EM BUSCA DO SUCESSO - CAPÍTULO 38

Um conto erótico de Rocio
Categoria: Homossexual
Contém 4171 palavras
Data: 02/05/2020 21:20:13

Néia: Mas eu vim até aqui porque eu quero um revólver, pago quanto for.

Giovani: Você é uma bandida né.

Néia: Anda Giovani, eu pago, não fazia ideia onde pudesse achar um, o do Anderson a polícia levou e eu preciso andar protegida, afinal sou uma cidadã de bem, não é?

EM BUSCA DO SUCESSO – CAPÍTULO 38

Giovani: Tenho uma 38 usada, vendo ela com tudo, completo, 2 mil reais.

Néia: Muito caro.

Giovani: É o preço.

Néia: Garoto, faça-me o favor, eu mereço um desconto, mil e quinhentos? Pode ser.

Giovani: Aceito, você me trouxe uma boa informação.

Néia: Ah é? Vai largar tudo pra ir atrás do Renan?

Giovani: Não vou te contar meus planos.

Néia: Hum, bicha.

Giovani: Não tem medo do perigo não? – Ele chegou perto dela.

Néia: Eu te salvei uma vez, não lembra?

***Anderson: Você tem que morrer. – Ele disse apontando o revólver.

Giovani: Não faça isso, eu prometo que não conto nada do que eu vi, Néia por favor, eu juro!

Anderson: O que você acha Néia?

Néia: Não mata Anderson***

Giovani: Lembro, eu fui pra Curitiba disposto a ser uma boa pessoa, trabalhar, crescer na vida, ficar com o Renan, foi a partir daquele dia que deu tudo errado, você e o Anderson, fizeram a minha cabeça pra me tornar o que sou hoje.

Néia: Era o seu destino, o mesmo do seu irmão, não adianta, agora já tá envolvido até o pescoço em muita coisa.

Giovani: Você não sabe de nada.

Néia: Giovani, eu não vou mais perder o meu tempo aqui, eu trouxe o dinheiro, cadê a arma?

Giovani foi buscar o revólver e entregou a Néia.

Néia: E você, tem medo não? – Ela apontou a arma.

Giovani: Você não sai daqui viva se me matar.

Néia: Estava só brincando, bom, foi um ótimo negócio, eu posso precisar de alguns serviços seus mais pra frente, depois que me casar com o César.

Giovani: Conversamos, vou te dar meu telefone.

Néia salvou no celular.

Néia: Até mais.

Giovani: Até.

Néia saiu dali com um pouco de medo, logo entrou num táxi e foi para a rodoviária.

CURITIBA

Renan estava impaciente com a possibilidade de estar infectado pelo vírus HIV.

Renan: Eu preciso fazer o teste urgente.

Ezequiel: Sinto muito, espero que dê tudo certo pra você.

Renan: E você tá se cuidando?

Ezequiel: Ainda não.

Renan: Por que?

Ezequiel: Tá difícil aceitar isso, tenho medo dos efeitos colaterais, as vezes quero me jogar de cima de viaduto e acabar com isso tudo, Renan, eu não quero viver assim. – Ele dizia triste.

Renan: Meu Deus, você devia ir num psicólogo, eu vou precisar ir, vou tentar fazer esse teste ainda hoje.

Ezequiel: Tudo bem, me avisa depois o resultado.

Renan: Tá bom, até mais.

Renan saiu apavorado dali e foi praticamente correndo até a Centro de Orientação e Acolhimento da cidade para realizar o teste.

Renan: Boa tarde.

Recepcionista: Boa tarde, veio fazer teste rápido? Documento por favor. – Ele pediu.

Renan tinha achado o lugar confortável para fazer o teste, era uma clínica nova. Mas quando lembrava que seu resultado poderia dar positivo, a tensão tomava conta.

Enfermeira: Renan? – Uma mulher que aparentava ter uns 50 anos o chamou para a sala.

A profissional de saúde começou uma entrevista para saber se Renan havia sido exposto ao vírus.

Renan: Um rapaz com quem fiquei está com HIV, descobriu há alguns dias.

