Realmente o Guilherme não se considerar gay é de um machismo pré histórico não vou nem comentar os abusos os quais o Gabriel se submete, mas o Gabriel está desculpado pois é evidente que ele é deficiente mental!
[Repost] O Lutador de Jiu-Jitsu 37
Gabriel> Ahhh Gui.. dói... mas é tão bom... (ele me penetrava me olhando e percebi ele mesmo tremer quando chegou ao fim...)
Guilherme> Que delicia... caralho meu pequeno... que bunda apertada é essa?
Senti ele todo dentro de mim... ardia muito, mas era absolutamente maravilhoso. Ele ia tirando devagar até quase sair todo... ficando quase apenas a cabeça do pau e entao ele se inclinava pra cima de mim e me penetrava novamente... invadindo-me... até seu saco tocar minha bunda... Devagar... sem pressa... sentia minha bunda se alargar... e seu pau inchar mais ainda... sentindo viscoso dentro de mim...
Gabriel> Vai Gui... me ama vai...
Ele sorriu e mordeu meu ombro enquanto entrava e saia lentamente... sem pressa, como se quisesse sentir cada centímetro seu invadir-me... já estava sentindo o ardor passar e ser substituído por uma sensação de estar dolorido... quase como uma anestesia... era incrível... E foi quando ele me puxou pra si... e me abraçou. Pus as pernas em volta dele e ele caminhou até a cama... ainda todo dentro de mim.
Gui me colocou na cama e tinha muitos ursos de pelúcia. Devido a desordem que ainda estava tinha muita coisa que, normalmente ficam guardado em armários, espalhados pelo quarto muitos brinquedos e muita pelúcia... E foi em cima do bob esponja que o Gui me colocou deitado, deitando-se em cima de mim...
Guilherme> Vou fazer amor com meu bebê nos seu quarto... com seus brinquedos... (ele deu uma estocada e enfiou tudo) tá sentido teu homem te preencher?
Eu olhava pro lado e via aqueles brinquedos. Aquelas pelúcias... vi o bart Simpson me olhando e lembrei que eu formia abraçado a ele... e o Gui agora o alcançava pra por como base em minhas costas... era paradoxal, mas muito excitante...
Gabriel> Sim... ahhh... sinto você todo em mim... ahhh
Ele entao começou a penetrar com mais força... mais rápido...
Guilherme> Puta que pariu que bunda é essa?
Ele me penetrava quase selvagemente e eu me estiquei todo sentindo o orgasmo se aproximar... comece a me masturbar com rapidez e senti subir pelo canal o sêmen...
Guilherme> Que delicia pequeno... teus cabelos tão em cima desses ursos... e você com essa boca aberta... caralho! Quero te fuder com força posso?
Ele me penetrava forte e eu queria gritar mas não podia, por causa de mainha... gemi entre os dentes...
Gabriel> Sim... faz Gui...
E ele saiu de dentro de mim... me beijou forte, virou-me de costas e me penetrou sem preliminares... de uma vez.... colocou os braços por entre minhas axilas e bombou rapidamente, fudendo forte... Eu gemi e peguei a mão do Bart Simpson e mordi pra abafar o gemido que saia descontrolado.
Gui me penetrava com muita força... rápido demais e muito profundo... eu tentava me tocar mas era impossível, pois o peso de seu corpo era quase insuportável... mas o prazer que ele me dava era imenso... mesmo eu quase sem respirar com seu peso... sem alcançar meu próprio pau... mas era maravilhoso sentir ele me penetrar com tanta vontade... segurando meus tórax com suas mãos... enquanto sua cintura avançava como se quisesse entrar em mim por completo.
Entao ele retirou suas mãos de meu peito e pos na minha cintura... e com aquelas mãos enormes segurando minha bunda socou forte umas três vezes e senti ele tremer todo seu corpo e desabar em cima de mim... mordendo meu ombro o Gui gozou tanto dentro de minha bunda que saia esperma nas laterais e eu senti minhas pernas meladas... ele entao mordeu meu ombro forte... senti dor... mas resisti... eu havia chegado ao orgasmo também... e meu corpo tremia forte... senti ele começar a retirar o pau de mim... quanto mais ele recuava o esperma saia um pouco... escorrendo pra minha coxa e provavelmente na cama... Mas quando ele retirou o pau até a cabeça senti seu hálito quente no meu ouvido...
Guilherme> Quero mais...
E ele deslizou tudo de volta... me penetrando até o saco... Gemi alto.
Guilherme> ainda tou duro... quero mais... quero gozar mais... deixa te fuder novamente...
Ele continuava a me penetrar... e lambia minhas costas... eu ainda estava excitado e, como ele, sentia que gozaria novamente....
Gabriel> Sim ...
Ele puxou minha cabeça pra trás e me beijou...
Guilherme> Quero você meu pequeno...
E me puxou pra ficar quase que em pé, ajoelhados... ele tocava meu corpo... me peito, enquanto me penetrava forte... enquanto me beijava... Eu olhei pra cama onde estive a pouco deitado e vi meu esperma espalhado pela coxa de bichinhos... e o esperma do Gui em cima do bob esponja...
Era erótico aquilo... nunca imaginei que ficasse tão excitado em ver o esperma do Gui em meus bonecos de pelúcia... senti vontade de lamber... nossa! foi algo inusitado...
O Gui continuava a me penetrar forte e com volúpia... eu sentia os pelos do peito dele em minhas costas... ele estava todo suado... era uma combinação perfeita... os pelos suados roçando minhas costas... seu pau me penetrando forte, o primeiro orgasmo saindo a cada estocada e sua boca a torturar a minha com aquela língua que não para...
Entao resolvi ser mais ativo naquilo tudo... comecei a me jogar mais pra o Gui... e ele foi correspondendo... a medida que eu jogava o quadril pra trás ele vinha pra frente e adquirimos um ritmo... até que eu fui me baixando e ficando de quatro... olhei pra trás e seus olhos brilhavam forte...
Gabriel> Gui? (ele me olhava alucinado...) só para quando gozar... (e apertei os lábios) faz bem forte amor...
E ele enlouqueceu... E segurando minha cintura... foi penetrando sem dó... forte... profundo... rápido... tanto que sentia seu saco bater quase no meu... e ele soltou um grunhido agudo... abafado, como se fosse um animal...
Sua mao deslizava da minha bunda pela minha coluna até meu cabelo... e ele envolvia seus dedos no meus cabelos e depois os soltava, voltando com a mao pela coluna até a base... até a bunda... fez esse movimento duas vezes... até que eu comecei a gozar novamente... e a medida que eu gozava, minha bunda apertava o pau dele...
Guilherme> PUTA QUE PARIU! BIEL PARA DE APERTAR MEU PAU QUE EU VOU GOZAR SE NÃO PARA.... AHHHHH CARALHO...
E ele gozou forte... tirou o pau de dentro de mim e continuou a gozar forte na entrada... senti ainda três jatos de esperma no orifício antes dele penetrar novamente e cair me forçando a deitar com ele em cima de mim. Ficou deitado em cima de mim até parar de tremer e de gozar. Depois saiu me deixando a sensação de dormência na bunda. Me virou e abraçado disse...
Guilherme> Não há definição pra o que vivemos (sua voz era grave e satisfeita). Te amo meu tudo. (me beijou a nuca) obrigado por existir em minha vida...
E entao ele me aninhou em seus braços... Dormi instantaneamente... mas antes ainda escutei... Eu te amo... repetidas vezes. Escuto batidas e abro o olho tentando entender onde eu estava e porque não conseguia mexer o braço, muito menos a perna... as batidas eram secas. Poxa, onde eu estava? Não compreendi a princípio.
Tentei me mover mas em vão... onde diabos eu estava... entao senti dolorido o corpo todo... e ao tentar movimentar a perna, percebi que algo a impedia. Algo pesado... muito pesado... meus olhos se acostumaram a poucoa luz... e a desorientação incial de quem acorda foi passando, até eu perceber que... Gui!
Ele estava comigo na cama, em meu quarto no apartamento de mainha... e então veio como um raio! Gui e eu adormecemos depois de termos feito amor, na minha cama. E agora, ele tava ali me impedindo de me mover com aquela perna enorme e os braços me envolvendo... Escutei a batida e olhei de lado... era a janela... tentei sair debaixo daquela montanha de homem mas eu não conseguia... Suspirei...
Gabriel> Gui... (chamei ele mas ele nem respondeu) Gui! (falei com mais ênfase, contudo o seu sono era fechado)...
O que ia fazer... eu precisava respirar... além de fechar a maldita janela.. entao me ocorreu algo... E eu fiz. Estiquei o braço livre e fiz cócegas debaixo da axila do Gui... ele não se moveu... e eu continuei... ate que ele deu um grunhido e se moveu mais... mas ainda estava embaixo dele... e então eu fui com força... foi quando... Pá! O Gui acordou de vez e bateu forte no meu rosto com a mão num reflexo das cócegas que eu fiz...
Gabriel> Aaaaai! (gemi alto de dor, era uma dor insuportável)...
Guilherme> Ahn!? (o Gui meio que acordou desorientado...)
Meu rosto ardia e meu nariz doía muito... senti algo quente em meu rosto... e gemi de dor novamente... poxa vida como doía! Ele se sentou na cama...
Guilherme> Gabriel?
Eu não respondi e levei as duas mãos no rosto... era quase que insuportável a dor...
