Sangue Quente: Família Cortazar

Um conto erótico de V.
Categoria: Homossexual
Contém 1919 palavras
Data: 29/12/2014 22:23:25

A família Cortazar me esperava na escada. Todos estavam vestidos elegantemente que me senti como um plebeu olhando para a realeza. Sr. Cortazar desceu as escadas e veio me cumprimentar juntamente com sua mulher. Os dois eram belos. Sr. Cortazar tinha olhos escuros, juntamente com seus cabelos castanhos e lisos. Seu rosto por mais bonito que era, já tinha rugas nos olhos e em meio as sobrancelhas. Talvez deva ser de preocupação. Tinha músculos ressaltados, graças aos treinamentos de luta que deveria ter desde pequeno.Já sua esposa, era mulher graciosa. Tinha um rosto em forma de coração, cabelos curtos, onde chegavam aos ombros. Ela sorria para mim. Seus olhos de puxados, quando sorria, quase não dava para ver. Ela me deu um abraçado e disse bem-vindo a família.

Os seus filhos vinham em seguida. Era um casal. O garoto parecia ser o mais velho. Ele ficava me encarando com os seus olhos negros. Bem, eu ficara impressionado com o dote de beleza sublime e incomum. Olhos negros puxados, cabelo também negro. Seus lábios eram tão vermelhos. Além de feições delicadas e suas sobrancelhas na ponta eram um pouco curvadas para cima, dando um ar mais de um ser mitologico que de um garoto normal. Parecia um príncipe em um livro de contos de fadas.

Já a menina, ainda devia estar na casa dos 8 anos de idade. Possuía uma doçura e quase as mesmas feições da mãe, porem a cor do cabelo era igual a do pai. Sem contar que possuía uma cara de menina travessa.

- Bem - disse a Sra. Cortazar. - Esses são meus filhos, Akira e Akemi.

- Muito prazer - disse apertando a mão de Akira. - Olá - Abaixei para falar com Akemi. A menina pulou em cima de mim, com o vestidinho rosa, querendo me abraçar.

- Bom - Falou Sr Cortazar - Acho de Akemi ja gostou de você. Leonardo já levou suas malas lá para cima. Tome um bom banho e relaxe. - Falou o homem. - E, bem vindo a Nova Iorque!

Subi as escadas, indo para meu quarto. Akemi ficou me seguindo, enquanto Akira continuava a me encarar. Aquela casa era muito, muito maior que a minha. Daria para colocar um monte de gente aqui e ainda sobraria espaço!

- Hey! - Falou Akemi. - Você é muito bonito!

- Obrigado - disse constrangido e ficando vermelho. - Você é muito amável.

- Você vai ficar aqui para sempre? - Perguntou a menina, inocentemente.

- Her... - Falei, entrando dentro do quarto. - Eu não sei quanto empo vou ficar, mas acredito que só esse ano mesmo.

- Entendi - disse a menina, e sorriu. Um sorriso doce que fazia as pessoas sorrirem também. - Bem, vou deixar você ficar um pouco aí. - Disse a menina indo embora - Ah! Antes que eu esqueça! Não liga muito pro Akira, ta?! - Falou a menina, agora com um pouco de seriedade nos olhos. - Ele no começo fica observando mas depois ele melhora, pode confiar. Até mais. - Se ficou e saiu andando com o seu vestidinho rosa, todo bordado. Ela era uma doçura de menina.

Nossa! Agora que eu tinha dado uma olhada no meu quarto. Ele era tão grande! Tinha uma cama de casal, um notebook, entre outras coisas. Eu tinha um frigobar! Nossa! Era a única coisa que eu conseguia falar naquele momento.

Tomei meu banho. A água era tão quente e acolhedora. Senti todo o meu cansado ir pelo ralo. Fechei a torneira e comecei a me enxugar. Peguei uma roupa no guarda-roupa. Tentei deitar um pouco, contudo, meu celular toca. Era o Bruno.

Droga, eu tinha esquecido totalmente de falar com ele sobre a viagem.

- Alo... - Falei cautelosamente.

- NICCO! - Gritou o menino na outra linha. - Qual o seu problema?

