Darkness of Love - Chapter Bônus: Animal
Eric's PoV
Talvez o modo como vemos o mundo seja só o que nós somos, talvez devêssemos andar sem olhar pra trás. Eu queria poder dizer eu estou aqui, queria poder amar mais do que consigo, queria aguentar mais do que posso, queria te-lo como sempre quis.
Tudo tem um propósito, tudo tem um caminho, mesmo que as quedas sejam ferrenhas, todos passamos por águas fundas, eu como lobisomem me afoguei.
Eu acordei, Diego estava dormindo, sua respiração leve e harmoniosa, seus olhos fechados. Deslizei meus dedos sobre sua pele branca, macia como seda, cheirosa como morangos e jasmins.
Levantei e vesti minha roupa. Me sentei ao lado de Diego novamente, e fiquei o observando. Eu não deixei de acreditar em tudo de ruim aconteceu com Diego. Eu estava anestesiado, toda uma culpa pesava em minhas costas, eu estava traumatizado. Eu morri por um momento em saber que ele não estava mais em meu mundo, ele não respirava mais o mesmo ar que eu.
Eu Eric, sempre quis proteger ele de tudo, mostrar que sempre suportaria o peso do mundo por nós dois, mas eu não o merecia, eu não fui capaz de salvá-lo da escuridão. Eu sempre soube que o salvaria, ele sempre estaria em meus braços, ele sempre seria meu.
Ao pesar das consequências, me vi fraco, e impotente; eu não aguentava rever todas as coisas ruins. Talvez eu devesse morrer no mundo dele, evaporar de sua vida.
Talvez esse seja o modo de proteger Diego, o deixando sozinho. Isso não seria fácil, devido ao fato dele, ser meu companheiro, e eu amá-lo mais que tudo em minha vida, mas o que são das conquistas sem sacrifícios? Eu sabia que isso o faria sofrer, mas com um tempo ele se acostumaria com minha ausência, talvez ele arrume outro cara pra fazê-lo feliz sem o colocar em perigo. Imaginar Diego com outro cara sem que fosse eu, o tocando, o cheirando, o amando, me fazia sentir ódio. Nem eu, nem meu lobo gostávamos da ideia, mas se isso fosse o manter seguro, assim seria.
Me inclinei sobre ele dei um beijo leve em seus lábios vermelhos, dei um beijo em sua testa, mantive meus lábios em sua testa por algum tempo. Só queria me despedir.
Peguei uma folha em branco, e uma caneta em sua escrivaninha, e escrevi para ele o que eu sentia, e o que eu tinha esperanças de que ele entendesse e se confortasse. Deixei a carta no travesseiro ao lado do que ele dormia. Beijei sua testa novamente, e saí pela janela, correndo o mais rápido que podia. Corri para minha casa e arrumei uma mochila com algumas coisas, escrevi outra carata e deixei no balcão, ela não estava em casa, mas veria quando chegasse do hospital.
Fui até a casa de David, pulei em seu quarto. Ele estava deitado, seu rosta cheio de hematomas, e o braço enfaixado, tudo aquilo feito por Albert.
David sempre foi meu melhor amigo, ele era como uma irmão; eu e David nos metíamos nas piores enrascadas, mas sempre que um ficava com problemas, o outro ajudava. Lembro de uma vez quando tínhamos dez anos, e estávamos jogando beisebol, e David quebrou a janela da senhora Florence, assumi a culpa porque o pai de David havia falado que se ele aprontasse mais uma nós não nos veríamos mais, minha mãe apenas me deixou de castigo por uma semana. Eu sempre pude contar com ele, e ele comigo.
-David. O chamei.
-Hã? Oi?, Sai daqui cachorro mau. Ele falou levantando assustado.
-Calma cara sou eu, Eric.
-Cara, isso é hora de uma visita?
-Preciso de sua ajuda.
-O que é?
-Sabe aquele seu primo que vende motos?
-O Burner?
-È, esse mesmo, preciso que me leve até a casa dele, quero comprar uma moto.
-Por que diabos voce quer uma moto, e as essa hora Eric?
-Eu vou embora. Falei seco.
-Como assim cara, vai fugir com Diego?
-Não, vou só, mas vai cara faz isso por mim, no caminho te explico.
-Não posso deixar você ir embora cara, voce é meu bro, como é que vou fazer?
-Você vai ficar bem.
-Espera eu me trocar. Ele falou suspirando.
David se trocou e fomos até o banco com o carro dele, saquei uma quantia que desse pra comprar uma moto, tirei do dinheiro que meu pai me deixou. Fomos até a casa de Burner. O primo de David reclamou, mas me vendeu a moto a aquela hora. Foi uma Kawasaki preta e vermelha, não era escandalosa, era boa e básica, pra eu tava ótimo.
David me acompanhou até a saída da cidade. Paramos e ele saiu do carro.
-Você vai mesmo cara?. Ele falou desanimado.
-Vou cara. Dei um sorriso fraco.
-Diego concordou?
-Ele não sabe. Falei encarando o chão.
-Ele vai sofrer.
-Promete uma coisa pra mim?
-Claro, manda aí.
-Cuida dele pra mim?
-Esse é seu desejo?
-È cara.
-Falou então, pode deixar.
-Eu sinto ter que partir assim, mas é melhor.
-E sua mãe?
-Ela vai ficar bem, ela ficou um pouco abalado quando descobriu o que eu sou.
-Você pretende voltar?
-Não.
-Mas cara lembra quando conversávamos que voce ia ser padrinho do meu filho e eu do seu?
-Lembro sim cara, mas infelizmente não vai rolar.
