Olá amigos leitores e escritores da CDC! Tudo bem com vocês?
DV Grandão na área e vem aí mais uma história!
Antes de iniciar essa história real, quero avisar a vocês que não teremos sexo em excesso, pois se trata de um romance meu, da minha vida. Claro que o sexo não vai faltar, mas ele não é o principal enredo da história. Enfim, vamos começar.
Eu cresci numa escola especializada para pessoas que não enxergam aqui em São Paulo. E geralmente era dali que saíam alguns namoros, romances e casamentos. Não que fosse uma obrigatoriedade ou uma regra, mas isso ocorria muito. Claro que era tudo meio que escondido, pois se tratava de um colégio de freiras.
Particularmente, eu nunca consegui namorar ninguém ali. às vezes dava uns "pegas", mas nada que eu poderia considerar como namoro.
No último ano do ensino fundamental estudei com um rapaz que aqui o chamarei de Daniel.
A escola acabou e cada colega foi fazer a sua vida, inclusive eu e o Daniel, isso no final de 1998.
Todo ano fazíamos o encontro dos ex-alunos da escola, para bater um papo com a galera, lembrar dos velhos tempos, bolada na cara, futebol e pagode, coisas engraçadas que aconteciam lá na escola, enfim, tudo que nos levava à nossa querida infância. Num desses encontros de ex-alunos, o fofocalizando pegou geral e disseram que Daniel havia se casado com uma menina da própria instituição. A ela, daremos o nome de Estrela, para proteção do seu nome e da sua história. Só que diziam as más línguas que Daniel, na realidade gostava da fruta que a mulherada gosta, ou seja, de homens. Particularmente eu não podia falar nada, pois conhecia pouco o rapaz. Então deixava o "fofocalizando" pra quem gostava da coisa.
Em 2005, como disse em outro conto, fui morar em uma instituição que abriga deficientes visuais em Itaquera. E eu não sei por qual motivo, ou por que cargas d'água, o Daniel conseguiu o número da instituição que eu morava e começou a ligar lá querendo falar comigo. Ele começou a me implorar dizendo que eu tinha que ir na casa dele, porque queria bater um papo legal, lembrar os velhos tempos e queria que eu conhecesse a esposa dele, a Estrela. A insistência foi tanta, que um dia eu resolvi aceitar o convite. Daí que a gente acabou se tornando super amigo.
Descrições: Daniel, um cara mais velho do que eu, tinha 1,80, magro, gostava de usar cabelo curto e cavanhaque. Não era o tipo atlético de esporte, mas parecia ser um cara bem apessoado. Estrela: também mais velha do que eu, era baixa (media por volta de 1,50), era gordinha (dava lá seus 75 kg), branca, cabelo liso encaracolado nas pontas e castanho claro. Por ser fortinha, tinha seios grandes e volumosos. Mas o que lhe sobrava nos seios, lhe faltava na bunda e nas coxas.
Por me tornar amigo dos dois, ia quase que mensalmente, isso quando não dizer quinzenalmente na casa deles, pra curtir Roupa Nova, música pop e mexer no computador deles, já que me chamavam lá quando dava pau de software.
Honestamente, nunca me senti atraído por Estrela. Não que ela não fizesse meu perfil, já que sempre fui fascinado por gordinhas. Mas primeiro que o respeito por Daniel, pelos nossos laços de amizade, me fazia descartar qualquer coisa com ela. Segundo que ela era uma menina super simpática e sabia desmontar qualquer um quando vinha com safadeza e brincadeiras sem noção.
Enfim os anos se passaram e eu sempre dando uma ida mensal, quinzenal ou bimestral na casa dos dois.
Em 2008 eu fiz inscrição para o concurso do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), no qual eu não passei. Coincidência ou não, Estrela também fez a mesma inscrição. Sendo assim, no dia da prova Daniel sugeriu que eu e ela nos encontrássemos em algum lugar, tomássemos um lanche e fôssemos depois para a bendita prova. Eu e ela estávamos convocados para participar do concurso na mesma escola.
Fomos no MC Donald's, comemos um lanche básico e depois fomos na escola e fizemos a prova e voltamos por volta de 17:30 daquele dia, cada um para a sua casa.
De repente comecei a receber diversas ligações no meu celular. De quem? De estrela. Comecei a desconfiar que naquele angu tinha caroço. Mas conversava com ela tranquilamente, sem problema algum. Dava atenção e ficávamos proseando por mais ou menos meia hora cada ligação.
Em uma dessas ligações, Estrela disse que precisava falar pessoalmente comigo e que era pra eu encontrá-la no shopping Metrô Tatuapé, reduto dos deficientes em São Paulo, considerado o melhor em atendimento para nós.
