Triste
Doença não é motivo Cap.12
Cap.12
Imediatamente fiquei nervoso. Eu podia sentir sua respiração, ele estava muito perto de mim. E quando eu pensei que ele tentaria me beijar, ele me solta.
- Não posso fazer isso. Não enquanto você não quiser- saiu de perto de mim e se sentou no canto do sofá. Nossa, ele tem mais alto controle que eu. Fiquei olhando pra ele, que estava de olhos fechados- sabe, ainda é difícil pra mim te ver com ele. Eu sofro.- passei a mão pelo seu rosto.
- Me desculpa por te fazer sofrer, eu não mereço um amigo como você, que me apoia sempre, como nenhum outro- ele sorriu mais uma vez.
- Foram um bom tempo que fiquei gostando de você em segredo. Ainda gosto muito. Prometi pra mim mesmo que te esperaria. Que não iria tentar nada com você, a menos que quisesse. Eu preciso segurar até fios do meu cabelo pra não quebrar essa promessa. Meu amor por você é muito grande- ele estava de cabeça baixa- mas eu estou cada vez mais convencido de que nunca vai acontecer nada entre a gente, mesmo sabendo disso eu continuo tendo esperanças.
- Giu... eu...
- Não precisa se desculpar de novo, você não manda no seu coração- ele sorria, ao mesmo tempo que deixava uma lágrima escorrer.
- Não chora por favor- as lágrimas começaram a vir, e cair em meu ombro, enquanto ele me abraçava- eu juro que não queria que você sofresse.
- Eu sei disso- estava com a voz falha, me abraçando apertadamente- enfim, deixa eu ir pra casa, minha mãe deve estar precisando de mim. Boa sorte com o François, espero que vocês se acertem- ele saiu como uma flecha.
- Não, Giu, espera- logo ele tinha saído. Senti uma pontada enorme no meu coração, não queria que ele sofresse.
NARRADO POR GIULIANO
Eu sai rapidamente de lá, não queria que ele me visse chorando. Cada vez mais meu amor apenas aumentava.
- Porque isso tem que ser assim !- perguntava eu, olhando pro céu- porque ele não gosta de mim, do jeito que eu gosto dele ? Até quando eu vou sofrer- andava meio arrastado, com o coração, mais uma vez, partido. De repente vejo François passando. Seguro ele, e de um só golpe, o empurro contra a parede.
- Ei, o que significa isso ?
- É só um aviso, se você fizer o Nicolas chorar mais uma vez, você vai se ver comigo, ouviu ? E da próxima vez, eu irei consola-lo do jeito que ele merece !- falei, dando um tapa no rosto dele e o soltando. Ele continuou correndo, enquanto eu continuava o meu caminho, rumo a mais um dia triste, sem o meu Nicolas.
NARRADO POR NICOLAS
Eu estava meio confuso. Giuliano era um amigo, mas ele me despertava alguns sentimentos em mim. Que eu não devia ter. Eu não queria que ele sofresse. Ele é bonito, pode ficar com qualquer garoto da face da terra. Mas ele escolhe sempre a mim, e parece que não vai desistir. Eu não quero que ele sofra mais por minha causa. De repente, escuto a porta se abrir.
- Nicolas, por favor, conversa comigo, eu não tive culpa, você sabe que eu te amo, ele me pegou desprevenido- me levantei, e olhei pra ele, que estava todo suado, tinha corrido bastante.
- Escuta só François. Eu não irei suportar outra traição. Eu amo muito você e vai ser como se você me matasse, caso beije outro assim novamente. Te perdoarei, porque te amo muito e não sei viver sem você- falei, dando um beijo nele, que me abraçou e retribuiu rapidamente- e avise a aquele garotinho que se eu ve-lo próximo de você, não vai ser apenas um puxão de orelha.
- Eu não sabia que você era barraqueiro- falou, olhando para o meu rosto.
- E eu não sou, só não aturo que mexam com o que é meu
MAIS TARDE
Estávamos deitados no sofá, quando ele me pergunta.
- Nicolas, eu estou muito curioso pra saber, peço que você me responda com sinceridade.
- O que foi ?- perguntei
- É... Você, bem, teria coragem de fazer algo além dos beijos ?- fiquei nervoso.
- Como assim ? Você diz, fazer... sexo ?
- Humrum. Eu sei que é esquisito perguntar isso, mas não dá pra deixar de pensar nisso, ainda mas na nossa idade, mas se você disser não, eu respeitarei.
- Bem, François, não é que eu não tenha vontade, é apenas medo por causa daquele maldito vírus. Eu não sei o que faria caso você se infectasse, mesmo tendo camisinha, ainda fico com muito medo- ele me apertou ainda mais.
- Tudo bem, no dia que você estiver pronto, me avisa, pra eu fazer algo especial pra gente, afinal, ainda sou virgem também.
Sexo. Não que eu não tivesse meus desejos. Eu me masturbava pensando nele de vez em quando. O problema, é que eu não costumava pensar nisso sempre. Medo e HIV eram pares unidas na minha vida.
Continua
Gostaram ???? Perdoem pelo tamanho.