Eu trabalho como recepcionista num bistrô na minha cidade.
É um lugar bem sofisticado, cardápio com pouca coisa e cada item custando o olho da cara.
Onde eu moro os burgueses que não tem muita opção de lugar acabam batendo por lá e todo final de semana é um tormento pra mim, que tenho que ficar preso até a maldita hora que o último cliente sair.
Mas foi numa segunda-feira que isso aconteceu e eu jamais iria imaginar que minha semana começaria com tamanha sorte.
Eu estava no meu posto de sempre, na entrada do estabelecimento, trajando meu uniforme todo preto e a prancheta apoiada no braço, com os nomes das reservas da noite.
Mesmo que já fosse escuro dava pra perceber que o clima esfriava e não demoraria muito pra que uma chuva caísse dali a pouco.
O expediente corria sem muitas surpresas, umas mesas aqui e acolá e o alívio de saber que apesar do sofrimento da semana só estar começando, ao menos se ia pra casa mais cedo.
Eu estava checando a hora pela décima quinta vez na noite — faltando vinte minutos para as onze — e já constatando os casais que pagavam a conta e se preparavam para sair quando de repente os avistei.
Chegaram os três.
Sorridentes, às gargalhadas se encaminhando à minha direção. Eram homens de meia idade, trajando paletó, camisa social e sapatos de couro. Um era careca, mas tinha dentes muito bonitos e dava pra ver que quando mais novo devia ser muito atraente. O do meio era alto e tinha uma barriga protuberante, com os braços peludos e parecia não estar vestindo roupas íntima, já que o pau marcado na calça balançava a cada passo que ele dava. O outro era o mais novo e era o mais bonito. Tinha a pele bronzeada e um cabelo de um preto intenso, e puxado pra trás provavelmente por pomada ou gel.
Sorri, como sempre faço e os cumprimentei formalmente e logo adentraram o bistrô, que aquela altura estava vazio. Se não fosse por eles estaríamos fechando agora, pensei comigo mesmo.
Suspirei sentindo os pés cansados.
Era uma da manhã quando decidi que iria pra casa. Mas o gerente tinha deixado a chave do lugar comigo, já que tinha saído mais cedo pois ele tinha tido um imprevisto.
A impaciência tomava conta de mim quando a chuva finalmente se fez presente. Sentei na poltrona da recepção e suspirei sentindo um pouco de sono tomar conta de mim.
Até que fui acordado pelo último garçom do turno, acompanhado do caixa avisando que os coroas já tinham pago a conta e que eles iam embora antes que eles mudassem de ideia e resolvessem pedir mais cervejas.
Pedi que eles me esperassem, mas eles tinham que chegar cedo no turno seguinte e chegariam bem tarde em casa. Avisei sobre a possibilidade deles pedirem mais alguma coisa e eu não estava liberado a manusear o caixa. Fui ignorado com um aviso de que aquela era uma situação peculiar e eu não me complicaria.
Suspirei mais uma vez.
Assim que o garçom e o caixa bateram o pé, meu sono foi embora e senti o corpo desperto e preocupado. Até que horas aqueles caras continuariam ali?
Passaram-se vinte minutos. Nada. Então resolvi desligar a iluminação por uns segundos. Era um movimento arriscado e se o gerente sonhasse que eu estava a fazer tal coisa eu estaria encrencado. Mas era madrugada, eu estava sozinho e eu queria ir pra casa.
Acionei o botão de desligar a luz do salão principal e o blackout foi reagido com gritos e risos. Assim que religuei a luz senti olhares até mim. Por um momento me arrependi do feito, mas era tarde demais. Abaixei a vista, constrangido, e quando voltei a olhá-los somente o careca continuava a me olhar. Nossos olhares cruzaram e ele acenou pra que eu me aproximasse.
Segui em direção a eles com o corpo tenso e o coração na boca, certo de que estava prestes a ouvir e muito. Por fora me esforcei para demonstrar o máximo de profissionalismo possível. Eles poderiam estar bêbados, mas caso eu os contrariasse o suficiente pra que reclamassem com o proprietário meu emprego correria risco.
— Senhores.
Eles pareciam não notar minha presença por um momento até que o coroa mais atraente sinalizou para os outros que eu me encontrava bem em frente a eles.
Eles pararam de conversar e me notam.