-Então tá cara. David me abraçou e deu dois tapinhas em minha costas.
-Vou sentir sua falta bro.
-Eu também. Ele falou com lágrimas nos olhos, e eu a essa altura fazia o mesmo.
Acenei pra ele, e subi na moto. O dia já clareava. Dei partida e fui pela estrada, sem rumo, sem futuro, sem previsão, só dor, arrependimento e ódio próprio.
Corri por seis horas e parei num posto de gasolina que havia uma lanchonete, enchi o tanque ao máximo. Entrei na lanchonete, estava cheia, havia uma mesa vazia. Passei por uma mesa onde havia cinco garotas, elas sorriram pra mim e cochicharam coisas como "Nossa que delícia", "Imagina esse aí na cama" e "Eu faria loucuras com esse corpo". Não retribuí os sorrisos, apenas me sentei e esperei a garçonete me atender. Ela veio e anotou meu pedido. Havia um casal na mesa em minha frente, eles me olhavam e cochichavam algo, mas com a conversa das outras pessoas era difícil entender, então esqueci. Almocei e saí, pequei a moto e segui meu caminho.
Enquanto pilotava comecei a pensar, a aquela hora Diego já havia lido a carta, eu podia sentir sua angústia, sua fúria e dor por saber que eu havia partido, eu podia sentir o gosto de suas lágrimas salgadas em minha boca. O pior de tudo era o mar em que eu me afundara, o abismo que eu não podia escalar, era tudo imenso, e eu estava arrastando Diego comigo. O sufocando sem nem estar perto dele, a dor dele latejava em meu peito, sua garganta fechada de tanto chorar, dificultava minha respiração. No fundo eu sabia que nem eu, nem Diego aceitaria ninguém além de um ao outro. Viveríamos sozinhos a vida inteira, nossa ligação era assim, ou juntos ou sozinhos. Éramos um só, divididos em dois, qualquer ferida machucava tanto a ele quanto a mim, se a dor dele fosse emocional então... me dilacerava.
Pilotei pela rota estadual o dia inteiro sentindo a Dor de Diego misturada a minha. Parei em um motel e dormi, e assim foi por duas semanas.
Em mais um dia de viagem já á noite e pesado de sentir os profundos gritos internos de Diego, segui para uma pequena cidade e parei num pub. Talvez beber um pouco me aliviasse. Estacionei a moto ao lado de outras, e adentrei ao bar. Era estreito, me sentei.
-Uma dose de Absinto por favor. Falei para o barman.
-Puro? ou com gelo?. Ele perguntou enquanto secava o copo e o colocava em minha frente.
-Puro. Falei. Percebi alguém sentar ao meu lado, senti o cheiro, cheiro de lobisomem. Me virei e era a mesma garota da lanchonete, e ela estava com o garoto.
-Olá. Ela sorriu. Ela era bonita, tinha os cabelos negros que percorriam até as costas, pele morena, olhos castanhos escuros, vestia uma calça jeans, All Star, uma regata com um decote favorável, e jaqueta de couro vermelha. O garoto, era da mesma cor que a garota, era alto, musculoso, mas não exagerado, olhos castanhos escuro também, usava uma camiseta, jaqueta de couro preta, calça jeans e um sapato de couro também preto, ele possuía uma expressão séria, ele também era bonito. Dava pra perceber por alguns traços que os dois eram irmãos.
-Oi. Falei sem nenhuma emoção.
-Sou Shay, e esse é meu irmão Brian.
-O que vocês querem?. Perguntei bebendo o absinto, que passou queimando pela minha garganta.
-Somos lobisomens assim como você, e sentimos seu cheiro, você é um alfa.
-Sim, mas porque o interesse?
-Estamos sozinhos, somos lobisomens ômegas, precisamos de um alfa, podemos entrar para sua alcatéia?
Aquilo me surpreendeu, mas me fez pensar. Segundo Caius, um alfa solitário fica fraco. Agora que eu era um, não podia ficar sozinho, teria que criar ou juntar minha alcatéia.
-Só tem vocês dois?. Perguntei.
-Sim, e voce tem betas?
-Não.
-Se nos aceitar, podemos conseguir mais betas pra voce, conhecemos algum, estamos a procura de um alfa a tempo, mas nenhum nos aceitou.
-São lobisomens a quanto tempo?
-Desde que nascemos, mas fomos para um orfanato, e fomos criados lá, mas aos catorze fugimos e estamos até hoje em busca de um alfa.
-Voces tem a mesma idade?
-Eu tenho 17 e Brian tem 19.
-Voces tem carro?
-Não, temos uma moto.
-Tem alguma experiencia em luta?. Perguntei os avaliando.
-Sim, por favor, nos aceite, não temos mais esperanças.
-Seu irmão não fala?
-Falo. O garoto sorriu fraco.
-Ele é meio quieto, mas com o tempo ele se acostuma com você e começa a falar mais.
-Hmmm. Falei pensativo.
-Mas e aí? Nos aceita como seus betas?. Pensei um pouco.
-Sim, agora vocês são meus betasOlá pessoas, só estou postando agora porque deu um problema com minha internet e eu passei um sufoco.
Mas e aí o que acharam?
Vou ter a presença de todos na segunda temporada?
Quem está feliz por Eric estar fazendo sua alcatéia?
Obrigado a todos, e aliás recomendo um conto ótimo que andei acompanhando, não podia postar, mas pude ler pelo celular, Deus abençoe o Android :) Mas então o conto é Mystic Falls do Frost, que já comentou aqui e disse que acompanha minha história, leiam, vale muito a pena.
Bom é isso, comentem e até breve.
Rumo a segunda temporada *-*