalfinharam ansioso por saciar o desejo que os consumia; logo, Tom estava abrindo a camisa de Louise, expondo seus seios cujos mamilos rijos imploravam por uma boca ávida em saboreá-los. A mulher gemeu baixinho ao sentir o contato da língua quente em seus mamilos, lambendo e sugando com enorme voracidade. Impaciente por algo mais, Louise segurou a mão de Tom e o conduziu para o quarto, onde deixou-se a mercê do homem.
Tom a despiu cuidadosamente e depois permaneceu imóvel por alguns minutos apreciando a beleza eloquente da fêmea; ela tomou a dianteira e fez o mesmo com ele, surpreendendo-se com as dimensões de seu membro cuja rigidez era libidinosamente intrigante. Deitaram-se e Tom cobriu-a com seu corpo enquanto se beijavam avidamente; a imensa lubrificação da fêmea facilitou a penetração, com Tom enterrando seu mastro dentro de Louise que gemeu e suspirou ao sentir-se preenchida por um macho.
Enquanto ele golpeava com vigor, sugando os mamilos, Louise se via entregue de corpo e alma ao momento de prazer que experimentava e que se ampliou ainda mais quando o primeiro gozo fluiu em seu interior …, e depois outro …, e mais outro …, e mais! Ela não conseguia mais controlar seu corpo que tremelicava dominado pelas ondas de prazer que o sacudiam com gratificante impiedade! Os beijos de Tom e suas carícias completavam o ardor que fazia dela uma mulher desejada mesmo fosse apenas por uma noite.
Algum tempo depois, ela suplicou a ele que ansiava por cavalgá-lo; Tom sorriu docemente e aquiesceu; sentada sobre o macho, Louise subia e descia experimentando mais orgasmos que supunha ser capaz de sentir em apenas uma noite; e assim eles se mantiveram por muito tempo, até que Tom a fez deitar-se sobre a cama aninhando seu rosto entre as pernas dela e passando a saborear sua gruta quente e muito molhada. Louise beirou a loucura de prazer cuja plenitude era inexplicavelmente intensa!
Por fim, Tom voltou a penetrá-la e com movimentos muito rápidos, atingiu seu ápice, descarregando dentro dela uma volumosa carga de sêmen; abraçados um ao lado do outro adormeceram para um merecido descanso. No dia seguinte, ao acordar, Louise se viu só sobre a cama; olhou pela casa e não encontrou Tom. O telefone tocou; era Evangeline preocupada com o atraso da amiga. Ao chegar na fábrica ficou sabendo que Tom se demitira …, recebera uma ligação e foi embora.
De início, ela sentiu uma profunda revolta, mas depois conformou-se com a deliciosa noite que o homem que veio com o frio lhe proporcionou. Seguiu com sua vida, sabendo que houve uma noite em que não se sentiu só. Infelizmente, Joe não voltou da guerra, e seu pai a convidou para ir morar com ele no Havaí; ela pensou e aceitou …, quem sabe, um dia, não tornaria e ver Tom ...