- Oi Bruno... Me perdoa, eu deveria ter te contado. - Tentei acalma-lo

- Por que fez isso? - Choramingou Bruno. - Eu tive que descobrir pela Miah, que ficou branca quando viu minha carranca de confusão

- Me perdoa, eu não queria criar esperanças... - Tentei mentir - Eu não tinha tantas esperanças de conseguir essa bolsa... Daí quando veio a carta de admissão, eu não sabia o que fazer.

- Eu ainda não to acreditando... Mas... Você tá gostando dai então?

- Sim, isso aqui é maior que minha casa umas três vezes.

- Hahaha, só você mesmo nick... Então - Disse o garoto de maneira sombria. - Você vai voltar algum dia?

- Claro! - Não vou me mudar para Nova Iorque, não

- Tudo bem então... Er... Volta logo ta? Eu t... - Escuto alguém bater na porta.

- Bruno! - Interrompi o menino no meio da frase. - Vou ter que desligar, estão me chamando aqui. Beijo. - Desliguei - Entra!

Era Akira. Agora parecia estar mais calmo e tranquilo. Nem parecia o menino que me recebeu com uma carranca. Agora o garoto tinha uma expressão mais tranquila e menos ameaçadora. eu cheguei até a ponta da cama, onde eu fiquei sentado. Akira sentou-se do meu lado.

- Peço perdão pelo meu comportamento lá embaixo. - Disse o menino timidamente. - Você era de uma cidade pequena né? Como era lá?

Eu e Akira ficamos conversando sobre nossas vidas, trocando ideias sobre nossas vidas, aprendendo um pouco do outro. Akira tinha um ano a menos que eu, porém ele é quem parecia mais velho de nós dois. Também confidenciou que era o aluno mais inteligente do colégio, sendo também um dos mais populares. O modo como ele falava da vida, sempre vendo o lado bom dela, mesmo quando chegava a um assunto pesado era tão intrigante. O menino era tão doce quanto a irmã.

Se passou um hora, eu acho até que surgiu um dos empregados. Akira chamou de Sophie. Estávamos sendo esperado na sala de jantar. O menino me guiou pela casa, acabamos nos tornando otimos amigos no fim das contas.

Seite-me entre Akira e Akemi. A menina contara o que fizera pela manhã. Enquanto Akira fazia a irmã rir com suas piadas. Todos pareciam estar em harmonia, menos o Sr. Cortazar, e eu sabia o porquê. O homem ficava me olhando e semi cerrando os olhos. A Sra. Cortazar olhou do marido para mim e deu um chute leve, que quem não estivesse prestando a atenção, não notaria.

Depois do jantar, o Sr. cortazar me convidou para seu escritório para que pudêssemos conversar. As crianças se entreolharam e continuaram andando. Entrei dentro do escritório junto com o Sr e a Sra. Cortazar. O Homem se sentou atrás de uma mesa esplendida e sua mulher ficou atrás da cadeira. Me encarando uma expressão de preocupação.

- Então Niccolau... - Falou o homem com sua voz grossa. - Eu e minha mulher ficamos preocupados com sua mensagem quando lemos. Então queremos saber de tudo.

- Bem, - comecei a falar, com a mentira toda planejada já. - A família Wood, como os senhores devem ter sido informados, sofreram uma grande perda. O senhor Aloysius morreu, porém sua neta, Laura, a quem eu conheci me informou que coisas ruins estariam por vir aqui em Nova Iorque. E como eu sou um Bennet, eu deveria vir para cá o quanto antes para poder ajuda-los no que fosse possível.

- Entendemos - Disse a Sra Cortazar, me dando um sorriso amistoso. - Bem, agradecemos o máximo por ter nos informado e vindo até aqui, um outro país, para nos ajudar. Foi muita bondade sua, meu filho.

- Tem uma coisa que eu não entendo... - Falei

- O que? - Perguntou a mulher.

- Como é possível dois caçadores ficarem juntos? Pensei que seria como atirar no escuro... Pelo que eu sei... Existem poucos caçadores no mundo, ou estou enganado?

- Olha, não é que exista poucos no mundo. Até porque existe bastante - Disse Sr Cortazar. - Porém não é nós dois que somos caçadores. É apenas minha mulher. - A mulher deu outro sorriso para mim.

