Olli narrando...
Eu estava preocupado, de repente o médico aparece, falou que ele está bem, extrairam a bala, a cirurgia foi um sucesso!
Fiquei feliz.
Nos mandou para casa, o pai dele resolveu ficar, Vic estava recebendo sangue, e o médico falou que seria melhor vê-lo em outra hora.
Fui para casa, mas minha cabeça estava cheia, tomei banho, fui tentar dormir mas não consegui.
No dia seguinte, acordei, troquei de roupa, comi algo e fui direto ao hospital, chegando lá dei de cara com Ana.
Eu: Ana?
Ela: Ah oi, o Vic já está recebendo visitas, ainda não acordou, o pai dele passou a noite inteira, foi dar um pulo em casa e eu fiquei aqui.
Eu: Posso vê-lo?
Ela: E precisa perguntar? Ele pode acordar a qualquer momento!
Fui em direção ao quarto, tinha um policial amigo meu vigiando a porta.
Eu: Junior, vou entrar.
Não pedi, afirmei!
Ele: Claro Olliver.
Entrei e o ví, estava com o braço enfaixado, tinha uma bolsa de sangue e de soro conectadas a seu braço, ele não estava com nada em seu rosto e nariz, isso era bom, não precisava de ajuda para respirar, não tinha mais nada em seu corpo fora as bolsas em seu braço.
Me aproximei e fiquei olhando-o, sentei na poltrona ao lado, meu Deus que susto esse cara tá me pregando, ele está sendo a pessoa que mais me preocupou e que mais me deu trabalho em toda a minha vida!
De repente ele vira a cabeça devagar e abre os olhos...
Ele: Olli?
Eu me levantei e cheguei mais próximo a cama.
Eu: Victor. Você levou um tiro, lembra?
Ele: Sim, lembro de tudo. O que faz aqui? Não era para o Otávio estar aqui?
Eu: O Otávio foi demitido, eu estou novamente!
Ele: Hum, mesmo? O que fez você mudar de ideia sobre mim? O tiro?
Eu virei de costas, não podia olha-lo, me sentia culpado. - Conversei com os seus amigos e eles me contaram tudo que aconteceu de verdade, te levaram a força e...
Ele: Sim, mas eu tentei te contar mil vezes... - Ele estava fraco, havia perdido sangue, então falava baixo. - Você não me ouviu. Não me deu oportunidade de explicar, me abandonou simples e fácil, resolveu ir e pronto! Fiquei arrasado Olliver, você pode imaginar o tanto que doeu?
Eu: Desculpe Victor.
Eu nunca havia pedido desculpa para ninguém, sempre faço de um tudo para não errar na vida, pois sou orgulhoso demais para me desculpar, mas para ele foi tão fácil, simplesmente abri meu coração, foi verdeiro e simples.
Ele: Olliver vai ser difícil fazer isso, você sumiu, saiu de uma hora para outra, simplesmente não foi difícil para você, que amor é esse que consegue tão fácilmente abrir mão da pessoa que ama? Que a abandona só assim?
Eu: Victor, por favor, se coloque em meu lugar, você sempre fazia isso, fez mais uma vez e depois que a gente estava junto, pensei que você fez porque quis e que eu não significava nada para você.
Ele: Olliver você não sabe o que eu sofri quando você foi, nunca na minha vida me apaixonei por ninguém, você aparece e vira meu mundo de cabeça para baixo, sou completamente apaixonado, já disse isso um milhão de vezes, mas você parece não acreditar, eu estava com você, como iria fazer uma burrada dessas? Sinto muito Olliver mas agora sou eu que não consigo acreditar no seu sentimento!
Roberto entra e a gente para de falar.
Roberto: Victor, você acordou, que bom!
Ele deu um beijo na testa dele.
Eu: Vou deixar vocês sozinhos.
Roberto: Não precisa Olliver! Vic o Olli vai voltar a te proteger.
Ele me olhou sério...
Roberto continua: Só confio nele e em mais ninguém, fiquei sabendo o que aquele irresponsável fez.
Eu: Mas ele já foi punido.
Roberto: Graças a Deus.
Roberto e eu saímos...
Roberto: Olliver eu estou em pânico, aqui não é mais seguro para ele, fiquei sabendo que tentaram antes e você tomou a frente.
Eu: Sim.
Roberto: O que podemos fazer?
Eu: Tenho um plano.
Contei tudo a ele...
Os dias se passaram e Vic recebeu alta, agora ia ter que colocar meu plano em prática.
Ele estava com o braço imobilizado e com curativo e tinha sérias recomendações, remédios para tomar, curativos para trocar.
Já estavamos em casa, ele sentou no sofá.
Roberto: Victor, temos algo para te contar.
Ele: O que?
Roberto: Aqui não está seguro para mim e para você, temos que sair.
Ele: De novo?
Roberto: Mas agora vai ser para um lugar completanente diferente, eles não podem achar pistas nossas.
Ele: Para onde, para de me enrolar!
Eu: Para a cidade da minha familia!
