Capítulo 04.
Leia os contos anteriores para entender melhor a história.
No dia seguinte, após aquela noite em que Gabriel veio até meu quarto me provocar, acordei mais cedo que o normal, pois dormi muito mal. Não conseguia tirar meu irmãozinho da cabeça. Eu estava completamente fisgado e derrotado nos joguinhos perversos de meu irmãozinho caçula. Eu sentia muita raiva, podem ter certeza disto, mas eu também sentia muito tesão em lembrar das coisas que meu irmãozinho fazia as escondidas de nossa mãe e familiares.
Tomei meu café com minha mãe e como sempre, pouco conversamos. Era quase seis e meia da manhã e Gabriel também se levantou o que era muito estranho, já que ela sempre dormia mais, já que estudava na parte da tarde.
- Oi anjo. Bom dia. Acordou cedo assim? – Minha mãe era só sorriso com Gabriel. Ela levantou-se da cadeira, foi até ele e beijou-lhe os cabelos lisos e escorridos.
Gabriel sorriu para ela e eu quase bufei de raiva. Aquele sorriso falso, de anjinho e bom filho, o que Gabs não era porra nenhuma. O verdadeiro Gabriel era aquele safado devasso que curtia uma pica entalada no rabo. Um gayzinho que fumava e bebia as escondidas de todos. E aquilo me excitava pra caralho!
- Bom dia Dinho. – Ele me cumprimentou.
- Bom dia. – Respondi secamente.
Tomamos café normalmente. Nossa mãe me ofereceu uma carona, mas eu não aceitei. Tinha outros planos. Queria confrontar Gabriel, queria terminar o que tínhamos começado ontem.
Eu tinha um bom plano, queria fode-lo, humilhá-lo assim como Róbson, talvez até pior, e depois, eu não ia mais ceder para ele. Quem sabe eu até criasse uma arapuca para ele, para finalmente desmascara-lo na frente de nossa mãe.
Nossa mãe saiu e vi que Gabriel foi para sala, com certeza ia jogar seu Playstation2. Fui para o banheiro e fiquei lá por um tempo. Fiquei pensando. Caralho, como eu ia sair daquela situação? Quem eu queria enganar? Eu estava caidinho por Gabriel, estava louco de tesão por ele. Eu já não me masturbava pensando em mulheres e vendo vídeos pornográficos na net. Eu só me masturbava pensando em Gabriel, lembrando-me dele fumando, bebendo, trepando com Róbson e agora não tirava da cabeça nossos beijos e a chupeta que ele pagara para mim na noite anterior.
Dez minutos haviam passado desde a saída de nossa mãe para o trabalho e finalmente decidi sair do banheiro. Quando cheguei na sala, Gabriel estava jogando videogame, esparramado no sofá, com os pézões para cima, mas, além disto... Caralho, Gabriel estava com a merda de um cigarro na boca! Meu irmãozinho segurava o joystick do videogame com as duas mãos e mantinha o cigarro entre os lábios, tragava e soltava a fumaça sem pegar na guimba com as mãos.
O cheiro já pestanejava o ar todo. Vi que em cima da mesinha de centro estava um maço de Marlboro Vermelho e um isqueiro de cor verde (verde sempre foi a cor preferida de Gabriel).
- Mas que porra é essa seu moleque? – Praticamente berrei com Gabs.
Ele olhou-me, um tanto assustado e largou o joystick do console no sofá, levantando-se com o cigarro ainda na boca. Gabriel retirou a guimba da boca e segurou entre os dedos, agora estava sentado no sofá.
- Coé Dinho, cê tá bolado com alguma coisa? – Ele perguntou com aquela carinha de anjinho, com cinismo descarado. – Eu te fiz alguma coisa dessa vez? – Ele perguntava como se fosse inocente. Em seguida deu uma longa tragada no cigarro e soltou uma densa baforada em forma de cone na minha direção.
