AMOR DE PESO - 01X06 - A FESTA DE PIJAMA

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 3308 palavras
Data: 16/08/2016 22:18:44
Última revisão: 23/10/2020 05:13:41

Pai e mãe,

As aulas estão chegando e não vou mentir, estou com medo. Tenho receio das coisas que vou enfrentar no colégio. Afinal, as escolas podiam ser em estados diferentes, porém, os adolescentes têm os mesmos preconceitos. Será que vou sobreviver?! Por favor, cuidem de mim, eu imploro.

***

Existem dois tipos de pessoas no mundo, aquelas que amam comprar material escolar (Giovanna) e aqueles que preferem a morte do que ir comprar material escolar (euzinho). A tia Olívia pediu duas folgas naquela semana. O motivo? Comprar os materiais para o ano letivo.

Com certeza, eu era o mais básico de todos, um caderno e caneta já eram suficiente, mas os meus irmãos, ô gente complicada. Até que a lista da escola não era tão grande, só que a Giovanna e o Richard não cooperavam.

— Richard, não vamos comprar um grampeador para você colocar na mochila. — repreendi meu irmão tomando o grampeador das mãos dele.

— Droga. — murmurou Richard ficando emburrado.

— E, Giovanna. Você não vai levar esse bambolê. — falei para minha irmã que segurava um enorme bambolê que mudava de cor.

— Nessa escola nova não tem canto coral. Preciso focar em outra atividade e optei por ginástica rítmica. — disse Giovanna como se fosse a coisa mais simples do universo.

— Claro. Optou. Sozinha. Esqueceu de mim e da titia? — questionei, dessa vez, tomando o bambolê das mãos dela que se assustou e retrucou.

— Com licença. Meu corpo, minhas regras!

A melhor coisa de fazer amigos, pelo menos, na visão da tia Olívia era ganhar o suporte de outros país. A mãe da Letícia indicou para nós o melhor lugar de Manaus para comprar material escolar, o Centro da cidade. Chegamos cedo e tomamos café em daquelas vendas de produtos regionais. O clima logo começou a esquentar e o calor nos presenteou com sua presença.

O Centro de Manaus era um lugar peculiar, lembrava o Saara do Rio de Janeiro e a 25 de março de São Paulo. Apesar da multidão, os preços eram imbatíveis e faziam toda diferença. Ainda mais para a nossa situação monetária atual.

Quem não gostou nada das opções foi a Giovanna. Reclamou de todos os itens que a gente via nas lojas. "Cadê o brilho?", "Onde está o Rosa?" e "Não tem caderno da Black Pink?". Já o Richard, só queria brinquedinhos novos e roubou o gato do dono de uma das lojas. Sim, minha vida é uma luta sem fim.

Depois de muitas horas batendo perna no Centro de Manaus, metade delas por causa da Giovanna, a gente conseguiu comprar tudo o que era necessário. Até que foi mais barato do que pensei, a titia nem precisou mexer na nossa poupança.

Enquanto batíamos cabeça com os materiais da escola, a Letícia tentava decorar texto para o teste de um comercial de sabão em pó. Ela era esforçada, porém, não conseguia memorizar uma linha. As outras meninas fizeram o papel de maneira perfeita, isso despertou o lado competitivo da minha amiga. Finalmente, uma produtora a chamou para a sala do teste. Haviam dois homens com cara de poucos amigos.

— Boa tarde. — desejou Letícia entrando na sala.

— Pode começar. — pediu um homem gordinho usando uma blusa do Aerosmith.

— Bem. — Letícia pegou o sabão em pó das mãos de uma produtora. — Sabão em Pó… — ela não conseguia lembrar a fala e teve um acesso de riso.

— Tem alguma coisa engraçada? — perguntou o segundo homem, que parecia um pouco confuso.

— Desculpa. É que o texto é bem engraçado, né?! Sabão em Pó, Natirux, o cheiro da Amazônia. — soltou Letícia.

— E onde tá engraçado? — questionou o homem gordinho tirando o óculos de grau.

— A Amazônia cheira a mato, né? Qual sabão em pó vai querer deixar a roupa com cheiro de mata?! — Letícia explicou para eles rindo.

— Você acha que estamos brincando aqui? — quis saber a produtora que entregou o sabão para Letícia.

— Não, senhora. Claro que não. — tentando ficar em uma postura melhor e escorregando no chão.

