Amor não é só aparência Cap.3

Um conto erótico de amornãoésóaparência
Categoria: Homossexual
Contém 919 palavras
Data: 21/08/2014 23:09:46

Cap.3

No dia seguinte, estava doido pra dar logo a hora de ir pro colégio, só pra eu poder ver ele. Sai andando em direção ao colégio. Logo cheguei lá. Não vi nenhum dos meus amigos, então fui direto pra sala, ele já estava lá, no mesmo lugar em que estava no dia anterior, com a cabeça escorada na parede, ouvindo música. Ao me ver, deu uma olhada pra porta, e continuou mexendo no celular. Sei lá, fiquei triste por não ver seu sorriso. Sentei na minha cadeira, e fiquei mexendo no meu celular também, tentando não pensar nele. Mas de vez em quando eu olhava pra ele, de canto de olho. As vezes ele retribuía o olhar. Ele ficava tão fofo escorado daquele jeito, sei lá, se alguém desenhasse ele naquela posição ficaria hiper top. Aos poucos mais pessoas foram chegando. Mas pelo andar da carruagem, e pelo tempo nublado que fazia lá fora, não daria muita gente aquele dia. Meus amigos não apareceram e aquilo me deixava ainda mais sozinho. Chegou o professor de matemática, que fez uma aula pra lá de chata. E no final, na entendi nada.

- Então galera, aqui nessa folha tem uma lista de exercícios, me entreguem na próxima aula. Avisem aos que faltarem pra me procurar- ele distribuiu todas e eu olhava pra aquela lista como se tivesse com um texto todo em chinês na minha frente.

- Ai, eu nunca vou conseguir responder isso !- pensava alto, enquanto olhava os assuntos que ele tinha escrito na lousa, pra tentar ao menos descobrir o caminho, até que uma voz doce me tira daquela aflição.

- Eu sei responder isso- era ele, ali, ao meu lado, olhando a lista de exercícios. Seu perfume era forte e inebriante. Fiquei um tempão olhando pra ele, vidrado- ei, você tá me ouvindo ?- perguntei, balançando o fone com a mão esquerda.

- Eh, tô, eu tô sim- falei, tentando olhar pro exercício. Mas como parece que nessas horas o santo atenta, me atrapalhei todo, e quando vi meu celular e minhas canetas estavam todas pelo chão. Me abaixei para pegar, morrendo de vergonha, e ao mesmo tempo em êxtase por ele ter vindo falar comigo. Pra muitos, aquilo não significaria nada, pra mim, parecia que eu tinha ganho uma guerra, uma guerra contra a solidão.

- Você é geralmente desajeitado assim ?- falou, entregando as canetas na minha mão. Lembro que sua mão estava gelada, era macia. Fiquei horas pensando naquele contato.

- Não, fico assim quando estou nervoso- ele riu. Porque eu fui falar isso.

- Ah, tá legal então - falou, ainda com um sorriso no rosto- então, eu dizia que posso te ajudar a resolver isso.

- Sério ?

- Humrum. Na verdade, esse assunto é bem simples, mas é necessário prestar atenção, ou você não consegue acertar.

- Ok.

- Você é meu vizinho né ?

- Sou

- É, te vi quando estava indo deixar o lixo- falou, mexendo no celular- eu posso ir lá, pra gente estudar juntos ?

- Claro- falava, meio nervoso e agitado, mas lutando pra não demonstrar nem 1% desses sentimentos.

- Anota meu número então pra qualquer emergência- ele me deu o número dele, fiquei super feliz por ter o número dele, por ele ter falado comigo, queria gritar horrores.

- Tá bom então.

- Ei, me diz uma coisa, você sabe alguma coisa sobre Colonização Portuguesa na América.

- Sei, bastante, é um dos assuntos que eu mais gosto.

- Ótimo, você pode me ajudar então com isso ?- falou, me dando um texto escrito- é que pediram pra eu fazer uma redação sobre esse assunto no meu cursinho, e eu queria saber se estou indo bem- falou, entregando um papel pra mim.

- Esta ótimo- falei, sorrindo e devolvendo o papel pra ele.

- Que bom- falou, guardando o papel.

Andamos juntos aquele dia. Muitos ainda olhavam pra ele. E eu não conseguia me soltar com ele, estava muito nervoso,não sabia porque, mas eu me preocupava sempre com tudo o que ia falar pra ele. Cada vez que ele sorria, parecia um embarque para as nuvens, várias vezes ele teve que me tirar de um transe.

- Você vive devaneando assim mesmo ?

- Hoje está pior - falei, olhando pra ele. Naquele momento, os papéis tinham invertidos, eu era o tímido, ele o mais solto. O horário da saída chegou. Fomos juntos para casa.

- Depois eu venho pra cá, pra gente estudar.

- Tá bom

- Ah, cuidado pra não ficar surdo, ou mudo, cantando Coldplay- ele saiu rindo, me deixando envergonhado

- Como você sabe ?

- Escuto você cantar. Você canta bem- falou, subindo as escadas da sua casa- até mais tarde.

- Até- falei, subindo as da minha. Sempre ficava bobo ao ver ele. E aquele dia, em que ele tinha passado a tarde conversando comigo, estava mais abobalhado ainda. Entrei em casa, e como sempre, coloquei a música pra tocar. Troquei de roupa, e fui comer alguma coisa. Logo ele estava batendo na porta. Corri pra o espelho, estava tudo em ordem. Logo, a abri.

- Oi- falou, lançando aquele sorriso que me derretia sempre- eu falei que vinha- falou, entrando com os livros debaixo do braço.

- Já estava esperando. Já estava tentando aprender aquele assunto.

E assim, foi as próximas noites. Todo dia, na mesma hora, ele vinha pra minha casa, lançava aquele sorrisos lindos, e tentava me ajudar a aprender matemática.

- Ai, eu nunca vou aprender isso Angel !- falava, me jogando sobre os livros.

- Anda, deixa de preguiça, levanta- falou ele, me puxando. Mas ele me puxou com tanta força que acabei caindo em cima dele.

Continua

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