Entre Reinos - 4

Um conto erótico de Beto Paez
Categoria: Homossexual
Contém 2326 palavras
Data: 02/09/2017 19:03:23
Última revisão: 03/09/2017 00:06:37

Como puderam esconder isso de mim? Além de estar sendo forçado a casar, meu pai ainda escondeu que sua partida para Vajor selaria essa união matrimonial e a aliança entre Reinos.

- Ninguém havia me falado sobre isso. Eu pensei que o que seria formalizado fosse apenas o acordo matrimonial. Mas, pelo que vejo diante dessa revelação, além de me casar, eu sou o último a saber.

- O Rei não deve satisfação a ninguém, Hugo. Ainda mais com algo que diz respeito ao Reino. - Meu tio levantou indignado com minhas palavras.

- Já falei uma vez, mas não custa-me lembrar-lhe que eu sou o Príncipe de Voker, portanto, Sua Alteza Real, e o senhor deve se dirigir a mim com respeito. Eu sou o Regente do Reino, seu superior. Modere o tom para comigo, tio.

- Hugo, não seja tão duro com o papai. Ele apenas exaltou-se. É compreensível.

- Bernard, tenho-lhe muita admiração, mas essa é a segunda vez que sou questionado pelo seu pai. Não fala-se assim com o Soberano do Reino.

- Meu irmão ainda vive, Hugo, não queira tornar-se o Rei antes da hora. Ainda não és o Soberano.

- Parem de brigar. Tenham modos. - Falou Mily.

- Minha Princesinha tem razão, é hora de jantarmos. Quero pedir desculpas aos nobres Senhores pelo acontecido. Podem servir o jantar.

Após dar a ordem aos empregados, todos começamos a comer o delicioso banquete.

O restante do jantar foi tranquilo, sem grandes acontecimentos. Assuntos de Estado, exaltação da cultura de Vajor, atributos da minha futura esposa, fizeram parte das conversas.

- Sua Alteza Real, creio que seja a hora do Senhor assinar o contrato matrimonial.

- Onde assino, Primeiro-Ministro?

- Bem aqui, Senhor, acima do Monograma de Vossa Alteza.

Após assinar aquilo que me prenderia para sempre e ligaria o Reino de Austo e o Reino de Vajor, cumprimentei o Vice-Primeiro-Ministro de Vajor e sua comitiva e me despedi dos convidados.

- Hugo, nós podemos conversar?

- Sim, Bernard, acompanhe-me.

Entramos no Gabinete Real.

- Eu deveria ter te contado sobre isso. Você irá perdoar-me?

- Você sabia de tudo? Pelo visto eu que fui o último a ter ciência disso.

- Meu Príncipe, se algo eu pudesse fazer para evitar tudo isso, tenha certeza que eu faria. Meu grande desejo era que fôssemos embora, que deixássemos tudo para trás. Mas eu não posso deixar o Reino sem o futuro Rei. Entendo que a Monarquia é mais importante. Só peço-te que deixe-me fazer parte do teu mundo novamente. Nosso mundo.

- São outros tempos, Bernard. Vejo tudo turvo em minha vida. O peso da Coroa cada vez mais me empurrando para baixo, transformando-me não no dono, mas num servo seu. Eu tenho medo. Algo aflige o meu coração. Não sei explicar o que é, mas sinto que preciso ser forte. Força para suportar o casamento arranjado, para negar o que sinto por ti, para viver e ser um espelho para a Nação.

- Mais tarde eu irei ao seu quarto. Espere-me, meu Príncipe. Agora eu preciso ir.

Bernard beijou-me e saiu.

Saí do Gabinete Real e fui a Sala do Trono. Tive uma surpresa ao adentrar no recinto.

- Tio, o que fazes no Trono? Não podes sentar-se aí. Levante-se já.

- O Gael não se importa que eu sente no Trono dele, Hugo.