Os dois homens se olharam e começaram a rir. De acordo com eles, o teste de Letícia foi o mais divertido do dia. Eles prometeram que entrariam em contato, pois, Letícia possuía o perfil de algumas propagandas e, com certeza, seria chamada para algum trabalho.

***

Para aproveitar os últimos dias de férias, a Ramona decidiu fazer uma festa do pijama. Ela mandou no grupo uma arte muito bonita com a nossa foto e a frase: "Festa do Pijama da Ramona". Pensei que não seria nada mal dormir de novo com o Zedu, já que na primeira vez, tive que respeitar a dor do meu amigo.

Compramos o almoço no caminho, não tínhamos forças para fazer nada. Apesar do cansaço, a rotina com os meus amigos me fez ficar um pouco ansioso para o início das aulas. Afinal, não gostava de ficar tanto tempo em casa, ainda mais sendo babá de dois pestinhas. Sei lá, o sentimento é confuso, infelizmente, a alegria acaba nos primeiros dias.

Após o almoço, capotei na minha cama. Ela é tão confortável, parece o abraço de um amigo, quente e macio. De repente, tenho um pesadelo com a escola nova. Estou sendo perseguido por um grupo de adolescente. Corro para a cantina e me escondo na dispensa.

— Vem, Yuri! Se esconde com a gente! — gritou um saco gigante de batata frita.

— Eles querem me matar. — informei para o saco de batata, como fosse a coisa mais normal do mundo.

— Acho que podemos nos esconder no frigorifico. — sugeriu um pacote de biscoito enorme.

Sim. Tenho pesadelos com humanos e comidas, não me julguem. Não é algo que posso controlar, ok. A tia Olívia abre a porta do quarto e me viu dormindo tranquilamente. De uma forma delicada, ela senta na cama e toca no meu ombro.

— Querido. Acorde. Preciso conversar com você.

— Me ajuda, batata. — acordei assustado e olhei para a titia. — Tia, o que houve? — perguntei disfarçando.

— Que batata? — ela quis saber.

— Batata? Ninguém disse batata. — falei soltando um riso abafado e tentando mudar de assunto. — A senhora deseja algo?

— Enfim. — tia Olívia soltou, enquanto arruava os óculos de grau. — Uma das redes da empresa no interior precisa de uma inspeção e o chefe vai me enviar. Quer saber a melhor parte?!

— Quero. — disse limpando a baba do meu rosto.

— Vou ganhar R$ 600 por dia. — ela informou mais animada que o normal.

Resumo da ópera. Quatro dias de viagem e o Yuri de babá. Nada de novo na minha vida. De repente, lembrei da festa do pijama e perguntei se poderíamos realizar o evento em casa. A tia Olívia demorou, mas no fim, acabou topando. Só passou um sermão de 20 minutos sobre responsabilidade.

Ótimo. Tudo o que eu precisava era ser babá dos meus irmãos por quatro dias. Se bem que eu praticamente já fazia o serviço. A minha tia deixou tudo encaminhado e me deu dinheiro para aguentar os dias que ela ficaria fora. Ela preparou uma pequena mala e partiu para a cidade de Parintins, a terra dos bois bumbás, ou algo do tipo.

Anunciei para os meus amigos o novo endereço da festa. A Ramona acabou topando também, ela disse que nunca tinha dormido na casa de um amigo, só da Letícia. Expliquei para os meus irmãos as regras da casa, gostava de atazanar eles de vez em quando. Contei também sobre a festa do pijama.

— Festa do pijama? Pareço ter que idade? — ela perguntou sentando no sofá e cruzando as pernas.

— 12. — respondi de forma seca.

— Eu sou tão incompreendida.

— E você? — questionei para o Richard passando a mão no cabelo dele. — Vai querer brincar com furadeira? Martelo? Serra elétrica?!

— Olha lá fora. — pediu meu irmão com um riso estampado no rosto.

— O que tú já aprontou? — eu quis saber indo até a porta da sala e abrindo.

Um gato com um rato amarrado na calda entrou correndo para dentro de casa. Não preciso nem dizer que odeio ratos, quase desmaiei quando vi aquilo. Fiquei desesperado, Giovana pulou pro sofá quando viu o rato. Ficamos os dois gritando, enquanto isso, o Richard ria e tentava pegar os bichos.

— Faz alguma coisa! — gritei para Giovanna.

