Abrigo 6

Um conto erótico de Christian
Categoria: Homossexual
Contém 2078 palavras
Data: 29/11/2013 23:12:08
Última revisão: 29/11/2013 23:13:00

Capitulo 6

Entrar na agua, dar duas braçadas e tentar nadar não foi o motivo de eu quase me afogar. O motivo foi o cara dos olhos repuxados só de cueca me esperando do outro lado. Ele tinha me convencido a entrar na piscina, mas antes eu tive que tirar a camisa e ficar apenas de cueca também. No começo relutei, não queria que ele visse a minha pele branquela, mas ele me bajulou tanto que eu tirei a camisa e entrei logo na piscina. A aula em si foi boa, mas o problema era que eu não conseguia prestar atenção em nada. Quando ele se aproximou de mim parecia que a agua perto dele estava mais quente, quando ele me tocava não escutava o que ele falava, apenas queria sentir o toque dele. Ele me deixava flutuar quando estava aprendendo a nadar de costas. O meu medo não é da agua e sim me afogar nela. Quando ele pediu para que eu demonstrasse o que eu aprendi eu concordei com a cabeça confiante, mas eu não contava com uma coisa. Li saiu da piscina, apoiou as mãos na borda e impulsionou seu corpo para cima, gotas de agua escorriam pela sua costa e desapareciam na cueca preta, quando ele já estava fora ele virou para me olhar e nessa hora eu estava começando a nadar, olhei para ele com aquela cueca molhada e marcada e não sabia se movia um braço de cada vez ou os dois juntos. Engoli o primeiro fluxo de agua e me desesperei. Escutei quando seu corpo furou a agua e também senti quando ele me tirou de lá e me colocou na beirada da piscina.

Tossi até consegui respirar normal novamente e ri quando vi a cara de preocupação de Li, ele estava sobre mim, agua gotejando sobre mim, meu ataque de riso durou pouco quando me dei conta que eu estava sob ele, apenas de cueca e ele todo molhado e com aquela cueca grudada. Senti minhas faces ficarem quentes e eu podia apostar que eu estava todo vermelho, não do sol, mas de vergonha.

- Chris! Meu Deus! Você quase se afoga e esta rindo? - Ouvi a repreensão na voz dele, seus olhos repuxados estavam mais repuxados ainda por causa da preocupação - Jesus! Você não se importa com a sua segurança? Quase morrer é motivo para rir? Se fosse um dos seus irmãos eu não duvidaria nada se você se jogasse até dentro de um vulcão para salvar um deles.

- Para de ser dramático, Li - Eu disse, tentei ficar de pé, mas minha cabeça bateu no peito musculoso dele, me deitei novamente - Eu só engoli um pouco de agua.

- Para mim você engoliu um terço da agua da piscina - Falou e depois o meu sorriso, agradável e brilhante, apareceu. Eu sorri em resposta. Quando tentei me levantar novamente ele deixou, me sentei e ele sentou do meu lado. Ficamos parados, com os pés dentro da agua e olhando o sol ficar alto no céu, me assustei quando senti a mão de Li sobre a minha, minha primeira reação foi puxar e manter distancia, mas depois desisti dessa ideia, ficar tocando nele era tão bom, ele quebrou o silencio.

- Chris eu posso te perguntar uma coisa? - Olhei de canto de olho para ele e ele mantinha o rosto olhando fixamente para as aguas ondulantes da piscina.

- Claro - Falei olhando para ele, meu estomago roncou e ele riu.

- Espera aqui - Falou se levantando e eu me vi admirando aquele corpo perfeito novamente, me sentia medíocre perto dele. Ele em toda a sua gloria e eu em toda a minha simplicidade, ainda não sei como foi que nós nos tornamos amigos, virou de costas e caminhou em direção a casa, vi a dança que era realizada quando seus músculos dançavam ao realizarem os movimentos. Olhei seu perfeito corpo até ele desparecer dentro da casa, depois olhei para a piscina. Agora a agua estava completamente parada, sem nenhum movimento. Vi meus reflexo no espelho natural que estava ali, olhos azuis claros em grandes olhos, que me deixavam sempre com a aparência de surpreso, nariz pequeno e arrebitado, lábio inferior um pouco mais cheio do que o superior. Cabelos loiros e grisalhos eram uma massa confusa e molhada agora. Eu não era feio, mas não era bonito. Espetacular foi a pessoa dona dos olhos repuxados que apareceu atrás de mim no reflexo. Ele se sentou no meu lado novamente e colocou os pés na agua, acabando com o espelho. Ele colocou no seu colo uma bandeja prateada cheia de frutas e falou.

- Posso te fazer a pergunta?

- Claro.

