O Hétero proibido. Essa história já passou por aqui. VI

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 1511 palavras
Data: 05/03/2017 00:19:40
Última revisão: 05/03/2017 00:51:50

Meus olhos brilharam.

- estamos namorando? - perguntei com o sorriso largo.

- não mais.

Meu sorriso se desfez. Fernando me deu as costas e saiu caminhando pro outro lado da rua.

- Fernando. - falei em seu encalço.

- não me segue. - disse ele com lágrimas nos olhos.

Fernando continuou caminhando, e eu teimei em ir atrás.

- me escuta Fernando.

Fernando parou, e por um momento me deu atenção.

- Gabriel, na boa cara, volta la pros teus rolos. Me arrependo de ter tentado algo contigo.

- eu não me arrependo não. Gosto de você brother, e jamais faria algo pra estragar o lance da gente.

- uma vez eu te pedi pra tentar ficar só comigo, e me respeitar.

- e eu fiz isso mano. Eu to apenas contigo cara.

Fernando riu sarcástico.

- comigo, e engolindo a porra dos outros. E ainda quer me beijar?

Fernando foi cruel. O cara ficou aguardando que eu revidasse aquela agressão, mas isso não iria acontecer.

- não tem resposta né!? - disse ele.

- não adianta cara. O que eu te falar vai ser em vão. Gosto de você demais Fernando, mas eu não vou deixar você passar por cima de mim assim. Não mesmo.

Devolvi a ele o embrulho, e dessa vez, foi eu quem virei as costas.

O que a gente mais espera, nesses momentos, é que a pessoa venha a nosso encontro e peça desculpas. Mas com o Fernando, isso seria quase impossível.

Entrei no meu prédio, e ainda pude ver o Fernando jogando o presente, furioso, no banco traseiro e em seguida saindo em disparada.

Não chorei na frente dele, mas agora que eu estava sozinho, não tinha como segurar as lágrimas.

- ta tudo bem seu Gabriel? - perguntou o vigia daquela noite.

Só consegui balançar a cabeça que sim. Entrei no meu apartamento e me tranquei no quarto. Sentei escordado na porta, e chorei copiosamente. Chorei como se eu estivesse perdendo a coisa mais importante da minha vida.

É difícil explicar como alguém tem tanta influencia sobre a gente.

Saquei o celular do bolso, e visualizei a foto de perfil do Fernando. O cara estava prestando continência. Passei as mãos pela tela do celular, e senti o rosto dele. As lágrimas vieram com mais força. Assustei com o toque do celular, era uma chamada do Danilo.

***

- Oi primo. - falei tentando engolir o choro.

- to virando zumbi e tu não chega caralho.

Sorri.

- vou precisar do ape mais não primo.

- porra! Eu to aqui acordado por nada?

- deixa de drama pô!

- drama é minha pica. O que eu faço agora?

- uai. Toma café comigo brother.

- café?

- claro ué. O dia já ta amanhecendo mesmo. Topa ir tomar café?

- isso é programa de quem passou a noite na balada, mas beleza. Eu topo sim. - disse rindo.

- vou só tomar um banho, que to um pouco suado, e já passo aí.

- tranquilo.

****

Não demorou muito, e cheguei no apartamento do Danilo. Saímos de casa, e o sol já começava a aparecer.

- o que te deu pra querer tomar café a essa hora?

- to sem sono.

- bebeu muito?

- nem bebi cara.

- o que ta acontecendo contigo?

- nada. Por que?

- tu ta muito diferente primo. Não é mais o mesmo.

- é só o cansaço primo. Antes, não tinha faculdade nem trabalho.

- não é só isso não. Te conheço desde moleque e tu ta estranho.

- to crescendo.

Danilo sorriu, e me fez cafuné enquanto dirigia.

- a é? Porra! Se tu não fala, eu não teria percebido.

- otário. - sorri.

Danilo estacionou o carro e entramos em uma grande panificadora do centro da cidade.

- que tu vai querer? - perguntou meu primo.

- mano, to brocado óh. Vou querer de tudo.

- Arri. Pra trabalhar é uma criança, pra comer é o esmeril da frança. - sorriu.

- vai tomar no seu cu primo. - Dei um leve soco em seu ombro.

