Vim aqui achando que já tinha continuação e fui otário...
2ª TEMP – AOS PÉS DE CAIO – CAP. 03: FANTASMAS DO PASSADO
É uma terça-feira chuvosa, estou no escritório fazendo minhas coisas. Agora minha rotina no escritório era bem mais corrida, tive uma reunião a tarde e fui liberado por Caio. Na minha sala, me era permitido ser uma pessoa normal, um advogado de sucesso e respeitado, e não o escravo de um garoto mais novo.
Me tirando de meus pensamentos, Lúcia entra em minha sala e me entrega a correspondência, entre todas as coisas que recebi, uma delas chamou minha atenção. Era uma carda do presídio, assinada pelo Márcio, de recente data.
A carta, simples e direta, apenas me alertava: “Por culpa sua e do Caio, estou em cumprindo pena por um crime que não cometi. Não sei quantas pessoas foram compradas, mas sei que fiz bons amigos por aqui. Em breve estarei solto. Acho bom que vocês fiquem espertos... Ah, eu ainda tenho todas as nossas recordações, não seria inteligente da sua parte contar para o Caio... estou de olho em vocês.”
Primeiro eu gelei. Depois desabei em lágrimas. Aquela carta me fez relembrar tudo aquilo que aconteceu, e me fez ter muita vergonha das escolhas que fiz.
Eu, que sempre detestei o cheiro do cigarro, me vi acendendo um cigarro na varando do meu escritório, enquanto um filme passava em minha cabeça, as lembranças daquela noite estavam me atormentando.
Vou contar agora a parte que vocês não sabem, como já disse, estava no meu quarto sendo fodido por Marcio, depois me muito tempo, o gozo veio forte e farto, acompanhado da ordem: “Hoje quero você com um vestidinho de empregada, vamos fazer uma boa surpresa para o Caio”.
Aquilo me foi muito estranho, não imaginei que ele fosse ter coragem de fazer aquilo, achei que ficaríamos um tempo as escondidas, e, confesso que ela situação me deixava excitado, mas não, seus planos eram outros, ele não iria esperar.
Gelei. Fiquei aterrorizado. Não tinha como desobedecer aquele homem. Uma coisa muito complicada ia acontecer. Passadas duas horas, eu estava de quatro no chão da sala, vestido de empregada lambendo os pés do Marcio, quando Caio chegou. __ MAS QUE PORRA É ESSA?
__ Qualé mermão? Ta achando que é só tu que pode dominar viado? Ta achando que eu não saquei as coisas? Cê acha mesmo que eu não ia tirar proveito disso tudo?
__ Seu filho da puta! Eu te mato.
Caio foi pra cima, me levantou pelos cabelos e me jogou longe. Depois disso partiu pra cima de Márcio. Os dois saíram no soco, trocaram ofensas, eu estava aterrorizado.
__ Peraí Marcio, vamos esclarecer as coisas primeiro, faz quanto tempo que vocês estão nessa merda?
__ Tem um tempinho já mano, desde que você viajou.
__ É verdade isso viado?
__ Sim senhor, me perdoe. Falando isso comecei a chorar e me joguei nos pés do Caio, beijava e implorava por perdão. Novamente me levantou pelos cabelos e meu uns tapas, me arrastou até o quarto da empregada e lá me trancou.
Novamente na sala, a briga continuou. Depois de um silêncio, me assustei com a presença de Caio no quarto. Ele tinha fogo nos olhos, nunca vi daquele jeito.
Mais uma vez implorei por perdão, ele me ignorou. Me jogou na cama de quatro e rasgou meu vestido. Me fodeu com ódio, não economizou nos tapas e xingamentos.
Quando terminou me falou: __ Coloque uma roupa de homem, a coisa vai ficar séria. Assustado, fiz o que ele mandou. __ É o seguinte, se você quiser manter essa imagem de homem de negócios que tem, vai confirmar a história que vou contar para a polícia... vou falar que esse mané veio passar uns dias em casa e descobrimos que eles estava traficando, você descobriu e ele te bateu. Eu te defendi e acabei rendendo. Certo?
__ Não senhor, não podemos fazer isso... vamos destruir a vida dele... Um tapa estralou na minha cara.
__ Ta certo, vamos contar pra geral que quebrei vocês dois no cacete por que descobri que é uma puta vagabunda.Fechô?
__ Não, isso não. Eu faço. Eu faço.
Desatei chorar. Logo a polícia estava em casa. Contamos toda a história e Marcio foi preso. Aos berros nos fez várias ameaças. Meu coração e minha alma estavam em pedaços, mas era isso ou ser exposto. Escolhas.
Infelizmente, as escolhas retornaram para me atordoar. Sem saber o que fazer, guardei aquela carta e fui para casa. Era dia de futebol, Caio ia chegar cansado e estressado... era bom estar tudo em ordem.
No caminho passei no mercado e comprei tudo que Caio gostava, fiz os aperitivos e fiquei de joelhos ao lado do sofá esperando. Quando a porta abriu corri beijar seus pés.
__ Bom menino, vai lá pegar uma cerveja pro seu dono.
Assim o fiz. Caio estava de chinelo, bermuda e sem camiseta, esparramado no sofá. De joelhos tirei seus chinelos e comecei a massagem naqueles pés maravilhosos, logo estava beijando e chupando seus dedos.
Eu adorava aquelas pés, e ele adorava estar naquela situação. Porém, diferentemente do esperado. Caio me reservava uma surpresa.
__ Carlos, larga do meu pé e senta no sofá. Precisamos conversar sério. Assustei. Aquilo nunca havia acontecido antes. Sentei meio sem jeito, desconfiado. E sem delongas ele disparou.
__ É o seguinte, acabou! Não quero mais manter essa nossa relação. Já tem um tempo que não to curtindo mais, muito monótono. E, depois daquilo tudo que aconteceu, perdi o encanto em você... acho que chagamos ao nosso fim.
__ Como assim? Eu te amo!! Não quero ficar sem você!! Me ajoelhei na sua frente e implorei para que ficasse, estava dependente total dele.
__ Pare com isso, nada vai me fazer mudar. Hoje mesmo estou indo embora. Me inscrevi para trabalhar na Austrália, estou mudando pra lá essa semana. Gosto muito de você, mas não suporto mais essa relação. Chega. Não consigo te olhar e sentir o que sentia antes, até tentei.
__ Por favor Caio, deve haver um jeito de repararmos isso, eu te amo. Eu te amo!! Falei aos berros.
__ Eu sei que ama, só assim para suportar tudo isso. Mas chegamos ao fim. Aceite! Essa tarde já retirei minhas coisas daqui, estou deixando suas chaves, seu cartão e mais umas coisas que havia confiscado.
Dizendo isso, Caio levantou, me deu um abraço e foi embora. Foi para nunca mais voltar. Me deixou sem chão. Não sabia mais o que fazer, só sabia chorar. Novamente acendi um cigarro. Fui para meu antigo quarto, as coisas dele não estavam mais lá. Andei pela casa toda procurando qualquer sinal dele: nada!
Tomei um banho, deitei e custei pra dormir. E agora? O que seria de mim? Márcio havia acabado de me ameaçar.... Caio acabado de me deixar..... E agora? O que será de mim?
OBS.: ESTE CAPÍTULO NÃO REPRESENTA O FINAL DO CONTO, APENAS UMA REVIRAVOLTA NA HISTÓRIA. JÁ ESTAVA ACHANDO CHATO ESCREVER, COM O COMEÇO DESSA NOVA FASE, PROMETO COISAS NOVAS... ME AGUARDEM... PODE SER QUE CAIO VOLTE.