Apenas Mais Uma de Amor: Capítulo #04 – Confusão ou começo de uma paixão?

Um conto erótico de Luk Bittencourt
Categoria: Homossexual
Contém 2025 palavras
Data: 28/01/2016 17:37:41
Última revisão: 28/01/2016 17:56:28

Bairro de Boa viagem, Recife/Pernambuco.

Quando sentiu seus lábios sendo tocados, André voltou a si no mesmo instante. Lucas estava olhando-o com os olhos arregalados e assim que conseguiu se por em pé e sair dos braços do André, saiu apressado pela porta da sala, e entrando no elevador como um raio muito envergonhado pelo que ocorrerá. O mesmo não demorou a começar a descer.

Enquanto ele se ia, André continuava paralisado na sala; como pode? Um homem, mulherengo como ele, que nunca passou pela cabeça ter nada com outro homem, beijou um outro cara assim? E o pior, foi ele quem beijou-o. Era isso que passava pela sua cabeça, e ele tentava a todo custo obter uma resposta, mas sua mente não deixava isso ser possível, o filho apareceu e tirou um pouco daquela agonia.

Miguel: Paaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiii eu to com fome, vamos logo almoçar, por favor! - Falou com vozinha manhosa e irritada ao mesmo tempo.

André: Claro, claro, vamos, deixa o papai ir na sala dele que já descemos. – Falou apressado rumo a sua sala, o Rodrigo e a Luana já esperavam por ele no hall do elevador para partir rumo a um restaurante. Miguel pega na mão dos tios enquanto o pai não volta.

#Enquanto isso ainda no bairro de Boa viagem, Recife/Pernambuco.

Não muito longe do prédio onde estava a pouco, Lucas suava feito louco, parecia que estava correndo uma maratona ele ainda não acreditará no que acabou de acontecer:

Lucas: Senhor, estou ficando louco ou aquele homem me beijo por vontade própria? – Perguntava falando sozinho, algumas pessoas olhavam-no como se fosse um maluco fugido do hospital psiquiátrico.

Não demorou 10 minutos e lá vinha um ônibus, super lotado e no letreiro era possível ler “CDU/Boa Viagem”. Lucas não pensou duas vezes, e fez sinal, apesar de cheio o mesmo parou para ele subir. No momento em que ele punha o pé no primeiro degrau, Lucas olha para trás e ao ver o André em um carro super luxuoso, ficou pensando como era lindo aquele homem. Mas foi tirado dos seus pensamentos, por causa dos xingamentos vindos de outros passageiros que também queriam subir, ele envergonhado pediu desculpas e continuou a subir!

Apesar do Lucas ser gay, ele é muito retraído e tem poucos amigos, na verdade quase nenhum, filho dedicado, estudioso e caseiro. Ele prefere sair de dia do que a noite. Ele sempre diz “A noite foi feita para se dormir!”. Era tido por alguns poucos jovens do seu bairro como metido, já que ele não era de ficar na rua, sempre dentro de casa, lia e relia vários livros e assistia suas series prediletas. Um jovem culto diga-se de passagem. Lucas é filho de um relacionamento conturbado, seu pai um fracassado empresário do ramo de ônibus de turismo, que morreu em 2010. Desde então teve que deixar uma casa grande de 4 quartos em Camaragibe/Pe, para morar em uma de 2 quartos em Monsenhor Fabrício. A mãe era uma guerreira, deu seu sangue para dá a volta por cima do abandono dos pais. Quando nova, sua mãe a entregou ao pai, que vivia com outra mulher, para que ele criasse. Já o pai, a deu para um casal de idosos que morava na mesma rua. Nunca contribuiu com nada para a filha, mas nos momentos de castigar e abusar da mão de obra grátis, ele sabia muito bem. Estudou pouco e trabalhou muito, ela quando grávida do Lucas entrou no antigo Centro Social Urbano, de Camaragibe/Pe. Como servente, ela matou a fome de muitos moleques pobres da localidade, e por isso era respeitada pelos marginais. No mesmo ano por causa de uma ação trabalhista contra o estado, oriunda de algumas estagiarias, o Juiz deferiu que todas que trabalhassem naquele local, tivessem a carteira assinada pelo estado, e ela entrou no meio do bolo.

