Dama de Honra - parte 8

Um conto erótico de Lari
Categoria:
Contém 1553 palavras
Data: 20/05/2017 15:36:56
Assuntos: crossdresser

- Quer carona? - perguntou ironicamente Ramiro.

- Não. Vou a pé. - falei em tom de ultraje.

- Nossa... o lugar é longe... quero ver como vai chegar esse pezinho lindo andando de salto até lá. Melhor ir comigo mesmo, não acha? - indagou, já abrindo a porta e fazendo o gesto para que eu adentrasse.

Descruzei os braços, da pseudo pose de indignada, e, sorrindo, ofereci minha mão, para que ele a pegasse e, gentilmente, me conduzisse até meu assento.

- Com licença... - disse, empinando o nariz.

- Toda, princesa... - disse ele, não sem antes dar um beijo em minha mão.

Sentei, ajeitei o vestido (antes de ajeitar ele estava expondo minhas coxas de uma maneira que não caberia para um moça séria, pensei), e aguardei. Logo ele entrou pelo outro lado, me olhou, deu um sorriso, ligou o carro e partimos.

O trajeto não era longo, mas, pela velocidade com que ele conduzia, Ramiro não parecia ter muita pressa pra chegar:

- Nossa... acabamos de ser ultrapassados por um casal de tartarugas.

- Bom pra eles. Não tenho pressa em chegar: quero aproveitar cada momento em poder estar dando carona para a menina mais linda da festa.

Enrubesci, mas não perdi o rebolado:

- Mais do que a noiva?

- Ih... mil vezes mais.

- Mentiroso.

- Estou falando sério! - disse ele, arregalando os olhos, parecendo realmente estar surpreso com minha dúvida.

- Ok... vou fingir que acredito.

Ramiro apenas balançou a cabeça rindo:

- Hahahaha... você é uma graça mesmo.

Olhei pra ele e dei uma leve piscadinha rindo, toda cheia de mim. Esse negócio de cílios postiços dá uma vontade louca de dar piscadelas para os outros, seja brincadeira ou não.

- Chegamos!

- Finalmente... - disse, revirando os olhos.

- Hahaha... Larissa, Larissa...

Saiu do carro e, gentilmente, abriu a porta e, do lado de fora, fez o mesmo gesto da entrada, aguardando que lhe desse a mão:

- Acho que você está muito querendo ficar pegando na minha mão...

- É... na sua mão e onde mais a noite permitir.

- Pois acho que ficará só na mão mesmo, com essa postura...

- Brincadeira. Estou só sendo gentil. Venha...

E, auxiliada por ele, saí. Ele então me ofereceu o braço:

- Lembre-se: somos um dos casais de honra.

- Verdade. Mas só por isso, que fique bem claro.

E riu de novo.

Chegamos então à festa. O lugar estava deslumbrante: o salão enorme, maravilhosamente bem decorado com arranjos de flores e velas nas mesas. Ao fundo, tocava uma música clássica suave, típica de recepções para esses eventos. Fomos entrando então, de braços dados, lentamente, até a mesa que parecia ser dos noivos e dos casais de honra.

- Com licença. - disse Ramiro, puxando minha cadeira.

- Sem pegar na mão! - disse eu, sentando, para mais um (maravilhoso) sorriso dele.

Sentamo-nos então à mesa, junto com o outro casal e os noivos:

- Nossa... que demora, amiga... estávamos preocupados já com vocês - disse Luciana, maliciosamente dissimulada.

- Reclama pro roda presa aqui. Ele dirige mais devagar que minha avó. - disse apontando para Ramiro.

- Desculpe, mas vim apreciando o momento. Por mim estaríamos passeando de carro até agora.

Todos riram.

- O casamento estava lindo, Renata! Parabéns... - disse, tentando desconversar.

- Obrigada, Lari. Acho que deu tudo certo mesmo... fiquei aliviada.

- À noiva mais linda desse mundo!!! - bradou Luciana, empunhando sua taça, sugerindo um brinde.

- Viva!!! - gritaram todos, fazendo o brinde com o usual tocar de taças.

Tomei minha taça em três goles. Aquele turbilhão de sentimentos e sensações exigiam que eu me sentisse mais leve, então nada melhor do que um maravilhoso espumante importado para me ajudar.

- Nossa... que sede - disse o noivo rindo, ao me ver com a taça vazia sobre a mesa.

- Hoje pode. - falei rindo.

Seguiu-se então a festa, com o servir do jantar à francesa - um filé mignon ao molho madeira que nunca havia comido igual -, seguido então da sobremesa, petit gateau (que era de se comer ajoelhada rezando, de tão maravilhoso).

Terminado o jantar, mal haviam sido recolhidos os pratos pelos garçons, houve então um apagão geral no salão, juntamente com o sumiço da música ambiente. Logo começaram os murmúrios, com todos indagando uns aos outros o que teria havido. Foi quando um holofote acendeu no meio do salão, com os noivos parados, em posição de valsa. Todos aplaudiram entusiasticamente, até que a música começou e eles começaram o valsar típico dos matrimoniados. Renata chegou a pensar em fazer uma dança diferente, com coreografia ousada, mas, temendo arriscar demais e ver tudo se por a perder, apostou na velha e boa valsa, o que não pareceu desapontar ninguém.

Logo foram à pista os pais dos noivos, e em seguida a pista foi aberta:

- Quer dançar comigo? - indagou Ramiro, forçosamente gentil.

- Lá vem ele querer pegar na minha mão. - e, rindo, peguei em sua mão, levantei e rumamos para a pista.

