Quando me levantei do chão,parecia que meu corpo todo estava quebrado! Eu estava sangrando pelo nariz, meus braços e pernas machucados, minhas costas estavam raladas, tinha a sensação que tinha acabado de ser atropelado, mesmo mancando e com muita dor, caminhei em direção a casa de Daniel, não era muito longe, era mais ou menos 10 minutos de minha casa, mas no meu estado, iria demorar um pouco mais, quando cheguei na esquina da caminha casa eu escutei uma voz me chamando!
Rebeca: Rafael, Rafael me espera! - nesse momento eu vi minha irmã Rebeca correndo em minha direção com uma caixinha de primeiros socorros em mãos.
Rafael: Rebeca o que você está fazendo? Se o papai ver ele vai brigar com você também! - falei segurando as lágrimas, não queria chorar na frente dela e também ele não merecia as minhas lágrimas, o que ele fez, pai nenhum deveria fazer para com seu filho!
Rebeca: não se preocupe comigo, se preocupe com você! Olhe só seu estado, venha sente-se aqui na calçada, vou fazer uns curativos em você! - ela disse com voz carinhosa demonstrando o verdadeiro amor cristão, no qual Cristo ensinou.
Rafael: porque está cuidando de mim? Não tem nojo de mim? - falei para ela com um olhar triste, porém obedecendo ela e me sentando na guia da calçada.
Rebeca: e porque teria nojo do meu irmãozinho caçula? Olha Rafael, sempre desconfiei que você era diferente dos outros garotos, mas isso nunca mudou o que sinto por você, pelo contrário nos uniu mais ainda, você sempre foi meu confidente, meu melhor amigo, me dói presenciar tamanha agressão que você passou e eu não puder te ajudar! Irmã mais velha deveria cuidar do irmão mais novo, eu nada pude fazer! Eu espero que você me perdoe! Você me perdoa Rafa? - ela falou chorando, e limpando ao mesmo tempo minhas feridas, e eu? Bem, chorei junto com ela, queria abraçá-la, mas eu estava bastante machucado.
Rafael: eu te amo muito minha irmã! Não sei como conseguirei viver longe de você, mas lhe prometo de uma coisa, o mundo não para de girar é um dia, nos reencontraremos e seremos muito felizes! - falei com o coração despedaçado em me despedir de minha irmã, mas essa promessa eu realmente iria cumprir! Vou me empenhar como se não houvesse o amanhã para ter sucesso na vida, para que um dia eu possa recompensar essa alma caridosa que foi a única de minha família que me estendeu a mão.
Rebeca: Rafa, não vim aqui somente para curar suas feridas, mas também de te dar minhas economias, é pouco, tem mais ou menos R$ 75,00 mas é o que tenho e te dou de coração! - minha cara foi ao chão, ela estava guardando esse dinheiro para comprar seu primeiro celular, trabalhou como babá por um bom tempo para poder comprar, obviamente neguei na hora!
Rafael: Beca, não posso aceitar! Sei muito bem porque está economizando, e o trabalho que foi ajuntar esse valor, não conseguiria aceitar de jeito nenhum! Falei firme, mesmo sabendo que iria me ajudar bastante!
Rebeca: Rafael Vasconcellos! Você irá aceitar sim! Como você acha que irei dormir na minha cama à noite sabendo que você pode estar com fome e eu não te ajudei? - nesse momento agradeci a Deus por ter colocado essa menina como minha irmã, já não conseguia parar de chorar! Só pude abraçar ela o mais forte possível! Não queria soltá-la, lhe dei um beijo de despedida, peguei a economia de minha irmã, vi o rosto dele ainda chorando, com uma fisionomia tristonha, pela última vez, me virei e fui em direção a casa do Daniel.
No meio do percurso só podia pensar o que seria de minha vida a partir daquele momento, não tinha casa, não tinha família, (tirando uma irmã perfeita, porém de 13 anos), mas segui firme o caminho até a casa do meu amor! Sabia que poderia contar com ele, teríamos um começo difícil, mas tudo daria certo no futuro, viveríamos um grande amor! A cada passo que eu dava eu esquecia as dores causadas pelo meu pai, tanto fisicamente quanto psicologicamente, brotava dentro de mim esperança de ter um futuro lindo com quem realmente valeria a pena todo sofrimento que passei, não tinha mais temor algum! Tinha enfrentado o pior de todos! Meus pais, nada poderia impedir nossa união!
