Oi galera. Respondendo a pergunta do nosso querido leitor. Como vocês podem ver, eu sou bastante crítico e criativo nos títulos dos meus contos. Bom, o conto se chama o Ladrão de Homens, simplesmente pelo fato de o Nando, antes de descobrir-se apaixonado pelo primo-irmão, levava uma vida de loucuras, pegando vários homens, inclusive homens casados. Mas haverá um mistério neste conto, que irá detalhar melhor o título do mesmo. Do mais, beijos meus queridos e curtam esta história que eu estou adorando escrever. Ah! E nas próximas, terão a participação de todos vocês.
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Felipe fechou a porta, e pegou no celular. Queria ligar e sentir a voz do Nando. Dois meses que não se viam, se tornou uma eternidade. Ele não conseguiu resistir ao seu coração, e ligou para ele.
- Alô! – quase não saia à palavra.
Eu não podia acreditar! Era ele. O Felipe! Meu coração acelerou, bateu forte. Minha voz travou, até sair um breve:
- Oi.
Meu corpo tremia. Eu nunca havia sentido aquilo antes. Como o amor deixa as pessoas... Como eu amava este homem, o meu irmão. Eu sabia que estava cometendo um pecado, em desejar tanto o Felipe, mas era o meu coração que falava mais alto.
- Como você está? – perguntou ele.
- Eu... Estou bem, e você? – me apressei em dizer.
- Também estou bem. O Guilherme já...
- Sim! Ele me disse que você vai se casar. – só em pronunciar aquela palavra, o meu peito doía por dentro. Só em saber que era a Paloma que iria desfrutar dos beijos dele, do amor dele, do corpo dele... Eu fiquei desesperado.
- Pois é. Eu fiquei noivo mês passado, e resolvemos marcar a data do nosso casamento. Ela é ma mulher incrível!
Eu fiquei pensando comigo mesmo... Ele estava levando a vida dele e eu fiquei parado no tempo. Como se tudo ainda fosse um pesadelo. Eu precisava acordar e me conformar com a realidade.
- Parabéns! Eu te desejo muitas felicidades. Como anda a sua nova vida? – eu respirava fundo a cada palavra dita.
- Ainda preciso me acostumar. Meu apartamento está uma bagunça. Preciso por muitas coisas em ordem, afinal, quando eu me casar, será uma casa de família. – ele respondia cuidadosamente.
- É verdade. Qualquer dia desses, eu passo aí pra te visitar. Você é o meu irmão, não o meu inimigo. – criei fora para dizer aquilo. – Apesar dos acontecimentos, não quero deixar de falar com você.
Eu não sabia se era o meu lado emocional ou o meu lado racional que falava aquelas palavras.
- Você pode vim me visitar quando você quiser. A porta vai está sempre aberta. Hoje eu estou sozinho, pensei em assistir um filme, se você quiser... Ah! Pode chamar os seus amigos também.
- Hoje não vai dá. – era mentira. Eu inventei aquela desculpa.
- Tudo bem então. É... Então nos falamos.
- Tá bom. Tchau! – eu desliguei o telefone, e a sensação que eu tinha era péssima! Eu não sabia qual seria a minha reação, ao vê-lo novamente, pois a escolha de se afastar foi minha. Eu queria um tempo pra mim. Mas no fundo, eu queria vê-lo de novo. Éramos irmãos, e eu ia me comportar como o irmão dele. Era assim que tinha de ser. Eu ia dar uma chance para o Arthur, abri o meu coração novamente, e transformar todo o amor que eu sentia pelo Felipe, num sentimento fraternal. Eu ia conseguir.
Passou-se uma hora, e eu olhava as paredes do meu quarto, numa reflexão profunda. O convite que ele me fez, circulava em minha cabeça. Quer saber? Eu levantei da cama, peguei minha jaqueta, as chaves do carro, e fui ao encontro dele. Eu queria conhecer o outro lado da moeda. Conviver com ele como dois irmãos...
Quando cheguei à portaria, o porteiro me autorizou a subir, depois de interfona para o Felipe. Eu sentia um friozinho na barriga, formigamento na garganta... Pensei em desistir, e voltar pra casa, mas tomei coragem e entrei no elevador. Eu segui por um corredor longo, até parar em frente ao 502.
Ele abriu a porta! Nossa que emoção eu sentia. O Felipe estava somente de bermuda e sem camisa. Percebi que ele havia emagrecido um pouco, mas mesmo assim, continuava com o corpão musculoso de antes.
- Que surpresa! Entra. – ele me recebeu sério. Eu esperava ao menos um sorriso.
- Oi. Com licença. – eu entrei, e realmente, era típico de homem que morava sozinho: uma bagunça.
- Senta aí. Eu vou colocar uma camisa.
- Não precisa se incomodar por minha presença. Eu sei que você quando está em casa, gosta de está à vontade.
- É verdade... Bom, você quer comer alguma coisa? Beber?
- Não! Obrigado. – eu olhei rapidamente para ele, e controlei meus impulsos.
- Como anda a família?
- A nossa família? – eu o corrigi. – Estão bem. – eu sabia que ele havia se isolado de todos.
- Você veio assistir o filme? – ele perguntou.
- Filme? Ah! Claro! O filme. Sim eu vim. Você á sabe o que iremos assistir?
- Deixei que você escolhesse. Se importa em fazer a pipoca? Você sabe que eu não levo muito jeito na cozinha.
- Claro. Vou invadir a sua cozinha.
- Só não deixe queimar como da última vez. – pela primeira vez, em meio ao silencio, nós rimos.
- Pode deixar. – peguei uma panela, o milho, sal, óleo, e enquanto eu preparava a pipoca, ele mexia no aparelho de DVD. A sua cozinha fazia ligação com a sala. Era cozinha americana, e volta e meia, eu me pegava observando o Felipe. Eu me lembrei da última vez que fizemos pipoca para assistir um filme. Foi na verdade, o nosso beijo que causou a queimação da pipoca. Apenas lembranças...
Distraído em meus pensamentos, nem vi quando o fogo estava alto e o óleo começou a espirrar.
- Ai! Droga!- me queimei.
- O que foi? – ele veio rápido na cozinha.
- Nada. Eu só queimei o braço com gordura. Eu não imaginava que doía tanto.
- Deixa eu ver. – ele segurou o meu braço, e ficou ainda mais perto a mim. Eu senti o seu perfume e a sua respiração acelerada. Nos olhamos por um momento, e o silencio tomou conta do ambiente. Meu coração pulsava e a minha vontade era de beijá-lo. Da mesma forma, ele me secava com os olhos, até que o inevitável aconteceu!
Nos entregamos aquele momento,e colamos nossas bocas, num beijo lento e suave.
CONTINUA...