Após realizar nossos pedidos, sentamos em uma mesa afastando, e ficamos aguardando.

- que tanto tu olha nesse celular? Ta esperando a ligação de alguém? - meu primo arqueou a sobrancelha.

- hã? Não! Tô só vendo as horas.

- arram. Sei. - disse meu primo.

- juro.

Danilo sorriu.

Nossa senha foi anunciada no leitor, e eu fiz menção em ir buscar nossa refeição.

- deixa que eu pego. - disse Danilo levantando.

- beleza. - falei.

Quando Danilo se afastou, voltei a olhar meu celular. Nenhuma ligação, nenhuma mensagem. Visualizei novamente o perfil do Fernando, e me deu um aperto no coração. Como vou esquecer esse cara, se na minha mente não tem espaço pra mais ninguém? Pensei bem, antes de excluir o número dele da agenda.

Danilo retornou com o café, guardei o celular, e agi com naturalidade.

Assim que cheguei em casa, recebi uma ligação do Júlio.

***

- fala Julio.

- Ocupado Gabriel?

- não cara. Diga lá.

- to me sentindo muito mal.

- o que tu ta sentindo?

- meu coração ta doendo muito. - Julio tinha a voz cansada.

- já sentiu isso outras vezes?

- não. Primeira vez.

- tu quer ir no hospital? Se tu quiser, eu te levo.

- quero sim.

- beleza. Te busco aí.

- você acerta?

- sim. Chego aí rapidão.

- valeu Gabriel.

****

Pedi o carro ao meu pai, e zarpei pra casa do Julio. Lá chegando, meu cliente já me aguardava do lado de fora.

- entra aí. - falei, abaixando o vidro do carro.

Julio deu algumas passadas, e subiu no veículo.

- pronto socorro, ou você tem algum plano? - dei a partida do automóvel.

Julio me entregou sua carteira.

- o que é isso?

- eu tenho um plano de saúde nacional. Ta tudo aí dentro.

Verifiquei a carteirinha do Julio, e acelerei o carro.

- vai ficar tudo bem cara. - tentei acalma-lo.

Julio confirmou com a cabeça.

Seguia concentrado na estrada, mas sem tirar os olhos do Julio.

- dorme não cara. - falei ao vê-lo fechando os olhos.

- essa dor ta insuportável. Parece que tem uma faca cravada no meu peito. - Julio tinha muita dificuldade em respirar.

- Já estamos chegando.

Eu estava nervoso. Sentia um aperto em ver o Julio naquele estado.

Assim que cheguei ao hospital, entrei com o Júlio pela emergência. Alguns atendentes o colocaram em uma cadeira de rodas, e o levaram diretamente a uma sala restrita.

Como era angustiante ter que esperar alguém ser atendido.

Enquanto não chegava noticias do Julio, fui à recepção cadastrar sua entrada.

- cadê o titular? - perguntou a atendente.

- ele entrou pela emergência, e já ta sendo atendido.

- o que você é dele?

- amigo.

A moça digitou alguma coisa, e em seguida imprimiu um documento.

- assine aqui por favor. - disse ela.

O tempo passou, e eu recebi a noticia de que o Julio estava com um grave problema no coração.

- eu posso vê-lo? - perguntei à enfermeira.

- ele ta sendo medicado, mas assim que for pra observação, você pode.

- ta ok.

A moça entrou em uma sala, onde dizia: ''Restrito''.

Assim que Julio foi para observação, eu fui ao seu encontro.

O cara não dizia nada, apenas me observou entrar. Parei ao seu lado, e lhe fitei.

- você já ligou pra sua família la em São Paulo? - perguntei sereno.

Júlio, com o olhar abatido, negou com a cabeça.

- e o Juliano?

- saiu ontem com o Juan, e ainda não chegou em casa. Tentei ligar, mas o celular dele tava desligado.

- talvez esteja descarregado.

Julio consentiu.

- você vai ficar internado? - perguntei.

- acho que não. - Julio soltou uma lágrima.

- você vai superar isso cara.

- eu to com medo de morrer Gabriel. - disse sereno.

- agora não cara. - tentei não mostrar preocupação.

- como isso foi acontecer comigo?