Cheguei em frente à casa do meu amado! Como sou uma pessoa humilde, para não dizer a palavra pobre, agora sem teto, não podia ligar para ele, somente bati na porta da casa dele, e grifei o seu nome.
Rafael: Daniel, Daniel! - ninguém saiu! Tornei a chamar de novo e de novo e de novo, passei uns 10 minutos chamando seu nome até que a mãe dele dona Marta saiu meio furiosa me atender.
Marta: para de gritar o nome do meu filho seu viado imundo! Você quer o que com ele? Levar para essa aberração que você chama de vida? - fiquei petrificado, como ela já sabia? Quem contou para ela? Logo falei com ela!
Rafael: não estou entendendo dona Marta, a senhora sempre me tratou tão bem, como um filho, por quê você está me tratando assim?
Marta: sua mãe me contou da sua perversidade! Seu imoral, podre, nojento! Não quero que ande com meu filho nunca mais! Não quero que você o contamine com essa doença! Saia da minha casa! A partir de hoje você não é mais bem vindo! Fico triste pela minha comadre de ter um pederasta como filho, mas graças a Deus que não é meu filho! - eu fiquei chocado com tamanha agressividade da dona Marta! Mas logo insisti em ver o Daniel!
Rafael: olha dona Marta, não sei o que minha mãe falou para a senhora, mas não sou nenhum pervertido, muito menos uma pessoa imoral, você me conhece desde sempre, e nunca lhe desrespeitei a senhora ou a sua casa! A única coisa que eu lhe peço é que antes de eu ir embora, deixe-me despedir do Daniel! - queria falar tudo de uma vez que ele era meu, que somos namorados e que o amo, mas era ele que deveria contá-la. Nesse momento o vejo surgindo na porta e eu me alegrei em vê-lo!
Daniel: pode deixar mãe, eu falo com ele! - seria agora o momento que ele iria contar para ela o quanto me amava! Meu coração se encheu de alegria!
Rafael: oi Daniel! Tudo bem? - eu estava querendo pular de alegria! Seria esse o momento mais feliz de minha vida! A demonstração de amor da pessoa amada!
Daniel: some daqui! Você não é mais meu amigo! Pessoas como você deveriam morrer sozinhos com AIDS ou a pauladas! Tenho nojo de vocês gays! A vergonha de Deus! Não se aproxime de mim ou da minha família! Esqueça que eu existo! Pois para mim você está morto e enterrado! Você acabou com a minha reputação, eu andava com você! Agora todos vão pensar que sou pervertido como você! Agora some! Some! SOME DAQUI! - ele falou a parte me dando chutes até sair da frente de sua casa!
Os chutes não doeram! Mas cada palavra lançada dele para mim foi como facadas no meu coração! Eu sai da frente da casa dele pela primeira vez com aquele sentimento de me suicidar! Passou na minha cabeça que não teria mais sentido uma vida sem ele, eu estava completamente despedaçado! Mas logo esse sentimento passou! Não vou dar esse gostinho de morrer para eles! Seria capaz de pegar minha cabeça subir em cima do altar da igreja e gritar para os fiéis que fui para o inferno por ser gay! Irei sair desta cidade! Amo a cidade de Jundiaí, é uma cidade do interior do Estado de São Paulo, mas percebi que por aqui viverei sempre a sombra da minha família, não poderei ser alguém de sucesso se permanecer nessa cidade! Irei embora para a capital! Não sei o que farei de minha vida! Mas uma coisa eu tenho certeza! Eu voltarei! E de uma coisa eu tenho certeza! O Deus de amor também é Deus de Justiça! Voltarei, e não esquecerei do que cada um deles fizeram para mim! O mundo gira, e caminhos se cruzam! Eu estarei aguardando esse dia chegar! E quando chegar? Que Deus tenha misericórdia deles! Pois não terei nenhuma!!!
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Olá pessoas tudo bem com vocês? Eu estou muito feliz aqui vendo a quantidade de leituras que meu conto está tendo, não imaginaria que seriam muitos leitores! Isso me inspira a me dedicar cada vez mais nesse conto!
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Pedrolfm não coloquei que ele estava traindo se não seria muito clichê haha tento surpreender vocês haha
Atheno não poderei dizer! Se não entrego o gran finale hahaha obrigado pelo comentário!
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Até a próxima!!!