Senti o Gui se levantar da cama e meu corpo ficar finalmente livre do peso dele... então a luz invadiu fortemente meus olhos deixando-me aturdido e cego por instantes, eu os fechei com força pra escapar da imensa claridade...
Guilherme> PUTA QUE PARIU!
Eu abri os olhos com dificuldade... e o calor que sentia no rosto foi revelado pelas minhas mãos ensopadas de sangue.
Gabriel> Gui o que foi que...
Ele com dois passos venceu nossa distancia e me pos nos braços...
Guilherme> Eu bati em você... foi reflexo eu acho... desculpe meu amor... (ele falava todo confuso)
Ele me levou pra pia...
Gabriel> Gui eu acordei agora... não posso tomar banho...
A dor era grande, mas tava passando...
Guilherme> Vamos lavar... põem a cabeça pra trás... aperta o nariz...
Gabriel> Não vou apertar nariz não... não aguento!
Ele praguejou um palavrão horrível...
Guilherme> Põem a cabeça pra trás...
Eu tava todo dolorido de ter sido o “tapete” do Gui e agora com o nariz sangrando... acordado no meio da noite... nossa...
Gabriel> Tá.
Pus a cabeça e ele ligou a torneira... pegou a toalha de mãos e molhou... começou a limpar meu rosto... A cena era inusitada... eu nu... em cima da pia, com o rosto pra trás... Gui, nu... em pé de frete pra mim com uma toalhinha de mãos limpando o sangue de meu rosto... Não restava mais nada pra me acontecer na vida!
Mãe> Gabriel?
Cedo demais pra resumir as desgraças... Falei baixinho...
Gabriel> Gui mainha... (sussurrava) ela não pode saber...
Guilherme> Estamos aqui no banheiro dona Júlia... o Gabriel tá com o nariz sangrando...
Lá vai a semana toda sem poder sair por causa da pseudo doença...
Gabriel> Gui! mainha vai me trancar em casa e me entupir de remédios...
Mae> Nossa, vou entrar...
Gabriel + Guilherme> NÃO!
Gritamos ao mesmo tempo... não seria legal mainha entrar ali e ver o Gui e eu pelados... cheirando a sexo recém feito... com marcas de mordida pelo corpo, além de pontos no peito e nas coxas onde tinha esperma ressecado... definitivamente...
Gabriel> Não mãe... não pode não... eu tou bem (gritei) o Gui ta cuidando de tudo... não se preocupa...
Mãe> Quero ouvir dele...
Escutei o trinco da porta ranger...
Guilherme> Júlia ele está bem... só acordou com o nariz sangrando, mas parou... e não entre por favor... estamos nus...
Meu rosto só não ficou mais vermelho porque o sangue, que é vermelho, cobria...
Mãe> Quero que se vistam que eu vou entrar sim...
Suspirei... que pesadelo...
Gabriel> Mãe vá dormir que não vou abrir a porta...
Minha cabeça doía... doía muito...
Mãe> Filho...
Guilherme> Júlia você me cofiou o Gabriel... entao deixe ele comigo certo.
Ela ficou em silêncio... depois rompeu-o.
Mãe> Passou o sangramento?
Guilherme> Sim!
Mãe> Dá água gelada... pressiona o nariz e qualquer coisa me chama... ah! Ele tem que dormir com a cabeça apoiada... (suspirou) vou voltar a dormir... se vira com ele aí...
Me senti um animalzinho sendo trocado de veterinário...
Guilherme> Deixa comigo...
E terminou de limpar meu rosto tendo cuidado com o nariz... nossa... doía muito, mas era incrível como ele era delicado, mesmo tendo aquele tamanho todo.
Gabriel> Obrigado Gui.
Ele me desceu da pia...
Guilherme> Como fui fazer isso meu amor? Me perdoa eu fui descuidado... deveria ter te aninhado e não ter batido... me perdoa...
Gabriel> Gui não foi sua culpa... foi minha...
Guilherme>Sua? Como... (interrompi)...
Gabriel> Eu acordei meio leso e escutei a janela bater... daí tentei me levantar e não consegui... daí fiz cócegas em você pra ver se você se mexia pra eu poder levantar... daí o efeito foi a cotovelada no nariz...
O Gui ficou alguns segundos em silencio... apenas com os olhos apertados...
Guilherme> O que deu em você pra fazer uma bobagem dessas (ele falava pausadamente e escolhendo as palavras) porque não me acordou... (interrompi)
Gabriel> Eu tentei... várias vezes... mas nada...
Fiz bico e ele abrandou um pouco e me abraçou... senti que meu saia um pouco de sangue do nariz novamente... soltei o Gui e pus a cabeça pra trás... ele pegou um papel higiênico e limpou...
Guilherme> Vamos deitar...
Fomos pra cama... mas eu estava pregando...
Gabriel> Gui não é melhor tomar um banho?
Ele sorriu... voltamos pro banheiro e tomamos um banho. Vi ele excitado mas nem dei confiança... não tinha forças nem pra ficar em pé... Terminamos o banho e ele me enxugou... deitamos na cama e agora ele me abraçou de outra forma... pondo-me quase que em cima dele. Só deu tempo de fechar o olho... e já era dia. Acordei com dois pares de olhos obre mim... e meu coração quase parou!
Gabriel> MÃE!
O Gui quase pulou da cama... e eu puxei um travesseiro pra esconder minha nudez... mas quando olhei do lado eu pus o travesseiro no Gui... pra esconder A NUDEZ DELE!
Gabriel> Mãe saia agora daqui...
O Gui tava envergonhado e de cabeça baixa...
Mãe> Grande coisa ver você pelado Gabriel... (suspirou) bom o Gui é novidade...
Gabriel> Mãaaaaae! (gritei)
Ela saiu de fininho e falou...
Mãe> O café ta na mesa... devo esperar uns vinte minutos?
Gabriel> MÃE!
Mãe> O que foi? Trinta então?
Eu joguei o travesseiro nela e ela saiu correndo...
Me levantei e fechei a porta... a chave!
Quando me virei olhei o Gui... ele tava deitado na cama com o travesseiro entre as pernas... retirou o travesseiro e seu pau tava roxo de tão duro...
Guilherme> Acho que trinta!
Ah não... por mais tentador que fosse, eu já havia passado muita, mas muita vergonha mesmo!
Gabriel> Gui por favor... não... tipo não é que eu (interrompido)
Guilherme> Você não quer?
Ele se levantou nu... seus músculos turgidos. Coxas tonificadas, musculosas... peito largo... braços enormes e o pau totalmente duro empinado imponente... tudo isso cercado de brinquedos e usos de pelúcia... era absolutamente tentador...
Gabriel> Gui por favor não é que não queira... eu quero! (suspirei) é que estou sem cara pra olhar pra mainha e se fizermos amor... bem... bem (eu tava desesperado)...
Ele sorriu e desceu da cama vindo ao meu encontro. Me abraçou... me deu u beijo longo e apaixonado...
Guilherme> Certo meu pequeno. Mas só desta vez viu...
Eu o abracei e ele me aninhou...
Guilherme> Mas vamos logo entao tomar banho porque senão eu não respondo por mim...
E assim fomos. Entrar na cozinha naquele momento era pra mim a pior coisa do mundo. O Gui, espertalhão... assim que me enxugou correu se vestiu e foi pra cozinha... e eu fiquei sozinho pra me vestir e entrar ali daquela forma... morto de vergonha... O corredor parecia mais longo que o normal. A media que meus passos avançavam pra cozinha eu via a voz de mainha mais nítida e a risada do Gui mais próxima, contudo nada era mais alto que o som da batida de meu coração... que...
Mãe> Eu tirei até uma foto da cena de meus dois meninos pelados na camaparou instantaneamente ao ouvir aquilo!
Gabriel> COMO ASSIM (minha voz saiu tremida e postada...)
Mãe> Bom dia filhilho... como dormiu?
Eu estava provavelmente com todo o sangue do corpo no rosto... pois minhas pernas tremiam, acredito pela falta de sangue nas veias...
Gabriel> Mãe!
Mãe> O que foi? Parece que viu um fantasma! (ela sorria, e MEU DEUS, SORRIA MALICIOSAMENTE!).
Conseguiu me deslocar da porta da cozinha e afundei no primeiro banco, NO LADO OPOSTO AO DO GUI, e baixei a cabeça...
Gabriel> Eu não acredito mãe! A senhora, fez... fez...
Mãe> Não fiz nada demais... deixa de bobagem e come ai...
O Gui me olhava curioso... eu queria jogar o copo de leite quente na cara dele pra apagar o sorriso no canto da boca dele...
Guilherme> Quer pão? Ou banana? (ele segurava um riso)...
Será que somente eu naquele apartamento era decente?
Gabriel> Quero ser tragado por um bueiro e sair em alguma margem de rio... bem distante de vocês dois...
Eles não agüentaram e riram... eu baixei minha cabeça e fechei os olhos... pensei... porque a vida me escolheu pra ser a Geni?
Gabriel> Joga... joga pedra na Geni..
Guilherme> Quem é Geni?
Mãe> Drama do Gabriel... toda vez que eu brigava com ele ou tirava onda da cara dele ele canta...
Gabriel>... Ela foi feita pra bater... ela foi feita pra cuspir!
