Logo após fazer a minha higiene e tirar meu pijama, que consiste simplesmente e um short curto de cetim, e um camiseta grande que eu roubei do Dom, fui tomar meu café da manhã em meio a bagunças de caixas e sacos. Vocês devem estar se perguntando... Quem muda no dia do seu aniversário? Bem, eu mesmo de Mello. Acontece que isso foi uma "escolha em conjunto da família". Vamos ao esclarecimento dessa decisão.
Minha mãe e o pai de Dom resolveram se mudar para o nordeste, mais especificamente para Bahia, devido a teres negócios lá, e considerarem a existência de maior crescimento no local. Já vou deixar claro que não somos podres de ricos que esbanjamos dinheiro e tals. Porém temos o suficiente para viver de modo confortável, o que muitas vezes me faz agir como um patricinha mimada.
Ah, antes que eu esqueça se acostumem, pois em alguns momentos usarei o feminino para se referir a mim, nunca me incomodei com isso, em mesmo quando as pessoas usam um tom pejorativo, isso já até me fez pensar ser andrógeno, mas isso é assunto para outro dia.
Voltando ao assunto! Dom não queria se mudar devido a sua faculdade, e eu também não pois não queria deixar meus amigos e a minha avó Paterna; resultado: Dom e eu vamos morar em uma casa menor e os nossos pais poderiam ir para a nova cidade tranquilos.
E aqui estamos nós em meio a mudança, nossos pais foram para a Bahia antes das festas de fim de ano, para poderem aproveitar uma segunda Lua de Mel, então eu e o Dom ficamos por aqui, e só agora conseguimos arrumar a casa para morarmos, que na verdade já é nossa, ela era alugada para os outros como forma de renda, agora nós vamos alugar a casa maior e ficar com a menor, por motivos de que eu não sou obrigada a cuidar de uma casa gigante sozinha já que meu irmão preguiçoso não gosta de serviços domésticos.
Enfim, vendo que tudo estava embalado e que não tinha nada para comer, fui apressar Dom para podermos comer em uma padaria perto de casa.
_ Doooooooom! – grito alto.
_Misericórdia quem morreu? – ele aparece correndo e ofegante devido ao meu grito
_Nada não, era só pra chamar você para comer. - digo rindo de seu rosto vermelho
_ E precisava desse berro? – diz ele ainda ofegante pela correria
_ Claro, você acorda os outros e depois fica enrolando, estava fazendo o que, se masturbando? - digo afim de deixa-lo se graça
Embora sejamos irmãos, Dom fica muito sem graça ao falar de sexo perto de mim, ninguém entende, é como se ele me visse como algo imaculado livre do pecado original, deve ser coisa de irmão mais velho super protetor.
_Mas é claro que não, ta doido?! – diz ele exaltado e claramente sem graça, me deixando arrependido de ter feito a piada
_ Desculpa maninho, eu não resisti, eu sei que você não gosta de falar sobre essas coisa, mas é natural, somos irmão...
_ Olha vamos logo tomar esse café logo para sair desse assunto estranho – diz ele acanhado com a mão na nuca, ele sempre faz isso quando fica com vergonha ou desconfortável.
_ Ok, então...- Nessa hora eu percebo que ele está apenas de toalha, com o peitoral exposto, claramente saiu do banho correndo com meu grito, talvez eu tenha exagerado mesmo. – E você vai assim?
_ Assimco... – ele finalmente se dá conta de que está apenas de tolha, e começa a rir – Só vou por uma roupa e nós vamos!
Assim ele saiu apressado para o quarto e não demorou muito para voltar, então entramos no carro dele e fomos para a padaria. Poderíamos ir andando, no entanto depois que ele ganhou esse carro ele não vai mais na esquina sem ele, é um verdadeiro xodó, chega até ter ciúmes, parece uma criança que ganhou o primeiro bichinho de estimação. Vai entender né?!
Chegamos lá comemos, conversamos amenidades sobre a festa, e na hora de ir embora Dom se vira para mim e pergunta...
_ Você que ir agora na casa da sua avó?