Nossa, aquela mulher que parecia tão frágil. Parecia feita de porcelana, que a qualquer movimento iria quebrar. Mas era ela a caçadora e não o homem musculoso. Contudo, eu ainda tinha uma dúvida.

- Entendi - Dei um sorriso. - Mas então, como o senhor sabe tanto sobre nós?

- Ah, isso eu posso explica, querido - Falou a mulher. - Existe alguns humanos que conseguem ver esse mundo diferente, nós falamos que possuem o dom da visão.

- A ta, agora faz sentido.

Os adultos tentaram amenizar a energia do lugar, me fazendo perguntas como " eu gostei do quarto?", "gostou da casa?", "se sente confortável?" Para mim, tudo estava perfeito. Passou meia hora até que eu pude sair do escritorio, enquanto o casal ficou lá dentro discutindo alguma coisa.

Segui pelos corredores da casa. Vi Sophie andando pela cozinha, junto com outros empregados. A mulher era tão jovem e bonita. Continuei andando até que dei de cara com uma porta dupla, feita de madeira, parecia muito pesada. Continha algumas inscrições que eu não entendia. Quando eu encostei na maçaneta a porta se abriu sozinha, mostrando um lugar fantástico.

Eu era surpreendido a cada segundo por essa família. Eu estava olhando para um local que parecia um centro de treinamento. Continha tatames no chão, uma bancada com algumas armas. No canto, na parede, havia prateleiras, e mais prateleiras de vários tipos de armas que se pudesse imaginar. Tinha de Katanas até claves com espinhos. Tinha também bonecos de madeira para lutar, entre outras coisas que se fosse descrever ia passar o dia inteiro.

O que mais me surpreendera, era que Akira estava no meio de um tatame lançando facas em um alvo pintado na parede. Akira mirou e atirou. A faca foi direto no centro do alvo, tremendo ligeiramente. O garoto tinha uma ótima apontaria. Eu mal conseguia acertar direito um alvo a sete metros.

O garoto percebeu minha presença e parou em meio a um movimento.

- Espero que não tenha sido nada grave. - Falou o menino com feições calmas. Tinha suor na testa, o que fazia seu cabelo grudar na mesma. - As vezes eles podem ser um pouco intimidadores.

- Foi tranquilo, eles só queriam saber se eu estava gostando e essas coisas. - Disse, enquanto o menino acertava de novo o centro do alvo. - Nossa! Você é muito bom!

- Obrigado - O garoto puxou o cabelo para trás, pois caia em seus olhos. - Foram alguns anos de treinamento.

- Espera, você sempre soube desse mundo? - Tinha ficado curioso.

- Bem, sim. - Akira olhou para mim com um ar sombrio. - Quando você vê seus pais saírem as vezes a noite, enquanto você dorme e quando acorda percebe que eles ou estão machucado ou sujos, você acaba descobrindo esse mundo. Você descobriu a pouco tempo né? - Balancei a cabeça afirmando. - Percebi. - E deu uma gargalhada. - Se quiser, eu posso treinar com você... Se quiser é claro...

- Mas é obvio que quero! Eu nunca tive um treinamento adequado. Eu só me virava. - Akira balanço a cabeça afirmando e me deu uma faca e foi apara trás de mim. Eu podia sentir sua respiração na minha nunca e seu corpo me encostando em certos pontos. Mas nada homoerótico, apenas pratico.

Passamos algumas horas até que comecei a progredir. Nós já estávamos suados e exaustos. Ficamos conversando e rindo, deitados no tatame do centro. Era bom conversar com alguém que entendia você.

Sucedeu algumas semanas, eu tinha recebido ligações de Miah e da minha tia, para saber se estava tudo bem comigo. Alguns dias depois fomos informados que começaria a o ano escolar de Saint Louis. Minha barriga começou a embrulhar, eu não queria passar muito tempo naquele local, mas eu não sabia como dar o próximo passo na investigação.

Até que não teve como adiar. Tinha começado o novo ciclo escolar. Eu me olhava no espelho com um frio na barriga. Agora eu ia enfrentar um dos piores inimigos.

Eu ia enfrentar as patricinhas e os mauricinhos! Deus, me de forças.


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