— Claro. Vou fazer... Socorro!!!! — gritou a minha irmã.

Subi no sofá e liguei para a primeira pessoal que apareceu nos meus contatos, o Zedu. Não demorou muito e o José Eduardo chegou, como um príncipe de armadura para salvar duas princesas. Quando ele nos viu em cima do sofá não aguentou e riu. Fiquei puto, porém, quando lembrei do rato deixei ele zoar com a minha cara.

Ainda incrédulo, Zedu perguntou do Richard como ele fez tal arte. Confesso, que apesar de arteiro, o meu irmão é inteligente demais. Ele viu em um artigo científico que os gatos sentem medo dos ratos e queria provar essa teoria. Eles começaram a bolar um plano para resgatar e separar os animais.

Depois de muita confusão, eles conseguiram capturar o gato, enquanto Zedu segurava o bichano, o Richard libertou o ratinho. Nem preciso dizer que o coitado do Zedu ficou todo arranhado. Meu irmão foi devolver o rato no quintal e Giovanna estava horrorizada demais para sair do quarto. Peguei um kit de primeiros socorros no quarto da minha tia e tirei uma gaze.

— Desculpa. Olha o que aconteceu. — falei pegando o braço do Zedu que estava todo arranhado.

— Por algumas pessoas vale a pena lutar. — ele disse sorrindo.

— Tá, vou passar o álcool. Vai doer. — avisei colocando um pouco de álcool no algodão e aplicando no braço do Zedu.

— Aí. — ele reclamou, mas sem perder a pose.

— Desculpa… doeu? — perguntei erguendo o braço dele até perto da minha boca e assoprando, igual minha mãe fazia comigo.

Nossos olhos se conectaram. Eu sentia um carinho muito grande pelo José Eduardo, maior até do que meus sentimentos pelo Léo (desgraçado). Soprei várias vezes, e por causa da posição, os nossos olhos se encontraram. O Richard voltou para a sala e acabou com o clima. 2x0, moleque.

— Estou brincando. — disse Zedu rindo.

— Bobo. Não me assusta assim. — falei passando mercúrio nos arranhões. — Ah, e obrigado. Sei que você deve tá me achando um maricas por ter medo de rato, mas…

— Ei. Para com isso. Você é meu amigo. Nunca te deixaria na mão. E outra, não uso tal palavra, caro Yuri.

Sério. Faltou muito pouco para eu não beijar a boca do Zedu. Ainda bem que o Richard apareceu. Não imagino qual seria a reação do Zedu se eu tivesse essa coragem. Depois que o susto passou, a gente relembrou e começamos a rir. Claro, que deixei o meu irmão de castigo.

***

A tia Olívia levou apenas alguns minutos para chegar em Parintins. Logo que chegou no pequeno aeroporto da cidade encontrou o motorista da empresa. Ele a levou para o hotel que ficava perto de um grande rio. Ela ficou impressionada com as cores tão vibrantes.

Ao fazer o check-in, ela se surpreendeu mais ainda ao encontrar Carlos. O estagiário explicou que a coordenação ofereceu a oportunidade para ele viajar também. Eles subiram para o corredor e os quartos deles ficavam um de frente para o outro.

— Amanhã temos uma reunião na empresa, deixa eu ver. — falou Carlos olhando o celular. — Depois do café, então é bom levantar cedo. E no sábado vamos fazer uma visita em um dos fornecedores.

— Claro. Vou pro quarto. Estou precisando tomar um banho. — Titia disse ainda chocada ao ver Carlos no hotel.

— Se quiser podemos dar uma volta pela cidade. Aluguei uma moto.

— Sim. Adoraria. Quero ver como é a noite em Parintins. – Até depois.

Lá em casa deixei tudo pronto para a festa do pijama. Claro, que não era a festa que a Giovanna esperava, entretanto, ela gostou de interagir com as minhas amigas. O Richard ficou de castigo no quarto, mas tenho certeza que ouvi barulho de martelo no quarto dele.

A gente assistiu filmes, jogou 'Just Dance', quer dizer, os meninos jogaram, eu apenas assisti. Antes da meia noite, resolvemos fazer brigadeiro. Comecei a preparar com o Zedu e a turma ficou jogando Mario.

— Escuta. Somos amigos, né? — perguntou do Zedu, enquanto, me passava os ingredientes do brigadeiro.

— Claro. Vocês são meus primeiros amigos na verdade. — confessei sem fazer contato visual com ele.

