Cap.23
NARRADO POR ELIAS
Óbvio que eu fiquei possesso com tudo aquilo. Não tinha motivo nenhum para alguém fazer algo contra ele, ainda mais daquela forma, podendo incriminá-lo e fazê-lo perder o direito de exercer a sua profissão. Eu descobriria junto a ele quem estava fazendo aquilo, custe o que custar.
-Renato ? Você já teve algo com aquele enfermeiro ? - ele ficou calado por alguns segundos.
-Nós ficamos algumas vezes... Mas não passou disso. A relação que eu tive com ele era sem compromisso.
-Mas então, porquê ele poderia querer fazer algo contra você ? Supõe-se que o interesse era apenas corporal não ?
-Eu não sei... Se ele tiver descoberto que nós estamos juntos e tiver ficado com ciúme disso, nunca se sabe se ele não pode ter sido capaz de fazer isso.
-É... Até que faz sentido... Mas... Como ele descobriria ?
-Ah Elias, eu não sei... As pessoas quando querem descobrir as coisas, descobrem. Dão um jeito e descobrem.
-É... Você tem razão... Mas e quanto a Farmácia ?
-Se as pessoas estão morrendo sem explicação, o problema não é com os médicos Elias. Ou está havendo algum problema com as máquinas, ou com os medicamentos. Quero que você vá lá, e qualquer indício que notar de algo errado, recolha, para que eu possa entrar com uma ação de perícia contra o hospital.
ALGUNS DIAS DEPOIS
Todos os meus plantões pelos próximos dias foram de dia. Nesse horário era ruim, porquê, como ele era um enfermeiro fixo a aquele horário, eu não podia visitar as instalações do enfermeiro. Despertariam muitas suspeitas. Além disso, a Farmácia era extremamente frequentada de dia. Porém, nem foi necessário eu visitar a Farmácia.
-Doutor ? - a porta do meu consultório foi aberta – posso conversar com o senhor ? - era uma enfermeira.
-Claro... Entre...
-Não, mas é melhor que seja lá fora...
-Porquê ?
-Não que saibam que eu falei com o senhor. Já explico o porquê, me espere lá no jardim de trás.
-Ok...
Num primeiro momento eu não entendi o porquê e fiquei com a dúvida na cabeça. Porém, quando ela chegou lá, eu entendi o porquê.
-E então, porquê você quer conversar comigo as escondidas dessa forma ? - perguntei, assim que ela chegou.
-Doutor... O senhor precisa fazer algo...
-Mas porquê ? Diz o que é que está havendo !
-Eu ando desconfiada de que o Lucas anda fazendo contrato com laboratórios clandestinos.
-O quê ? Mas porquê ?
-Os medicamentos estão vindo muito diferentes do que costumam vir. Ainda agora eu tive que aplicar esta ampola de Paracetamol num paciente, e olha a cor que está ! - falou ela, tirando do jaleco.
-Meu Deus... - estava uma cor esverdeada, que de forma alguma era aquele remédio – mas isso é muito grave. Isso é caso de polícia ! Os pacientes podem morrer !
-Eu sei, eu sei... Mas eu só não tenho força para enfrentar a diretoria desse hospital. Vocês médicos tem ! E para piorar, o pessoal da farmácia disse que teve um lote que chegou vencido.
-O Lucas está fazendo negócios a margem da lei... Botando a vida dos pacientes em risco. Vou denunciar o hospital e chamar a Vigilância Sanitária para fazer uma perícia. Mas fique quieta ouviu bem. Ele pode tentar apagar essas provas. Finja que você não notou nada. Logo ele vai ter uma bela surpresa aqui na porta...
MAIS TARDE
No fim do meu plantão, fui direto para o apartamento do Renato.
-Renato ! - chamei assim que entrei. Ele logo saiu da cozinha andando na minha direção.
-O que foi ? Descobriu algo ?
-Sim, eu descobri. Descobri que o Lucas está metido nessa história...
-O Lucas ? Mas porquê...
-Olha isso... - falei, mostrando a ampola a ele.
-Que raio de remédio é esse ?
-Na embalagem diz que é Paracetamol...
-Mas isso não é Paracetamol nem a pau...
-É, eu sei... O Lucas está comprando medicamentos de laboratórios clandestinos...
-O quê... Mas como ele pode ter coragem ?
-Eu não sei... Mas isso explica muita coisa... Amanhã, você vai levar isso num laboratório para descobrir que substância é. E em seguida vai denunciar o hospital e chamar a Vigilância Sanitária. Ele pode estar fazendo esse tipo de coisa pra cortar gastos, ou até pra tentar embolsar alguma coisa do hospital.
-E agora que os pacientes estão morrendo, ele pode estar tentando incriminar os médicos para livrar o hospital.
-É isso mesmo...
-Mas eu não entendo uma coisa...
-O quê ?
-Aquela letra naquele formulário não era dele... Então mais pessoas sabem disso no hospital... E são coniventes...
Continua
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