Ele: Como?
Eu: Sim, não tem como eles ligarem os pontos, creio que nem sabem meu nome, quem está protegendo vocês.
Ele: E se estiverem menosprezando-os?
Eu: E se não? Temos que tentar!
Ele: Ok.
Ele me olhou sério.
Nossas malas já estavam arrumadas, inclusive a dele que reclamou, checou, viu que tinha tudo que queria alí, fomos.
Era perto e fomos de carro mesmo, no meu que era diferente, para não nos seguirmos...
Desde o dia do hospital não tivemos chance de nos falar novamente, o pai dele vivia no hospital, agora que recebeu alta vou com certeza falar.
Depois de toda a tarde, Victor dormiu atrás e Roberto falou sobre tudo, haviamos chegado, era a casa dos meus pais, morei nessa cidade até minha separação, depois me mudei.
Desci do carro, Roberto foi acorda-lo, já havia avisado aos meus pais e explicado todo o caso.
Toquei na porta, minha mãe abriu, não havia mudado nada, altura mediana, cabelos curtos, castanhos, olhos também castanhos, pele branca. A abracei na hora e a girei. - Que saudade!
Ela: Eu também estou com muita! Cadê os outros?
De repente Roberto aparece ajudando o Vic.
Mãe: Ô meu querido foi você que feriram? Sinto muito, venha!
Ela o levou até o sofá: Você está bem?
Ele: Sim, obrigado senhora!
Ela: Não me chame de senhora, me chame pelo nome Olivia.
Ele olhou sorrindo para mim.
Ela o beijou novamente. - Olli me falou tudo de você, o que estão fazendo é horrivel, você é lindo, vou preparar um banquete para vocês.
Deu um beijo na bochecha dele e saiu.
Vic riu...
Fui até ele, minha mãe chemou Roberto para conversar...
Ele: Ela é maravilhosa, é sempre assim?
Eu: Sempre, já acorda assim.
Ele: Sinto falta.
Eu: De quê?
Ele: De saber como é ter uma mãe, ter este carinho sempre.
Eu: Sinto muito, havia esquecido.
Ele: Não, já me conformei, a parte da dor já passou a um tempão, agora só me vem a saudade.
Eu: Você é perfeito, sabia?
Ele tentou levantar mas o segurei...
Eu: Temos que conversar.
Ele: Não, não agora.
Eu: Vic não podemos continuar sempre assim.
Ele: Eu só não sei o que fazer, nem o que pensar, me sinto um idiota sabe?
Eu: Como assim?
Ele: Você desistiu tão fácil de mim, e não sei fazer o mesmo com você, você se foi e agora vem me pedir para voltar e eu não penso em outra coisa... Me sinto humilhado, acho que você não gosta de verdade de mim, está apenas me usando, já ví caras fazerem isso com o Ro, caras héteros, Ro se apaixonava e só usavam ele, depois o descartavam.
Eu: Você acha mesmo que eu quero fazer isso?
Ele: Olliver você me deixou, tão fácil, está aqui agora por causa desse tiro, se não houvesse acontecido, você não estaria aqui.
Eu: Será? Victor para de pensar no "e se" pense no "agora", agora eu estou aqui, te quero sim.
Ele beixou a cabeça, eu alisei o seu queixo, meu pai entra pela porta e eu tiro minha mão.
Eu: Onde você estava velho?
Pai: Fui na casa de um amigo.
Eu o abracei: Esse é o que tentaram matar.
Pai: Oh meu Deus veja o seu braço!
Ele: Eu estou bem, me chamo Victor.
Pai: Me chamo Antônio.
Meu pai como sempre foi falar um pouco do seu tempo de policial com o Roberto e sobre seu caso.
Fiquei com o Vic novamente.
Eu peguei em seu queixo, alisei seu rosto, ele me olhava sem falar nada, baixou a cabeça e eu a levantei, depois o beijei calmamente parando em selinhos.
Ouvimos Roberto e meu pai gargalhando, se aproximando, minha mãe vinha logo atrás, secando suas mãos em um pano, pois amava cozinhar para as visitas.
Pai: Então Olli, lembra aquele caso que sempre te conto?
Eu e o Vic estavamos em pé, mas estava achando-o estranho, pálido.
Eu: Sim pai.
Falava Olhando o Vic.
Pai: Foi um dos meus casos mais difícil.
Vic ia desmaiando no chão mas o segurei.
Eu: Opa! - O peguei por a cintura.
Roberto: Vic!
Eu: Ele está frio, acho que a pressão baixou.
Vic não perdeu a consciência. O sentei no sofá.
Mãe: O que ele tem é fraqueza, já já tudo estará pronto, vai comer e ficará ótimo!
Eu: A viagem foi longa, ele precisa descansar.
O peguei e levei para o quarto, Vic deitou na cama e foi logo dormindo, estava cansado, dei um selinho e o deixei dormindo.
Fiquei pensando: O que fazer para tê-lo novamente, queria que ele acreditasse que o amo.
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Bijos gente.