Precisava sair de mansinho, de uma maneira que ninguém me visse. Meu pai e a Clarinha estavam na recepção. Eu pedi ajuda a Neide que estava na cozinha.
- Neide, eu preciso resolver essa história. Me ajuda, por favor.
- Eu nem devia estar perguntando, mas como eu posso te ajudar?
- Não sei... Preciso que você distraia meu pai e a Clarinha. Chama eles aqui, inventa alguma coisa. Vou ficar escondido no corredor.
- Se esconde que vou chamá-los. Só me promete que volta logo.
- És uma anjo, Neide.
Eu dei um beijo na Neide e corri para trás de uma das paredes do corredor. A cozinha daqui da pousada têm três portas: uma lateral, uma frontal e uma traseira. A primeira dá entrada pelo corredor, a segunda pela recepção e a terceira pela área externa.
Fiquei por trás da parede lateral. A Neide começou a chamá-los.
- Seu Alexandre, socorro! Um rato! Alguém me ajuda!
Meu pai e a Clarinha passaram como foguetes.
- Aonde? Rato na nossa cozinha?
- Não sei direito o que era. Passou tão rápido... deve ter fugido.
Na hora da saída, eu desastrado do jeito que sou, acabei derrubando um vasinho que fica no balcão da recepção.
- Você ouviu? Deve ter sido o rato!
Eu consegui sair sem ser visto. Foi uma sacrifício. Liberdade.
[Ítalo narrando]
Depois da discussão com a Íris eu resolvi ir até o píer pensar um pouco. Solar é mesmo uma cidade admirável. Tanta coisa aconteceu na minha vida.
Nunca vivi uma relação muito boa com o meu pai. Sou filho único. Quer dizer, hoje eu sou filho único. O meu irmão mais velho foi envenenado e eu fui o grande responsável por isso. Tudo piorou quando contei ao meu pai sobre minha bissexualidade. Os conflitos se acentuaram. Por isso larguei tudo para fazer o que amo: fotografar.
[Lucas narrando]
Cheguei no Resort Solar Prime Palace, o maior e melhor hotel da cidade. Me julguem, me recriminem, é um direito de vocês, mas eu precisava terminar tudo.
- Boa noite! Gostaria de falar com um hóspede de vocês. O nome dele é Álvaro Fraga.
- Só um momento... - a recepcionista apesar de muito educada, ela não demonstrou um pingo de entusiasmo. Estava com um semblante fechado. - Quarto vinte e dois, segundo andar.
- Obrigado.
- Ele já o aguarda.
Entrei no elevador e apertei o número dois. Quando saí do elevador quase tive um troço. O corredor do hotel é enorme e muito luxuoso. Três grandes lustres fazem a iluminação. A parede é pintada de uma cor clara com um papel de parede dourado. Existe um grande tapete vinho no chão do corredor, mas nas laterais percebemos o mármore do piso. Na saída do elevador existe um aparador de vidro com um grande vaso de cristal com um lindo buquê de rosas. Em cima do aparador, na parede, um lindo espelho emoldurado pelas iniciais do hotel. Um luxo que antes o Álvaro não poderia desfrutar.
Não terminei de admirar tudo, de me ater a todos os detalhes, pois o Álvaro abre a porta somente de cueca box azul marinho. Uma visão linda que me fez ficar vermelho de vergonha.
- Não vai entrar?
- Vou sim... - Passei por ele quase me esfregando. A porta estava entre aberta.
- Com vergonha, Lucas?
- A situação é, no mínimo, constrangedora.
- Como se você nunca tivesse me visto sem roupa.
- Não vim aqui para falarmos do passado; vim porque o Bruno me disse que você quebrou o nariz.
- Culpa do seu pai que tenta nos separar.
- Você e seu "trabalho" é que nos separaram, Álvaro.
- Você não dá um desconto. Não se desarma nunca.
- Você precisa ir ao hospital. Se não quiser ir, tudo bem, eu vou embora e você faz o mesmo. Vai embora de vez dessa cidade.
- Vou trocar de roupa.
Em quinze minutos o Álvaro estava pronto. Como ele estava sentindo muita dor, eu fui dirigindo o carro dele. Não tinha médico no único hospital público de Solar, uma realidade de todas as cidades brasileiras. Apesar de toda a prosperidade, Solar é uma cidade pequena e com muitos problemas internos.
Fomos até o hospital da cidade vizinha. Por sorte o nariz dele não foi quebrado, mas estava muito inchado. Meu pai é muito forte, o Álvaro nem conseguiu se defender.
Após a consulta e todos os procedimentos cabíveis, ele foi liberado, mas tinha que tomar alguns cuidados. Além de medicamentos, foi indicado o uso de gelo para diminuir o inchaço nasal.
Chegamos no hotel e o acompanhei até o quarto.
- Pronto, agora eu vou embora. Se cuida. Olha, apesar de tudo o que aconteceu, quero dizer que te perdoo. Segue sua vida em São Paulo, mas toma muito cuidado, pois no mundo em que você vive, nunca se sabe o que pode acontecer. Espero que um dia possamos rir disso tudo. Fica bem.
- Lucas, eu te amo. - O Álvaro estava se aproximando de mim.
- Para, Álvaro. Nós não temos mais nada.