— Que horas aqui fecha?
Não tínhamos um horário fixo. Geralmente fechávamos à meia-noite, às vezes uma da manhã. Eu teria que pensar em uma resposta caso eles já estivessem contrariados.
— Varia bastante, senhor.
Dois deles conversam e abafam o som da minha voz. O mais atraente deles foi o único a me ouvir.
— Como, rapaz? — os outros dois param de falar e voltam a atenção a mim.
— Eu disse que varia, senhor.
— O quê?
— O horário.
— Horário? Que horário?
Comecei a gaguejar o que provocou um acesso de risos dos três.
— Para de torturar o garoto — o careca mais alto admira sua garrafa de cerveja vazia.
— Garoto? — As risadas reiniciam. — Venha cá, meu bem.
Me aproximo sentindo meu corpo tremer.
— Vem cá... — o senhor que insiste em tirar comigo envolta o braço na minha cintura, forçando meu corpo a se juntar ao dele. De perto ele não é mais bonito, mas o jeito que ele me aperta me faz gostar dele. — Você é garoto mesmo?
Os amigos dele voltam a sorrir.
Sei que não posso parecer ofendido, não posso transparecer desconforto ou nervosismo. Eles eram mais velhos e o que falava comigo era metido a piadista. Se eu demonstrasse contrariedade as gracinhas me dariam por vencido. E depois daquela aproximação eu mais gostava daquelas gracinhas do que qualquer coisa.
— Sim, senhor — respondi, submisso.
— Eu vou ter que discordar — ele exalava a álcool e não parecia querer me largar. — Escutem essa voz... Voz fina.
— Vamos embora, Cláudio, já tá começando a falar besteira — o moreno engomado guarda a carteira no bolso da calça.
— Você tem voz de donzela, rapaz. Escutem, vocês também ouviram, fala aí.
— Esse cara é uma figura.
— Deixe o garoto, Cláudio.
Cláudio dá um murro na mesa.
— Garota! — arregala os olhos para os dois amigos — Garota!
A situação começava a ficar esquisita, mas o outro amigo sorria.
— Olha só a bundinha dela — Cláudio desceu a mão até minha bunda e começava a apertar sem cerimônia. Eram movimentos bruscos, sem delicadeza, que machucavam. Mas eu gostava. — Macia... Olha que delícia de bundinha, pega aqui.
O moreno desvia o olhar constrangido.
— Deixe de frescura, Marcos. Pega aqui!
Marcos sorri desconcertado.
— Eu pego, vem cá menino.
Congelo por um instante.
— Vá lá, menina! — Cláudio esbofeteia meu rabo com um tapa certeiro.
Obedeço e me dirijo até o outro amigo, mas sem graça pelo moreno que me olha, sabendo que eu estava adorando cada segundo daquilo. Ele meio que estava quebrando o clima pra mim, já que estava visivelmente desconfortável.
— Bunda gostosa mesmo — o outro homem constata me apalpando. Os dois amigos sorriem.
O moreno anuncia que está de saída e os outros protestam, insistem pra que ele não vá, que a noite só estava começando. Ele parece não se convencer e parece tentar ignorar minha presença.
— Vai me dizer que nunca provou da carne de veado — Cláudio provoca.
— Vem cá, vem – o cara que me apalpava agarra meu pescoço e me força a descer. Ele era o cara alto que eu presei não estar de cueca e assim que ele abre o zíper da calça eu vejo que estava certo.
Àquela altura meus nervos estavam à toda, mas meu corpo estava quente de tesão. Aquele cheiro de perfume masculino, colônia pós barba e aqueles machos à minha volta me deixavam louco. Tudo o que eu queria era ser a puta deles e assim me comportei.
Sem pestanejar comecei a chupar o que tinha me ordenado.
O pau dele não estava duro, mas por mais estranho que parecesse aquilo não me inibia e eu continuava chupando. O pau dele tinha cheiro de dinheiro, negócios e uma vida totalmente diferente da minha. Ele era um cara de meia idade e provavelmente um empresário. Eu era um gay que recebia um salário mínimo e tinha começado a transar a pouco tempo. O contraste entre mim e aqueles caras me excitava sobremaneira.
— Sabia que ela gostava, olha só — Cláudio berra aos quatro cantos. — Ela é safada, essa vagabunda.