Mãe> Maldita Geni! (completou o refrão da música...) tá tá bom... prometo não mostrar pra ninguém a foto!
Respirei fundo... ela disse aquilo bem displicente comendo um pedaço de queijo...
Gabriel> QUERO QUE APAGUE (falei devagar e com a voz levemente trêmula) nunca quero ver essa foto degradante...
Mãe> De forma alguma... é meu tesouro!
Eu respirei fundo...
Gabriel> QUERO QUE APAGUE... POXA MÃE... (falei exasperado) a senhora tá parecendo a Dercy Gonçalves... francamente...
Ela deu uma gargalhada e eu fiquei mais chateado ainda...
Guilherme> Deixa de ser bobo Biel. Eu adorei a foto... estávamos rindo agora apouco da sena...
Eu o olhei incrédulo...
Gabriel> Gui! você tava vendo foto da gente pelados, com mainha!
Guilherme> Sua perna cobriu minhas partes intimas, eu não estava totalmente pelado... mas você... ta tão lindo... parece um anjinhos... dá pra ver até...
Gabriel> GUILHERME! (gritei) chega! (me levantei) perdi a fome...
E sai bravo da cozinha... minha vontade era de matar bem lentamente aqueles dois que riam pra cair de minha saída.... Fui pra varanda. Queria espairecer... esquecer na realidade aqueles dois que gritavam meu nome me chamando de volta... fechei a porta pra abafar. Olhei em volta. Era um domingo calmo em Recife... olhei pra praia e vi o Paulo. Ele tava falando ao celular e gesticulava intensamente... como se tivesse brigando com alguém..
Nossa, fazia um tempo que eu não tinha visto o Paulo... e como nossas vidas correram em direções contrárias... lembrei-me do dia em que conheci o Paulo e pensei que ele poderia ser... afastei os pensamentos. De forma alguma ele poderia ser meu amor... namorado ou o que for... pois o que sinto pelo Gui vai alem do que poderia imaginar ou existir... Olhei novamente e ele tinha desligado o celular e olhava para o mar... A porta da varanda foi aberta e senti mãos me abraçando por trás... eram carinhosos, até que fui virado bruscamente pra ele
Guilherme> Tava olhando pra quem Gabriel?
Seus olhos eram fogo, chamas... Olhei de lado e vi o Paulo e percebi o motivo da zanga do Gui... eu estava muito chateado com ele e virei pra olhar ele fundo nos olhos...
Gabriel> Olhando a praia.
Guilherme> Olhando pra aquele imbecil ali embaixo... olha aqui seu garoto eu não vou...
Gabriel> Eu que não vou Guilherme! Você ri da minha cara com mainha... você me ridiculariza... me enche a paciência e vem agora me acusar que eu tou olhando pra um cara que nem faz parte de minha vida e que nem tou ai pra ele...
Eu senti as mãos dele afrouxarem e ele piscou inúmeras vezes aturdido...
Gabriel> Que independente de você não deu certo com ele... e que, agora sim, principalmente por você eu prefiro me afastar dele porque você não gosta... daí eu pergunto... o que fiz pra merecer estas torturas?
Ele me soltou e baixou a cabeça... nossa será que eu pequei pesado demais? Ele deu as costas, saiu da varanda e me deixou sozinho. Senti uma angustia no peito. Poxa ele só estava com ciúmes e eu falei aquilo tudo pra ele... será que ficou chateado, triste, ou algo assim... senti medo de ter magoado ele... nossa o que eu faria? Comecei andar desorientado pela varanda... coitado do Gui eu o magoei... o machuquei... droga! Só faço tudo errado mesmo... tudo errado! Pus as mãos no rosto... queria sumir...
Mãe> Filho!
Eu olhei pra ela... meus olhos se encheram de lágrimas...
Gabriel> Mãe eu... eu...
Mãe> Espera (ela estava com as mãos levantadas pedindo pra eu me calar) me desculpe, primeiro! Me desculpe. Não tinha o direito de invadir sua privacidade. Não tinha o direito de te envergonhar na frente do Guilherme, e até o envergonhar... fiz o que fiz apenas por um único motivo. Porque eu vejo você ainda como meu bebê. E vejo o Guilherme como meu filho mais velho. Por isso não tenho pudores, que deveria ter, com vocês dois. Não vai acontecer. (ela se aproximou e me tocou no rosto, me abraçou) eu esqueço que meu menininho cresceu e já esta amando...
Gabriel> Desculpa mãe. Fui grosso contigo.
Mãe> Não! Você sempre é um doce com todos.
Gabriel> Mãe eu acho que magoei o Gui!
Ela me soltou e me olhou nos olhos...
Mãe> Não filho! Claro que não... (daí eu contei as palavras duras que falei pra ele a pouco) filho o Gui está no meu quarto pegando a máquina fotográfica minha pra apagar a foto que fiz de vocês dois... e ainda me disse que erramos muito em magoar seus sentimentos e queria concertar tudo... disse que ele não merecia alguém como você...
Eu soltei mainha e corri feito um louco... corri meus 100 metros rasos... Ele estava de cabeça baixa com a máquina na mão sentado na cama de mainha... ele passava as fotos...
Gabriel> Gui... (falei quase sem voz)...
Guilherme> Você é tão lindo Gabriel (seu sorriso era triste) olha esta foto aqui... você fazendo careta. Até fazendo careta você é lindo. Não sei o que faz ao meu lado...
Eu me aproximei dele e me ajoelhei próximo as pernas dele e o olhei nos olhos...
Gabriel> Não fala assim Gui!
Ele passava as imagens...
Guilherme> Você poderia ter qualquer pessoa aos seus pés... quem quisesse. Mas, você não faz isso. Era como se não tivesse noção de sua beleza. Beleza exterior e interior.. daí me pergunto... porque você está comigo. Sou um cara ignorante. Bruto. Te trato mal as vezes. Te machuco, psicológica e fisicamente, as vezes. O que você viu em um cara ciumento, que não mede a força nem as palavras. Que suspeita de alguém tão puro. Tão correto. O que você viu em mim? Não sou bonito. Não tenho nada que te agrade. O que você viu Gabriel? Eu tirei a máquina das mãos dele...
Gabriel> Ví o amor.
Ele me olhou e pela primeira vez vi medo em seus olhos... medo de um homem que a pouco tempo aprendeu sobre a possibilidade de amar outro homem. Medo de não estar a altura deste amor, ou não está preparado para suportar a carga pesada que é amar sem medidas.
Guilherme> Mas eu apenas te faço...
Ele ia dizer sofrer... e não era verdade...
Gabriel> Feliz Gui. Feliz. (pus as mãos nas coxas dele) Desde que te conheci muitas coisas aconteceram é verdade. Em pouco espaço de tempo. Mas muita coisa boa aconteceu. Muita. Tenho a lembrança de tudo em minha mente. Cada encontro nosso. Cada momento juntos. E tudo o que de bom você me faz. Os pequeno gestos Gui. (ele me olhava fixamente) você foi meu primeiro e único homem. E foi lindo. No dia do seu aniversário. Você me enxuga toda vez que tomo banho e você ta perto... você veste minha roupa. Você me leva pra escola... me busca.... me dá almoço... me mima... o tempo todo. E são estes pequenos gestos que te fazem o grande homem.
Ele sorriu...
Guilherme> Você tá exagerando...
Gabriel> Não estou... claro que as vezes, pra não dizer quase sempre... você é bravo... ciumento... brigão... mas apenas o olhar carinhoso que você me dá todo dia... como agora, neste momento, supera tudo. (me levantei e me sentei no colo dele) e é por isso que eu te peço desculpas pelo que disse agora a pouco. Fui injusto. Me desculpe.
Guilherme> Não Beil... eu que fui estúpido... (me abraçou) vim apagar a maldita foto...
Gabriel> Não quero que apague! Não quero Gui. (ele me olhou assustado) quero que seja a lembrança de que nosso amor é puro o suficiente pra minha mãe presenciar ele sem se chocar...
Guilherme> Ownt meu pequeno...
Gabriel> Sim Gui... normalmente a humanidade ficaria chocada com um garoto de 16, quase 17 anos, tendo um caso com outro homem... ou seja, com o homosexualidade em geral...
Guilherme> Não vejo você como gay já disse, o que vivemos é o amor puro...
Gabriel> Eu sei Gui... eu sei... olha... as pessoas de fora veem assim... e se somos ou não o que a sociedade intitulou de gays, não importa. Sei que vivemos o amor... os rótulos são feitos para serem colados, eles não fazem parte da essência. A essência é que nos amamos independente do ato sexual ser entre dois homens. Isso não é o foco. E um dia o mundo entenderá que para o amor não há barreiras nem limites.
Guilherme> Você tem mesmo 16 anos?
Sorri...
Gabriel> Quase 17, faltam poucos dias... (e voltei ao assunto) mas é isso Gui. Vamos enfrentar problemas com muita gente...
Guilherme> Não tenho medo de nada Biel. Não tenho vergonha do que vivemos. Não escondo de ninguém... que explodam todo mundo, pois o meu mundo é você. Não tou nem aí para o que os outros pensam. Não me interessa o que eles pensam. Não me importo com o que acham de mim... mas me importo se algo do que eles julgar atingir você. Ai sim, eu viro bixo.
Gabriel> Gui hoje tá fácil pra nós vivermos juntos. Você é bem sucedido. Na realidade a questão do preconceito se dá para apenas quem é pobre...