Com o tempo ela foi mudando de lugares e função, do Centro Social Urbano de Camaragibe, passou para a antiga FEBEM, depois para FUNDAC e por ultimo para FUNASE. Trabalhou duro antes de tudo isso, cozinhava para vender as comidas no porto do Recife, saia de madrugada deixando Lucas, aos cuidados das duas irmãs mais velhas. Conseguiu junto com o marido montar uma pequena empresa de ônibus, porém nunca viu a cor do dinheiro. Limpou casa, trabalhou em bar e em restaurante. Uma guerreira como já disse.

Em 2010, depois de se recuperar, de uma doença e ter passado por 3 hospitais e 3 UTI’s e com muitas complicações. Ela sofre um baque tremendo, morre seu marido, não que ele fosse um maravilhoso marido, mas era o seu companheiro nos últimos 35 anos. Uma ação judicial movida pela outra parte dos herdeiros (filhos do primeiro casamento), fez ela optar por ir para mais perto do centro da Cidade, e o bairro de Monsenhor Fabrício parecia ser a solução, perto de tudo, hospitais, escolas, conduções e supermercados. E assim foi-se, Lucas filho caçula, estava concluindo a sua faculdade mas teve que trancar por sua causa, já que foram mais de 3 meses internada e todas as vezes que ia para o quarto, sempre precisava de acompanhantes, Lucas achou por bem trancar por um tempo o seu curso e foram por quase 2 anos que ficou longe da universidade!

No meio desses devaneio sobre sua vida, Lucas viu o ônibus chegando perto do Parque de Exposição do Cordeiro, faltavam duas paradas para descer. E o ônibus foi chegando cada vez mais perto do Supermercado Extra da Caxangá, solicitou a parada e assim que o mesmo parou ele desceu e entrou no devido supermercado, ele precisava de algo para comer, estava ansioso e se não comesse naquele momento com toda certeza iria passar muito mal. Depois de comprar um sanduíche na padaria do supermercado dirigiu-se para as geladeiras e pegou um refrigerante. Sentou-se na mesa da mesma e começou a comer, estava com muita fome e ainda iria andar mais ou menos uns 800 metros até sua casa, já que preferiu pegar um único ônibus.

Depois de comer ele se levantou, pagou e foi andando, ainda pensando em tudo o que acontecerá a pouco mais de 40 minutos....

# Enquanto isso, longe dali no bairro do Pina, Recife/Pernambuco.

André, Rodrigo e Luana se divertiam com as histórias que o Miguel contava, apesar de pequeno, o moleque é muito inteligente e adora contar histórias. André estava mais distraído mas foi só ouvir a nova história que arregalou os olhos em direção do filho:

Miguel: Tio Rô, o senhor sabia que o Walt Disney é o maior desenhista do mundo? – Perguntou animado.

Rodrigo: Serio? Quem te contou? – Perguntou curioso e sorrindo para o pequeno.

Miguel: Foi o tio Lucas, ele contou que Walt Disney criou o Mickey e todos os personagens da Disney. Disse também que a rua principal dos parques da Disney tem haver com a infância sofrida do Walt. Ele contou que quando Walt era pequeno o pai dele batia nele e sempre humilhava os filhos! Ele disse que os parques eram um sonho do Walt, por ser um mundo encantado para as crianças e que ele se divertia muito no parque da Califórnia... é... hummm... ele disse o nome, mas esqueci... Disneyland, é, Disneyland sim, é esse o nome! – Falou eufórico.

Luana: Você gostou muito do Lucas não é? – Perguntou por conta da animação do garoto.

Miguel: Sim tia, ele é muito bonzinho comigo ele me contou histórias bem legais enquanto brincávamos. – Falou com brilho nos olhos. – É uma pena que eu vá passar meu aniversário em outro país, eu ia chamar ele para ir a festa! – Disse meio desapontado por ficar longe do novo amigo. – Pai eu posso trazer um presente pra ele de lá? Eu acho que ele vai gostar de um chapéu ou um bonequinho. Ele me disse que nunca foi, deixa? Deixa? – Falou com as mãozinhas como se orasse, e quase implorando para o pai deixar!

André: Claro filho, compramos um boneco para ele, tá? Agora termina de comer, senão... não vai ter sobremesa. – Falou tentando parecer normal. Mas a irmã estava desconfiada, ela sabia que ele estava estranho, só não sabia o que era.