Enfermeira: E quando foi que você ficou com ele?

Renan: 1 mês e meio atrás.

Enfermeira: Foi sexo sem camisinha?

Renan: Não, foi com camisinha, mas teve sexo oral, existe possibilidade né?

Enfermeira: Sim, o sexo oral também traz riscos, houve ejaculação na boca?

***O pênis de Ezequiel encostava na garganta de Renan.

Ezequiel: Caralho, quer leitinho?

Renan: Aham.

Ezequiel: Desse jeito eu vou gozar.

Ezequiel anunciou e logo em seguida encheu a boca de Renan que tomou tudo.

Ezequiel: Agora é minha vez. – Ele disse abocanhando o pau de Renan.

Renan se deliciava com a língua de Ezequiel chupando suas bolas e sua rola***

Renan: Teve. – Ele observou a cara de poucos amigos que ela faz.

Enfermeira: Deixa eu ver se entendi, ele que ejaculou?

Renan: Foi e eu... tomei.

Enfermeira: Você está fora da janela imunológica, mas é um risco grande de transmissão.

Renan: O que é a janela imunológica?

Enfermeira: Quando há exposição dentro de 30 dias, você pode realizar o teste e o vírus ainda não ter se manifestado, nesse caso, o teste dá negativo e é feito um novo teste fora desse prazo de 30 dias após a infecção.

Renan: Mas já se passaram 30 dias.

Enfermeira: Teve algum sintoma de gripe, febre, cansaço, dor na garganta, dor de cabeça?

Renan: Não tive.

Enfermeira: Algum sintoma diferente? Se sentiu cansado nos últimos dias?

Renan: Não, estava tudo normal.

Enfermeira: Fez sexo sem preservativo nos últimos 30 dias?

Renan: Não, todos foram com camisinha. – Ele engoliu em seco.

Enfermeira: Pode aguardar, logo você será chamado para a coleta.

Renan voltou ao corredor de espera e logo teve o nome chamado.

Enfermeiro: Estique o braço por favor, não vai doer nada. – Ele disse furando o dedo de Renan para coletar o sangue.

- E se eu tiver com o vírus? E se eu tiver com HIV? Meu Deus, minha vida acaba! – Renan estava pensando.

ESCRITÓRIO

César tinha ido ao escritório de advocacia conversar com seu advogado que cuidava do assassinato de Anderson.

César: Kallel? Boa tarde.

Kallel: Como vai? Boa tarde César! Sente, por favor. – Disse o jovem advogado.

César: Estou aflito, o que aconteceu para me chamar?

Kallel: Foi marcada a data do julgamento para daqui há algumas semanas e temos um problema.

César: Meu Deus, o que houve?

Kallel: Você me passou uma versão de que estava sozinho na noite de crime, eu sei que não é verdade e a polícia também, foram encontradas outras digitais na arma, além da sua e do bandido.

César: Ah. – Ele ficou pensativo.

Kallel: Você precisa me contar, era seu filho? Quem era a outra pessoa?

***Os dois entraram numa luta corporal e o revólver de Anderson acabou indo parar longe. Néia até tentou pegar a arma, mas Kauan foi ainda mais rápido.

Néia: Calma garoto! Você nem sabe mexer nisso.

Kauan: Pensa que não?

Néia: Só porque veio da favela da Vila Pinto acha que é bandido? Me dê aqui, não faça nenhuma besteira.

Kauan olhava César e Anderson brigando e não sabia o que fazer.

Kauan: Fica parada aí.

Néia: Se atirar vai passar o resto da vida numa prisão, vai acabar com a sua vida pra defender o amante? É isso mesmo?

César já estava fraco e Anderson quando viu que Néia estava na mira de Kauan, largou o pai de família.

Anderson: Moleque, passa essa merda pra cá. – Ele deu um chute na mão de Kauan fazendo a arma cair perto de César.

Rapidamente o bancário pegou a arma e viu que Kauan estava apanhando de Anderson.

César: Nele você não toca.

César disparou um tiro em Anderson que caiu na piscina. ***

César: Eu vou te contar tudo. – Ele disse lembrando.