- Tu ainda pergunta seu moleque imbecil? Seu veadinho de merda. E o que tu fez ontem, já esqueceu é seu veadinho? – Perdi a paciência e puxei Gabriel pelo braço, tão magricelo e delicado como ele.
- Qual foi Dinho, cê tá me machucando, me larga. – Ele falou agora alterado.
Puxei o cigarro das mãos do meu irmãozinho caçula e o empurrei com tudo. Ele caiu sentado no sofá e começou a sorrir para mim. Eu odiava aquele joguinho de gato e rato que Gabriel jogava comigo. Odiava aquelas risadinhas depravadas dele. Parecia que Gabs estava sempre a um passo a minha frente. Aquele era mesmo o moleque magricela que eu protegia anos atrás? Era mesmo meu irmãozinho caçula? Ou Gabriel sempre foi esse moleque devasso e depravado que mostrava ser agora?
- Qual é a graça seu bostão? – Perguntei irado.
- Não sei por que cê tá tão bolado comigo. Não te fiz nada. Só tava aqui jogando e fumando um cigarrinho. Cê tá precisando de sexo hein? Cê tá muito estressado manobrow. – Gabriel continuava sorrindo, que vontade de quebrar seus dentes com um belo soco na boca!
- Seu veado de merda. – Rosnei irado. – Eu vou te foder todinho.
- Vai é? – Ele lambeu os lábios – Humm... Quero só ver. Mas saca só Dinho... Cê vai continuar deixando meu cigarro queimar atoa aí, vai? Por que cê não dá uma tragada nele, hein? Queria muito te ver fumando.
E eu cai totalmente na sedução do meu irmãozinho caçula. Não sei o que diabos aconteceu comigo, só sei que não pude deixar de obedecer Gabs, e foi o que fiz, levei o cigarro dele a boca e dei uma tragada. Soltei uma fumaça estranha, muito diferente daquela que os fumantes fazem, muito diferente daquela que Gabriel tinha feito minutos antes. Parece que foi até combinado, não poderia ter sido mais bem cronometrado, a porta da sala se abriu e minha mãe entrou dizendo:
- Gabs onde eu deixei... – Nossa mãe dizia algo quando me viu com o cigarro nas mãos e começou a gritar – Mas que merda... Claudiomar! Outra vez esse maldito cigarro na minha casa? – E ela deu dois tapas no meu ombro, estava transtornada, raivosa, seu rosto tinha mudado de cor de tanta raiva que emanava.
Tentei me justificar:
- Não. Não! Essa porra não é minha! É do Gabriel. Ele quem estava fumando mãe! Cheira a boca dele para você sentir! – Acusei Gabs e apontava para ele, com o cigarro ainda aceso em minhas mãos.
- Por que cê tá fazendo isso Dinho? Eu não faço essas coisas. – Os olhos de Gabriel começaram a lacrimejar – Eu estava jogando mãe, ai o Dinho veio pra cá fumando essa coisa e tirou o controle da minha mão e me empurrou. Eu tô até fedendo a essa coisa ai que ele tá fumando mãe! – Gabriel explicava choroso. Filhadaputa mentiroso, isso não era verdade!
- Eu sei, eu sei querido, vá pro seu quarto e fique lá. – Nossa mãe tirou o cigarro das minhas mãos e o apagou na mesinha de centro. – Quanto a você Claudiomar, vamos ter uma conversinha.
Gabriel se afastou de nós e correu para seu quarto.
- Isso é inacreditável. Eu nunca sou ouvido. Nunca tenho razão. O Gabriel é um pervertido de merda e sempre tem razão. – Desabafei furioso.
- Cale essa boca. Me respeite, ouviu Claudiomar? – Novos tapas no ombro. Minha mãe estava possessa enquanto cuspia fogo em mim. – Seu irmão ao contrário de você é responsável. Não entendo onde errei com você Claudiomar. Não entendo mesmo, acho que você puxou mesmo os genes do seu pai.