- O Rei não está aqui, e o senhor como irmão dele, sabe muito bem que é vedado a qualquer pessoa além dos Reis e dos Príncipes-Herdeiros sentar no Trono. Esqueceu-se dos protocolos e normas de nossa Casa Real?

- Sei mais sobre nossas Leis que você.

- Pois não parece. Retire-se imediatamente.

- Como quiser.

Meu tio saiu com ainda mais raiva de mim, mas parecia-me que ele estava todo o tempo querendo estar no lugar do meu pai, no meu lugar.

Fui até a estante e peguei à Constituição do Reino, como teria aula pela manhã, nada me impediria de estudá-la sem o professor.

Por um descuido, deixei cair um livro que estava próxima a ela e dentro dele havia um papel com o Monograma Real. A letra era a do meu pai. No papel estava escrito: "Ema, meu eterno amor. O nosso fruto se foi, mas um dia eu hei de encontrá-lo".

Aquela mensagem intrigou-me e resolvi guardar o papel. Coloquei o livro no lugar e fui para o meu quarto. Precisava descobrir quem era a tal Ema. Seria uma amante do meu pai? Minha mãe tinha conhecimento disso?

Ainda com a cabeça confusa fui até a varanda do quarto e encostei-me no parapeito. Comecei a observar a festa que havia se iniciado. Certamente estavam comemorando o sucesso do jantar orquestrado pelo meu pai e o Duque Alferno pelas minhas costas.

Resolvi que deveria sair um pouco do castelo e procurar alguém com que eu pudesse conversar, com quem eu pudesse ter um diálogo diferente de Leis e coisas a respeito do Reino. Eu precisava ver o meu amigo.

- Sua Alteza, que honra vê-lo aqui novamente. - Curvou-se.

- René, somos amigos. Você pode me chmar de Hugo.

- Alteza, é que se me veem chamando-o pelo seu nome, podem achar que estou desrespeitando-o. O Senhor conhece as normas.

- Mas estamos apenas nós dois aqui. Sem formalidades. Eu vi que estavas sozinho e resolvi descer para conversarmos.

- Sobre o que quer falar, Príncipe.

René parou de escovar a crina do Lírico e sentou-se próximo a mim.

- Você me falou que sua família trabalha há anos no castelo, não foi?

- Sim, Alteza. Somos leais a Família Real há muitos anos.

- Você conhece ou conheceu alguma mulher chamada Ema, próxima ao meu pai?

- A Soberana era uma mulher admirável. Alteza, porque a pergunta?

- Você falou "Soberana"? De que Reino ela é?

- Do nosso Reino, Alteza. Seu pai e a Rainha Ema foram casados. Infelizmente uma tragédia trouxe um mar de incertezas sobre nós.

- Mas meu pai é marido da minha mãe...

- Antes dos seus pais se casarem, o Rei Gael teve uma outra esposa que morreu. Alteza, você não sabia disso? Eu acredito que tenha falado demais. Perdoe-me, Senhor.

- Perdoar pelo quê? Por ter me contado que meu pai teve outra mulher?

- É uma história muito longa e dolorosa. Sua Majestade não gosta que nós falemos sobre isso. Se o Senhor mantiver essa história em segredo, em breve eu contarei mais sobre ela. Agora peço sua licença para me retirar. Tenho alguns afazeres antes de me recolher e não poderei mais dar-lhe atenção, Alteza.

- Vá, René. Tem a minha palavra que tudo será nosso segredo. Concedo-lhe permissão para retirar-se.

- Até mais, Alteza.

René curvou e foi embora com um balde e uma escova.

Voltei ao castelo e solicitei ao pajem que pedisse ao Johan uma cesta de frutas, pães, bolos e um bom vinho. Precisava receber o Bernard da melhor maneira possível.

Alguns momentos depois...

- Alteza, a sua refeição está pronta.

- Johan, pode deixar em cima da mesa que logo comerei.

- Mais algum desejo, Alteza?

- Não quero nenhum guarda fazendo segurança hoje.

- Mas Vossa Alteza sabe o quanto é perigoso. Estamos enfrentando um momento muito difícil no Reino.

