Parte 6
Antes do inicio das aulas
No outro dia, acordei antes do despertador tocar, O Junior ainda dormia, peguei meu celular e vi que tinha várias chamadas perdidas da noite anterior, tinha do Iago, tinha da minha mãe mas a maioria era do Pedro e muitas mensagens dele que diziam: “Gustavo, me atende”, “Quero falar contigo”, “Atende aí esse telefone”, “Você tá onde, vou na sua casa”, “Atende essa porra, CARALHO!!!”, “Porra, tu tá onde?”, “Me atende logo aí, arrombado”. Tinha várias mensagens desse tipo, porém em nenhuma ela falava o que queria conversar comigo, mas o que estava me deixando era a ligação perdida da minha mãe e do Iago. Já comecei a imaginar que o Pedro tinha contado tudo pra eles, que minha mãe estava revoltada e que o Iago não iria querer mais ser meu amigo e tal.
O Junior acordou e me deu bom dia como se nada tivesse acontecido durante a noite, agi da mesma maneira sempre fazíamos isso mesmo, afinal de contas ele é meu primo e meu melhor amigo de uma vida toda, tanto ele quanto eu gostamos das coisas desse jeito, sem envolvimentos. Ele notou que eu estava inquieto mexendo no celular e me perguntou o que foi, mostrei as mensagens e as chamadas perdidas e ele falou:
Junior – Que horas foi que o teu telefone tocou que eu não ouvi?
Eu – Sei lá, eu sempre deixo ele no silencioso na hora do trabalho, devo ter esquecido de tirar.
Junior - O que é que tu já tá viajando aí? Já tá criando altas teorias nesse cabeção?
Apertei minha rola na hora, só na zuação mesmo e respondi:
Eu - E se ele na raiva por eu não ter atendido tiver contado tudo pra minha mãe e pro Iago, e ela estiver querendo me matar agora? E o Iago, se ele estiver com raiva de mim pelo que fizemos na casa dele, e agora também estiver querendo me matar na porrada?
Junior – Sabia que era isso.
Eu – Sério pô, tu já imaginou a merda?
Junior – Para de viajar Gu, primeiro se a tia já soubesse de algo tu acha que você ainda estaria vivo uma hora dessas, ela ia vir te quebrar no pau independente do horário ou do buraco em que você estivesse, você sabe que o que ela tem de legal tem de brava.
Eu – Verdade!
Iago – Segundo pelo que você me falou sobre esse Iago, ele no máximo pararia de falar contigo, nem te ligaria e o Pedro nunca faria isso com ele pra não ficar de rabo preso.
Eu – É mesmo, tem isso também.
Junior – Pra um cara inteligente tu viaja demais nas loucuras que tu mesmo inventa!
Isso era verdade, tinha esse costume mesmo, desde pequeno em qualquer situação eu viva até hoje, costumo imaginar todos os cenários que podem se desenrolar de uma situação, do melhor ao pior, mas sempre acontecia que me afundava na pior das possibilidades e sofria sem necessidade. O Junior é o único que me conhece bem pra sacar essas coisas só de olhar pra mim.
Junior – Bora escovar essas travas e ir tomar café.
Eu – Bora lá, que hoje ainda é sexta e tenho que trabalhar.
Junior – Véi eu tenho que ir na rua agora de manhã, tu me espera pra ir contigo?
Eu – Beleza, mas 10:10 eu já tenho que estar no ponto pra não me atrasar, só vou em casa rápido quando terminar o café aqui e a gente vai.
Tomamos café, ele foi tomar o banho pra se arrumar e eu fui em casa me arrumar. Cheguei em casa minha mãe já tinha saído pra ir trabalhar, mas deixou um recado com meu padrasto, dizendo que o Pedro tinha ido lá em casa querendo falar comigo mas eu não estava em casa e nem atendendo o telefone, por isso que ela tinha tentado me ligar (uffa!). Perguntei pra ele:
Eu – Vocês sabiam onde eu estava, porque não falaram pra ele?
Padrasto – A gente falou que você tinha ido dormir na casa da sua avó e ele falou que ia lá.
EU – Eu estava na casa do Junior, minha irmã que foi dormir na casa de vó.
Padrasto – A gente trocou então, hehe...
Eu – Tranquilo.
É então foi isso, ele deve ter ido lá em vó e achou que eu estava lá e não queria falar com ele ou perguntou e ninguém sabia responder onde eu estava, o que era a verdade. Depois dessa conversa, me arrumei e sai, passei na casa do Junior e fomos pro ponto, contei pra ele o que meu padrasto tinha dito. Já dentro de ônibus que naquele horário estava praticamente vazio resolvi tirar outra dúvida, mas agora em relação ao que tinha acontecido com Junior durante aquela noite. Puxei o assunto:
Eu – Junior, o que foi que deu em tu ontem a noite? (perguntei baixinho ao lado dele)
Ele me olhou e respondeu tranquilamente, afinal a conversa era comigo, seu melhor amigo.