Cheguei uns 10 minutos antes dela e fiquei no aguardo na portaria do estabelecimento. Logo ela chegou e disse aos seguranças que queria ficar em alguma sorveteria ali no térreo mesmo. Os seguranças nos conduziram e nos deixaram em uma sorveteria qualquer por lá.
Estrela perguntou com aquela voz meiga dela:
--E aí moço, como está a vida?
Respondi que estava indo bem, falei um monte de afinidades com ela, quando ela disse que me chamou ali porque precisava falar uma coisa. Disse então que começasse antes que me matasse de curiosidade.
Antes dela soltar o assunto em questão, me falou que eu deveria ter calma e que tudo seria resolvido depois.
Foi então que, com suas mãozinhas pequenas, segurou nas minhas mãos e declarou o que faria minha vida virar de cabeça para baixo dali pra frente.
--Eu estou apaixonada por você.
Céus, não estava preparado pra receber uma pancada dessas assim... tão de repente... Literalmente meu sangue congelou e, se eu não estivesse sentado, certeza teria me estatelado inteiro no chão. Com esse tamanhão hein?
Quando eu recobrei a consciência, logo disse:
--Cê... cê tá doida menina? Tomou umas foi?
--Não, só se for água! Sempre ela e seu sarcasmo de zoação.
-- Zoa não menina, não posso me apaixonar por ti Estrela, seria uma baita de uma trairagem com o Daniel, que se tornou tão meu amigo! Foi ele que, meio que sem querer, te apresentou a mim.
--O Daniel tá pouco se lascando para mim ultimamente Eder... não tenho a devida atenção que eu acho que preciso ter... além do mais, eu desconfio que ele tá me traindo com homem!
-- Num brinca menina... num brinca... Eu sinto muito... mas isso que você tá me propondo é uma loucura!
Mais atordoado do que bêbado na quinta garrafa de cachaça, não conseguia ordenar meu raciocínio. Estrela aproveitando-se dessa situação, foi me tateando até achar meu rosto. Pegou uma mãozinha de cada lado, foi me puxando e me deu um beijo. O primeiro toque foi meio assustado de minha parte, eu confesso, mas aquela boquinha conseguiu me seduzir. A partir de então os beijos foram se tornando mais quentes até explodir em um desejo avassalador.
-- Mas Estrela, que loucura é essa... Tanto cara que você poderia chifrar teu marido foi escolher justo o melhor amigo dele?
-- Sim, por que é justo o amigo do meu marido que me dá carinho e atenção... coisa que eu não tenho em casa!
Eu nunca iria imaginar que meu jeito de ser estava dispersando paixões na esposa do meu amigo... pensei "droga, onde eu me meti?"
Trocamos mais alguns beijos, chupamos sorvete e voltamos, cada um pra sua casa.
As ligações e os encontros foram se arrastando por semanas. Chegou a época da Páscoa e eu dei um ovo de chocolate da Lacta para Estrela. Ela levou pra casa e disse ao Daniel que foi uma amiga dela que havia dado o chocolate.
Mas, num dado momento, achei uma loucura e resolvi acabar com aquilo tudo de vez. Não chegamos a transar de fato e por mim nem chegaria naquela época. Excluí os dois do meu MSN Messenger, do Orkut e troquei de chip para eles não descobrirem meu número.
Mas Daniel ligou no número da instituição que eu havia acabado de sair em 2008 e conseguiu meu número de novo.
No outro dia de manhã, estava trabalhando quando Estrela me ligou. Chorava muito e dizia que não era pra eu me afastar dela, e que o amor da vida dela era eu e blá, blá, blá.
Fui categórico com ela, disse que não tinha condições de manter um relacionamento assim. Ela disse que iria se separar, mas eu precisava dar um tempo a ela e que a gente poderia continuar nos encontrando. Novamente fui categórico com ela ao dizer outra vez não.
Daí ela me solta, "Eu ainda vou ser sua, escreve aí o que eu estou te dizendo". Chorou e desligou na minha cara.
No mesmo dia uma amiga de infância dela me ligou gritando:
-- Oh seu desgraçado, minha amiga foi parar no hospital! Sabe por causa de quem? Por causa de você!
Pensei comigo, "Que merda!". Tentei dialogar com a menina dizendo que Estrela precisava resolver a situação amorosa dela primeiro pra depois a gente pensar em algo... Mas não adiantou. A menina só não me chamou de santo por que não era possível. tomei nome à torto e à direito e tive a ligação cortada na cara.
Depois disso eu encontrava Estrela nos Metrôs da vida, mas sabia que ela não tinha se separado. Ela não dirigia a palavra de jeito nenhum.
Mas tudo tem um retorno. E esse fica para o próximo conto!
Beijos para vocês!