Guilherme> Como assim?
Gabriel> Negro, Gay entre outras minorias só são vitima de preconceitos se forem pobres financeiramente. Quem tem dinheiro não é negro, é moreno! Quem tem dinheiro não é gay, é artista, exótico, eclético...! Quem tem dinheiro não é deficiente, é especial... e aí por diante...
Guilherme> Nunca havia pensado assim...
Gabriel> Gui é porque você entrou “neste mundo agora”! Eu vivo nele desde que nasci. Infelizmente a humanidade, digo a maioria não todos, eles nos vêem como um erro, uma natureza falha, nos vêem como exceção... mas, droga! Não somos exceção... porque o amor é a regra e não a exceção... ELES QUE SÃO EXCEÇÃO, embora maioria, porque o preconceito é contra o amor...
Guilherme> Nunca havia pensado nisso... se tivesse me dito antes meu pequeno eu teria te roubado pra mim bem cedo, logo depois de sua cantada no microfone!
Eu olhei pra ele e apertei os olhos...
Gabriel> Ei! Pera aí... eu não te cantei! Foi a Jú que soprou no meu ouvido aquilo e eu nervoso porque ia me apresentar falei como reflexo...
Guilherme> Quer dizer que não me achou gostoso?
Gabriel> Epa... que coisa... (e fomos inrerrompidos)
Mãe> Ah parem os dois... não vão começar outra discussão, eu estava adorando a sessão LIÇÃO PARA SE VIVER MELHOR... tinha até tentado copiar umas frases... poxa... voltem logo a falar sobre relacionamento que tou interessadíssima...
Gabriel> MÃE!
E joguei um travesseiro nela, que desviou e saiu correndo da porta do quarto... realmente eu não puxei a ela... O Gui me abraçou forte e me deu um beijo demorado... de pois se levantou e me conduziu pra fora do quarto... não apagamos a foto. Ela ainda está guardada lá na casa de mainha... e eu não tenho coragem de destruí-la. Ela é o símbolo de que o amor entre dois homens é possível ser compreendido por qualquer pessoa, principalmente por aquela que deveria, pela natureza das circunstâncias, ficar chocada. Fomos pra sala...
Mãe> Vocês vão sair?
Eu olhei pro Gui como se perguntasse se íamos...
Guilherme> Tinha planejado ir para a praia... já que ontem foi pouco tempo e tivemos o contratempo do tio do Gabriel...
Eu já tinha esquecido daquilo...
Mãe> Ele vem aqui almoçar comigo...
Gabriel> Entao com certeza iremos pra praia... vamos Gui vou por a sunga...
Guilherme> Vai uma ova... nunca mais vai por uma sunga na vida senhor Gabriel...
Eu estanquei no meio do caminho...
Gabriel> Como assim...
Guilherme> Não quero você por ai de sunguinha de praia... nada disso... vai usar um calção de banho...
Eu pus as mãos na cintura... indignado...
Gabriel> Nem vem que num tem... vou sim de sunga Gui...
Guilherme> Gabriel não discuta... já decidi...
Olhei pra mainha...
Gabriel> Mãe!
Mãe> Nem me mete nisso... ele quem tem a sua responsabilidade agora... nem vem que num tem Gabriel (falou imitando-me) eu não dou opinião...
E se levantou e foi, rindo, pra cozinha...
Gabriel> Gui! (falei choroso)...
Guilherme> Ah não Gabriel. Você não vai querer que eu fique bravo e enciumado o tempo todo não é?
Verdade ele tinha razão...
Gabriel> Tá ok... mas vou por um bem curto...
E sai sob os protestos dele... Vesti um calção de banho, não era realmente de banho, era um calção daqueles de maratonista, era vermelho e tinha entradas nas laterais... pus uma camiseta branca sem magas e umas havaianas brancas também... quando tava pronto o Gui entrou...
Guilherme> Este calção tá....
Gabriel> Ponho a sunga fio dental se você completar a frase...
Ele levantou os braços pra cima...
Guilherme> Não tá mais aqui quem falou... (veio e me beijou o pescoço) meu lorinho lindo... olha tenho que ir em casa por minha sunga...
Eu me virei e olhei nos olhos dele...
Gabriel> Nada de sunga!
Guilherme> Como assim?
Gabriel> Você bem sabe o volume que você tem não é senhor Guilherme (na mesma hora percebi o que tinha dito e fiquei rubro – baixei a cabeça e ele riu alto) vão ficar olhando (fiz bico)
Ele mordeu meu bico e sorrindo falou...
Guilherme> Bico lindo do pai... (rindo muito de minha súbita timidez) olha Biel eu não uso sunga... só disse pra te provocar... ah e esse realmente é o motivo... fica estranho de sunga...
Realmente... ele “dormindo” é do tamanho do meu “acordado”! Iam pensar que ele tava meio “animado”...
Gabriel> Gui vai com este mesmo... ta legal...
Ele concordou...
Gabriel> Vou ligar pra Jú...
Peguei o celular e liguei... chamou que caiu na caixa postal...
Guilherme> Deixa que eu ligo pro Bruno... (o Gui ligou) oi Bruno... seguinte, vamos pegar praia... como? O que aconteceu?
Gabriel> Problemas?
O Gui fez um silencio com o dedo...
Guilherme> Tá certo, entendi... ok, vamos nos encontrar em Olinda então... agente fica apenas num bar perto da praia... certo... combinado... (e desligou) parece que ele e a Jú estão meio que brigados... parece que ele contou algo que ela ficou brava...
Lembrei que ele me prometeu contar o episódio do shopping logo depois da gincana... lembrei o fato a Gui...
Gabriel> Entao ele falou... que bom... ele é uma pessoa realmente boa, honesta... bom mas e como eles estão?
Guilherme> Aparentemente a Jú não terminou o namoro, mas esta sem falar com ele... não entendi. Ela ta sem falar com ele, mas ela tava lá porque eu vi ele perguntar se ela queria sair e nos encontrar... depois ele falou que eles iriam e perguntou o local...
Gabriel> Espero que estejam bem mesmo...
Fiquei preocupado... eu tava de cara com a Jú mas fiquei preocupado com ela... e com o Bruno... Nos despedimos de mainha e fomos pra Olinda... só Deus sabe o que iriamos encontrar lá... um lado da Jú que nem eu conhecia... Fomos pra Olinda. Gui dirigia tá um pouco devagar pra o normal... ele tava alegre e olhava o tempo todo pra mim... pegou minha mão, beijou e pos na perna dele... ele realmente gostava que eu ficasse co a mão na coxa dele enquanto dirigia... Chegamos em Olinda e Gui procurou o bar na beira mar.. fomos pro Marola, o bar que o Bruno indicou... e lá ficamos encostados na varanda, vendo os pedregulhos e o mar...
Guilherme> Garçom?
Ele chamou e pediu uma cerveja e o cardápio... fomos prontamente atendidos e o Gui ergueu a taça...
Guilherme> Um brinde ao meu pequeno que me obedeceu e veio sem sunga...
Brindamos e o Gui começou a sorver a cerveja...
Gabriel> Um brinde ao autocontrole do Guilherme que não ligou para a cantada que eu recebi do garçom...
Ele engasgou e tirou o copo da boca... eu ri muito, divertido com tudo...
Gabriel> É brincadeira Gui... (rindo) eu tava brincando só pra te chatear por causa do seu brinde da sunga... seu bobo...
Ele me olhou de olhos apertados...
Guilherme> Não brinca com fogo moleque....
Gabriel> Não brinco não... eu acendo!
Ele me olhou de olhos mais apertados e tomou a cerveja...
Guilherme> Sabe o que acontece quando me provoca não é?
Eu pus o pé debaixo da mesa e toquei ele lá... ele engasgou pela segunda vez...
Gabriel> Quero mesmo conhecer os motéis de Olinda...
Ele soltou uma gargalhada...
Bruno> Posso saber o motivo da piada...
Eu me virei como se tivesse sido pego no flagra. Mas a visão da Jú suplantou todo e qualquer sentimento que pudesse ta sentido na hora... o espanto foi grande. Foi algo absolutamente impossível de se prever... imaginar ou entender. Até eu que a conheço plenamente, desde pequeno, me choquei com aquilo. Ela estava toda de preto. Se existe o preto absoluto, era ela. Saia preta com meias arrastão pretas. Blusa colada ao corpo de malha preta. O cabelo escorrido negro quase pra frente do rosto. A maquiagem carregada com lápis de olho, sombra e batom negros. Luvas de motoqueiro pretas, bolsa e um lenço no pescoço. Tudo preto. Ela chegou com os olhos baixo não falou absolutamente nada. Puxou uma cadeira e se sentou. Abriu a bolsa e tirou um óculos escuro enorme, cuja cor todos já sabem. Também tirou um bloco de notas e uma caneta, preta, claro. E escreveu.
Jú (escrito)> Bom dia.
Olhei pra o Bruno que estava atrás dela com cara de quem havia perdido o bilhete premiado da mega sena.
Gabriel> Jú? O que é isso? O que aconteceu...
Nossa, seu semblante era carregado... nunca havia visto ela daquela forma...
Bruno> Eu falei a questão da menina... do shopping que você me disse que era para eu falar...
Ela, lentamente, direcionou o rosto para Bruno. Passou a língua pelos lábio com batom negro. E depois escreveu...
