Os dois eram o típico casal que brigavam e se amavam... Mas será que a paz estava realmente selada? A ex-namorada do Douglas, a Vanessa, era uma espécie de sanguessuga e que guardava um segredo de família, que poderia comprometer a vida dos dois. E o Anderson... Tão fofo e querido; será que ele ia suportar guardar o seu amor pelo amigo por muito tempo?
Mas enfim, o momento era voltado para a linda noite de amor entre os dois.
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Três dias se passaram, e parecia que as coisas andavam nos trilhos. Chris e Douglas selaram a paz, e o casal curtiu dias intensos de muito amor e sexo. Como prometido, o Douglas passou a dar mais atenção ao Christian, que por sua vez, agradava o marido, sempre com uma comidinha especial. Ele possuía dons culinários herdados de sua mãe.
- Tchau amor! Te vejo na volta. Você quer que eu traga alguma coisa da rua? – perguntou o Douglas, dando-lhe um beijo na boca.
- Não! Ontem eu passei no mercado e comprei o que precisava. Eu só queria na verdade, que você me trouxesse um livro que eu vou utilizar num trabalho da faculdade.
- Claro! Qual é o nome?
- Pera aí que eu vou pegar. – meio minuto depois, ele volta com um cartão e entrega ao marido. – Aqui está. Tem o nome da loja e do livro. Beijos! Se cuida.
- Já estou com saudades. – o Douglas lançou um sorriso para ele, e partiu rumo ao trabalho.
Quando ia se preparar para tirar a mesa do café, tomar um banho, e for até a casa do Anderson, para elaborar um trabalho da faculdade, eis que a campainha toca. Ele foi atender achando estranho alguém tocar àquela hora.
- Você!? – ele se espantou.
- Posso entrar? – perguntou Doutor Carlos, o pai dele.
- O que veio fazer? – Christian fechou a cara.
- Eu ainda sou seu pai! – ele foi entrando.
- Se esqueceu disso no dia em que me pôs para fora de casa! – ele ironizou. – Posso saber o que veio fazer aqui? A mamãe está com algum problema?
- Não! Sua mãe está bem! Eu vim te ver mesmo.
- Me ver? O senhor só pode está brincando... Desde quando se preocupou comigo, ao ponto de me visitar?
- Desde sempre meu filho. Pra você pode parecer fácil! Aceitar que um filho diga na sua cara que é gay e que vai se casar com outro homem... Ainda mais quem?
- Nem se atreva a falar mal do Douglas! O senhor me rejeitou, me humilhou na noite de Natal, na frente de toda família...
- Ah, e o que você esperava da minha parte? Sabe Christian... Eu até passei a compreender melhor esta questão de você ser gay. Estou tentando entender e aceitar. Mas daí querer que eu o aceite com o filho da puta no qual se envolveu? – Isso nunca!
- Sabe por que você ficou com tanto ódio do Douglas? – Porque ele te desafiou... E o senhor não suporta que te desafiem.
- Este cara invadiu a minha casa, em pleno natal, com toda a família reunida, completamente bêbado... Me ofendeu dentro da minha própria casa, e pra piorar... O meu filho, a quem eu dei tanto amor e carinho, ficou do lado dele. Você ainda acha que eu agi errado?
- A questão não é essa? Eu sei que o Douglas errou naquele dia, mais o senhor não se preocupou com os meus sentimentos... Me chamava de bicha ridícula na frente da minha mãe e de todos. Tem ideia de como eu fiquei por dentro?
- Eu já te pedi desculpas por isso. Vem comigo meu filho. Eu te aceito do jeito que você é, deixo até você namorar outro rapaz... Mas se livra deste cara.
- Este cara! – Christian aumentou a voz. – É o meu marido. É o cara que eu amo e que vou amar pra sempre!
- Marido? Poupa-me desta palhaçada!- o Doutor Carlos franziu a testa.
- Tá vendo? – O senhor nunca vai mudar. Esta tua arrogância e preconceito vai te fazer um homem ainda pior.
