O capataz e eu parte III

Um conto erótico de Beo
Categoria: Homossexual
Contém 1078 palavras
Data: 10/02/2018 02:29:00
Assuntos: Fetiches, Gay, Homossexual

Fernandinho acordou tarde, já passava da hora do almoço. Meio bêbado de sono logo veio a consciência e com ela a memória da besteira que tinha cometido. Provavelmente seu Tide, o empregado de seu pai o tinha visto no dia anterior, espiando pela janela.

Fernandinho agora não se sentia constrangido só consigo mesmo, se sentia envergonhado em saber que aquele homem da roça, macho e trabalhador agora o via como uma bicha fogosa. Desesperada.

“Não que deixasse de ser verdade”, pensou consigo mesmo, repousando a mão na cabeça e soltando um suspiro pesado.

Sua sorte era que o homem ficava a uma distância segura e os dois não precisavam se cruzar, contanto que Fernandinho não inventasse de ir aos fundos da casa.

Parando para pensar melhor aquilo tudo era muita loucura. Investir assim num homem que nem sequer tinha demonstrado interesse e que com certeza preferia mulheres era não só de muito atrevimento como arrogante. Quem Fernandinho pensava que era para se garantir daquele jeito?

Ao fim da tarde, assistindo qualquer coisa no quarto ele não tinha se aborrecido com tais pensamentos e as distrações da internet tinham apagado temporariamente aquelas preocupações.

Então, alheio ao constrangimento, foi até a cozinha preparar alguma coisa pra comer.

Continuaria sem se lembrar de nada, se não fosse seu Tide matando a sede depois de limpar a piscina. Fernandinho deu um pulo pra trás quando viu a figura do macho em sua cozinha, suado e segurando um copo a beber água.

“Aproveitando que o senhor está aqui...”

A voz grossa entoou e Fernandinho já começava a tremer temendo o pior.

“Avise seu pai dos reparos no encanamento”.

Fernandinho sentiu o corpo murchar de alívio. Embora sentisse uma tensão de contrariedade no olhar do capataz. Apesar de fingir estar alheio, Fernandinho podia sentir que seu Tide sabia. Ele sabia que Fernandinho sentia uma vontade grande de dar pra ele. E agora ele julgava o jovem e safado rapaz com repreenda.

“Aqui também precisa de uns reparos. Olhe só”.

Seu Tide então abaixou-se para averiguar a pia da cozinha. Com o corpo meio que deitado de barriga pra cima, ele se concentrava em explicar ao filho do patrão as deficiências do cano. O que seu Tide não sabia era que sua mania costumeira de usar shorts e bermudas de tecido de uma qualidade duvidosa, podiam lhe deixar vulneráveis. E justo naquele instante ele tinha escolhido usar o short que tinha um rombo do tamanho de uma bola de tênis. O furo podia passar despercebido se ele também optasse pelo uso de roupa íntima, mas cueca era um item totalmente dispensável para seu Tide.

“E é por isso que preciso realinhar essa ligação...” quando seu Tide observou a expressão de Fernandinho percebeu que o garoto fixava o olhar entre suas pernas.

O trabalhador se perguntou se todos os gays eram tão safados assim, mas logo a idade do garoto lhe veio a cabeça e ele se lembrou de quantas tranças não tivera quando tinha aquela mesma idade.

O homem grandão se ergueu e se afastou para seus aposentos. Fernandinho voltou para o quarto, mas não havia episódio mais interessante que tirasse da sua cabeça o quanto aquela rola grossa e apetitosa parecia aos seus olhos.

Passaram-se algumas horas. A empregada foi embora e o céu começava a escurecer.

Seu Tide repousou na cama sem sono, entediado sem receber ordens naquele quartinho de pouca ventilação de com uma televisão antiquada de poucos canais disponíveis (ele mesmo tinha TV a cabo pirata em sua vila).

O tédio ou consumia até que fuçando entre alguns objetos de antigos empregados que já tinham passado por ali, ele achou um acervo de DVDs (todos piratas por sinal). Boa parte eram filmes batidos, do tipo que ele mesmo já tinha visto uma boa quantidade de vezes. A maioria comédias pastelão, terror e romance. Procurou algum título que fosse de ação, mas sem êxito constatou que ele era o primeiro homem a passar por ali. E então no último dos encartes ele achou um dvd que não pertencia a nenhum dos outros gêneros anteriores. Pra sua surpresa escrito de caneta estavam impressos três “x” seguidos, o que ele sabia que significava que se tratava de um filme pornô.

O tédio então parecia estar prestes a acabar.

Quando terminou de conversar com uma amiga por conferência, Fernandinho assustou-se com o abrir da janela. Um vento forte brincava com as cortinas e gotas brotavam do lado de fora, ameaçando molhar o quarto. Um clarão se fez presente, assim como um trovão retumbante. Uma verdadeira tempestade se aproximava.

Fernandinho chamou pelo pai, já que os trovões pareciam ser cada vez mais recorrentes.

Mas parecia que ele não chegaria tão cedo, ainda mais com o trânsito que se formaria devido a chuva.

Encolhendo-se nada cobertas, Fernandinho tentou se concentrar em algum seriado online. Um barulho brusco do lado de fora o perturbou. Outro clarão. Mais um trovão.

Fernandinho começava a se assustar.

Passaram-se alguma instantes e a chuva só piorava. Até que de súbito toda a eletricidade esvaneceu-se.

“Ai, não...”

Fernandinho choramingou tateando as paredes e correndo pela casa o máximo que conseguia sem tropeçar.

Seguiu trêmulo de medo, apavorado e medroso que era, alérgico a escuridão.

Sem pensar racionalmente e apenas procurando por alguém que pudesse lhe oferecer proteção ele correu até os fundos da casa, com os olhos fortemente fechados, temendo que um raio caísse ali mesmo, tamanha tempestade.

“Seu Tide! Seu Tide!”

Ele ouviu do outro lado da porta.

Justo quando as duas potrancas do filme estavam prestes a começar a brincar com brinquedinhos coloridos a luz tinha acabado. Algum raio devia ter atravessado alguma fiação. Pra completar, agora ele tinha que aturar o veadinho do filho do patrão com medinho do escuro.

Com os nervos à flor da pele, seu Tide caminhou a Passos fundos até a porta, prestes a pôr aquele garoto em seu lugar.

Que se foda se ele se complicasse com o patrão, aquilo acabaria ali.

Mas assim que abriu a porta, na escuridão que consumia tudo, seu Tide observou Fernandinho correr até a cama e se encolher feito um gato medroso no colchão surrado em que ele repousava.

Um clarão se seguiu, assim como um trovão que mais parecia uma fera, prestes a devorá-los.

Fernandinho choramingou, cobrindo-se.

Seu Tide não percebeu, mas assim como a chuva aterrorizada o garoto, a mesma tinha evaporado seu humor contrariado. Agora o homem assistia, sorrindo por dentro, o terror do garoto.

Continua...


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Comentários

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O conto está maravilhoso! Rico em detalhes, no seu tempo, sem se apressar. Enfim, não liga para críticas

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MAS QUE GRANDE IDIOTA ESSE SEU TIDE. BABACA DO CACETE. HOMOFÓBICO IDIOTA.

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