Kallel: Já devia ter feito isso né?

César: Não era simplesmente um bandido, quer dizer, ele era, mas naquela noite ele não entrou em casa para um assalto.

Kallel: Eita.

César: O Anderson tinha um caso com a empregada da minha casa, conhecida como Néia, o nome é Lucinéia e estou sendo chantageado por ela.

Kallel: Chantagem é crime, você não pode ceder.

César: Tá, Kallel, você sabe que sou um homem de família, casado, tenho filhos, mas eu... levo uma vida dupla, eu mantinha um caso com um rapaz... bem mais novo que eu.

Kallel: De menor? – Ele se assustou.

César: Não, mas tem 18 anos, chega a ser mais novo que meu filho que tem 19.

Kallel: E ela descobriu? Como?

César: Eu não sei como essa mulher, a Néia, instalou uma micro câmera dentro do meu apartamento que eu usava pra me encontrar com esse rapaz, ela tem um vídeo... um vídeo íntimo de nós dois, ameaçou revelar, eu fiquei apavorado, eles foram me ameaçar dentro da minha casa, eu e esse Anderson acabamos brigando, teve um momento que a arma caiu e eu não vi direito se alguém tinha pegado.

Kallel: E depois você atirou nele?

César: Atirei num momento de impulso, nem mirei direito, o Anderson estava pronto pra bater no Kauan quando eu peguei a arma.

Kallel: Essa Néia vai parar na cadeia César, ela não pode te chantagear com esse vídeo.

César: Eu tinha que preservar minha família.

Kallel: Eu sei como é, eu sou gay, embora assumido e sem problemas com isso, mas já conheci muitos homens na sua situação, casados, mas mantém um amante ou mais.

César: E então?

Kallel: Eu estou realmente chocado agora, uma versão totalmente diferente aquela apresentada a polícia, embora você já tenha confessado o crime, a ficha desse Anderson foi levantada, já tinha sido preso, investigado por tráfico, roubo, latrocínio, no meu ponto de vista, atribuir a morte a legítima defesa é causa ganha, até porque realmente foi isso que aconteceu e a polícia tende a abafar mais o caso quando um bandido desses morre, vários casos no país acabam sem achar um culpado, inclusive de gente inocente que a mídia faz pressão, a família da vítima, pra começar o Anderson nem família tinha direito, não há ninguém interessado em saber quem realmente o matou, claro a investigação tem que ocorrer, mas agora temos a outra impressão digital encontrada, a do Kauan né? Esse era o nome dele?

César: Entendi, sim é Kauan e vou ter que dizer o que?

Kallel: O Kauan terá que prestar a versão dele do crime que terá que bater exatamente com a sua, não temos ninguém contra você.

César: Eu não queria envolver o Kauan nisso, não estamos mais juntos.

Kallel: Não é uma coisa que depende de nós, ele pegou na arma, mas e a Néia? O que aconteceu depois?

César: Ela pediu que eu me separasse da minha mulher e assim eu fiz, ela quer que eu o case, disse que assim eu poderia viver com outros rapazes e ela casada comigo, viveria bem de vida.

Kallel: Olha, é de se chocar um caso assim.

César: Eu ia te contar Kallel, eu entrei em contato com a administradora do condomínio pra saber, mas eles ainda não deram resposta nenhuma sobre ela ter entrado e instalado aquela merda pra conseguir o vídeo.

Kallel: Isso não resolve, precisamos entrar com o processo contra o condomínio, é inadmissível que alguém consiga entrar e fazer uma coisa dessa, essa mulher vai se dar mal se for provado o que ela fez, precisa reunir as provas da chantagem.

César: Mas e o vídeo? Eu tenho medo, não quero ser exposto desse jeito, eu trabalho em um dos bancos mais conhecidos do Brasil, apesar de toda essa campanha de apoio a diversidade, eu sei que pra um homem mais velho como eu se assumir depois de tantos anos vai manchar a minha imagem totalmente, ainda mais exposto com um vídeo desse, meu Deus, eu não gosto nem de pensar, um vídeo que cai em site pornô é copiado, guardado, nunca mais eu vou ter paz.

