- Eu vou acabar com esse circo! Quando ouvi o nome desse bandido, já esperava essa palhaçada.
Meu pai chegou gritando.
- Pai, não faz nada, por favor!
____________________=____________________
- Você ainda o defende?! Vou botá-lo daqui para fora!
- Faz alguma coisa, Clarinha!
Meu pai nem esperou a Clara falar nada, porque já estava indo em direção ao palco. Eu tinha certeza que essa situação não ia acabar de forma nada amistosa. Pude perceber o ódio nos olhos do meu pai. O Álvaro o decepcionou muito.
Corri com a Clarinha para o palco. Precisava evitar o pior.
- Te dou dez segundos para descer desse palco e ir embora!
- Sogrão, vai mesmo querer controlar a vida do Luquinhas até quando? Ele é maior de idade, vacinado e me ama.
- Eu não vou responder por mim, seu ladrão.
- Têm provas do que está dizendo? Posso te processar.
- Vou te dar um motivo para isso!
Meu pai deu um soco na cara do Álvaro e partiu para cima dele como um animal. Foi uma verdadeira baderna. Algumas pessoas correram para separá-los. Meu pai não levou um único golpe, mas bateu no Álvaro e o deixou com o rosto sangrando muito.
- Pai, para! Vamos embora, paizinho! - Estava puxando meu pai.
- Ele vai sumir da sua vida para sempre!
- Se for preciso para tê-lo de volta, eu te mato, Alexandre! O Luquinhas é meu!
- Você está ameaçando meu pai? Ficou louco?
- Louco de amor por você. Esse sentimento me toma de uma maneira surreal. É visceral, selvagem... Lucas, se você não voltar para mim, e eu descobrir que tem alguém por trás disso, eu faço uma loucura!
- Álvaro, vai embora! Chega de tanta besteira!
- É melhor você ir... - falou o Bruno chegando perto do Álvaro.
- Eu preciso conversar melhor com o Lucas. Tem muita interferência por aqui.
- É melhor você ir, cara. Não piora as coisas, por favor. Eu te acompanho.
- Eu vou mais volto. Fica esperto, Alexandre.
- Eu vou acabar com ele! Me solta! Me solta! - Meu pai tentava se desvencilhar dos três homens que o seguravam.
O Bruno levou o Álvaro embora. O luau continuou apesar de toda a confusão de minutos atrás. Eu e Clara levamos o meu pai para dentro de casa.
- Vocês não podiam ter me impedido de terminar o que ia fazer - falou batendo no balcão da recepção.
- Pai, você não percebeu que é isso que ele quer? Ele que desestabilizar todo mundo. Não podemos entrar no jogo dele. Eu vou colocar um ponto final nisso tudo. Eu.
- Você não vai mais se aproximar dele. Eu não posso deixar isso acontecer.
- Ele me quer, certo? Então, eu vou terminar essa história de uma vez por todas. Tenho medo que tudo isso termine numa verdadeira tragédia.
- Você vai para o quarto, descansa, que daqui a pouco eu levo algo para você comer.
- E deixar o senhor aqui, sozinho, podendo fazer uma besteira? Jamais!
- Eu fico com ele, Luquinhas. Faça isso. Ele vai se sentir mais calmo com você seguro. Qualquer coisa eu te aviso.
- Você é uma filha para mim, Clarinha. Você sempre me ajudando a colocar juízo nessa cabeça de vento - falou bagunçando meu cabelo.
- Vou ficar mais tranquilo se você estiver com ele. Eu preciso saber o resultado da minha prova.
Abracei meu pai, mandei um beijo para a Clara e fui para o meu quarto. Precisava colocar minhas ideias no lugar e assimilar os últimos acontecimentos.
[Bruno Narrando]
- Ficou maluco, Álvaro? Como você tem coragem de aprontar uma coisa dessas?
- Vai bancar o certinho agora, Bruno? Você sabe os meus verdadeiros planos.
- Eu sei, cara, mas você está dando muita bandeira.
- Quase que eu conto para o Alexandre que você me ajudou no furto do passado. Imagina só a cara deles quando descobrirem sobre o dinheiro que você pegou do caixa da pousada. Quem levou a pior na história fui eu.
