Não acreditava no que lia, eles realmente estavam namorando, isso me pegou de jeito, mas já era de se esperar, então não foi um empacto enorme. Passei o dia estudando, mais uma vez as provas estavam a caminho e eu decidi me focar ainda mais. Acordei no outro dia com um pouco de dor de cabeça, acho que foi porque eu dormi tarde, não sei ao certo, mas ela também não incomodava muito. Fiz minha rotina normal, e fui para a escola, onde lá ia ter que aguentar ver o Victor todo em cima do Luke. Quando entrei na sala, estava vazia apenas eles dois já estavam lá um do lado do outro, o que me deu muito ciúmes por um momento, eu pensei em ir lá para falra com eles mais o Dani chegou na sala.
— Bom dia! — Gritou ele para a sala.
Consumido por ciúmes, eu agi por impulso, eu me virei para o Dani, o puxei e lhe roubei um beijo, eu sei que não devia ter feito isso, mas foi a primeira coisa que veio na minha cabeça, e quando me dei por si, já estava beijando ele.
— Nossa, agora ele acabou de ficar bem melhor! — Disse ele sorrindo para mim.
— Bom dia! — Falei dando outro sorriso.
— Então agora nós somos namorados!
— Calma Dani... — Fui interrompido por outro beijo dele.
Nos sentamos e conversamos, enquanto a aula não começava. Era sexta o último dia de aula normal, depois nós só teríamos as semanas de provas, o que deixou a sala em um clima de animação, estavam todos ansiosos para as férias, e os professores já estavam cansados de dar aula, então foi um dia livre, praticamente. O sinal tocou, sinalizando o intervalo, todos descemos e o Dani parecia cola, grudado comigo, o que me irritava um pouco, mas não reclamei. Eu parei e fingi amarrar os cadarços dos sapatos.
— Vão na frente, encontro vocês na mesa depois! — Disse.
Eles foram andando e eu esperei todos saíssem, para poder ficar um tempo sozinho. Quando me levantava para ir a mesa, depois de alguns minutos de demora eu ouvi alguém se aproximar.
— Tudo bem? — Perguntou a menina.
Ele era linda, cabelos lisos e longos, de um castanho meio mel, um sorriso muito bonito, e era até bem alta, mas baixa que eu alguns centímetros. Ela usava um colar que parecia de hippie, artesanal, o que me chamou muita atenção, espero que ela não pense que eu estivesse olhando para os seus peitos.
— Tudo, quem é você?
— Pode me chamar de Carol! Então, quem é você?
— Guilherme, me chama de Gui se quiser!
— Prazer em conhecer você, vou indo, qualquer coisa a gente se esbarra por aí!
Não entendi o porque daquela conversa sem sentido, eu não a conhecia, nunca tinha visto ele por aqui antes. Mas isso de alguma forma me fez ficar pensativo, as vezes algumas pessoas entram na sua vida, assim de surpresa, como o Luke por exemplo, não adiantava, eu sempre de algum jeito, acabava pensando nele. Eu fiquei sentado no chão, pensando mais um pouco, e quando decidi ir para a mesa o sinal tocou. Esperei meus amigos, e subimos para sala, o resto do dia foi bastante animado, a professora de inglês botou uma música e disse para ficarmos a vontade na sala. Quando o resto das aulas acabaram, eu fiquei por último na sala, apenas o Dani estava me esperando.
— Vai ficar sentado aí Gui? — Perguntou ele.
— Não, mas você pode ir na frente. — Falei.
Depois de um tempo na sala vazia, em total silêncio, onde meus pensamentos pareciam flutuar pelos ares, resolvi arrumar minhas coisa e sair, foi quando o Victor entrou na sala de surpresa.
— Já vai? — Perguntou ele.
— Não te interessa! — Respondi.
— Ta estressadinho hoje! — Falou com ironia.
— Me deixa em paz Victor.
Ele me deu um empurrão, mas não cai, foi apenas para assustar.
— Escuta aqui, você vai me pagar por quasa do meu nariz!
— Tudo bem, quanto ele vale? Um e noventa e nove?
Sai da sala, me encontrei com o Dani na saída, que me deu uma carona e aproveitou para ficar na minha casa o resto da tarde.
As duas longas e cansativas semanas das provas, passaram, eu já estava de férias. Fui muito bom ficar um bom tempo sem ver ninguém, e ter o tempo todo livre para mim. Outro motivo que me deixou ansioso foi o que estava para acontecer, eu já tinha planejado desde o começo do ano com os meus amigos, ia ser simplesmente perfeito, as férias do século. O tempo passava rápido, eu perdi a noção de tempo, eu não tinha mais horário, então nem ligava para o relógio. As vezes o pessoal vinha qui, e nós ficamos falando sobre as férias, estava todo mundo ansioso, seria a melhor parte de julho.De manhã minha mãe me acordou gritando:
— Corda Gui! É hoje!
Demorei um pouco para me acordar e reagir.
— Já? — Perguntei surpreso.
— Sim, já está pronto?
— Não! Eu me esqueci!
Dei um pulo da cama e comecei a me arrumar, como eu podia ter esquecido que era hoje o dia...