Jú> Nem todo sal do mar faria um peixe podre não se estragar...
Suspirei... tinha que impedir aquela tolice da Jú...
Gabriel> Jú cresce... deixa de bobagem... conversa com o Bruno e resolve esta situação...
A Jú começou a escrever e o Bruno balançando a cabeça negativamente falou...
Bruno> Não adianta. Assim que eu contei ela ficou muda... saiu e voltou assim. Não fala nada... não diz nada. Apenas escreve ou desenha quando quer se comunicar...
Ele falou triste. Pegou um copo e pos a cerveja... olhou pra Gui como se dissesse... eu vou beber mesmo sem seu consentimento. E virou o copo de uma só vez. A Jú acabou de escrever no bloquinho e, embora ainda impactados com ela, a expectativa era grande... até o Gui se ajeitou na cadeira... todos nós de uma forma ou de outra estávamos interessados na maluquice da Jú como algo visceral até. E quando ela concluiu mostrou pra nós...
Jú> Mergulhada no meu mundo interior, externo o que minha alma reflete no momento... a escuridão de minha vida.
Bruno> Se eu entendesse metade do que ela diz, pelo menos saberia como pedir perdão... mais do que já pedi...
E ele virou outro copo. Eu senti vontade de rir, não sei porque!
Gabriel> Jú, francamente... imagino o que tua mãe diz disso tudo...
Ela rabiscou rapidamente...
Jú> Não me importa o que de mim pensam... importa apenas que minha vida foi tragada para a escuridão...
Nossa, que saco! A Jú tava o ó... o Garçom chego e olhou aquele figura que era o Juliana... e perguntou se precisávamos de alguma coisa... a Jú escreveu, ou foi o que eu pensei... Ela desenhou uma coca cola e um peixe que mais parecia um peixe espada...
Guilherme> Acho que nossa amiga surdo-muda quer uma coca-cola e peixe agulhinha...
O Garçom piscou várias vezes... e nos olhou...
Gabriel> Ela perdeu massa encefálica no nascimento... liga não!
O Garçom saiu e a Jú escrevia feito louca... e quando nos apresentou eu fiquei vermelho... Ela desenhou um pênis onde saia miolos de cérebro da cabeça.. O Gui riu demais... o Bruno bebeu – já tava ficando preocupado – e eu puxei a folha e rasguei...
Gabriel> Chega desse bobagem Jú...
E ela escreveu...
Jú> Um dia o verei no meu véu negro da desilusão... ai perguntarei... é bobagem o que sinto Gabriel da escuridão?
Eu fiquei quieto... realmente não imagino o que ela tava sentindo.
Bruno> Não sei o que fazer... me sinto um idiota...
Guilherme> Vão achar um jeito de concertar tudo... por enquanto vamos curtir uma coisa...
Ou olhei pra ele e perguntei...
Gabriel> Curtir o que?
Guilherme> A maravilha de que é não escutar as loucuras da Juliana...
E ela tirou o óculos... seu olhar que antes era inerte, queimava vivo agora....
Gabriel> Gui que coisa... não seja tão chato...
Bruno> É deixa de ser... ser... (Gui olhou pra ele e o Bruno ficou constrangido em dizer) tá vou dizer... deixa de ser malvado com minha namorada...
E a Jú, que eu pensei que ia falar, pos a escrever...
Jú> Namorada interrompida (p/Bruno); amiga interrompida (p/Gabriel); irmã rival (p/Gabriel)...
Guilherme> E eu?
Ela escreveu rápido...
Jú> Tou triste mas não burra... olha seu braço Zé bombinha!
Rimos todos, mas ela não fez nem sinal de alegria... ela tava introspectiva... lembrei de Madonna em Frozen...
Gabriel> Você bem que poderia ir vestida de perpétua de Tieta pra tua festa...
O olhar que ela me deu poderia matar uma planta se tivesse alguma na mira... ela pos a escrever e eu tomei um gole da cerveja.
Guilherme> A diferença é que perpétua guardou a “essência do marido” (daí ele olhou pra Bruno) tá afim de perder a sua?
Bruno> Como assim? Não entendi...
A Jú suspirou e riscou o que escrevia e reescreveu... mostrou...
Jú> Eu ia dizer que a essência dele poderia socar bem fundo na sua rima... MAS, PENSANDO BEM... VOU EMPALHAR ELE TODO... E O LOCAL QUE MAIS PRECISARÁ DE PALHA É A CABEÇA...
Rimos muito e o Bruno não entendeu nada... Bebemos com a Jú escrevendo quando queria se comunicar... ela comeu as agulhinhas, tomou a coca-cola, depois se levantou e foi para o parapeito olhar o mar...
Bruno> Não sei o que fazer... não sei Gabi... me ajuda...
Gabriel> Primeiro, você ter contado foi ótimo. Se ela descobrisse tudo eu acho que ela te chutaria pra fora da vida dela. Também o fato dela ta assim mesmo sem falar e toda de preto, revela que ela ainda quer você e está apenas punindo ou esperando uma outra atitude sua...
Bruno> Que atitude?
Gabriel> Não sei... sei lá... nunca a vi assim. Mas conheço... ela nos deixou sozinhos pra comentarmos sobre isso mesmo! Uma forma de te ajudar a superar esta fase...
O Bruno olhou pra ela...
Bruno> As vezes quero matar ela... mas depois penso... eu gosto dela mesmo... e fico com raiva de mim por ser um bruto... ter posto ela... assim...
E entao uma luz se acendeu na minha mente...
Gabriel> É isso! Ela quer que você faça algo pra tirar ela dessa situação...
Guilherme> Tipo, ela tá assim pra ele fazer algo pra ela voltar a ser o que era...
Gabriel> Isso!
Eu fiquei pensando... ele teria que fazer algo pra trazê-la pra luz... como se o fato dele ter feito o que fez a deixou de humor negro. Então ele deveria fazer alguma coisa pra o humor dela iluminar... mas o que? Eis a questão...
Bruno> Gabi o que eu faço? O aniversário dela ta ai... ela não pode ficar assim...
Eu entao quase cedi a tentação de não ajudar, pois assim ganharia brincando a nossa disputa particular pela melhor fantasia. Mas, felizmente ou não, eu não sou assim. E disse...
Gabriel> Vou te ajudar... vou pensar... e te digo!
A Jú voltou e mudamos de assunto...
Guilherme> E aí? Tomou um vento que mudou teus ares?
O Gui tava provocando... ela olhou pra ele e desenhou um dedo médio em riste... ela escreveu...
Jú> Os ares que você deveria tomar e deixar o Gabriel livre pra mim...
Guilherme> O Biel é meu...
Pronto começou a guerra e as provocações... Mas tudo foi desviado quando entrou no bar uma pessoa. O Samir!
Guilherme> Samir!
A Jú olhou pra traz... e desenhou a folha da maconha... eu raguei o papel...
Samir> Beleza amigos...
Todos falamos e a Jú apenas balançou a cabeça...
Bruno> Vai pra onde?
Percebi que ele queria que o Samir não tivesse ali.. Até eu entendo que eu também sentiria isso se estivesse em sua pele...
Samir> Eu estava passando quando vi o carro do Guilherme... entao vim ver se era ele...
Vinha um cara atrás que eu não conhecia... O Gui se levantou e abraçou o cara...
Guilherme> Gente este aqui é um mestre... mestre Caruso...
Era um senhor de uns 55 anos, mas aparência de 35. Ele nos apresentou a todos e o mestre olhou pra Jú...
Mestre Caruso> Oi filha tá de luto?
Eu senti vontade de rir... o Bruno se afundou na cadeira e o Gui olhou pra ela com interesse... E ela surpreendeu... Ela escreveu...
Jú> De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente
Todos ficamos em silencio... eu constrangido por a Jú ta naquele estado e estar conhecendo o mestre em artes marciais naquele momento... o Gui se divertindo da vergonha de todos... o Bruno querendo sumir dali... o Samir tentando entender tudo e o mestre analisando a turma inusitada que ele se deparou...
Bruno> Poxa amor... não sabia que escrevia tão bem!
Olhei pra ele e não tive coragem de informar que era Vinicius de Moraes que ela citava...
Guilherme> Bruno deixa pra lá... Samir, Mestre vamos sentar conosco...
O Garçom teve que puxar uma mesa a mais... Sentaram todos...
Bruno> Vocês querem beber alguma coisa?
Samir> Não posso beber... tou em treinamento...
Mestre Caruso> Você também não é Bruno?
E eu vi o Bruno se afundar mais... e a Jú escreveu...
Jú> Beber não é a única regra que o senhor Bruno quebra... ah e com ajuda do SuperGui...
Entao percebi que aquela praia ia ser um pé d’água! Com direito a relâmpagos e trovões... O clima estava pesado, e eu não tinha intimidade com o amigo do Gui e do Samir pra puxar um assunto... mas o Gui percebeu também a situação toda e ele mesmo cuidou para direcionar a conversa...
Guilherme> Mestre quando aceitará meu convite para abrir uma turma em minha academia?
Mestre Caruso> Não sei Guilherme... estou ainda um pouco atarefado... mas quem sabe este ano próximo?
Bruno> Como seria bom se o senhor fosse ensinar na Atlantis... eu teria muito a aprender...
Mestre Caruso> Percebo (falou olhando pra ele em tom de ironia... não gostei do tom dele)...