Kallel: Existem muitos casos parecidos com o seu, infelizmente é um prato cheio pra extorquir dinheiro da vítima.

César: Mas ela até que está tranquila, até agora não me pediu dinheiro nenhum, ela só quer que eu case.

Kallel: Meu conselho é que reúna provas da chantagem, senão você vai ter essa mulher pelo resto da vida atrás de você com esse vídeo e olha... conselho de quem também é gay, ninguém tem nada a ver com quem você se relaciona, tente conversar com seus filhos, busque pessoas que não te façam sentir medo dessas ameaças, o medo nos causa pânico, se você deixar esse ninho de cobra se criar pro seu lado, vai virar uma bola de neve, uma mentira puxa a outra, você já está respondendo por um crime em virtude disso, muitos casos de chantagem as vezes acaba de forma trágica, não sabemos do que essa mulher é capaz, é bom tomar cuidado César.

César: Eu vou pensar sobre isso.

César e Kallel se despediram e o bancário saiu dali preocupado.

CONSULTÓRIO MÉDICO

Renan estava angustiado naquele corredor.

Renan: Como será que o Ezequiel reagiu? Deve ter sido um baque descobrir isso.

O enfermeiro chamou o jovem para sala e Renan levantou quase derrubando a cadeira de nervosismo.

Renan: E então?

Enfermeiro: Deu tudo negativo, não reagente para HIV, sífilis e hepatite.

Renan: Ufa, obrigado meu Deus.

Enfermeiro: Alguma dúvida? Alguma coisa que queira dizer?

Renan: Eu vi um cartaz sobre a PREP, queria informações sobre.

Enfermeiro: Você reside em Curitiba?

Renan: Sim.

Enfermeiro: A PREP é um medicamento disponível em algumas cidades do Brasil cujo principal objetivo é a prevenção do HIV, são comprimidos diários a serem tomados para que seu corpo possa criar resistência ao vírus.

Renan: Como eu faço pra pegar?

Enfermeiro: É necessário passar por uma avaliação médica, serão pedidos exames para observar como o medicamento reage ao seu corpo, é importante lembrar que a PREP são previne o HIV, para as outras IST´s é necessário o uso de preservativos.

Renan: Entendi, bom, precisa marcar a consulta com o médico?

Enfermeiro: Podemos marcar já, semana que vem tenho esses horários. – Ele disse mostrando a tela do computador.

Renan marcou a consulta, e saiu pegando alguns preservativos disponíveis.

Renan: Que alívio. – Ele disse quando colocou os pés na rua.

APARTAMENTO DE CÉSAR

César estava chegando em casa quando recebeu uma ligação de Camila.

César: Camila? Alô?

Camila: Oi pai, tudo bem?

César: Tudo certinho e você?

Camila: Que ótimo, e eu estou aqui perto do Bigorrilho e pensei em passar no seu apartamento para conversamos, o senhor está em casa?

César: Acabei de estacionar o carro na garagem, pode vir, te mando a localização.

Camila: Ótimo, pode preparar o café que daqui a pouco estou aí.

César subiu para o apartamento, ele estava feliz com a visita da filha. Camila dirigiu um pouco pela cidade e logo tinha chegado no apartamento.

Camila: Muito bacana o prédio aqui, a vista é linda, realmente, é uma das melhores regiões de Curitiba. – Ela disse olhando a cidade pela janela.

César: Mas o que devo a honra da visita? – Ele disse pegando o café na máquina.

Camila: Vim ver o senhor, estava com saudades.

César: Minha querida, eu também estou. – Ele fez um carinho no cabelo dela.

Camila: E tentar entender um pouco pai, sobre isso tudo, as coisas na loja estão corridas, faculdade também um saco, acabou faltando tempo pra vir aqui antes.

César: Eu imagino, eu também vivo atolado de trabalho pra resolver.

Camila: A Néia está morando aqui?

César: É... não, ainda não.

Camila: E o senhor está feliz com o casamento? É isso que você quer?

César: Sim, minha filha, eu não estava mais apaixonado pela sua mãe.