- Meu filho... Como você é trouxa! Um cara que antes gostava de mulheres; que se envolveu com uma vagabunda – ele se referia a Vanessa, - Que já te trocou por ela... Você ainda acredita nele?
Aquelas palavras só serviram para abalar mais ainda o emocional dele. De certa forma seu pai tinha razão, mas ele, o próprio Christian, já havia esquecido o passado.
- Já chega! O senhor quer ir embora, por favor?
- Tudo bem! Já vi que você é burro. Mais um dia vai me agradecer. Se cuida Christian... E seja pelo menos um bom filho, e vá visitar a sua mãe. Ela não tem culpa das nossas brigas. – ele saiu dali, e o Chris bateu forte a porta.
Ele tomou um copo d’água, e depois o arremessou contra a parede de raiva. O seu pai tinha o dom de irritá-lo, e o Christian sabia que teve de enfrentar toda a família, para se arriscar num envolvimento com o Douglas. Ele era o seu amor de infância, e cresceu o amando... O simples fato de o Douglas ter se envolvido com mulheres, inclusive uma delas, engravidou dele e abortou. Mas tudo isso era passado.
- É passado! Até quando vão entenderem isso? Droga! – ele gritou sozinho, para o nada. Respirou fundo, e tomou um banho. Tinha de ir até a casa do seu melhor amigo.
MEIA HORA DEPOIS...
- Oi. Entra! Nossa, que cara é essa? – perguntou o Anderson, dando um abraço nele.
- Juro que desta vez não foi uma briga entre eu e o Douglas... O meu pai foi me visitar hoje e me fez perder a cabeça.
- Mas ele não é de ir até a sua casa. Ao que eu sei, ele odeia o Douglas.
- Pois é! Mas ele apareceu no horário em que o Douglas está no trabalho. Poxa, será que ele não consegue aceitar o meu relacionamento? Eu estou cansado da minha família.
- Vem. Vamos para o quarto. Hoje eu to sozinho; vamos poder conversar mais a vontade.
Já deitado na cama do amigo, Chris mais uma vez fazia suas lamentações. Mas o olhar do Anderson era para o corpo do amigo. Ele admirava as pernas e a bunda do Christian, assim como o seu jeito garoto de ser.
- Eu estou falando com você.
- Hã? Eu estava te ouvindo. È que... Eu concordo com tudo que me disse. – ele procurou disfarçar para não se enrolar nas palavras.
O Anderson era um rapaz muito atraente, e pele morena e corpo atlético. Era de um porte alto, que o deixava ainda mais envolvente. Ele era apaixonado pelo amigo, que por sinal, nunca soube de sua orientação sexual, uma vez que ele sempre desfilou com mulheres lindas. A afinidade de ambos era tão grande, que uma vez o próprio Christian trocou de roupa na frente dele, esquecendo completamente de sua presença. A imagem do Chris nu, nunca mais saiu de sua cabeça.
- Não fica assim não. Ao menos você e o seu marido estão bem e pararam de brigar.
- Eu não sei o que seria de mim, se não tivesse um grande amigo como você. Te considero um irmão, sabia? – ele derrubou o Anderson no chão e caiu sobre ele.
- Para seu doido! Vai se machucar. – Anderson ficou em cima dele, e por um momento, fixou os seus olhos no Chris.
- Porque está me olhando desse jeito?
- Que jeito?
- Com esta cara de bobão? – Ai! Você é muito pesado Anderson. Não aguento você em cima de mim.
- Desculpa! – ele saiu de cima dele, e foi correndo para o banheiro. Seu pau já queria dar sinal de vida, e antes mesmo do amigo perceber, ele tentou manter o controle.
- O que aconteceu? Você está passando mal? – ele gritou da porta.
- Não! Foi só uma vontade de mijar. Já vou sair. – Como você me deixa louco Christian... – ele disse a si mesmo, de frente para o espelho.
CONTINUA...