Já são quase cinco horas de espera. O céu começa a deixar de ser azul claro lá fora e o quarto exige um pouco mais dos meus olhos para eu enxergar os detalhes. Acender a luz resolveria o problema, mas não posso. Não estou amarrado na cama, nada me impede de levantar e apertar o interruptor. Nada além da ordem dele. Ordens bem dadas são mais firmes que correntes.
Cheguei por volta de uma hora, conforme ele mandou, logo depois de almoçar. O apartamento ele escolheu, alugado pelos próximos dois dias para finalmente nos divertirmos. Para uma primeira experiência enquanto dominador, ele parecia surpreendentemente confortável, ainda que apenas por conversas online. As instruções eram simples, pareciam uma caça ao tesouro.
"Subzinho, este fim de semana eu quero que você não marque nada com ninguém. Adiante tudo o que tem para fazer de trabalho, cancele compromissos e adie encontros. Por 48 horas você vai ser meu. Eu vou te passar um endereço. Chegue lá às 13h em ponto, vá almoçado. Leve uma mochila com uma cueca e uma muda de roupa para você ir embora no domingo. Leve também seu harness, claro. O apartamento vai estar com a porta destrancada. Entre e vá para o quarto imediatamente. Chegando lá, você vai ter outras instruções."
As instruções estavam todas na tela do notebook aberto, ligado na tomada. A primeira linha dizia: LEIA EM VOZ ALTA. Eu não sabia onde ele estava. Não parei para procurar. Eu não tinha autorização para isso. A ordem era clara. Entrar e ir para o quarto imediatamente para novas instruções. Eu queria já ter o visto, claro, meu pau estava quase doendo de tão duro apenas com a expectativa. Mas eu já estava aqui, o apartamento estava alugado. Eu não tinha muito o que fazer além de confiar e me entregar. Ele planejou tudo, a minha parte é apenas obedecer.
Ainda consigo ler o que está escrito na tela do notebook sobre a mesinha ao pé da cama. A segunda instrução é NÃO TOQUE NO COMPUTADOR. Em seguida, as instruções que ele deixou para mim, que li em voz alta logo que cheguei.
"Você pode desistir e ir embora a qualquer momento. Basta me ligar e eu direi onde está a chave reserva. Porém, se quiser ficar, vai seguir minhas ordens.
A câmera do computador está ligada e eu posso te ver e ouvir com o meu celular quando eu quiser. Se você me desobedecer, eu vou saber. Se você me desobedecer, nosso fim de semana acaba.
Espere por mim na cama. Por quanto tempo não te interessa no momento. Você pode sair da cama duas vezes por até 2 minutos para ir ao banheiro. Tem água, um pacote de biscoitos e duas bananas na gaveta da mesa de cabeceira. Pode beber e comer quando quiser.
Tire sua mochila e deixe na cadeira que coloquei no canto do quarto e vista seu harness. E deixe seu celular no modo silencioso dentro da mochila. Guarde as roupas dentro da mochila também. E vista seu harness. Debaixo do travesseiro, tem dois presentes para você, e quero que comece a usar agora. Uma coleira e uma jockstrap. Além do harness, são as únicas coisas que você vai usar até eu chegar.
Se você trouxe algum livro, azar o seu. Não te mandei trazer um livro. Também não te autorizo a se masturbar. Tem um controle remoto para a televisão. Você pode assistir por até uma hora. Você pode dormir se quiser.
Vejo você mais tarde, subzinho. Agora faça o que eu mandei."
Comecei a fazer o que me foi ordenado. Coloquei a mochila sobre a cadeira, guardei meu celular e minhas roupas, vesti meu harness. Então meu corpo se estremece com uma voz.
-Não se mexa.
Era ele.
Voltado para a parede, eu ainda não conseguia enxergá-lo, mas sentia sua presença no quarto. Era nossa primeira vez juntos em um mesmo ambiente e lembrar disso fez meu pau começar a babar. Ouvi os passos abafados pelo carpete e então um pouco da sua respiração perto das minhas costas.
-Você é inteligente e acho que entendeu as minhas ordens. Outra coisa: não quero que você diga uma palavra até eu mandar. Subs não precisam falar, ainda mais falar sozinhos. Sua obediência já diz o suficiente. Se quiser, pode latir, pode ganir, pode uivar, que nem um cachorrinho. Quando eu voltar, a gente começa a se divertir.
Estar parado ouvindo a voz dele me deu consciência de todo o sangue correndo dentro de mim e da minha pulsação. Podia ouvir nos meus ouvidos e sentir no meu pau, mesmo sem encostar nele. E então, sem ver, apenas senti seus braços ensaiando um abraço dele por trás de mim. Senti que ele estava de roupa, camiseta e talvez uma bermuda. Mas ele não me abraçou. Suas mãos foram nos meus mamilos e esfregaram um pouco.
Minha vontade era de me virar, finalmente olhar dentro dos olhos dele, beijar sua boca e lamber seus pés. E então me jogar na cama com ele para começarmos a transar de uma vez. Mas a minha vontade não exite neste fim de semana. O que existe são as ordens dele. Permaneci imóvel, me concentrando para não tremer de prazer com o carinho nos mamilos.
Então os dedos param. Sinto sua barba perto do meu pescoço. E então sua voz.
-Sua bunda é ainda mais bonita ao vivo do que nas fotos. Quando eu voltar quero ver ela na jock que eu comprei. Vou ver sua reação aos presentes pelo celular. Na minha volta, quando eu te chamar, você pode sair da cama e ir me receber. Até lá, cumpra as ordens. Você pode se mexer de novo quando me ouvir trancar a porta.
Senti baba que escorre do meu pau cair no meu dedão do pé. E percebi ele se afastar, os passos abafados no carpete indo para mais longe. Ele me viu, eu não o vi. Mas ouvi sua voz. Senti seus dedos e sua barba. E me lembrar que estou proibido de me masturbar pareceu uma tarefa muito difícil, mas, se eu não cumprisse, teria que ir embora. O barulho da porta da frente sendo trancada, me deixando sozinho no apartamento, me libertou da ordem de permanecer parado. Então fui para a cama, com o pau babando, e levantei o travesseiro para ver meus presentes.
E já são quase cinco horas de espera. Já gastei minha hora de televisão. A jock, o harness, a coleira, tudo me dá muito tesão. Conseguiria dormir se me masturbasse, mas não posso me masturbar, então não posso dormir. Acho que ele sabia que isso ia acontecer. Tudo o que eu quero é que ele chegue logo, porque, sem ele aqui, eu não posso fazer nada. Acho que é isso. Neste fim de semana, eu só existo para ele, eu dependo dele para aliviar essa agonia. Solto um uivo solitário. Mais um dentre os que dei durante essas horas. Foi ficando mais confortável para mim não falar. O uivo e os ganidos me pareciam naturais na terceira hora. Uma hora depois, latir passou a ser até agradável.
Um barulho se mistura com meu uivo e fico em completo silêncio. A porta. Uma volta, duas voltas. A maçaneta. O ranger das dobradiças. Rangem de novo. A porta bate. Chave na porta. Uma volta. Duas voltas.
-Subzinho, pode vir.
Então desço da cama e vou receber o meu mestre.