Camila: Isso eu até entendo pai, mas trocar a mãe, pela Néia? Ainda tá difícil de engolir.

César: Pra vocês deve ter sido um choque, mas realmente eu já estava sendo fiel a sua mãe, acho que podemos fazer uma separação amigável.

Camila: Eu não quero bancar a filha chata que se mete na vida dos pais, não concordo com traição, não aceito, mas isso não afeta em nada nosso relacionamento entre pai e filha, seja com a Néia ou quem for, o que importa é o senhor está feliz.

César não estava esperando que a filha fosse abrir o coração, ele acabou se emocionando e deram um abraço.

César: Que bom Camila, muito bom, e você como está desde que terminou com o Gustavo?

Camila: Já estou bem, foi um choque, mas a gente supera né? Estou bem tranquila.

César: E seu irmão? Desde que sai de casa ele mal falou comigo, trocou algumas palavras no whats só, até achei que viria com ele.

Camila: O senhor sabe que o Guilherme é meio avoado né pai? Ele disse que viria aqui pra conversar, mas fica enrolando, ele também não tem que se meter nisso eu acho.

César: Se fosse fácil assim, como você diz.

Camila: Tem alguma outra coisa... que o senhor ainda não contou?

César: Não.

Camila: Ah e sobre o processo do bandido morto lá?

César: Estou aguardando o julgamento.

Camila: Existe algum perigo pai?

César: Falei hoje com meu advogado, ele disse que não, que serei absolvido, mas dá aquele medo.

Camila: Eu imagino.

César: Você não vai pra faculdade?

Camila: Vou sim, meu Deus, quase 6:30 já, pai, infelizmente vou ter que cair, sabe como é o trânsito né?

César: Que pena.

Camila: Eu volto um dia com mais tempo, fim de semana acho.

César: Fiquei muito feliz com sua visita, de verdade, te amo filha. – Ele disse dando um abraço.

Camila: Também te amo, meu pai.

Camila se despediu e entrou no elevador.

Camila: Pai está tão abatido... não senti que ele estava falando a verdade, o que será que aconteceu?

UNIVERSIDADE

Camila estacionou o carro e encontrou Renan.

Camila: Ei gato.

Renan: Camila! Estamos um pouco atrasados.

Camila: Nem me fale, me diga uma coisa, não tinha nada pra hoje né?

Renan: Não.

Camila: Ótimo, Renan eu preciso conversar com você.

Renan: Sobre?

Camila: Sua ex madrasta.

Renan: A Néia? O que tem ela?

Camila: Isso, a Néia, lembro dela no enterro do seu pai, nem sei se você sabia, mas ela trabalhou como empregada doméstica lá em casa durante umas duas semanas.

Renan: Eu sabia sim, tinha comentado com a Paula.

Camila: Pois então, ela é uma boa pessoa? Tipo, honesta?

Renan: Ela roubou alguma coisa?

Camila: Não, mas responda o que eu perguntei.

Renan: Bom Camila, quando meu pai morreu, ela tentou passar a perna na gente, sacou todo o dinheiro do banco e não disse nada pra ninguém, tanto que fomos saber depois no processo, daí ela devolveu.

Camila: Desculpa perguntar, era um valor alto?

Renan: Não passava de 5 mil, mas pra mim, poderia ter sido 50 reais, fazer isso sem ninguém saber, já prova que não é honesta coisa nenhuma.

Camila: Claro, eu concordo com você, ela não roubou nada lá em casa, nossa, se eu soubesse disso antes, minha mãe não teria nem contratado essa mulher, mas enfim.

Renan: Mas o que ela fez?

Camila: Ela e meu pai estão tendo um caso, meu pai até se separou.

Renan: Chocado, olha, não me interprete mal, mas abre o olho, não duvido que ela esteja com ele por causa do dinheiro.

Camila: É, eu também acho isso.

Renan: Bom, vamos entrar pra aula?

Camila: Vamos.

Camila passou a aula inteira pensativa. No intervalo, Kauan foi até a sala de Renan.

Renan: Você? Eai.

Kauan: Vim te ver, quer trocar uma ideia depois da aula?