— Sério, e no Rio?

— As pessoas podem ser muito maldosas quando elas querem, principalmente, os jovens. Sempre fui motivo de chacota entre meus colegas de aula. Ninguém se aproximava de mim, por que quando meus pais morreram eu tive um colapso nervoso na frente de todos da escola. Duas vezes. Fizeram da minha vida um inferno. — pela primeira vez, contava essa história para outra pessoa que não fosse meu terapeuta.

— Você não merecia passar por isso, Yuri. Você é o cara mais bacana que existe.

— Eu me acostumei. Ou a gente, tipo, se acostuma ou pode fazer alguma besteira. — tentei usar bem as palavras para não assustar o Zedu.

— Por exemplo, o quê?

— Me matar. Eu não podia. Fiz tratamento no Rio. E tive que lutar por causa dos meus irmãos. Eu sou tudo o que eles tem. — falei para o Zedu, enquanto, misturava os ingredientes do brigadeiro.

— Olha. Você não deve se importar com o que as pessoas falam de você. Eu queria te perguntar uma coisa e acho que isso tem haver.

— O que tem haver? — quis saber.

— O Leonardo, irmão da Letícia, é um escroto. Ele por acaso mexeu com você? Naquele dia na piscina, vi ele saindo da sala que você estava. Fiquei preocupado. Não gosto dele.

De repente, uma tristeza tomou conta do meu coração. Comecei a tremer e o Zedu percebeu. Congelei por um tempo, o suficiente para o brigadeiro quase queimar. O Zedu veio por trás de mim, segurou minha mão e continuou a mexer o brigado. A gente ficou assim por um tempo.

O corpo dele estava colado ao meu. Naquele momento, tudo parecia tão certo. Eu gostava do Zedu, de verdade, mas a questão de sua namorada da escola ainda martelava na minha cabeça. Acabei desligando o fogo e me afastando do meu crush.

— Zedu. O Léo não fez nada. Não se preocupa. Obrigado por ser um bom amigo. — agradeci pegando a panela e colocando o brigadeiro em um prato. — Ah, pega cinco colheres. — pedi.

***

Em Parintins, a minha tia encontrou com Carlos no saguão do Hotel. Eles foram à um restaurante japonês. À noite que não foi tão planejada saiu melhor que a encomenda. Naquele lugar tão exótico, os dois puderam se conhecer mais. Ela descobriu que antes de fazer o curso de Direito, Carlos era motorista de aplicativo e, por isso, precisou trancar a faculdade várias vezes.

Depois de muitos saquês, eles precisaram pegar um triciclo, famoso meio de transporte em Parintins. Afinal, eles não queriam furar às leis para chegarem ao hotel.

Carlos: - Ei. Obrigado pela noite. — agradeceu Carlos abrindo a porta do quarto e esperando a tia Olívia entrar.

— Eu é que agradeço. — entrando.

Os dois entraram em seus quartos, mas não demorou muito e eles voltaram para o corredor. Os dois se olharam, aproximaram, começaram a se beijar. Um beijo quente e apaixonado. Todo o desejo acumulado os últimos meses acabou transbordando. Eles escolheram o quarto do Carlos para fechar a noite.

***

Em Manaus, a Giovanna deu um tutorial de como fazer creme para pele usando metade de um abacate e iogurte natural. Minhas amigas pareciam animadas com as dicas.

Eles escolheram quarto de Carlos para terminar tudo. Realmente a minha tia estava se saindo melhor que a encomenda. Em Manaus, depois de comermos os brigadeiros, ficamos deitados na sala assistindo desenhos antigos.

— Gente, quero dormir, mas antes vou experimentar essa máscara. — anunciou Ramona levantando. — Vamos, Lê?

— Boa noite, meninos. — disse Letícia levantando.

— Tchau, rapazes. Boa noite. — desejou Ramona saindo junto com Letícia e Giovanna.

O Zedu e Brutus eram tão heteronormativos. Sério. Nunca pensei em ter tanta química com pessoas assim. Acho que o único detalhe que eles não sabiam da minha vida era o fato de eu ser gay, porém, aquilo não era importante, pelo menos, naquele momento. Ficamos até tarde conversando sobre o crush de Brutus na Ramona. E, também sobre o relacionamento do Zedu com a tal de Alicia, que não conhecia, mas já detestava.