- eu não sei. - abri os braços buscando respostas. - Só sei que vamos fazer tudo o que o médico recomendar.

- você pode fazer um favor pra mim Gabriel?

- claro que faço cara, é só pedir.

- tem como você me levar a um outro cardiologista? Eu quero ouvir a opnião de outros profissionais.

- levo.

Tentei animar Julio, mas ate eu tava desanimado.

No dia seguinte, agendamos uma consulta para o meu cliente.

Pedi dispensa do trabalho, e à tarde, acompanhei Júlio ao médico.

As noticias não foram diferentes das que recebemos no dia anterior.

Juliano, que desta vez nos acompanhou, ficou abalado com a notícia da doença do irmão.

- Assim que chegamos em sua residencia, Julio Cesar foi direto para o quarto. Eu conversei com ele por uns vinte minutos, até que ele caiu no sono.

Coloquei minha mochila nas costas, e saí do quarto tentando não fazer barulho. Desci as escadas, e Juliano me abordou na porta da saída.

- já ta indo Gabriel?

Poucas vezes Juliano havia me pronunciado a palavra. O cara estava sentando no sofá da sala.

- Já. Não acha melhor comunicar à família de vocês?

- Falei com minha cunhada, mas ela não ta podendo vim pra cá agora.

- e teus pais?

Juliano ficou pensativo.

- não sei o que falar a eles. Eu não tenho coragem.

- eu entendo. É uma notícia difícil de passar à alguém.

Juliano apenas balançou a cabeça.

- eu sinto muito cara, mas teu irmão vai sair dessa.

Juliano me fitou calado, apenas concordava com os olhos.

- O Julio dormiu. Qualquer coisa você me liga. - falei em despedida.

- Fica cara. Vai agora não, nós vamos precisar muito de tu aqui. Fica vai.

Juliano abaixou a cabeça, e desatou a chorar. Eu, idem.

Continua...


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Comentários

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primeiro que essa sua série está espetacular, o ciúmes do Fernando é normal e é isso que deixa o conto mais instigante e desperta a cada dia um novo fã seu, a maioria que comenta do contra pensaria da mesma forma na situação do Fernando em relação ao Gabriel, qual é gente: o cara saindo de um carro preto no meio da madrugada e depois se abaixa na rua pra pegar dinheiro em notas altas que caiu no chão? Qual é né galera!!??Confesso que achei que o Fernando ouviria o Gabriel porém se a reconciliação for muto rápida, o conto fica meloso demais e sem graça caindo na área dos romances clichês e muito doces.continua assim e não demore de postar kkkkOBS: os contos precisam voltar a ser longos como no inicio...

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primeiro que essa sua série está espetacular, o ciúmes do Fernando é normal e é isso que deixa o conto mais instigante e desperta a cada dia um novo fã seu, a maioria que comenta do contra pensaria da mesma for na situação do Fernando em relação ao Gabriel, qual é gente: o cara saindo de um carro preto no meio da madrugada e depois se abaixa na rua pra pegar dinheiro em notas altas que caiu no chão? Qual é né galera!!??Confesso que achei que o Fernando ouviria o Gabriel porém se a reconciliação for muto rápida, o conto fica meloso demais e sem graça caindo na área dos romances clichês e muito doces.continua assim e não demore de postar kkkkOBS: os contos precisam voltar a ser longos como no inicio...

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Adorei o capítulo! Fernando é um idiota em ñ ouvir o que Gabriel tinha a dizer!

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Ai Q Fernanda PNC viu!! Tadinho do Julio, tão gente boa. ele vai sair dessa. e o Gabriel coitado, ajuda tanta gente e só sofre afff!

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Afff! O Fernando é um idiota msm, nem cogitou ter uma conversa com Gabriel, tomara q ele se ferre e o Gabriel encontre um novo amor!

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Eu espero que o Fernando e o Gabriel se entendam

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Caraca, o Bosta do Fernando ainda vai se arrepende, mas antes vai fazer a merda de "trair" o Gabriel! E quando ele descobrir a verdade, o Gabriel já não vai mais querer nada comigo! E de resto, é muito triste, tomara que ninguém morra, e acho que tudo isso vai Aproximar Juliano e Gabriel, aí vai surgir uma paixão!

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