Renan: Claro, acho que não vai acabar tarde aqui.

Kauan: Avisa que daí já saio também.

Jéssica e Paula se olharam reparando na conversa. Ezequiel também chegou na sala.

Ezequiel: Renan?

Renan: Ezequiel.

Ezequiel: Precisamos ter aquela conversa.

Renan: Pois é, eu já volto.

Kauan olhou os dois saindo da sala e ficou sem entender.

Jéssica: Venha aqui mocinho, que história é essa?

Kauan: Vocês viram né? Qual é a desse Ezequiel?

Paula: É um assunto particular, um problema do Ezequiel, não tem nada a ver com o que você está pensando.

Kauan: Ei doida, nem to pensando nada demais.

Renan e Ezequiel foram para um lugar mais afastado.

Ezequiel: E então? O que deu o resultado?

Renan: Negativo, tudo negativo.

Ezequiel: Que bom né.

Renan: Poxa Ezequiel, eu sinto muito por você.

Ezequiel: Não tá fácil segurar essa barra.

Renan: Eu achei bacana você ter vindo me contar tudo, mas e com o Enzo? Você falou?

Ezequiel: Ainda não.

Renan: Você precisa dizer o quanto antes.

Ezequiel olhou para Enzo de longe e lembrou do sexo.

*** Enzo: Quer leitada no cuzinho puta?

Ezequiel: Quero, mete esse pauzão gostoso.

Enzo: Delícia de cu.

Enzo tirou a camisinha, e enfiou tudo em Ezequiel, deu mais umas estocadas e encheu ele de leite***

Renan: O que foi?

Ezequiel: Será que eu peguei o vírus do Enzo?

Renan: Foi sem camisinha?

Ezequiel: Não, mas... na hora de gozar, ele tirou e gozou dentro.

Renan: Aff, chocado com isso.

Ezequiel: Não acredito. – Ele colocou as mãos na cabeça.

Renan: Se não foi ele que passou, você pode ter passado pra ele, meu Deus, que fique entre nós, o Gustavo não me disse nada, mas algo me diz que entre ele e o Enzo tem alguma coisa.

Ezequiel: Mas é óbvio, no dia que eu fiquei com Enzo, ele ficou todo curioso pra saber o que tinha acontecido entre mim e o Gustavo.

Renan: Se o Enzo tem, o Gustavo também pode ter, você precisa avisar ele logo Ezequiel.

Ezequiel: Aí que saco e agora eu tenho que ficar contando pra todo mundo? Pensa que é fácil ficar falando uma coisa dessas?

Renan: Calma, eu imagino que não é.

Ezequiel: Você não sabe, o seu deu negativo, você não sabe o que eu passei, a vontade de me jogar na frente do primeiro carro que apareceu, isso é horrível, eu me sinto sujo, um lixo, quando lembro de sexo tenho nojo, essa doença acabou com a minha vida.

Renan: Ezequiel, você precisa começar o tratamento, depois você vai ver que não é tão complicado viver assim, eu fui lá hoje, reparei nas pessoas, o meu deu negativo, mas sabe Deus quantos não deram positivo hoje naquele lugar? Quantas pessoas sofrendo iguais a você?

Ezequiel: Não quero saber, eu não vou contar pro Enzo, aquele guri é um babaca metido a rico, capaz de contar pra todo mundo na faculdade e também tô me lixando se o Gustavo vai pegar ou não, problema dele, vai ser tão irresponsável quanto eu, o teste ta aí, não faz quem não quer.

Ezequiel saiu e Renan foi atrás em vão.

Kauan: O que foi Renan?

Renan: Nada, na verdade eu te explico depois.

Kauan: Vou pra aula, até.

Renan: Até.

Kauan entrou na sala e viu quando Ezequiel pegou a mochila e saiu, nervoso.

Kauan: O que será que aconteceu?

Ezequiel foi para o ponto de ônibus chorando. Ele iria para casa.

Ezequiel: Inferno, inferno de vida.

Na sala de Renan, ele estava observando Gustavo e Enzo.

Professor: Pessoal, eu resolvi acabar a aula mais cedo hoje, não será possível continuar, o retroprojetor parou de funcionar.

Guilherme: Ah que pena, professor! – Ele foi irônico.

Professor: Como seriam as atividades da indústria 4.0 para fazer na sala, eu posto na plataforma e vocês me trazem na próxima aula, beleza?

Enzo: Demorô.

Professor: Estão liberados.

Guilherme: O Enzo, a Valentina tá perdendo muita aula cara, não sabe de nada não?

Enzo: Não sei pia e não to nem aí também.

Guilherme: E bora tomar uma cervejinha lá no bar?

Enzo: Não sei.

Guilherme: Deixa ser chato, quinta-feira pô, o Gustavo vai né? – Ele deu dois tapinhas nas costas do colega.

Gustavo: Eu o que?

Guilherme: La no bar caralho.

Gustavo e Enzo se olharam.

Enzo: Tá, vamos?

Gustavo: Vamos.

Guilherme: Até quem fim.

Renan avisou Kauan que estava saindo e ficou esperando ele do lado de fora.

Kauan: Eaí, bora lá pegar o carro no estacionamento.

Renan: Vamos, nossa ainda bem que a aula acabou cedo.

Kauan: O Ezequiel saiu cedo também, ele tava nervoso.

Renan: Ele tá passando por uns problemas difíceis.

Kauan: Sobre o que?

Renan: Saúde.

Kauan: Ah, coitado.

Renan: E você? Soube que começou a trabalhar.

Kauan: Ah, tá mó da hora, é a mesma empresa que o Guilherme trabalha, mas graças a Deus nem vejo esse guri, já basta aqui na faculdade. – Ele riu.

Renan: Ahh, besteira, nossa, ta friozinho né?

Kauan: Tá com frio? Quer meu casaco?

Renan: Eu aceito sim.

Kauan tirou o moletom e deu para Renan vestir. Eles entraram no carro.

Kauan: Não repara na bagunça.

Renan: Não esquenta.

Kauan: Quer comer alguma coisa, beber?

Renan: Podemos ir, nada muito longe.

Kauan: É, lá, a gente conversa melhor.

Kauan ligou o som e estava tocando pagode.

Kauan: Gosta?

Renan: De pagode? Tem uns legais.

Kauan: Pixote é massa. – Era o que tava tocando.

...Se essa boca não beijasse tão bem

Se esse abraço não fosse tão massa

Se quer saber se eu quero outro alguém

Nem de graça, nem de graça...

Renan estava aflito, o coração parecia que ia sair pela boca, sorte que chegaram rápido num lugar tranquilo para conversar e tomar uma bebida.

Renan: Um chopp de vinho, por favor.

Kauan: Pra mim também. – Eles pediram no balcão

Os dois sentaram à mesa.

Kauan: Muito bom, ficou bom meu casaco em você, bonitão na verdade.

Renan: Valeu, mas Kauan, acaba com a minha curiosidade e diz logo o que tá acontecendo?

Kauan: Renan, eu preciso abrir o meu coração pra você.

CONTINUA...

E agora? Será que vai?

Fica o alerta gente, usem camisinha!


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Comentários

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Maravilhoso, amo suas histórias, lhe acompanho desde o início

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Gustavo e Enzo estam infectados?

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Renan e Kauã se amém e sejam amor

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KAUÃ, PELO AMOR DE DEUS OU CAGA OU SAI DA MOITA. DEIXA O CAMINHO DO REBAB LIVRE. MAS SINCERIDADE? TO PERCEBENDO O KAUÃ MAIS CARINHOSO E PREOCUPADO COM O RENAN. ACHO QUE ISSO É AMOR E SE NÃO FOR PELO MENOS É UM BOM COMEÇO. EZEQUIEL, ENZO E GUSTAVO. ESSA TROC ADE CASAIS FEZ O VÍRUS HIV PASSAR DE UM PRO OUTRO. VAMOS VER SE A EX NAMORADA DO ENZO TB NÃO ESTÁ INFECTADA. É A MORTE.

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Espero que finalmente aconteça algo e ter Renan e Kauan

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