Depois que as meninas saíram da sala, a gente começou a falar sobre besteiras. É incrível como eu conseguia ser natural com todos. Não precisava criar um personagem, acho que o único detalhe que eles não sabiam da minha vida era o fato de eu ser gay, mas aquilo não era importante, pelo menos naquele momento.

— Yuri, já se despede do Zedu. Quando ele voltar para a coleira da Alicia...

— Cala boca, babaca. — falou Zedu jogando uma almofada na direção de Brutus. Esse ano sinto que vai ser diferente. Vamos ver o que a vida me reserva.

— Que misterioso. — brincou Brutus jogando a almofada de volta.

— Né? — soltei um pouco decepcionado.

Naquela noite não consegui dormir. Continuava pensando no Leo. Sim, ele foi um escroto comigo, só que era muito bonito e curtia gordos, então, ficava imaginando como seria nossas vidas junto. E, perto de mim, lindo e adormecido, estava o Zedu. Olhar para ele era como ver um sorvete de morango com calda de chocolate. O Zedu já era comprometido e, claro, eu não tinha a menor chance.

No dia seguinte, a Tia Olivia acordou com uma forte dor de cabeça. Ela levantou e foi até o banheiro, retornou e deitou na cama. A minha tia sentiu alguma coisa ao seu lado, ela ergueu o cobertor e encontrou Carlos, pelado, deitado ao seu lado.

— Merda. — soltou ela, tentando achar suas roupas no meio da bagunça.

— Demorou, hein. — disse Carlos com os olhos fechados e se cobrindo com o cobertor. — Pensei que ia embora na primeira vez que levantou.

Um grande erro. A minha tia queria se jogar em um buraco. Ela lembrava de tudo o que aconteceu na noite anterior, entretanto, continuava achando que era um erro. Carlos tentou apaziguar a situação, pois, querendo ou não, eles ainda eram chefe e subordinado.

***

Eu acordei e não queria levantar. O ar-condicionado é tão lindo, nem parece que do outro lado da janela faz 30 graus. Olhei para os meninos e eles estavam dormindo um por cima do outro. Aproveitei para tirar uma foto, afinal, teria que ter provas contra eles, caso um dia precise. Juntei coragem e fui tomar banho.

Desci e preparei um café caprichado. Acordei 7h, ou seja, tive tempo de preparar pratos deliciosos, incluindo, panquecas no estilo americano. Comprei na internet, uma dessas máquinas que faz panquecas. A primeira que apareceu na cozinha foi a Letícia, coberta pela máscara da Giovanna.

Aos poucos, os meus amigos foram descendo. O único que continuava dormindo era Zedu. Eles ficaram impressionados com meus dotes culinários. O Richard chegou correndo e mostrou uma aranha gigante para as meninas, no susto, a Ramona derrubou um copo de suco em cima de mim.

— Droga. — soltou Ramona se desculpando em seguida.

— Eita, que bagunça. — disse Letícia se afastando.

— Tudo bem, Ramona. Richard, devolve a aranha para o local que você pegou. Mais dois dias de castigo. — repreendi o traste, antes de sair da cozinha.

Subi o mais rápido que pude, tirei a blusa e entrei no banheiro. Ele estava lá. Ele estava pelado. E eu fiquei o encarando durante 10 segundos que pareceram cinco horas. O Zedu era perfeito, Deus havia colocado ele na fila da beleza e repetiu a dose uma três vezes. Não sabia para onde olhar. 10 segundos é pouco tempo. Peitoral perfeito, abdômen maravilhoso, uma virilha linda e poucos pelos no corpo.

— Yuri! — ele gritou se cobrindo com a toalha.

— Desculpa. Eu… Eu… — tentava falar, mas não encontrava as palavras corretas.

— Eu sei que a casa é sua, mas você poderia, tipo, sair do banheiro, por favor. — ele pediu.

— Claro. — saindo do banheiro, fechando a porta e se escorando na parede. – Merda!!!

***

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Comentários

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Kkkk...bem q ja podia rolar algo...e a tia dele ta melhor q a encomenda

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TÁ DEMORANDO PRA ROLAR ALGO ENTRE YURI E ZEDU. QUE PENA.

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Aaaiiiiiiii meu pai, kkkkkkkkkkkkkk que bafo, voava nele, jogava na parede e dominava esse boy.

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Ta legal que eu sou gordinha, mas não penso na comida como ele faz não.... É até estranho isso.

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