Ele pegou um morango, vermelho e brilhoso e levou a boca, seus dentes brancos e perfeitos cravaram-se na fruta. Uma gota de seiva vermelha escapou pelo canto da sua boca. Nunca pensei que comer morango pudesse ser tão sensual.

- Qual é a historia por traz da sua tatuagem?

- Serio? - Perguntei, eu estava temeroso, pensando que ele ia me perguntar sobre a morte do meus pais e isso infelizmente eu não poderia falar, mas ele simplesmente me perguntou sobre a minha tatuagem, dei um risinho aliviado - Não é nada emocionante, não envolve facção alguma, nem rixa entre gangues. Ainda quer ouvi?

- Apesar de você ter destruído todos os meus sonhos sobre a sua tatuagem, prossiga - Falou.

- Fui desafiado e fiz a tatuagem.

- Só isso? - Ele arqueou uma sobrancelha - Você é um péssimo contador de historias, tente novamente.

- Tá bom - Suspirei e começei a contar a historia - Eu e meus melhores amigos tínhamos uma banda - Ri quando ele tentou fazer cara de surpresa, mas acabou por fazer uma careta - Tinha um amigo meu, Miguel, que queria ser o cantor principal da banda, mas eu também queria ser o principal também. Ficamos nesse impasse por quase duas semanas até que na terceira semana consecutiva sem nenhum de nós dar o braço a torcer nossos outros amigos e integrantes da banda nos propuseram um desafio, ainda me lembro das palavras: " Se um de vocês fazer uma tatuagem com o seu nome artístico, então essa pessoa passa a ser o cantor principal, pois demonstrou foco nos seus objetivos". No outro dia eu estava com uma tatuagem, enrolado em papel filme e doido de dor, moral da historia: apesar de eu ter feito essa loucura não fui o cantor principal, a dor não deixava nem eu ficar em pé direito. Fim de historia.

- Você sabe cantar? - Foi a primeira coisa que ele perguntou quando eu terminei de contar sobre a minha vida adolescente. Eu gostava de pensar assim, eu tive uma vida antes da morte dos meus pais e estou tendo outra agora. Aquele adolescente que fez a tatuagem por impulso não existe mais, hoje se me propusessem isso, eu sairia de perto e nunca mais dava atenção. Duas pessoas em um só, uma do passado e outra de agora.

- Sabia cantar - Procurei destacar a primeira palavra - Não consigo nem falar direito, imagine cantar.

Estiquei minha mão até a bandeja que estava no seu colo e peguei um pedaço de melão, mas antes de eu puxar minha mão de volta, Li a segurou. Ele virou de palma para cima e olhou todos os calos e cortes ali, mas ele deu mais atenção a um corte que ia do meu dedo indicador até o mindinho. Ele tracejou a cicatriz com o dedo repetidas vezes.

- O que foi esse corte?

- Outra historia? - Ele concordou com a cabeça e eu começei a falar novamente - Eu me cortei com vidro, estava com 17 anos e ainda morávamos com a tia Enestine. Estava chovendo esse dia, com o tempo muito fechado e húmido. Minha sinusite atacou, fiquei com o nariz parecido com uma bola e os olhos irritados e vermelhos. Tia Enestine tinha saído e tinha dito para eu fazer o almoço, mas ela queria tudo sem sal. Mas eu estava mal e resolvi tomar o meu antialérgico, isso só piorou as coisas, fiquei morto de sono e pedi para Larissa fazer a comida e ela fez, fui dormir. Acordei apenas quando Tia Enestine chegou, lembro que ainda estava ruim quando ela pediu para servir o almoço. Ela e meus irmãos se sentaram e eu fui servir. Acho que devo ter esquecido de dizer para Larissa que era para fazer sem sal, Tia Enestine tinha acabado de descobrir que era hipertensa. Ela ficou histérica quando colocou a primeira colherada na boca. Só deu tempo de levantar a mão e me proteger dos cacos do prato que ela tinha jogado na parede no meu lado, um dos cacos cortou a minha mão. Ainda tive que juntar os cacos antes de ir para o hospital. Mas eu dou graças a Deus que foi em mim que pegou e não nos meus irmãos.

Senti a tensão no seu corpo e olhei para o seu rosto, que era uma mascara de fúria mal disfarçada. Ele apertou mais a minha mão, jogou a bandeja com as frutas para longe, umas caíram na agua, outras caíram no seco e me puxou para o seu colo. Me senti desconfortável no primeiro momento, a razão era bem obvia, estava sentado de cueca sobre o documento dele que estava bem "sentivel" através do tecido fino e molhado, acho que ele percebeu o meu desconforto e me abraçou, enterrando seu rosto no meu ombro.

- Como você pode disser uma coisa dessas? - Sua voz saiu abafada, cada palavra pronunciada era um leve toque de seus lábios em minha pele - Sua vida não vale menos do que a deles, não vale menos do que a minha, não vale menos do que a de ninguém.