- Pior uma ova. Você está rico, sendo sustentado pelos velhos da elite paulista, andando de carro importado, roupa de grife... Eu que saí prejudicado tendo que continuar nessa cidade de merda!
- Eu vou fazer a cabeça do Lucas. Vamos dar prosseguimento ao plano. Antes eu preciso tirar o fotográfozinho da jogada. Qual o nome dele mesmo?
- Ítalo. O que pretende fazer?
- Na hora certa você vai saber.
[Ítalo narrando]
- Íris, o que a gente tinha acabou. Você precisa seguir o seu caminho. Eu estou seguindo o meu.
- Isso é um erro. Qual futuro você vai ter ao lado desse garoto? Ele é um garoto que nem saiu da adolescência direito.
- Você não é muito diferente dele na idade. Íris, para de fazer birra, pirraça, afinal, minha decisão está tomada: não existe mais você e eu.
- Eu vou passar mais uma semana nessa cidade, Ítalo. É o tempo mais que suficiente para você mudar de ideia.
- Eu não vou mudar de ideia. Eu estou gostando do Lucas.
- Acredito que o seu Humberto vai adorar saber disso. Vou jogar o nome da sua família na lama.
- Eu não me importo. Pega o seu dinheiro e faz uma terapia, sessão do descarrego, seja lá o que for, mas me deixa em paz. Se fizer mais um showzinho desse com o Lucas, eu vou aumentar o tom para o seu lado. Passar bem.
Saí do quarto da Íris com a cabeça quente demais. Precisava muito ver o Lucas. Ele devia estar muito preocupado.
[Lucas narrando]
- Passei! Passei! Passei!
Tenho certeza de que os meus gritos foram ouvidos na lua. Eu fui aprovado por média.
Enquanto eu pulava e dançava descontroladamente, alguém bate na porta do meu quarto.
- Entra!
- Preciso conversar com você. Eu posso?
- Claro, Bruno, senta.
- O Álvaro está péssimo. Pode ser que tenha quebrado o nariz. Ele se recusou a ir ao hospital sem sua presença.
- Sinto muito, mas não vou poder ajudá-lo.
- Lucas, por tudo o que você viveram durante o tempo que ficaram juntos. Ajuda o meu amigo. Eu sei que o que ele fez foi desprezível, repugnante, mas você tem um coração de ouro.
- E de quê adianta esse coração? O que de bom eu tenho conseguido com minha bondade? Foi só ele aparecer, e minha vida virou uma bagunça. Eu não entendo o verdadeiro porquê dessa volta dele.
- Isso só ele pode te responder. Bom, vou deixar você pensar nisso tudo. Vou deixa o endereço dele aqui, em cima da sua cama. Caso queira ir vê-lo, aí vocês podem conversar melhor. Ah, e por favor, não comenta com ninguém que te pedi isso. Não quero que seu pai e a Clara achem que estou do lado do Álvaro. Eu só quero que essas pendências do passado se resolvam.
- Certo... Ainda não sei se vou querer encontrá-lo novamente.
- Como quiser...
[Bruno narrando]
Quando saí do quarto do Lucas, peguei o celular e liguei para o Álvaro.
- Acho que em breve você vai receber visita. Desculpa por ter quebrado o seu nariz. Não esqueça que foi você quem pediu. Tchau, parceiro.
[Lucas narrando]
Me julguem, mas eu precisava ver o Álvaro. O problema maior seria sair sem ser visto.
Continua...
Gente, que saudade de vocês! Eu estou muito ocupado por conta da faculdade, seminários, enfim, minha vida de estudante voltou com tudo. Peço desculpa pela demora em postar esse capítulo para vocês. Desculpem os errinhos. Revisar agora é praticamente impossível.
Como puderam perceber, vamos ter muitas reviravoltas nessa estória. Estou começando a dar algumas pistas do que vai acontecer futuramente. Qual a relação do Bruno e do Álvaro? O que eles pretendem com o Lucas? Como é a relação do Ítalo com seu pai? Tudo isso vai ser mostrado nos próximo capítulos. Deixei um ar de mistério.
Muito obrigado por cada voto, cada comentário, cada email. Sem vocês nada disso seria possível. Se der, tento postar mais um capítulo nesse feriado. Agora me deixem ir embora. Preciso resolver algumas coisas. Estarei de volta em breve. Beijos. Amo vocês!
Meu email: