Aquela tarde tinha sido um inferno de tao quente, tivemos quase trinta e quatro graus às tres horas, à sombra. Cheguei exausto e suado em casa, louco por um banho frio. Coloquei no aparelho de som o pen-drive com todas as musicas do Deftones, aumentei o volume, mandando os vizinhos pra puta que pariu, e me refresquei num banho gelado e demorado.
Para uma sexta-feira, ate que Tiago chegou cedo. Era o dia em que ele levava a putinha pra lanchar ou ver um filme, esticando depois a noite là em casa, no quarto dele. Achei estranho ele ter chegado sozinho e cedo; teria levado cano do veadinho?
Em quase toda situaçao dificil hà um ponto onde as coisas transbordam. E' o fluxo natural da vida: nada que esteja no limite suporta a pressao indefinidamente. Como uma represa cheia demais, chega uma hora em que a barragem rompe e a água segue seu caminho, queiramos ou nao.
Saindo do banho, vesti um calçao de futebol, sem cueca como de costume. Podia ouvir o cara se movimentando pela casa, entrando e saindo do quarto dele, pegando àgua na geladeira... Pensei em fazer um talharim rapido pra gente jantar, e seria legal, sem a presença do putinho entre nos. Ao chegar na sala, notei que Tiago andava de um lado para outro, com uma cara feia pra caramba, que ele so' fazia quando estava muito puto.
- Abaixa essa merda, Daniel _ falou, apontando para o som.
- Porque?
Ele mesmo abaixou o som, me olhando de um jeito terrivel. Vinha merda pela frente e, tenso, esperei.
- Voce e' um filho da puta mesmo, ne'? _ exclamou ele, furioso _ Serà que te conheço? Em quase dez anos, serà que nao notei nenhuma vez sua falta de carater, serà que fui tao burro nesse tempo todo?
- Do que voce tá falando, porra? _ disse, espantado _ Bebeu, foi? Que papo e' esse?
- Entao vai fingir que nao sei que voce deu em cima do Lu aqui dentro? _ berrou Tiago, vermelho de raiva _ Nas minhas fuças! Voce nao tem vergonha nessa cara? Nao pode ver um cu que já quer foder, seu veado?
- Ele te falou isso? _ disse, perplexo, sentindo a raiva subir como lava de vulcao _ E voce acreditou, idiota? Està tao cego assim que prefere duvidar de quem voce conhece, por causa da mentira de uma bichinha ordinaria? Voce e' mais imbecil do que eu pensei!
- Vai negar? Vai? Eu quebro voce na porrada, Daniel! _ ele avançou, me empurrando.
- Vou negar porque e' mentira desse veadinho! _ retribui o empurrao, louco de odio _ Ele quem quis me chupar naquele dia, enquanto eu assistia ao jogo. Ele quem pediu! Falou que queria transar com nos dois ao mesmo tempo, seu burro! O moleque e' a maior puta, deu pra todo mundo da faculdade dele, pergunte, investige...
Ele me olhava com uma furia violenta. Nunca tinhamos brigado daquele jeito, era a primeira vez, e tudo por uma bicha vadia e mentirosa.
- Tà duvidando? Acredite nele entao! Jogue a porra da nossa amizade fora por causa desse puto _ falei, irado _ Esta tao fissurado que nao enxerga um palmo na frente do nariz! Aliàs, nunca enxergou nada mesmo.
- Voce sempre foi safado, cara _ disse ele entredentes, suando de raiva _ Nunca perdoou moleque nenhum, comia mesmo... Ultimamente, desde que comecei a namorar, voce tem andado bem estranho. E' por causa dele? Tem tesao nele tambem? Quer comer o moleque, e'? Vai là, pode meter, eu nao to querendo mais, mesmo... Vai là pegar meu resto de porra...
Nao deixei ele continuar, acertei um murro com tudo na cara daquele desgraçado. Ele revidou com a mesma força, e quando me dei conta estàvamos atracados no chao da sala aos socos e joelhadas. Na porrada a gente se garantia, era dificil de algum vencer. Batemos um no outro ate cansar e, num ultimo gesto, prendendo Tiago debaixo de meu corpo num golpe ligeiro, segurei os braços dele e afinal fiz o que sempre quis fazer, beijei aquela boca linda com vontade, ate com raiva, sentindo um pouco do gosto da saliva forte com vestigios de sangue dum corte que meu murro fez. Ele paralisou, atonito, me olhando com espanto. Meu pau duro encostava nele, eu comecei a tremer de nervoso, a suar, encarando aqueles olhos magneticos dele.
- Ficou louco, Daniel? _ ele sussurrou, chocado.
- Voce e' um cego e idiota, cara _ falei, saindo de cima dele num pulo e seguindo para o quarto, arrependido de tudo, da briga, do beijo, da droga toda; passei as maos pelos cabelos num gesto desesperado.
- Que merda foi aquela, meu? _ exclamou Tiago invadindo meu quarto; jà que tudo estava perdido mesmo, que se fodesse. Avancei nele com outro beijo violento, empurrando o cara com força contra a parede, sentindo sua barba por fazer raspar, seu cheiro enlouquecedor, sua perplexidade; ele abriu um pouco a boca e enfiei minha lingua nervosa nele, chupando seus lábios, mordendo de levinho; meu pau era uma rocha que latejava, ate doia de tao duro.
- Eu te amo, seu filho da puta _ sussurrei, respirando fundo, esfregando o nariz no pescoço dele, enfiando a mao por baixo da camiseta e sentindo seu abdomem quente, contraido, sua respiraçao ofegante _ Te quero... sempre quis.
Dava para ouvir os Deftones lá na sala, num som baixo mas ainda audivel. Tiago me olhava como se estivesse no meio de um sonho surreal, uma coisa absurda tipo uma pintura de Salvador Dali; parecia incredulo, respirava pela boca entreaberta inchada de soco e beijo. De repente, sem nada dizer, me segurou pelos ombros e me virou brutalmente contra a parede, apertando meu corpo, esfregando o pau na minha bunda e fungando no meu pescoço feito um corcel cansado. Tirou a camiseta, desceu o proprio shorts e descalçou os chinelos; percorreu com as maos a pele de minhas costas, lentamente, parando no elastico de meu calçao e descendo-o num movimento brusco. Pareceu olhar para minha bunda com atençao, sem a indiferença corriqueira de sempre. Ergueu meus braços no alto, cheirou meu pescoço, meu sovaco, me apertou contra si com força e com a mao tateou meu pau mega duro e molhado de desejo, punhetou por meio minuto e largou. Mais um pouco e eu gozaria.
Querendo dominar a situaçao, mostrar pra ele quem mandava, quem era o macho ali, virei e o empurrei, olhando para sua cara seria, seu olhar intenso. Puxei-o para minha cama de casal, subi em cima dele e o beijei, mas desta vez foi ele quem conduziu o beijo de maneira agressiva, pareciamos dois selvagens tentando comer a cara um do outro. Desci com a lingua em fogo explorando aquele corpo maravilhoso como sempre quis, fazendo o cara arfar de tesao; arranquei sua cueca slip brutalmente, quase rasgando o pano, encarando depois seu pau de vinte centimetros de cabeça avermelhada e comprida, lubrificando, as veias na pulsaçao de uma virilidade absoluta. Eu nao era boqueteiro, nunca fui, mas com ele eu queria ser, queria engolir ate o talo como faziam os passivos, e assim fiz, arrancando um gemido grosso dele. Seu saco era quente, quase da cor de um pessego maduro, pesado como o de um boi, sem pelos; chupei com vontade, querendo devorar tudo, tudo o que era meu por direito. Como costumava fazer com os carinhas, ergui as pernas dele, lambendo o perineo e tentando linguar seu rabinho branco e liso, intocado; fiquei louco com aquela imagem, meu pau pulsou forte, jà querendo meter, mas Tiago acabou me puxando para cima, beijando minha boca com fome.
- Nao vou dar pra voce _ falou, serio, em seguida me virando com violencia na cama, ficando por cima e prendendo meus braços como num golpe de jiu-jitsu; quando sarrou minha bunda com a pica dura e umida, enrijeci meu corpo todo, resistindo. Nao era o que eu esperava, eu nunca tinha dado, e estava na cara que aquilo ia doer pra caralho, o desgraçado era dotado, e pelo visto um bruto na cama. Por isso os veados gritavam tanto e viciavam naquele cacete.
Tiago cuspiu nos dedos e me penetrou com eles, me fazendo gemer e contrair. Nao seria legal reclamar, ia parecer coisa de bicha medrosa e cu doce. Ouvia ele respirar ofegante sobre mim, me dedando, e um momento depois, abrindo mais minhas pernas e me segurando com mais força, a cabeça de seu pau tentou entrar. Relaxei, senao ia doer mais, e quando ele percebeu isso aproveitou e enterrou o membro todo de uma vez, como se enfiasse um palito em um bolo fofo. Urrei de dor, tremendo, sentindo o suor escorrer por meu rosto e minhas costas.
- Dá a bunda que nem homem, porra _ disse ele deitando sobre mim, arfando no meu ouvido _ Nao era rola que voce queria, safado?
Ele nao esperou muito, começou a meteçao sem pena nenhuma, como se eu fosse um veado arrombado que aguentava tudo. O cara socava com vontade, quase com raiva, ofegando como um animal, mordendo meu pescoço, meu ombro. Calado, sem sorriso nenhum na cara, me pegou de frango e mandou ver, olhando para mim com uma cara seria onde o tesao às vezes cedia lugar a algo proximo da raiva. O som alto do clap-clap enchia o quarto em meio a gemidos, arfadas, tomadas de folego rapidas. Meu pau, de mole no momento da penetraçao, já estava no ponto outra vez, sendo sacudido pela mao forte do Tiago que me tocava uma.
- Pede vara, filho da puta! _ mandou, me beijando forte, a boca com gosto de suor.
Eu nao iria fazer isso, era coisa de passivo. Vi que ele estava perto de gozar, fechava os olhos e acelerava as estocadas; como agora eu mesmo me masturbava, bati forte, despejando muita porra sobre mim, gemendo alto, gozando como nunca tinha gozado antes, parecia ate uma perda de sangue intensa e subita. Planei no alto, doidao, na delicia daquele sexo agressivo com o cara que eu amava. Tiago apertou minhas coxas nas maos com força, olhou para cima, metendo fundo, urrando, gozando uns cinco jatos de esperma dentro de mim, me esquentando, alagando. Sorriu consigo, ainda de olhos fechados, e se deixando escorregar sobre mim rolou para o lado da cama, curtindo o orgasmo. Ele estava lavado em suor, recendendo seu cheiro peculiar, impregnando o quarto de odor de macho e porra; abriu os olhos e me fitou por um momento.
- A gente ficou louco? _ sussurrou.
Balancei a cabeça de leve, negando, enquanto ele continuou me olhando, exausto, ate começar a fechar os olhos. Passei o braço sobre ele, chegando perto, a poucos centimetros de seu rosto, deixando o sono vir, ainda ouvindo o Deftones berrando lá na sala, como um som de fundo. Que gritassem ate amanha... Alias, que se fodesse o mundo todo agora.
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Valeu, gente!!
Bj! :)