— Chupa gostoso — o careca alto afirma segurando meu cabelo como o punho fechado.
Ouço Cláudio erguer-se da cadeira. Ele e o careca começam a se estapear.
— É minha vez, caralho.
— Espera, porra!
Claudio me puxa pelo cabelo e arrasta meu rosto em direção ao seu pênis. Sinto cheiro de sabonete vindo dos pentelhos dele e não me demoro em obedecer. Chupo, chupo e chupo mais um pouco. Começo a sentir meu próprio pênis endurecer também. Mal podia esperar pra quando eles me comessem.
— Assim... Chupa as bolas. As bolas. Isso... Assim... Chupa o pau agora. Chupa. Assim.
A voz grave, a mão na minha cabeça segurando um emaranhado de fios de cabelo... A outra rola esperando agora dura, à espreita, feito uma cobra... Eu era só tesão.
O careca empurra Cláudio, que ri. Imitando o amigo, ele puxa meu cabelo. Chupo.
— Aonde vai, Marcos? Espera.
Cláudio me pega pelo braço.
— Chupa ele.
Mas Marcos não parece muito receptivo. Bêbado, Cláudio desabotoar a calça de Marcos que sorri ainda sem graça.
— Chupa, vagabunda.
Eu fico de cócoras, esperando feito uma cadela a ordem do meu dono.
Marcos me olha num misto de apreensão e curiosidade. Talvez um pouco de nojo.
— Traz uma cerveja.
Eu levanto e me encaminho até o bar. Apreensivo e não calculando direito o prejuízo que eu fosse fazer, peguei algumas garrafas e voltei a mesa. Marcos abre uma e começa a acariciar o pau.
Sem deixar que ele pense muito eu me atrevo a chupá-lo.
— Vamo currar ele — Cláudio ordena.
Sinto minha calças serem puxadas e dedadas. Eles enfiam seus dedos babados de saliva, e sinto aqueles coroas safados e másculos dentro de mim.
Eles abrem meu cu, dão tapas, enfiam um, dois, três dedos. Eu continuo a chupar Marcos, como se saboreasse uma vitória e o cacete dele é uma delícia. De todos é o mais grosso e tem cabeça rosada e pulsante. As bolas dele são deliciosas.
Primeiro Cláudio me come. Ele mete com força, sem dó. Agressivo ele entra dentro de mim sem permissão e só pra provocá-lo eu empinou meu rabo o máximo que posso e ele parece querer me esbofetear com sua rola.
Entre piadas, risos e muita rola eu fico ali, sentindo o toque de cada um deles.
O careca tem o pau menor e é mais gentil nas metidas. A verdade é que ele não sabe foder tão bem, mas é gostoso. As mãos dele são rosadas e eu sinto que o perfume dele se instalava na minha pele. Consigo sentir os pentelhos dele, ásperos, roçarem meu cu.
Marcos é o próximo.
Ele puxa uma mecha de cabelo meu sem jeito, causando dor. Mas assim que sinto aquela cabeça rosada penetrar meu cuzinho eu me entrego. Sem vergonha, começo a gemer, o que causa satisfação neles.
— Toma no rabo, vagabunda!
— Come essa safada!
E Marcos em mim.
Ele sua bastante e molha meu corpo com seu suor. Até que ele me fode tão rápido e consigo sentir que minha cabeça vai sair do lugar, meu cu já se abriu ao máximo e ele me martela profundo e veloz. Ele para e tira o pau de dentro de mim. Sem soltar meu cabelo ele traz meu rosto até o caralho dele e goza na minha cara.
— Engole — ele me estala um tapa tão forte na cara que lacrimejo. — Não cospe não.
E vai embora.
Os outros me finalizam entre metidas e eu a chupá-los. Cada um goza em mim a seu tempo, um na cara outro na bunda.
Vão embora sem cerimônia ou olhar pra trás e eu fico estatelado no chão, banhado de porra.
Sorrio comigo mesmo, me sentindo uma puta suja que sou. Desejada, saciada.
Me visto e depois de lavar o rosto no banheiro tranco a porta principal do estabelecimento.
Dentro do Uber vou lembrando de cada momento em flashes.
E sorrio ao imaginar se eles um dia voltariam.
Tomara que sim, eu penso.
Tomara que sim.