Gabriel> Qual arte o senhor ensina?
Ele me olhou com os olhos apertados... ele não era oriental, mas tinha os olhos apertados... era forte e de estatura mediana...
Mestre Caruso> Ensino kung fu.
Olhei pra ele melhor. Ele deveria ter uns 46 anos... mas era todo músculos... percebi a Jú escrevendo... e tratei de continuar a perguntar...
Gabriel> O senhor domina a arte há muito tempo?
Guilherme> Faz uns 30 anos que ele pratica...
Mestre Caruso> 38 anos.
Jú> Se eu quiser aprender o que eu faço?
Imaginei na humanidade esquartejada com a Jú mestre em kung fu!
Mestre Caruso> Olha filha eu não tenho academia fixa ou turma formada... faz uns anos que não dou aula. O garoto aqui (apontou pro Gui) quem fica todo ano pedindo pra eu voltar a dar aulas...
Guilherme> Ele é professor da universidade Jú... doutor! Mas prefere ser chamado de mestre... e eu sei que vou convencer ele...
A Jú escreveu e nos mostrou...
Jú> Se o senhor permitir eu ficaria honrada de ser sua aluna...
Ele a analisou e depois se virou pra mim...
Mestre Caruso> Se você fosse querer ser meu aluno... qual seria o motivo?
Eu não sabia dizer... eu não queria aprender Kung Fu! Mas queria responder de forma adequada... contudo a Jú, mesmo escrevendo foi mais ágil. Parecia que ela estava prestes a fazer a descoberta de sua vida...
Jú> Seria domar o animal de minha raiva.
Eu a olhei chocado!
Mestre Caruso> É por isso que está de luto... sem falar?
Ela balançou afirmativamente a cabeça e escreveu....
Jú> Por isso e porque estou profundamente magoada...
Ele a analisou e depois se virou pra mim...
Mestre Caruso> E você?
Eu me senti acuado e sem resposta adequado, daí pensei na resposta da Jú e percebi que ela respondeu o que eu disse em seguida...
Gabriel> Seria para por meu corpo em equilíbrio.
Ele balançou a cabeça e pos a mão nos lábios...
Mestre Caruso> Guilherme se estes dois estiverem em minha turma neste próximo ano eu aceito seu convite...
E eu olhei pra ele sem acreditar... o Gui se levantou e abraçou vigorosamente o mestre Caruso... ele ria sem parar... estava super feliz... alegre... mas tinha um único problema... Eu não queria jamais fazer Kung Fu!
Não era hora pra dizer aquilo... e deixei pra depois. Mas eu não pretendia fazer arte marcial nenhuma... a Jú deu o primeiro sorriso da tarde... Gui pediu o almoço... eu já tava verde. Almoçamos. Depois o Samir convidou agente pra ir pra casa dele no próximo fim de semana... o Gui tinha planejado ir para a Costa do Sauípe, o presente da Jú... e ficou de confirmar a ida pra casa do Samir... Saímos pra casa e a Jú fui com o Bruno que parecia que tinha levado uma surra no tatame.
Gabriel> Gui eu achei legal o mestre Caruso... mas não sei se eu quero fazer Kung Fu! (falei já dentro do carro, mas com total meticulosidade pra não irritá-lo)
Guilherme> E quem disse que eu permitira que você fizesse...
Ele falou olhando nos meus olhos e piscou... depois ligou o carro e arrancou, me deixando num misto de alívio e raiva... alívio porque não precisaria fazer as aulas das quais eu não tinha o mínimo interesse. Mas com raiva, porque ELE NÃO QUERIA DEIXAR EU FAZER... ou seja, eu não querer é uma coisa, mas eu ser proibido é outra bem diferente... E uma súbita vontade de aprender com Pai Mei. Quando pensei que o Gui ia pra casa ele tomou outra direção... ele seguia para onde?
Gabriel> Gui pra onde nós estamos indo?
Ele sorriu apenas e ficou calado sem dizer...
Gabriel> Poxa Gui me diz...
Ele apenas sorria no canto da boca... pegou minha mão e pos na coxa dele...
Guilherme> Vou te levar pra um programa somente a dois...
Como assim um programa a dois? Ele dirigia rumo a BR.
Gabriel> Vou ligar pra mainha...
Pequei o celular e liguei...
Gabriel> Mãe, tudo bem... terminamos de almoçar agora... o Gui tá me levando pra... (afastei um pouco o celular e perguntei) pra onde mesmo Gui?
Ele não falou... apenas sorriu... não deu certo minha esperteza em ligar pra mainha...
Gabriel> Mae não sei pra onde... ele faz mistério!
Era apenas uma e quinze da tarde...
Gabriel> Quando eu chegar no lugar misterioso que o senhor Guilherme segredinho tá me levando eu te ligo... tá bom... beijos mãe...
E desliguei... foi quando percebi que ele tomou a BR, que geralmente pegamos pra não ir pelo Recife antigo e já sair direto em boa Viajem, passando todo o Recife por fora... mas, ele tinha outros planos, porque pegou a BR em sentido oposto. Nós estávamos deixando Recife.
Gabriel> Gui? Pra onde a gente tá indo? Pra fazenda?
Ele apenas ficava em silencio... eu já estava me irritando...
Gabriel> Poxa Gui que coisa... me diz... tou ficanco apreensivo... parece que estou sendo absuzido...
Ele riu alto...
Guilherme> Estou abduzindo o bebê mais lindo do mundo... só pra mim... eita como sou malvado em... alienígena do mal o Gui...
Cada vez que ele ria me dava mais raiva... ele percebeu e tocou meu rosto...
Guilherme> Ou meu amor... não fica assim. Vou te fazer uma surpresa viu... vou te levar pra um local mágico que você com certeza irá gostar... (e afagando meus cabelos continuou) deixa apenas se levar meu pequeno...
Ele tinha razão... eu estava com ele... e então se ele queria fazer uma surpresa eu deixei rolar...
Gabriel> Só não me leva pra lugar onde precisa de roupa composta Gui, pois estou de calção curto...
Ele me olhou e falou...
Guilherme> Não vai precisar mais que isso...
E seguimos pela estrada saindo de Recife... mas pra onde? A viajem inusitada ia passado por tudo quanto era cidade... e nada de chegar... e cada vez mais pra frente... eu me segurei pra não pirar... sou muito curioso... mas quando cruzamos a entrada de Goiânia eu simplesmente pirei...
Gabriel> Gui eu vou entrar em alfa se não me disser pra onde estamos indo...
Ele ligou o som do carro e falou...
Guilherme> Não falo...
Eu tava já emburrado e doido pra saber...
Gabriel> Gui se continuarmos assim vamos chegar em Natal...
Guilherme> Não iremos tão longe!
Suspirei... que mistério é esse? Seguimos em frente... eu mais curioso que nunca e o Gui se divertindo comigo. Foi quando atravessamos todas as entradas imaginárias possíveis, pois eu ainda esperava que ele entrasse em algum lugar pra me levar pra uma praia secreta... mas nada! Quando cruzamos a fronteira do Pernambuco com a Paraíba eu já havia desistido de entender... Mas foi quando então quando estávamos na entrada de João Pessoa que eu perguntei assustado...
Gabriel> Gui!
Guilherme> Que foi pequeno?
Ele havia dito que eu não precisava muito mais do que estava vestindo... não era possível aquilo... Jesus, não era possível...
Gabriel> Eu não vou para TAMBABA!
O riso que o Guilherme deu poderia ser ouvido lá de Recife fácil fácil... ele gargalhava... até diminuiu a velocidade do carro.
Guilherme> Meu amor... de onde tirou essa ideia de irmos pra uma praia de nudismo?
Eu fiquei vermelho na hora...
Gabriel> Gui é que você ta quase em João Pessoa... daí pensei...
Ele ainda rindo falou...
Guilherme> Só essa cabecinha de vento pra pensar que ia deixar alguém te ver pelado... (e riu) parece que não pensa...
Entao não era pra TAMBABA... menos mal... mas pra onde raios estávamos indo?
Gabriel> Certo... não é TAMBABA, entao é...
Ele sorriu e deu de ombros..
Guilherme> Esqueci...
Que saco! Me afundei no banco... já se passou duas horas e meia de viajem e eu nem sabia pra onde ia...
Gabriel> Pelo menos da próxima vez que me sequestrar ponha uma venda...
Ele apenas ria e muito... o que me irritava mais ainda...
Gabriel> Você tá chato demais Guilherme.
E chegamos em João Pessoa... e pela placa teríamos que virar numa curva, maaaassss o sequestrador foi seguindo a BR para , o que mesmo? Apurei a vista... Cabedelo!
Gabriel> Gui Cabedelo é uma cidade?
Guilherme> Cidade portuária... mas tem várias praias... praias muito boas por sinal... famosas na Paraíba... de veraneio...
Eu estava confuso... agente saiu de Recife, de Olinda pra ir pra uma praia de veraneio?
Gabriel> Acho que tinha tranquilizante na tua cerveja...
Guilherme> Por que?
Gabriel> Porque agente sai de Recife pra passar algumas horas numa praia?
Guilherme> Não sei do que você ta reclamando... eu vim aqui pra te surpreender e você só reclama...
Eu cai em mim... ele tinha razão. Ele dirigiu por duas horas e quarenta minutos pra me fazer uma surpresa e eu estava sendo um porre desde a saída por causa de uma curiosidade boba...
