Amolecendo o coração do bad boy. (Clichê) XII

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 1478 palavras
Data: 18/11/2018 22:10:15
Última revisão: 18/11/2018 22:29:11

Ele estava cheiroso pra caralho. Usava uma bermuda jeans preta, uma gola polo rosa, e um par de havaianas brancas.

- eu não podia deixar o aniversário do meu melhor professor passar despercebido. Feliz aniversário, Edu. – disse ele me entregando o presente.

Eu sorri para ele.

- obrigado. – falei com a boca seca de nervoso.

- eu posso entrar?

- não sei se você vai curtir. É uma festa simples com pessoas caretas. – zombei.

Ele sorriu pra mim.

- então eu vou gostar. Eu também sou careta.

- então você vai se dar bem aqui.- Brinquei.

Junior me fitou por alguns instantes. Eu abri espaço para que ele passasse e depois chegamos ao encontro dos outros.

Ana e Pádua se entreolhavam. Miguel não fazia ideia do que estava acontecendo ali.

- qual vai ser? Minha cara ta borrada? – Junior foi um tanto irônico.

- estranho você aqui com os meros mortais. Não me leve a mal – disse Pádua.

- estranho seria eu não aparecer no dia do aniversario do Edu.

- fique a vontade, querido. O Pádua é implicante com todo mundo mesmo. Não é Pádua? – minha mãe tentou jogar água no pequeno fogo.

- sem problemas, já estudamos juntos há muito tempo. – disse Junior sorrindo.

- e nunca trocamos mais que uma palavra. – disse Pádua.

- qual é Pádua? Vai ficar atacando o Junior agora? – intrometi-me.

- estamos apenas dialogando. – falou meu amigo.

- Não esquenta Edu. O Pádua está só brincando. – disse Junior encarando Pádua bem no centro da Íris.

- Junior, antes de tu chegar, nós íamos fazer uma oração pra poder comer. Você pode puxar pra nós? – perguntou minha mãe.

- uma oração?

- isso.

- eu não sou bom em oração, mas eu posso ficar quietinho enquanto vocês oram. – disse ele.

Por dentro eu ria.

- Miguel? – minha apontou em outra direção.

- posso tentar. – sorriu.

- Eu e a Ana estamos invisíveis aqui? – argumentou o Pádua colocando as duas mãos na cintura.

- Hoje ele ta fora da casinha. – disse Ana fingindo tapar a boca do Pádua com a mão. – Pode começar a rezar, Miguel, ele não vai mais atrapalhar.

Todos riram e finalmente a oração saiu.

Não sei vocês, mas geralmente quando estou bebendo não sou de comer muito. Então após a oração, eu voltei para o quintal junto com meus amigos. Ana encheu um prato de strogonoff, enquanto minha mãe cortou o frango em vários pedaços e nos ofereceu em uma tigela para tira gosto.

Sentamos em uma roda e Junior todo instante a meu lado.

Meu coração sangrava, saltitava... Eu o sentia tentando rasgar minha pele e pular para o colo do Junior. Aquela sensação era ruim. O Junior estava ali, mas eu sabia que era por tempo limitado.

O ruim desses momentos bons é que eles têm final, e ninguém sabe ao menos se um dia poderá repeti-los.

O Miguel puxava umas músicas na viola e nós acompanhava-o.

xxx

É isso que eu falo pros outros Mas você sabe que o esquema é outro Só faço isso pra malandro não querer crescer o olho Tá doido que eu vou fazer propaganda de você Isso não é medo de te perder, amor É pavor, é pavor É minha, cuido mesmo, pronto e acabou...

Xxx

Todos ali conversavam, sorriam e bebiam. A tarde passava rápido demais, queria que ela desse uma pausa... Mas a vida não tem pausa, não tem replay, não tem start...

Um pouco antes do por do sol, a cerveja acabou.

- vamos fazer cotinha? – perguntei. – Tenho 20 reais.

- onde tem distribuidora aqui perto? Podemos ir lá e eu passo no cartão. – disse Junior.

- é perto, mas não é tão perto. – falei.

- ta bebo já. – disse Ana.

- to bem sóbrio. – falei. – vou fazer o 4. – disse levantando do banquinho.

- Acho melhor não. – disse Junior rindo e me segurando pelo braço. Bora lá comigo comprar mais cerveja? – perguntou.

- bora ‘’mermo’’. – respondi sem pestanejar.

Queria ficar perto do Junior. Dentro do carro seria melhor ainda.

- vamos comprar só bebida é? – perguntou Ana.

- seria bom umas coisinhas pra beliscar também né!? – disse Pádua.

- eu aprovo. – disse Ana.

- por mim, pode ser.

- e o que vocês sugerem? – perguntou Junior já em pé.

- pode ser um queijo. – Ana opinou.

- azeitonas. – completou Pádua. – ah, seria bom também aqueles franguinhos que tua mãe sempre frita.

- posso falar com ela. E tu Miguel, algo especifico?

- eu me contento com tudo. – disse ele segurando a viola.

- tras também uns amendoins. – disse Pádua.

- uiii, tu não precisa de amendoim, veado. – disse Ana.

- me deixe Amapo, me deixe. – disse Pádua batendo o cabelo longo que não tinha.

Juntamos o dinheiro de todos e saímos. Pádua piscou o olho pra mim e fez sinal de boquete. Apontei meu pênis pra ele e rimos.

Eu acho que eu estava bêbado mesmo. Quando chegamos ao local onde estava estacionado o carro do Junior, meu estômago embrulhou. Fiquei de cócoras, e comecei vomitar.

- você ta bem? Acha que consegue continuar bebendo? – Perguntou Junior dando leves tapas em minhas costas.

- to bem, Junior. – falei tentando, inutilmente, limpar a boca com a mão.