- Johan, esse é o meu desejo.

- Farei com que se cumpra. Com Sua licença, Senhor.

- Vá, Johan.

Johan curvou-se e saiu. Vi-o dando ordem aos guardas que se retirassem.

Entrei novamente e fui tomar um banho para esperar o Bernard. Após um banho bem demorado, fui olhar-me no espelho e pude ver o quanto estava mudando. Já podia ver minha barba em formação, meu corpo ficar mais definido devido aos treinos, tudo em mim estava mudando e me tornando mais homem.

Comecei a pensar na angústia que estava sentindo ultimamente, o medo de ser Rei, de ter que sacrificar a minha vida pelo meu povo. Era castigante pertencer a Família Real, ser o próximo na linha de sucessão, não enxergar uma saída para tudo.

Saí do meu transe momentâneo, da minha viagem aos meus pensamentos, e comecei a me trocar. Vesti uma roupa de festa e fiquei a espera do Bernard.

Já estava quase dormindo quando o Bernard chegou em meu quarto.

- Meu Príncipe, desculpe-me por tê-lo feito esperar.

- Eu pensei que você não viesse mais. Sei o quanto é difícil você conseguir ficar sozinho sem a Merísia por perto.

- Vamos aproveitar esse momento só nosso, meu amor.

O Bernard me beijou e foi deitando-me na cama. Ao ficar por cima de mim, sutilmente ele começou a tirar as nossas roupas.

- Que saudade do seu cheiro, do seu calor. - Falou enquanto beijava meu pescoço.

- Eu te amo tanto, Bernard. Se sobrevivi a sua ausência, tenha certeza que eu sobrevivo a qualquer coisa. Só prometa-me que não me deixarás mais sozinho.

- Nunca mais, meu Príncipe. Nunca mais.

Quando dei por mim nós dois já estávamos despidos. Pude ver o quanto o Bernard tinha ficado mais forte, com o corpo mais másculo. Algumas cicatrizes pelo corpo. Isso mostrava o quanto dedicou-se aos treinamentos, o quanto preparou-se para ser um guerreiro.

Não podendo mais resistir aquela visão, logo comecei a fazer um oral no Bernard. Seu pênis estava maior, mais imponente e mais saboroso do que nunca. O néctar que escorria da fenda na glande tinha o melhor sabor do mundo. Era como o mel de melhor qualidade.

Bernard admirava-me enquanto eu o agraciava com minha boca. Ele tinha paixão em seus olhos. Era como se cada vez que o meu olhar encontrava-se com o seu, nós estivéssemos cada vez mais ligados um ao outro.

- Meu Príncipe, deixa-me penetrar-te, por favor.

Seu pedido foi uma ordem e logo virei-me e fiquei de bruços. Bernard prontamente começou a beijar a carne das minhas nádegas e logo alcançou o meu orifício anal.

Sua língua trazia suavidade e fúria quando tocava a minha entrada. O Bernard sabia me deixar em êxtase.

Logo ele se posicionou e começou a penetrar-me. Quando senti a invasão dele em mim, quase não resisti ao prazer daquele momento. Me entreguei como se não houvesse o amanhã.

Ele logo virou-me e ficamos de frente um para o outro. Sua boca alcançou a minha e logo nós entrelaçamos as nossas mãos. Estávamos em uma perfeita sintonia.

Ao atingirmos o ápice do prazer, ambos ejaculamos e eu fui preenchido com o sêmen do meu amor. Quem dera eu pudesse dar um filho ao meu amado. Seria o fruto do nosso amor.

Estava lado a lado com o Bernard quando abri os olhos e o vi admirando-me.

- O que houve? Fiz algo errado?

- Não, meu Príncipe, você foi perfeito. Uma pena não estar todos os dias ao seu lado em sua cama. Queria ser o seu marido.

- Eu queria fugir, Bernard, sabes? Eu queria ir embora, não ter que me preocupar mais com nada, só em amar você e fazer-te feliz.