Gabriel> Desculpa Gui... (falei envergonhado).
Guilherme> Não por isso amor... quando vir pra onde estamos indo... e o que acontece neste lugar... você vai adorar...
Eu fiquei mais calmo... se era uma cidade portuária... o limite era o porto... a não ser que o thunder tanque fosse aquático.... O carro seguiu para Cabedelo, passando quase por fora de João Pessoa... e haja a andar. O que me distraiu foi uma mata a esquerda que tinha... e que mata...
Gabriel> Gui que floresta é esta?
Ele olhou do lado...
Guilherme> Meu pequeno não conhece João Pessoa não é?
Eu fiz não com a cabeça...
Guilherme> Aqui tem varias matas e florestas... mata atlântica... pois a cidade é dentro de uma mata... esta não sei se é a mata do buraquinho... acho que é...
Eu olhei pra ele e sorri... que nome engraçado pra uma mata... Foi quando ele tomou a pista da esquerda e fez um contorno... voltamos por alguns metros e entramos uma rua a direita... do lado de um posto... e seguimos reto... por uma estrada de terra...
Gabriel> Será que vou pro buraquinho...
E ele riu novamente... Seguimos reto... por alguns poucos quilômetros. Mas o suficiente pra eu perguntar umas dez vezes onde estávamos. Parecia uma criança birrenta perguntando o tempo todo... já chegou? Tá perto? Não sei como o Gui foi tão paciente...
Gabriel> Espero que esteja perto que eu tou cansado de ta sentado.
E ele me olhou e falou...
Guilherme> Estamos quase lá...
O bom humor dele era incrível... pois confesso, eu enchi o saco nesta viagem.
Então... comecei a avistar um grande estacionamento... e vários bares tipo deque flutuantes... era um rio ou o mar?
Gabriel> Gui onde estamos?
Ele manobrou o carro dentro do estacionamento e desligou...
Guilherme> Vamos descer?
E sem esperar minha resposta, e sem dar uma resposta ao que perguntei, abriu a própria porta e desceu. Eu desci e olhei pra ele carrancudo... o Gui tava se espreguiçando...
Gabriel> Gui que praia é essa?
Ele veio pra perto de mim e falou...
Guilherme> Aqui criança curiosa... é a praia do Jacaré... este é um rio que entra dentro do mar... quando a maré ta cheia... é água do mar... quando a maré tá baixe o rio avança...
E suspirou...
Guilherme> É aqui que acontece o por-do-sol mais famoso do Brasil. Todos os dias toca-se o bolero de Ravel pra o por-do-sol. E hoje nós iremos curtir isso meu pequeno!
Eu olhou para os bares e o rio... A visão era deslumbrante! Seguimos pra um bar... li os nomes e o que me recordo é o Golfinho...
Gabriel> Vamos ficar neste?
Guilherme> Não... vamos pro outro... é lá que ele vem...
Lá que ele vem? Ele quem? Quanto mistério... Entramos no bar e fomos direto pra o deque... era todo de madeira e estávamos suspensos em cima do rio-mar... lá na frente tinha uma ilha com mata fechada... Pedimos uma cerveja...
Gabriel> Gui você não pode beber muito porque vamos viajar de volta...
Guilherme> Iremos dormir aqui...
Eu olhei pra ele...
Gabriel> Mas tenho aula amanha...
Guilherme> Sairemos cedo...
Eu sorri... tá bom... deu fome e pedi pro Gui pedir comida... ele rindo pediu petiscos de camarão... Bebemos e ficamos conversando sobre o lugar e a cultura. Gui conhece bem... quando ele olhou o relógio. Tinha muita gente ali... e eu não entendia o porque de tanta gente olhando o rio... Foi quando comecei escutar uma música. O bolero de Ravel... E entao eu vi... vinha num barco... no meio do rio... alguém tocando saxofone... tocando o bolero de Ravel. Tocando a Música que eu escutava... era o som do sax dele que escutávamos... E então eu percebi a magia do lugar... e o sol começar a se por. Olhei pro Gui e ele me olhava fundo nos olhos...
Gabriel> Você vai perder o por-do-sol... (falei encabulado)
Guilherme> Eu já o vi outras vezes... quero ver sua reação... quero ver o meu solzinho vendo tudo isso...
E eu vivi aquela plenitude... Eu fiquei emocionado com o que o Gui havia falado. Nossa, ele era tão oposto de tudo. Um homem enorme. Lutador de UFC. Dono de academia... o universo dele é totalmente masculino. Ele é em alguns momentos grosso, como todo homem machão natural. Mas em certas situações ele é surpreendentemente lindo, incrível... impecável.
Trazer-me pra outro Estado, outra capital apenas pra me mostrar um por-do-sol que, embora famoso, é apenas segundos... era um gesto inexplicável. Meus olhos se encheram de lágrimas. Ouvir o bolero de Ravel com o sol sumindo atrás da vegetação refletindo no rio e com um saxofonista vindo em um barco... nossa... e do lado do homem amado. Eu não tinha palavras pra aquilo.
Gabriel> Gui este é o melhor presente que eu recebi em toda minha vida... não tenho como agradecer isso...
Ele ficou muito feliz e sorria com o canto da boca... me olhava sem parar...
Gabriel> É mágico... sublime... a água... o sol... a música... o vento... Gui é fabuloso!
Guilherme> Fabuloso é poder dividir isso com quem sente... contigo meu pequeno...
O barco atracou no cais do bar onde estávamos e o saxofonista veio subindo a escada de acesso até o deque onde estávamos... depois passou por nós e foi a um pequeno palco dentro do bar... e continuou a tocar... Parecia um evento quase sacro. Carregado de emoção... prazer e principalmente de magia.
Gabriel> Como posso te agradecer?
Guilherme> Biel... eu te amo.
Eu estava com os olhos marejados de lágrima eu apenas pude sorrir pra ele... o momento era realmente mágico. E eu me sentia feliz como nunca. Me sentia seguro. Protegido. Forte.
Gabriel> Gui eu... eu....
Não conseguia dizer... ele sorriu e falou...
Guilherme> Fala meu pequeno...
Eu não conseguia dizer aquilo... ou não sabia como falar... suspirei... as vezes eu penso demais nas coisas e faço com que algo simples tenha uma interpretação complexa... como ali... eu tava começando a pensar que o Gui tava entediado em ta comigo sozinhos num bar... sei lá... as vezes bate uma insegurança...
Gabriel> É que as vezes acho (pigarro) bom acho que eu não estou sendo uma boa companhia e que você ta entediado...
Terminei num sussurro de voz...
Guilherme> Gabriel não pensa bobagem! Poxa... por mim estaria 24 horas ao seu lado...
Gabriel> Jura?
Guilherme> Sim Biel... olha... quando eu te deixo na escola, abre um vazio em mim... fico a manhã toda esperando você voltar... (ele bebeu um pouco de cerveja) eu até já te disse isso!
Era verdade... mas eu sempre estou achando que as pessoas não gostam de mim... é meu carma de “ninguém me ama, ninguém me quer!”
Gabriel> Certo Gui... bom... (parei)
Ele sorriu...
Guilherme> Fala Biel... pode falar...
Dei de ombros... seja o que Deus quiser...
Gabriel> Gui as vezes eu queria saber quem você é... totalmente. Tipo... tudo sobre você. O que sei é muito... mas eu queria saber tudo... ser pleno entende... saber como pode um homem... um hetero amarsuspirei) eu!
Ele olhou-me sério e falou...
Guilherme> Como não amá-lo?
Eu não entendia... juro... sempre fui tolo... bobo, desconfiado... sempre! Eu não conseguia entender o que um cara GG fazia com um moleque... não é me desmerecendo, ou tentando dizer que não sou muita coisa... sei minhas qualidades... sei que a maioria acha loiros de olhos azuis bonitos... sei que canto bem... faço massagem bem etc... mas na minha cabeça não havia justificativa pra um homem, hetero, sério, me amar sem medidas, e ser tão perfeito como o Guilherme... era pra mim muito inusitado.
Gabriel> Gui eu não sei... Gui você é hetero... é homem... e naturalmente...
Ele suspirou agastado...
Guilherme> Vamos voltar a este assunto Biel? (ele olhou pra os últimos raios de sol) eu não já lhe disse. Eu apenas lhe amo. Sem explicações pra isso. Eu olhou você e vejo-o com tanto amor... tenho vontade de te tomar agora nos braços e te beijar sem parar... (e suspirou) Biel eu te desejo tanto que só sua presença me faz ficar excitado. Poxa meu pequeno eu te amo... independente de qualquer coisa... (ele agora tava meio angustiado) não me pede explicação para o que não há! Apenas aconteceu...
Gabriel> Mas se você se interessar por outro menino... (interrompido)
Guilherme> NÃO! Sem chances (ele passou as mãos pelo cabelo) olha eu acho que o seu conjunto que me faz saber e ter a certeza de que você é o amor de minha vida.
Cada palavra era um alento... mas eu precisava continuar...
Gabriel> E se uma menina...
Guilherme> NÃO! DE FORMA ALGUMA. Biel você entende o que significa traição pra mim... não é? (balance afirmativamente a cabeça) então não tem forma deu lhe trair meu amor... minha vida... desanuvia esta cabecinha... sou seu, pequeno!