- Mesmo? A senhora não sabe onde errou? – Eu falei, transtornado. Queria simplesmente desaparecer daquela casa e nunca mais ver minha mãe e Gabriel.
- Chega. Não posso continuar discutindo com você. Tenho que ir trabalhar. Só voltei por que esqueci minha carteira na mesa de jantar. – E minha mãe foi até a mesa e pegou sua carteira, que realmente estava ali. – Quando voltar vamos conversar. Agora pegue sua mochila, vou te deixar na escola. Garantir que você vá estudar hoje.
E assim ela o fez me deu carona até a escola. Durante as aulas fiquei pensando em toda essa situação em que me meti. Por que Gabriel fazia isso comigo? Nós nos afastamos com o tempo, eu passei a ter muita raiva dos benefícios que ele ganhava com nossa mãe e eu não. Ai vi que o problema realmente era nossa mãe. Era ela quem causava essas brigas com a diferença que fazia entre nós desde cedo.
Quando cheguei em casa, fiz questão de bater a porta da sala para Gabriel saber que eu havia chegado. Fui até seu quarto e abri a porta. Lá estava ele. Sentado a mesa de seu computador, já vestindo seu uniforme escolar, estava cheiroso, de banho tomado e com seus cabelos lisos e escorridos bem penteados.
- E ai Dinho? – Ele me cumprimentou como se nada houvesse acontecido na parte da manhã. Não me olhava. Mantinha os olhos no monitor do computador.
- Vamos resolver essa porra agora. – Falei.
Gabriel continuava encarando o monitor de seu computador e me respondeu ainda sem me olhar:
- Do que cê tá falando manobrow? – Ele continuava observando o monitor e isso me irritava cada vez mais. Puxei-o pelo braço, levantei-o da cadeira e o empurrei contra a parede do quarto. Depois apertei seu pescoço com toda a força.
- Cê... Tá me... Machucando porra! – Ele disse com certa dificuldade.
Larguei-o. Gabs me encarou sorrindo. Novamente aquele sorriso devasso.
- Acho que já entendi tudo. – Ele falou. Virei-me de costas para ele. Não conseguia mais encará-lo, queria esgana-lo. – Cê tá é com raivinha de mim por que eu sou mais esperto que tu. – Ele concluiu.
- O que? – Perguntei surpreso, virando-me para encarar seus olhos.
- Isso ai que cê ouviu. Cê tá bolado comigo por que eu sou mais novo que tu três anos e já trepo há séculos, enquanto cê só fica na punheta. Eu fumo há maior tempão escondido e ninguém nunca descobriu, enquanto cê morre de vontade de virar fumante e tem medo da mamãe e das broncas dela. Qual foi Dinho, admita que cê é um covarde.
- Do que você me chamou? – Rosnei irritado.
- Covarde. Frouxo. Virgem. Carai tem adjetivos demais pra tu, cê quer mesmo que eu continue falando? Haha. – Gabriel riu na minha cara. Ele pegou sua mochila, que estava em cima da cama, jogou nos ombros e continuou falando, agora passando por mim e saindo pela porta: - Cê me chama de veadinho. Eu posso até ser mesmo, e daí? Ontem quem tava louco pra me comer era você. Cê é tão veadinho quanto eu, se é que não é mais, por que eu tenho coragem de fazer as coisas, tu não tem. Seu pela-saco. – Gabs então saiu pela porta e eu fiquei lá, atônito, embasbacado, sem fazer ou dizer nada. Lá da sala, ouvi-o gritar: - Ah, e cê tá me devendo um maço de cigarros e um isqueiro novo, hein? A mamãe confiscou os meus e eu agora tô ferrado. Ainda tinha quase quinze cigarros pra fumar lá. E boas punhetas ai, viu manobrow? – Gabriel deu uma gargalhada depois de dizer e saiu, ouvi a porta da sala se abrir e fechar.
E novamente, eu havia sido derrotado nos joguinhos devassos de Gabriel, meu irmãozinho caçula anjinho (diabinho).
(Continua)...