Junior – De inicio queria só te agradar mesmo, pra melhorar o teu humor, mas depois lembrei que a gente faz sempre do mesmo jeito toda vez, isso já tava ficando chato, isso do eu te chupo se tu me chupar, só te dou se tu me der também... ai já sabe.
Eu – Mas é sempre você que vem com essas mesmas histórias pra dar uma de machão hetero curioso.
Junior – Mas eu sou só hetero curioso mesmo.
Eu – Se fosse só curiosidade, tinha rolado uma vez só. A gente troca desde os 13, no mínimo tu é bi que nem eu porra!
Junior – Eu não sou bi não, tá me estranhando é desgraça?
Eu – Uhum, se você tá dizendo né?
Junior – Eu só fico com mulher e com tu mesmo, que é meu primo.
Eu – E só porque eu sou teu primo não sou homem?
Junior – Não, tu é tu!
Eu – Vá tomar no cú Junior, quero dizer isso tu já fez ontem, tu tava mais fácil que as piriguetes lá do bairro, deve tá todo aberto até agora.
Tomei uns três socos no braço mais a risada valeu a pena, acho que ele também levou na resenha, quando me viu rindo. Se fosse qualquer outro que falasse assim com ele garanto que estava sem os dentes.
Eu – Mas cara, valeu mesmo, tu me fez esquecer meus problemas como sempre, te amo irmão!
Junior – Tá me devendo essa, tô com o cú ardendo e a garganta doendo até agora seu animal, da próxima vez já sabe que a mulherzinha vai ser tu né? Aí tu vai me pagar.
Eu só pisquei e confirmei com a cabeça, depois mudamos de assunto. Essa conversa que tive com o Junior acho que foi uma das mais engraçadas de toda a minha vida (escrevi, me lembrando do momento que isso rolou e continuo dando risada). Ele desceu primeiro que do ônibus, uns três pontos a frente eu desci. Cheguei mais cedo do que eu queria naquele dia e foi um dia normal de trabalho, trabalhava na época de domingo a sexta folgava todo sábado e um domingo no mês, me lembro que era sexta-feira e estava animado porque a minha folga era nesse final de semana e eu tinha uma folga acumulada porque tinha trabalhado no feriado, então seriam três dias de boa em casa. Arrumei minha mochila coloquei minha farda suja, e quando já estou saindo vejo o Pedro parado lá na frente em sua moto, não tenho nem como me esconder porque a frente era toda de vidro e ele já tinha me visto, o coração acelerou pensei em sair e não falar com ele mas não consigo ser mal educado com as pessoas á troco de nada. Quando saio ele me chama e fala:
Pedro – Gustavo, pega esse capacete e sobe na moto.
Eu – Não precisa não, vou de ônibus.
Pedro – Sobe na moto agora!
Não vou mentir que o modo como ele falou comigo, eu não gostei nem um pouco me senti intimidado, cheguei até a ficar com medo (não nego). Meu colega Wesley que trabalhava comigo e era metido a maloqueiro (só pressão), estava com a modo parada ao lado da dele percebeu o clima estranho e perguntou:
Wesley – Tá tudo bem aí Gustavo?
Pedro – Se esquente não que só vou levar ele pra casa dele, mas esse viadinho tá com medo de andar de moto comigo depois que eu panhei com ele na garupa.
Eu – Tá tudo certo aqui cara, relaxe.
Wesley – Tu é uma puta medrosa mesmo que eu tô ligado, valeu aí.
Wesley saiu com sua moto, e eu subi na moto do Pedro sem falar uma palavra e ele também. Não gostei dele ter me chamado de “viadinho” para o meu colega, e o fato dele responder por mim e inventar uma mentira tão rápido era algo que também não curti. Continuava alimentando o meu medo, não sabia o que viria a acontecer partir daquele momento, mas ele me levou realmente pra minha casa sem falar uma palavra. Quando chegamos ele falou:
Pedro – Vai tomar um banho e se arruma que a gente vai no shopping agora.
Eu – Fazer o quê no shopping?
Pedro – Vamos no cinema assistir o filme que você queria ver.
Eu – Beleza então, entra aí?
Pedro – Vou te esperar aqui, tô com calor.
Eu – Tá bom você que sabe.
Fiquei mais tranquilo (mentira, fui comprado por um ingresso de cinema), tomei banho e me arrumei rápido, logo saímos. Mas pra minha surpresa fomos pro apartamento que ele morava com a família, fiquei calmo porque já tinha ido lá várias vezes e adorava os pais e a irmã dele. Assim que entramos perguntei por eles e ele me falou:
Pedro – Eles estão ajudando minha tia a arrumar a festa do aniversário dela pra amanhã.