Ele tinha razão... eu não tinha motivos... alias ele nunca havia me dado motivos para ser inseguro. Mas é que aquele tipo de atitude que ele tomou me pegou totalmente desprevenido e foi realmente uma surpresa... e eu disse isso a ele... meio que pra justificar minha tolice.
Gabriel> Gui é porque o fato de estarmos aqui me fez pensar que eu pouco conheço do homem que me fez esta surpresa... você Gui...
Guilherme> Ah Biel... você sabe tudo sobre mim... quer dizer, tudo o que realmente é importante. Se você pesar direito, eu gosto de fazer surpresas... de proporcionar coisas boas pra você...
Gabriel> Mas Gui tem coisas que me surpreendem...
Ele suspirou... pediu outra cerveja para o garçom e petiscos... já tinha escurecido – foi rápido... só o sol se por e tudo ficou escuro... as luzes do bar foram acesas e agora refletiam na água... era muito agradável.
Guilherme> Certo. Vamos lá... me pergunte tudo o que quer saber de mim... tudo!
Gabriel> Como assim tudo?
Guilherme> Você tem hoje a oportunidade de me perguntar tudo o que quiser saber de mim que eu responderei..
Eu olhei estranhando...
Gabriel> Quer dizer que eu só tenho hoje a noite? Quer dizer que não me responderá outro dia se eu perguntar? (estava me indignando!)
Guilherme> Gabriel para de ser complicado... tou dizendo que agora, hoje eu responderei QUALQUER pergunta, mesmo que eu NÃO QUERIA RESPONDER. Outro dia eu verei se quero ou não responder... mas HOJE, AGORA eu responderei QUALQUER COISA... vamos aproveita... que é só hoje...
Não tava gostando do fato de ser só aquele dia... mas ia aproveitar a oportunidade... depois eu o convencia a estender o prazo para a vida eterna...Tomei um gole da cerveja e comecei... era uma oportunidade única... acho que pela cara dele, ele acreditava que eu iria perguntar coisas sobre seus relacionamentos anteriores... ou sobre sexo etc... mas estava enganadinho...
Gabriel> Gui o que você mais sente falta de sua infância?
Parecia uma pergunta boba... mas eu queria saber do Gui pequeno... pois sabendo como era no inicio de sua vida, provavelmente eu teria uma parte da personalidade dele traduzida pra mim...
Guilherme> Da fazenda. De tomar banho no rio... de dormir na casa na árvore...
Ele já havia me levado pra fazenda e dormi com ele na casa da árvore, onde perdi minha virgindade... além de ter ido tomar banho no rio... onde... ah, bem, digamos que houve um reviver lá no rio...
Guilherme> Eu adoro quando chego lá que sinto o cheiro do curral, pois me faz voltar anos atrás...
Gabriel> Você era muito traquino?
Ele sorriu...
Guilherme> Eu sempre fui um filho problema. Pus foto na baia dos cavalos... soltei os cachorros pra matar galinhas... derrubava bezerro puxando o rabo... fiz de tudo (eu olhava assustado) mas mainha me matriculou nas lutas marciais... foi quando mudei. Me tornei responsável.
Gabriel> Ainda bem... acho que eu seria vitima de bulling de você.
Guilherme> Ah não! Eu nunca fui preconceituoso com nada... nunca maltratei ninguém... sempre tratei todos com igualdade... apenas era rebelde. Só isso.
Tá certo. Era uma face dele que eu não conhecia. O garçom trouxe o petisco e quando ele saiu eu perguntei...
Gabriel> Gui como foi sua primeira vez...
Ele me olhou com olhos apertados...
Guilherme> Quer mesmo saber?
Eu já estava com uma dor no peito... com ciúmes do que aconteceu, e inseguro mais do que sou... mas eu precisava conhecê-lo de verdade... nem que pra isso eu soubesse de coisas doloridas...
Gabriel> Sim (num fio de voz)...
Guilherme> Não tenho como fugir desta pergunta não é?
Eu dei de ombros... mas meus olhos mostravam a tristeza que crescia... Ele me olhou profundamente....
Guilherme> A primeira vez foi com você.
Só poderia ser uma piada... se graça. Mas era uma piada com certeza!
Gabriel> Gui esta é uma piada...
Guilherme> De forma alguma... (interrompi)
Gabriel> Guilherme! Eu não fui o primeiro homem de sua vi... (e percebi que eu havia sido o primeiro homem da vida dele)...
Ele sorria de canto a canto...
Gabriel> Tá mas a pergunta não foi essa... foi sobre sua primeira vez...
Guilherme> Amor eu sinto que pela primeira vez fiz amor no dia do meu aniversário há um mês e alguns dias atrás...
Eu ainda me sentia confuso...
Guilherme> Foi incrível... foi quando cheguei a primeira vez ao orgasmo pleno... foi a primeira vez que gozei dentro de alguém, pois sempre acabava a transa me masturbando pra atingir o orgasmo... (e fez uma pequena pausa e me olhava nos olhos) foi sim meu pequeno a primeira vez que fiz amor com alguém...
Eu entendi...
Guilherme> Mas a primeira vez que tive experiência sexual foi aos 13 anos... com uma menina que eu nem lembro quem é... e que não me marcou em nada. Só lembro que eu tentei penetrar e penetrei... foi na escola. Ela tinha 18 anos... e foi só. Você Biel é o meu ontem, o meu hoje e o meu amanhã... só você!
Eu achei lindo o que ele falou pra mim... mas minha mente, logo depois de ficar emocionado com o que foi dito, correu pra informação de que, foi com uma possível feia e gorda menina de 18 anos... que ele não gostou... mas que eu a odeio sem saber quem é...
Gabriel> Quem era essa gorda sem dentes que você ‘ficou’?
Ele soltou uma gargalhada e todos em volta viraram pra nos...
Guilherme> ela não era gorda... nem era desdentada... até que era... (e parou no meio da frase – eu fiquei enfurecido...)
Gabriel> Guilherme você nem complete a maldita frase...
Ele riu alto...
Guilherme> Fica calmo meu amor... tou só te aperreando... nem lembro da guria... nem sei se era loira ou ruiva ou morena....
Eu respirei fundo...
Gabriel> Se continuar essa historia desta perua eu conto o meu paquerinha da aula de piano...
Ele quase engasgou...
Guilherme> Como é a história? (sua cara era de bravo – ele muda muito rápido)
Gabriel> Quem tá no paredão aqui é você Guilherme... nem tente virar a mesa e o jogo...
Guilherme> Me fala agora esta história de paquerinha... vamos Gabriel... fala!
Suspirei...
Gabriel> NÃO!
Guilherme> Gabriel (sua voz era ameaçadora)
Gabriel> É sua vez de responder as perguntas... e não a minha...
Ele se levantou... temi...
Guilherme> vou ao banheiro... quando voltar quero a historia do paquerinha.
E saiu sem falar mais nada. Então eu tive uma idéia não tão inteligente. Mas minha alma provocadora era demais pra ser controlada. Eu tentei, juro que tentei, mas não consegui... era além de minhas forças. Eu apenas me levantei da mesa e fui pra o lado oposto do bar... me escondi entre dois coqueiros grandes... Fiquei esperando o Gui sair do banheiro todo posudo achando que eu ia falar do coleguinha da aula de piano. Queria realmente ver a reação dele... olhei de lado e vi duas crianças tomando sorvete... achei engraçado... uma tomava o sorvete da outra... me distraí um pouco... e não vi o Gui sair do banheiro... Será que ele já saiu... estiquei o pescoço e olhei a mesa... estava vazia!
Gabriel> Ele deve estar ainda no banheiro...
Falei alto...
Guilherme> Seu provocadorzinho!
Eu tive um susto tão grande que ao me virar pra ver o Gui eu escorreguei e cai pra trás... Ele tava com os braços cruzados e me olhando carrancudo... As crianças riam pra valer de minha queda!
Comentários
Por favor posta esse romance no site/app wattpad por favor
Muito bom
Muito bom.
Estou totalmemte apaixonado por esta história. MAS Me incomoda o fato do Guilherme não se achar gay. A relação deles é uma relação homoafetiva e totalmente normal e dizer que é gay não é nada de mais. Mas ainda assim eu adoro ele, apesar do ciúme exagerado. O Gabriel é um fofo mais muito timedo alem da conta, entendo que seja o oposto do Guilherme, mas acho de mais ao ponto de ser chato na maioria das vezes. Confesso que o Guilherme me atrai mais. Torço por este amor de opostos.
o melhor conto que já li. Antes meu preferido era do fernado08 mas esse aqui já passou em 1000
Show show show
Muito bom. Abraços 😄
Historia bacana...mas sobre um ponto sobre uma parte dessa historia ,so Acho q a questão não é nem a sociedade impor nomes ao q vc é... Os propios gays se boicotam ,acham feio e tem eternos preconceitos consigo mesmo e com os outros. Não se aceitam, Acham q são inferiores por serem chamados de gays,ou ate mesmo por se acharem gay e se nomeiam de varias nomes idiotas tipo heteros flex,heteros que curtem,machos q curtem machos e por ai vai... No final são tudo gay,mas preferem se enganar ou fingir q são outra coisa por puro preconceito de si mesmo.
Eu não preciso dizer q sou gay p ninguem,mas também não vou ficar criando nomes fantasiosos pra não dizer o q realmente sou.
Vai entender né...
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