#Longe dali no bairro da Iputinga, Recife/Pernambuco.

Lucas continua andando, quase chegando ao meio do caminho ele entra em uma rua de terra. A mesma rua que vai dá no terminal dos ônibus do Monsenhor Fabrício. Ele não consegue parar de pensar no que aconteceu com o André na sala, continuava andando, e quando passa o terminal, é abordado por um homem aparentemente um viciado ou bandido:

- Ei, gordinho.. Ei gordinho... Ei gordinho... – Lucas não dá bola, sabe que pode ser um assalto ou até coisa pior.

- Ei gordinho, estou falando com você! – Fala assim que alcança o Lucas tocando no ombro.

Lucas: Pois não? – Disse serio com a cara fechada.

- Você deixou cair alguma coisa ali. Vem comigo que eu te mostro... – Disse tentando levar o Lucas para uma área onde tem menos pessoas e a câmera da policia não pega.

Lucas: Olha seja lá o que caiu pode ficar, agora tchau... – Disse serio e virando as costas. O cara nesse instante começa a insistir para ele ir ver o que “teria deixado cair”. – Olha só, eu sei que não caiu nada, dentro da minha bolsa só tem uma garrafa de água, um pacote de salgadinhos e um estojo com canetas. Agora dá licença! – Deu as costas fazendo todos rirem do cara.

Lucas continuou andando e foi novamente abordado, dessa vez pelo seu vizinho, que trabalhava no GATI (Grupo de Ações Táticas do Interior) da PMPE.

Arthur: Onde vai minha delicia? – Disse sorrindo para o vizinho e fazendo os companheiros rirem dentro da viatura.

Lucas: A sua delicia está em casa, e se ela sonhar que você dá em cima de mim, vai te castrar com as mãos. – Falou isso fazendo o gesto de arrancar. Os companheiros do Arthur na mesma hora deu uma gargalhada.

Arthur é um homem bom, porém tem vida dupla, é casado com uma “evangélica”, pai de um casal. A mulher dele mesmo “evangélica”, adora um barraco e dias antes do Natal, ela arrumou uma favela no meio da rua, tudo porque um travesti foi pedi ajuda ao marido dela. Lucas, não suporta barraco, mas quando ele se espalha....

Arthur: Eu sei que você me quer, está na sua cara, porque não assumi? – Disse com sorriso safado no rosto.

Lucas: Se fosse solteiro e rico, quem sabe! – Disse dando as costas e seguindo seu caminho gargalhando. Os companheiros do Arthur também gargalhavam.

O Lucas não era quase nada bonito, mas seu jeitinho meigo, culto e na dele desperta certas atenções principalmente naqueles caras casados. Mas isso não quer dizer que ele iria para cama com esses caras, com ele sexo por sexo não tem valor nenhum e nem tesão. O cara sofre para leva-lo para cama. Ele continua seu caminho pensando na vida e no beijo...

#Enquanto isso no bairro de Piedade, Jaboatão dos Guararapes/Pernambuco:

Passará das 13:30h quando André, chega com o Miguel em casa, ele não vai voltar para o trabalho, na verdade ele perdeu duas semanas começando a produção dos seus camarotes e também deixando a empresa na linha, já que vai passar 10 dias com o filho e a megera da mulher em Orlando.

O silêncio é quase constrangedor, Miguel lutava com o sono para permanecer acordado. André o pega nos braços e diz para ele:

André: Filho, pode dormir, o pai vai ficar em casa hoje de tarde e você pode descansar, mais tarde a gente brinca, ta bem?! – Falou e beijando o filho no rosto.

Miguel: Hum rum, mimi papai, mimi... – disse colocando a cabecinha no ombro do pai, que subia as escadas para levar o filho ao quarto.

Depois de tirar o tênis do filho e deixa-lo só de cueca, André dá um beijo em sua testa, quando está saindo do quarto do filho tem uma surpresa nada boa...

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Eu sei que prometi postar só de noite, mas não aguentei e assim eu fico livre para curtir e ler também não é? Prometo que postarei outro conto amanhã!


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Comentários

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Maravilhoso, ansioso pra saber a tal surpresa, acho até que ele escuta a mulher falando mal dele ou pega ela com outro. Abraço!

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