- Você não entende, Li - Disse em um sussurro, ele levantou a cabeça do meu ombro e fitou meus olhos intensamente.

- Então me deixa entender, Chris.

Olhei para ele e não disse nada, apenas tirei seus braços da minha cintura e me levantei do seu colo. Ele não entenderia. Guardaria meus motivos de super proteção para com meus irmãos apenas para mim, eu fui a única pessoal que confiei esse segredo, se eu morrer, ele morre também. Li suspirou pesadamente e se pôs de pé em um salto, caminhou em minha direção e me abraçou por trás, sua pele estava quente por causa do sol e eu gostei disso.

- Não quero brigar hoje, Chris.

- Também não.

- Eu só queria entender esse seu super extinto protetor para com eles - Ele sussurrou em meu ouvido.

- Quem sabe um dia? - Falei olhando para o espelho que a agua da piscina tinha se formado de novo. Dois caras, um loiro baixo e um asiático abraçados, de cuecas e molhados. Mas tinha uma diferença, enquanto os olhos do loiro vagavam distantes, os olhos do asiático brilhavam determinados.

- Queria ter conhecido você quando tinha 16 anos - Ele falou depois de minutos de silencio.

- Você não veria nada de espetacular - Falei - Apenas veria uma versão mais baixa e mais magra do que eu sou agora.

- Quem falou da aparência física? - Falou - Eu queria conhecer você de verdade.

- Como assim?

- Queria ter conhecido o Christian, - Falou e me abraçou mais forte - e não o Chris que eu conheço hoje.

- Você se arrepende de ter se tornado meu amigo, Li? - Perguntei me desvencilhando dos seus braços, colocando uns bons 2 metros entre a gente - Por que se estiver saiba que você que esta precisando de ajuda agora, não eu.

- Eu nunca falei isso e nunca vou falar - Ele transpôs a nossa distancia em duas longas passadas e me abraçou novamente e dessa vez beijou o alto da minha cabeça - Só queria ter conhecido o Chris pré acidente para poder comparar com o pós acidente.

- Eu te digo a diferença - Falei - O pré Christian não existi mais, tive que amadurecer antes da época e aquele Chris não se ajustava muito bem ao papel de irmão mais velho responsável, então esse Chris que esta na sua frente nasceu. A morte de um foi o nascimento de outro. Um não poderia viver se o outro continuasse vivo.

- Pois eu queria que não fosse assim - Ele sussurrou, seu rosto estava escuro, a luz do sol estava batendo bem em meus olhos - Ariscasse, mas continuava como você mesmo. Quando o antigo Chris morreu e o novo nasceu, não nasceu para desempenhar o papel de irmão mais velho. Isso ele faz muito bem, mas esse veio com um defeito: Esqueceu de viver, vivia apenas pelos irmãos. É isso que eu acho.

Talvez ele estivesse certo, talvez não. Nem eu sabia quem eu era!


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Comentários

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kkkkkkkkk Me senti vendo Harry Potter no final: " Um não poderia viver se o outro continuasse vivo". Mas brincadeiras a parte, o Li tem razão, o Chris é muito fechado e triste. Espero que ele se abra até o final do conto, pois preciso saber como os pais dele morreram.

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Teu conto é maravilhoso!! lindo mesmo... espero que o Chris consiga ser feliz novamente, que possa viver sem ter que se preocupar tanto com a felicidade alheia e sim com a própria!!! O Li é um anjo na vida dele, espero que eles fiquem juntos!! ^^

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O seu conto eh Maravilhoso, o Li eh um fofoh:) tomare que os dois fiquem logo juntos:-*

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*-* esse conto cada vez mais me deixa impressionado, o Li sendo um amigo perfeito e preocupado, o Chris, um abnegado por completo por causa de algo no passado e os irmãos, que mesmo não dando o devido valor, eu sei que amam o irmão. E agora que eu li sobre a tia Enestine, vejo que tipo de coisas o Chris passou...seu conto tá pft, torcendo pra que o Li e o Chris fiquem jubtos

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Owint gente , eles vao demorar pra ficar juntos eo beijo neh ?

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Genuinamente perfeito !! Quero um asiático desse pra mim *--*

Não vejo a hora desses dois ficarem juntos ^^

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Meoooooo Zeus. Só esse conto me tira o folego????

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Parabéns... quem gosta do conto levanta a mão O/ O/ O/ O/ O/ O/ O/ O/ O/ O/ menos esse O mais ele não leu o conto ainda......

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Cara posso te ser sincero de verdade?.

De verdade?.

Seu conto e simplesmente fodastico....

Que esses fofos fiquem logo juntos!..

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Cara a cada capítulo mais perfeito.

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Cara a cada capítulo mais perfeito.

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