Eu – Ahh de boa.
Pedro – Senta aí e relaxa, o sofá não morde e eu não vou te machucar não.
Eu – E o filme?
Pedro – Passei lá mais cedo e só tinha ingresso para a sessão das 21:30 hs, eu já comprei mas ainda são 18:00 hs.
Faltavam três horas e meia, pro filme começar me perguntei o que a gente iria fazer nesse meio tempo pelo menos agora ele já estava falando comigo. Mas o Pedro foi no quarto e pegou um dvd pirata, não tinha capa nenhuma, colocou dentro do aparelho e falou:
Pedro – A gente vai assistir outro filme por enquanto.
Ele pegou o controle, fechou a cortina da janela e sentou do meu lado, tirou a sua camisa, mandou que eu fizesse o mesmo por causa do calor, depois que eu tirei ele jogou um dos braços por cima do meu ombro, abriu bem as pernas e foi se encostando no sofá e me puxando junto com ele. O dvd finalmente carregou era um pornô, tinha uma loira e uma morena só de calcinha na primeira cena que ficavam se exibindo e depois começavam a se beijar e a se tocarem fiquei duro na hora, mas tive a impressão de estar sendo observado e quando menos espero ele bota a mão por cima da minha bermuda, aperta meu pau e fala me encarando:
Pedro – Já tá duro né safado. Então quer dizer que tu curte mulher mesmo? Achei que tu só tinha ficado duro naquele dia por minha causa putinha
Na hora que ele ia largar eu segurei seu punho com força e falei grosso:
Eu – Agora que já tá com a mão aí, só vai tirar quando eu mandar, senão eu arrebento tua cara sua rapariga.
Eu não sei brigar, mas sei como botar pressão em alguém, pena que não funcionou, ele começou a rir, sabia que eu nunca seria páreo pra ele na mão. Estávamos nos encarando com nossos rostos a pouco centímetros um do outro, continuamos nos encarando quando ele falou:
Pedro – Você acha que consegue me bater man? Tu acha que esse papinho vai funcionar logo comigo?
Eu - Se isso não está funcionando, porque sua mão ainda está por cima da minha bermuda e apertando o meu pau duro seu vagabundo
Pedro – Porque eu quero ver até onde isso vai dar...
A tensão sexual que existia ali era palpável de tão forte que estava o clima entre a gente, meu pau duro pressionado por uma mão forte, parti pra cima e resolvi investir de uma vez. Se ele queria saber onde tudo aquilo ia dar eu também gostaria de ver até onde ele ia deixar que fosse, afinal de contas um cara que se diz hetero, muito bonito, tinha um corpo massa e pegador estava deixando as coisas correrem muito fácil pro meu gosto. Meti a mão na sua bermuda e só dei uma apertada no seu pau, estava duro também, mas ao invés de deixar minha mão lá eu tirei. Me virei um pouco no sofá, e fui deitando até chegar no braço do sofá. Tirei a mão dele da minha bermuda e falei:
Eu – Olha as coisas vão rolar do meu jeito, se você quiser que algo role aqui, você que vai ter que tomar atitude, se eu curti a gente continua caso eu não queira, eu não faço, muito simples.
Pedro – Porque isso agora?
Eu – Você foi muito babaca comigo ontem, e hoje eu cheguei a ficar com medo de você, não sou otário e odeio me sentir assim, então se você quiser que role alguma coisa aqui, você vai desligar o dvd e eu vou querer ouvir da sua boca o que você quer fazer, pra depois quando você pensar no que aconteceu, você também vai lembrar que foi você que me pediu, deu pra entender?
Entendam a grande maioria de nós já se sentiu usado por alguém pra depois ser descartado, e era isso que eu queria evitar que acontecesse comigo ali naquele momento, eu não queria domina-lo como fiz com o Junior, porque o Pedro é desse tipo de homem indomável e eu sabia disso, o que eu queria era dominar a situação, afinal de contas, o que rolou com ele não foi eu que tomei nenhuma atitude, sempre foi ele e isso era a primeira coisa que eu queria mostrar pra ele. Pois bem, ele abaixou a cabeça e olhou pro chão por uns segundos, depois se levantou do sofá, ele foi até o aparelho, tirou o dvd e guardou na capa ficou parado perto de mim e disse:
Pedro – Beleza man, se é assim que você quer, então..., deita no sofá aí.
continua...
P.s. Como já faz muito tempo pode ser que tenha algum detalhe que eu não me lembre direito ou tenha deixado em aberto algo então se quiserem tirar alguma dúvida, ou quiser que eu explique algo me chama no meu twitter pra putaria
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