- Lucas, vai dizer que não sente saudade do meu beijo...? - Ele me beijou. - Do meu toque...? - Ele pegou em minha cintura. - De quando eu falo no seu ouvido...? - Estava sussurrando em meu ouvido e depois deu uma leve mordidinha.
- Se você não parar, eu não respondo por mim.
- O que vai fazer?
- Isso!- Empurrei o Álvaro na poltrona do hotel.
[Bruno narrando]
Cheguei na pousada e percebi que já estavam a procura do Lucas.
- O que houve?
- O Luquinhas fugiu, amor. Com certeza ele foi ver o Álvaro.
- É um maluco. Se ele fizer alguma coisa com meu filho, eu acabo com ele. O Lucas é tudo o que tenho. Já liguei mil vezes, mas ele não atende. Só dá caixa postal.
- Amor, volta lá no hotel, vê se o Lucas está com o Álvaro e traz ele de volta. é melhor você ir, pois o seu Alexandre pode fazer uma besteira. Chega de confusões por hoje.
- Mando notícias.
- Confio a segurança do meu filho a você.
- Vou trazê-lo sã e salvo. O Álvaro não é louco de fazer nada com o Lucas. De um jeito torto, muito torto, mas ele o ama.
- Vai logo, amor.
Beijei a Clara e saí.
Fui em direção ao mar, pois os pombinhos precisavam de mais algum tempo. Espero que o plano dê certo. A essa altura, os dois estão fazendo amor.
[Ítalo narrando]
- Caralho! O Lucas só faz besteira!
- Calma, Ítalo! O Bruno foi buscá-lo. Eles já, já estarão chegando.
- Esse Álvaro é muito sem noção. Se eu tivesse aqui, o negócio teria sido muito pior. Vou atrás dele.
- Rapaz, não complica as coisas. Deixa que o Bruno traz ele. É melhor. Estou com o coração na mão, mas não podemos invadir o hotel e tirar ele de lá à força.
[Lucas narrando]
Tirei as roupas do Álvaro e comecei a mamar o pau dele. A quanto tempo eu não fazia isso. Quando o passado nos afronta, ele testa os nossos limites, e eu fui vencido.
[Álvaro narrando]
Ver aquela boquinha do Lucas mamando meu pau, acendeu em mim uma chama enorme. O meu prazer atingiu o grau máximo. Apesar de ser bancado pelos velhos paulistas, eu não sentia o menor desejo por nenhum deles. Muitas vezes ia para a cama com eles morrendo de nojo, de repulsa. Sexo com amor é diferente. Muito diferente.
Após uns cinco minutos de sexo oral, levantei o Lucas, tirei sua roupa e o joguei na cama. Comecei a beijar o seu corpo, sua boca, sua bunda. Quando minha língua tocou aquele anelzinho rosa que foi meu pela primeira vez, eu estava no céu. Percebi que ele não conseguia falar nada devido ao tesão daquele momento. Coloquei um, dois, três dedos preparando o caminho para o meu pau que não é nada pequeno. Sei que ele já foi de outros nesse tempo, mas ainda continuava muito apertado.
Subi em cima dele e comecei a passar o pau na bunda dele. Comecei a penetrá-lo. Sem camisinha, sem nada.
[Lucas narrando]
Vocês não devem deixar de se prevenir, mas o tesão foi tanto que esquecemos desse detalhe. Ou não. O Álvaro sabia muito bem me dar prazer na cama. Por ter sido o meu primeiro namorado e meu primeiro home, ele sabe que não gosto de sexo forte, brutal. O único momento em que me permito isso é quando controlo os movimentos, quando estou cavalgando no pau do meu parceiro. Ele colocou seus braços por baixo do meu corpo e me penetrava calmamente. Nenhum dos dois conseguia falar nada. Meu corpo não respondia mais aos meus comandos. Cheguei ao ápice do prazer. Muito tempo depois, senti o líquido quente e farto do Álvaro inundar-me.
[Álvaro narrando]
Quando terminei de transar com o Lucas e saí de dentro dele, ele pegou suas roupas, foi ao banheiro e tomou uma banho. Ele não falou nada e foi embora depressa. Nem se despediu.
[Lucas narrando]
Eu ainda não conseguia acreditar no que tinha feito. É horrível a sensação de se sentir traído. Eu traí a mim mesmo. Traí tudo o que eu acredito ser o certo e o correto. Não sei se vou me perdoar.
- Lucas? - Falou o Bruno na frente do o hotel.
[Álvaro narrando]
Quando terminei de tomar banho, me sentei em frente ao computador. Precisava editar o filminho de poucos minutos atrás.
- Esse filminho vai abrir caminho para o meu plano sair perfeito - pensei alto.
Continua...
Oi, gente. Tentei postar o capítulo ontem, mas deu um erro e perdi todo o capítulo. Precisei reescrever. Sei que tenho estado muito ausente, mas é que a faculdade está tomando todo o meu tempo. Mas, prometo, que toda a semana postarei um capítulo. Agora começam as reviravoltas do conto. Muitos mistérios serão revelados e novos personagens vão compôr essa estória. Desculpem os erros. Reviso com mais calma depois.
Obrigado por cada email, cada voto, cada comentário, cada email. Aos que não comentam, mas leem os capítulos, muito obrigado de coração. Até mais. Um beijo e um cheiro. Amo vocês!
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