Nesse momento, após estar mergulhada em todo aquele ritual de paquera e cortejo, eu já deveria estar acostumada ao meu papel de mulher, porém sentir ele pegar em minha mão, colocar o braço em minhas costas e me puxar para perto dele me fez novamente perder um pouco o rebolado. Mesmo assim, tentei agir o mais natural possível diante daquele cenário.

- Você dança melhor que isso. Eu sei... - riu Ramiro, notando minha pouquíssima desenvoltura à pista.

- É esse sapato. Se você soubesse como é difícil, não falaria isso.

Era sim difícil dançar com todo aquele salto, mas esse era o menor dos meus problemas. Estar naquele salão de vestido, abraçada em um homem e sendo conduzida na pista era o maior dos desafios naquele momento.

Para meu alívio, logo a valsa acabou e começou uma música mais animada, daquelas em que não se dançam aos pares. Ramiro então, parecendo levemente decepcionado por tão rápida dança, soltou gentilmente minha mão, deu um passinho pra trás.

- Vou buscar mais um champagne. - disse eu, precisando desesperadamente de mais um, ou muitos, goles.

- Deixa que eu busco pra você. - ofereceu-se ele, sem que eu sequer pudesse dizer que não precisava.

Logo chegou ele, empunhando tuas taças por sobre as pessoas na pista, como se tivesse conseguido dois troféus.

- Obrigada. - disse eu, dando mais uma leve piscadela. Isso era gostoso demais de fazer.

- Não por isso.

Ficamos então na pista dançando, perto dos noivos e do outro casal de honra. Cada vez que o garçom passava com a bandeja de bebidas, Ramiro o atacava:

- Garçom! Aqui!

E lá vinha ele com mais espumante.

- Tá querendo me embebedar, né, safado? - disse, pegando a taça.

- Talvez. Tô conseguindo?

- Talvez. - disse, meio sem resposta.

O fato é que eu estava realmente ficando tontinha, mas parecia que quanto mais eu bebia, mais eu conseguia aproveitar a festa naquela personagem de dama de honra.

Uma ou duas vezes, vieram rapazes conversar ao pé do meu ouvido, ao que sempre Ramiro dava um jeito de me puxar para perto dele para falar algo ou dar mais uma taça de champagne.

- Eu não sou propriedade sua... - disse, já com a língua levemente enrolada.

- Mas pode vir a ser.

Apenas ri, dei uma meia voltinha e fui chegando, andando para trás, para perto dele, até sentir nossos corpos tocarem.

Então, já sem muito pudor, comecei a dançar encostadinha nele, com um leve rebolar:

- Ai, meu Deus... assim você me mata, ruiva.

- Não morre ainda que tem muita festa.

Virei, olhei em seus olhos, cheguei pertinho de seu rosto, e saí. Só pra ficar na vontade.

Ramiro revirou os olhos rindo, como que dizendo 'por que fazer isso?'. Já estive do outro lado desse jogo e sei como isso deixa os caras loucos: muito já sofri com isso, então hoje era o dia de aproveitar esse jogo.

Mais algumas danças, mais outras tantas taças, seguimos na pista bastante tempo, até que Ramiro sugeriu:

- Vamos ali na cabine das fotos?

- Pra que? - perguntei, tonta.

- Para tirar fotos. Você é ruiva mesmo ou loira?

- Morena. Era. Hoje sou ruiva mesmo.

Então ele me puxou até a cabine, que tinha certa fila. Aguardamos pacientemente alguns minutos, até que chegou nossa vez. Dos adornos que tinham ali, ele pegou uma gravatinha borboleta de lantejoulas roxas (que ele disse que combinavam com meu vestido), enquanto eu peguei uma tiara de gatinha que piscava, além de uma echarpe peluciada rosa pink linda

- Também combina com meu vestido.

Sentamos então na cabine, para então nos prepararmos para as quatro fotos. Não havíamos combinado muito o que fazer, então na primeira cada um fez uma careta, sem originalidade alguma. Veio o aviso para a segunda foto, encostamos nossos rostos de lado e fizemos biquinho para a câmera. Na terceira, virei meu rosto para o lado como se o estivesse oferecendo, com ele em seguida encostando sua boca num suave beijinho. Veio então o aviso da quarta foto, então nós nos olhamos por alguns segundos e, como se aquilo estivesse combinado de antemão, nos aproximamos um do outro, como que para dar um selinho. O fato, porém, é que nenhum de nós queria realmente apenas um selinho, então logo aquele beijinho de boca fechada deu lugar a um delicioso e gentil beijo de língua. Veio então o flash da quarta foto, porém nenhum dos dois esboçou qualquer movimento para interromper e seguimos ali por mais um bom tempo a nos beijar.

- Er... desculpe atrapalhar os pombinhos, mas tem mais gente querendo tirar fotos - era Renata, rindo, sem perceber que éramos Ramiro e eu naquele momento.

CONTINUA...


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Comentários

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Nossa, fico realmente envaidecida pelos elogios, Suellen e muito feliz por meu conto estar agradando - é uma historia que sempre imaginei, mas nunca tinha postado por preguiça de escrever.Quanto à continuação, sem problemas, apenas peço que coloques aqui o teu e-mail que aí eu respondo com o meu, uma vez que fico receosa de poder ter alguém problema pessoal divulgando o meu (ainda que seja com o pseudônimo de contista. Fico no aguardo. Um beijo.

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Oi Lari. Vc não imagina como estou gostando da sua história. Eu prometi escrever a continuação após o casamento, mas gostaria de publicar no seu canal, é um dos motivos pela qual eu queria te enviar o conto. Não fica legal fazer uma história e colocar a continuação em outro canal.

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