_ E porque eu iria na casa da minha avó agora, o almoço de aniversário já será na casa dela e ainda temos os últimos detalhes da festa pra acertar. – sim gente, eu vou ter um almoço de aniversário, e uma festa, porque ai eu aproveita a família e os amigos sem ter que me dividir em 3 para dar atenção para todos.
_Você já esqueceu que ela disse que você deveria procura-la assim que acordasse pois ela tinha um assunto sério para falar contigo, deve ser algo realmente importante, acho que deveríamos ir para lá.
_ É verdade, ela disse ser sobre algo relacionado com a história da família e aquelas lendas que sempre conta, espero que não seja nada muito grave, vamos para lá então.
Fomos para o carro e partimos direto para casa da minha avó, que não ficava muito longe de onde nós estávamos, apenas alguns minutos e chegamos lá. A casa de minha avó era simples, porém bonita, tinha muitas plantas, ela sempre amou plantas de todos os tipos, medicinais, de ornamento, frutíferas, enfim tanto a entrada da casa como o quintal são repleto das mais diversas plantas, e mesmo sendo idosa ela cuida de todas com muito zelo e carinha
A aparência da minha avó bate com a referência que temos de uma, ela e gordinha, cabelos grisalhos, só usa saias longas e cabelo preso em rabo de cavalo, ela tem olhos castanhos claro e é bem baixinha, diria que tem 1,59 cm no máximo, ela devida a uma de suas artes, usa uma tipo de bengala devido a ter torcido o pé, eu não chamaria aquilo de bengala, parece mais um cajado, mas quando fui comentar sobre o assunto a família disse que era opção dela ficar com aquele pedaço de madeira velho, então mesmo não achando aquilo ortopédico, deixei passar e ela usa até hoje.
Abrimos o portão e não a vimos na área como de costume, então entramos na casa provavelmente ela deveria estar no quarto de visitas, que é o lugar onde ela faz seus crochês e pintura em tecidos, artes essas que eu aprendi a fazer com 15.
Ao chegarmos no quarto vemos ela sentada na cama, olhando fixamente para a parede, como se tivesse recordando alguma coisa, em um de suas mãos estava sua bengala e na outra uma caixa de madeira bem misteriosa, tinhas umas gravuras estranhas que não conseguia identificar.
_Bença vó, a senhora está bem?! – disse eu um pouco apreensivo
Ela parece despertar de um transe e nos olha com o seu olhar terno habitual.
_O meu neto, você chegou, eu não tinha percebido, meus parabéns, que Deus te abençoe muito e que a lua te guia nessa nova jornada que irá começar. – Diz ela um pouco emocionada. Eu sinceramente estranhei essa parte da lua, mas enfim, ela geralmente fala essas coisas sobre a lua e a relação dela com a nossa família, creio que seja aquele tipo de lendas passadas de geração em geração.
_ Obrigado vó, mas nem é uma jornada tão complicada assim, estou fazendo 18 anos, a vida adulta só está começando – Digo rindo tentando amenizar o clima um pouco pesado que estava se instaurando ali, Dom percebendo riu junto comigo.
_Eu também queria que fosse assim meu neto, porém a coisas que você precisa saber, sobre o seu passado, a sua história e principalmente sobre o seu futuro. – nessa última parte ela diz em um tom frio, que me causou arrepios, olho para dom e percebo que ele está tão confuso ou até mais do que eu.
_Como assim vó?! – Digo em um tom de temeroso
_Será mais fácil para vocês entenderem se eu mostrar – após dizer isso ela abre a caixa misteriosa e dela começa a sair uma fumaça/neblina estranha que ocupa todo quarto, neste momento a única coisa que eu penso e que eu não devo ter acordado e que tudo não passa de um sonho estranho.
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Olá pesoinhas, fico feliz que estão gostando da história que estou reescrevendo... Sobre as postagem tentarei uma vez por semana toda terça feira, que é quando eu tenho mais tempo...
Continuem comentando e dizendo o que vcs estão achando, qual personagem vcs gostam ou mandando pergunta que tentarei responder ao maximo...
Beijos e obrigado por lerem....