Depois que a vovó foi pra cozinha eu puxei ele pro quarto.
- Vem, tô te devendo uma coisa.
Eu levei ele até onde costumava ser o quarto em que nós, eu e meus irmãos, dormíamos quando éramos mais jovens. O quarto era pequeno e tão aconchegante ao mesmo tempo, casa de vó tem disso, sempre dá um jeito pra tudo. Naquele tempo já não era mais um quarto com cama, colchões... e sim parecia mais um escritório, mas que ainda guardava coisas nossas espalhadas pelos cantos: desenhos nas paredes, livros/gibis na estante e fotos, muitas fotos. Vovó ainda faz questão de mostrar nossas fotos pela casa toda, mas as fotos que queimam a nossa imagem ficam todas nesse quarto. Puxei a gaveta de uma das mesas e tirei um álbum de fotos.
- Aqui, olha. – chamei ele pra ver.
Sentei numa cadeira e ele em outra e foi folheando tudo lentamente e eu só observava, ele tava atento a tudo e ria em alguns momentos.
- Por que cê tá me mostrando isso?
- Ontem quando o Arthur tava lá em casa, ele sem querer me mostrou uma foto sua muito FOFA.
- Ai, eu não acredito.
Ele ficou todo vermelho depois que soube de qual foto se tratava.
- Não sei porquê a mamãe inventou de dar aquilo pra ele. O pior é que ele faz questão de carregar aquilo pra cima e pra baixo.
- Tadinho, deixa ele, amor. É linda, e ele gosta de ti.
Ele fez bico mas eu nem liguei, acabamos de ver as fotos e fomos à cozinha. A vovó terminava de arrumar à mesa e ela já foi puxando as cadeiras pra gente sentar.
- Espero que cê não tenha frescura pra comer, menino. Se bem que é difícil não gostar do que eu cozinho. – disse ela. (Vocês já sacaram de onde vem minha humildade né?)
- Que nada, vó. Ele é bom de boca sim.
- Matheus, para com as tuas safadezas.
- Hahahahha Vó!!!! Eu tava falando sério, a senhora que tá muito saidinha. Vou mais nem abrir a boca... Só pra comer.
- Ah meu filho, sou antenada.
- Sei...
A gente deixou um pouco a conversa de lado e fomos comer. O Léo comia e vivia elogiando a comida, coisa que minha avó adorava, toda cheia de sorrisos pra ele. Conversamos mais um pouco após o almoço e fomos embora, com a minha avó quase implorando pro Léo voltar lá o mais rápido possível. Pedi pra ele me deixar em casa, por incrível que pareça eu ia estudar.
- Ai, Matheus... É até estranho ouvir tu dizer isso.
- Orra, valeu.
- Hahaha Mais é sério, tu andas meio desleixado esses tempos.
- Só um pouquinho, mas a culpa é toda sua, senhorito. Se eu deixo de estudar é pra estar contigo.
- Ô meu deus, que coisa mais fofa. Mas não venha colocar a culpa em mim não.
- Tá tá. Agora dirige quieto aí.
Ele me deixou em casa e fui formatar um dos meus artigos que vinha escrevendo naquele ano. Eu tinha dois que estavam basicamente prontos, com todos os dados e informações ali, só faltavam formatar. Enquanto eu brincava com as Normas da ABNT a minha mãe entrou no quarto falando que estavam me chamando lá na frente de casa.
- Quem é, mãe?
- É a Natália.
Pra quem lembra, é a minha vizinha e foi na casa dela que eu caí dançando (lê-se divando) Anitta.
- Ah tá. Pera, já vou.
Cheguei lá e ela me pediu pra ir à casa dela pois a irmã dela precisava de ajuda com inscrição de algo. Cheguei lá e ela queria se inscrever no Ciência sem Fronteiras, na época havia acabado de surgir e ela tava toda eufórica. Depois de lermos todo o edital, ela queria ir pra Austrália mas o nível de inglês exigido era alto e fui honesto ao dizer que era difícil ela conseguir, pois eu sabia que ela não mandava muito bem.
- Se eu fosse tu nem me meteria nisso, até porquê o TOEFL é muito caro. Ou tentas outro país com nível inferior.
Ela não me deu muito ouvidos e acabou se inscrevendo. Não, ela não passou. E ela só conseguiu ir ano passado, pra Portugal.
Voltei pra casa e tinham 3 chamadas não atendidas do Léo, ele já deveria estar puto. Retornei a ligação e ele já atendeu desconfiado.
- Oi.
- Oi, vida.
- Onde tu tava?
- Tava na casa da Natália, ajudando a irmã dela com uma inscrição.
- Ah sim... Escuta, bora sair mais tarde? Quero comer algo.
- Vamos sim. Antes eu tenho que terminar de formatar aqui e quando tiver pronto te aviso.
- Tá ok, beijos.
- Beijo.
Terminei meus afazeres e fui me arrumar pra esperar ele. Acabou que a gente foi no shopping perto de casa.
- Theus, a gente já resolveu tudo da nossa formatura. Vai ter a missa e tudo mais. Ainda sobrou R$3.600,00 do que a gente arrecadou.
- Que bom, aquela turma é cheia de mimimi.
- Pois é, eu, o Maurício e mais alguns conseguimos convencê-los a manter a cerimônia na igreja. Minha mãe achou ótimo.
- Imagino. E vai ser antes da festa?
- Uhum. Na noite anterior.
- Ah sim... Só pra gastar mais dinheiro com roupa.
- Credo.
- Mas é verdade.
- Tu não presta.
- Hahahaa um pouco.
Nem demoramos muito na lanchonete pois teríamos aula no dia seguinteOlá, negões. I’m back, bitches.
Saudades de “ocês”, quero abraços/beijos de todos. Sem muito mimimi porque não gosto de frescura, sou g0y agora. Exijo respeito... RISOS.
Como vocês estão??? Claro que estão melhor agora com a minha presença na vida de vocês.
Já já volto com mais. Bjs.