- certeza? – ele insistiu.

- ahan.

- Ta, então bora.

- beleza. – falei abrindo a porta do carro e adentrando.

- vai me dizendo onde é a distribuidora. Não conheço muita coisa por aqui.

- só seguir reto, é a três quadras daqui.

- teoricamente perto.

- pertinho. – falei.

- ta melhor?

- to.

- mistura de comida com bebida da nisso ai. – ele riu.

- pior que eu nem comi oh. Só provei um pouco do frango.

- e frango não é comida? – disse ele focado no percurso.

- é né!? – sorri. – falo de comida pesada, tipo feijão, macarrão, farofa, essas coisas.

- ahhh, ta. Então explique.

Quando o Junior sorria, seu sorriso reluzia no espelho do carro. Ou era apenas algo da minha cabeça.

Compramos o necessário pra passar a noite, e voltamos para o carro. No retorno, Junior parou o veículo em uma praça próximo de casa. Achei aquilo estranho. Ficamos em silencio por um tempo. Apenas o som do carro fazia barulho.

Lembro bem que tocava uma música da Marilia Mendonça. Algo falando sobre ciúmes, amantes... Coisas do tipo.

- Edu? – disse Junior com a voz baixa.

- Oi Junior?

- eu queria trocar uma ideia contigo. Na verdade faz tempo que quero ter essa conversa.

- eu sei do que se trata, e eu acho melhor não, Junior. – estava virado pra ele, e ele estava virado pra mim.

- Eu não quero te forçar a nada, Edu, mas por favor me ouve. É importante passar algumas coisas a limpo.

- eu já passei... Eu já esqueci. – mentira. Eu não tinha esquecido nada.

- de verdade?

- ahan.

- porque alguma coisa me diz que você não esqueceu? Porra, Eduardo, eu sei que errei. Vacilei muito com você, mas eu estou arrependido. – disse ele.

- eu não acredito em tu, Junior. Mas eu não to te cobrando nada.

- não ta mesmo. Essa cobrança é dentro de mim.

- não esquenta a cabeça com isso Não, Junior.

- mas você me perdoou?

Eu apenas baixei a cabeça e olhei para o chão do carro. Junior ligou o automóvel e não trocamos mais nenhuma palavra até chegar a minha residência.

Junior me ajudou com as sacolas, mas parou na porta do carro.

- o que foi Junior? Não vai entrar?

- eu to com uma dorzinha chata na cabeça, Edu. E quando eu to com essas dores, eu fico chato demais, e não quero atrapalhar sua festa.

- larga de besteira, Junior. Eu peço pra mãe fazer um remédio pra você.

- não precisa se preocupar Edu. Ta de boa. Eu vou tomar um banho, deitar e amanhã eu amanheço melhor.

- nem eu pedindo pra você ficar? Porra, Junior, eu ate entendo que você ta com dor na cabeça, mas é meu aniversário.

- eu posso ate ficar, mas eu tenho umas condições.

- condições?

- ué. Esqueceu que quem inventou essa parada de condição foi você? – Ele esboçou um sorriso.

- ta certo, quais tuas condições? – sorri parado na entrada de casa com um amontoado de sacola na mão.

- eu quero dormir aqui essa noite.

- que?

- é isso ai Edu, eu quero passar essa noite na tua casa, e de preferencia quero ter aquela conversa.

- por que isso é tão importante pra tu? Junior, na moral, tu ta gostando de mim?

- porra. Viajou legal agora hen Eduardo!? Eu gosto de xana, de xana. Ta ligado?

Eu ri alto.

- então pra que ter que conversar? Esquece o que passou cara. Eu nem lembro mais. A gente entra, bebe, provoca, bebe novamente, conversa e se diverti... Simples assim mano.

- quero tudo isso, mas...

- mas?

- ainda insisto na conversa.

- beleza! – ele me venceu.

Junior sorriu.

- vi que lá no teu quintal tem umas partes bem escuras, então da pra gente conversar sem ser interrompidos.

Continua....

Ola pessoal. Andei uns tempos meio sumido. Trabalho, estudos, vida pessoal e um pouco de desestimulo. Nunca desisti dos contos. Já fazia um tempo que eu falava que iria dar uma parada. Peço desculpas àqueles que sempre acompanharam meus contos. To voltando e pretendo postas a cada 3 dias. Farei o possível para honrar.


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Comentários

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Velho eu pensei que algo sério tinha acontecido ( sempre penso o pior rsrsrsrs) saudades! Na minha opinião tu é um dos melhores escritores de romance gay!

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Já voltou me fazendo lembrar do meu ódio pelo Junior. XANA, vai tomar no cu Junior, só se for a xana do cu do Edu.

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MEU DEUS DO CÉU! *Gif da Gretchen chorando* VOCÊ VOLTOU! VOCÊ NÃO MORREU. DEUS SEJA LOUVADO! Espero que agora você volte com tudo e não nos abandone, porque se abandonar a gente de novo, lembre-se que seu IP é rastreável e coisas podem acontecer (Mentira, eu não sei rastrear nem meu iPhone, mentira de novo, nem iPhone eu tenho)

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Que saudades do seu conto e de vc é claro, não nos abandone mais por favor

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Eu curti demais a história!Tenho um favor para te pedir... Continua a historória do Primo do Interior, nunca te pedi nada, pfv!

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Aí sim, espero ver o que isso tudo vai dar.... Que bom que está de volta... sentimos sua falta...

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Meninoooo quanto tempo!! Ainda bem que voltou! Ainda existem escritores que dá para acreditar que vão até o fim. Agora por favor, não demora mais tanto!

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Que bom que você está de volta! Essa história merece muito ser contada até o final. No aguardo!

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