- Nada seria mais perfeito que isso, meu amor. Esse tempo contigo foi a melhor coisa que aconteceu desde a minha chegada.

- Estou com fome. Você come comigo?

- Sim, amor.

O Bernard serviu-me e sentou-me em seu colo. Nós desfrutamos do lanche trazido pelo Johan juntos.

- O Johan só havia trazido uma taça, de onde surgiu essa?

- Eu trouxe comigo e você não percebeu. Eu sabia que você não poderia pedir duas taças. Alguém poderia desconfiar de alguma coisa. Você já havia pedido a dispensa da Guarda Real e não podia levantar mais suspeitas.

- Você pensou em tudo.

- Meu Príncipe, tenho sentido o seu olhar distante, uma preocupação excessiva, você está bem?

- É que tenho sentindo coisas estranhas. Estou com um mau pressentimento. Algo me aflige mas não sei o que é. Tenho medo que algo ruim aconteça.

- Eu estarei aqui para te ajudar e dou a minha vida para proteger-te. Você não tem o que temer. Todos estão bem. O Reino está seguro.

O Bernard foi embora porque não podia levantar suspeitas dormindo comigo. Ele prometeu voltar.

Quase não preguei o olho a noite toda, o que custou-me uma cara nada agradável.

- Alteza, parece que o Senhor não dormiu muito bem. - Falou Johan, servindo o desjejum.

- Tem razão, Johan. Tive uma noite péssima.

Fui obrigado a mentir, mas foi uma das melhores noites da minha vida.

- Espero que Vossa Alteza melhore. Por que não tenta descansar mais um pouco? Acredito que não terás grandes compromissos por hoje.

- Tenho aula de montaria, de treino militar, de Constituição, e ainda reunião com o Primeiro-Ministro.

- Eu sei, Alteza, mas o Senhor pode descansar durante os intervalos.

- Johan, você poderia pedir ao René que venha até aqui?

- Sim, Alteza. Com Sua licença. - Curvou-se.

Alguns minutos depois o René estava em meu quarto.

- Alteza, em quê posso ser útil?

- René, meu pai teve algum filho com a sua primeira esposa?

- Sim, mas a criança foi roubada.

- Roubada? Como assim?

- Como disse-lhe outras vezes: é uma longa história.

- Estou pronto para ouvi-la.

Johan bate na porta do meu quarto e interrompe René de contar-me a história.

- Alteza, desculpe-me por interrompê-lo, mas o Primeiro-Ministro o aguarda na Sala do Trono.

- É urgente?

- Sim, Senhor. Estão com ele o Ministro da Defesa e o seu tio.

- Já irei ao encontro deles. Vamos, amigo?

- Sim, Alteza.

Descemos até a Sala do Trono.

- Ora, vejo que o meu sobrinho anda muito com os serviçais.

- O René é meu amigo, tio. Não gosto que ninguém se refira aos nossos funcionários com esses termos. Isso é perjorativo.

- Alteza Real, o assunto é confidencial. Receio que não possa ser ouvido por terceiros.

- René, depois eu vou até o estábulo. Prepare o Lírico para minha aula de montaria.

- Como quiser, Alteza.

René curvou-se e foi embora. Sentei-me no Trono e pedi para o Duque informar o assunto.

- Alteza Real, o Ministro da Defesa informou-me que uma de nossas fortalezas foi invadida.

- Marquês, as defesas das fronteiras não foram reforçadas?

- Sim, Alteza, mas parece-me que eles aproveitaram a troca de guarda e dominaram a área.

- Como isso aconteceu? É a primeira vez que isso acontece.

- Honzel dessa vez foi longe demais. Acredito que alguém na Corte foi responsável pela informação. - Falou o Duque Alferno.

- Um traidor na Corte? Precisamos descobrir quem foi capaz de tamanha ação e ousadia.

Como lidar com essa situação? O que fazer agora?


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Quem sera esse traidor, ja ate imagino quem seja

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